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Aspectos pré, trans e pós-operatórios em cirurgia oral Erida Morais 4°S É necessário fazer uma avaliação pré-operatória; ou seja, analisar a condição clínica do paciente tendo em vista a realização da intervenção cirúrgica, buscando reduzir complicações. Avaliação Pré-operatória: • Anamnese • Exame clínico • Exames de imagem (complementares - radiografias) • Exames laboratoriais (paciente faz algum tipo de tratamento?) • Estudos de modelos (de gesso - para planejamento) • Estudo fotográfico (análise prévia a procedimentos; documentação; apresentação; avaliar assimetria facial). Sequência para coleta de dados: • Dados do paciente. • Queixa principal (identificação do problema) *. • História da queixa principal (circunstância do início e evolução do problema). • Histórica médica – paciente + família (documentação de condições. médicas passadas; pesquisa de fatores genéticos, socieis e ambientais. • Exames. OBS: se não houver nenhuma intercorrência no procedimento também deve ser anotado, NDN (nada digno de nota). Princípios Básicos para Avaliação dos Sistemas: • Temperatura: 36,5-37,2 °C; deve avaliar se há aumento de temperatura – doenças infecciosas, trauma, ansiedade. • Frequencia respiratória: 14-20 rpm; observar o padrão se é respiração superficial ou profunda; se o ritmo é irregular ou irregular; taquipneia – aumento da FR, bradipneia – diminuição da FR. Ex sintomas de comprometimento: cianose, inquietação, dispneia, sons respiratórios anormais. • Pulso: 60-100 ppm; avaliar a idade e condições do paciente; o ritmo (regular/irregular); intensidade (forte/fraco). • Pressão arterial: P. Sistólica: 100-140 mmHg; P. Diastolica: 60-90 mmHg.; atenção à urgência hipertensiva. Avaliação da Cavidade Oral: Inspeção de paciente com prótese (avaliar prótese e cavidade); inspecionar o número e qualidade dos dentes; percussão dos dentes (identificar problemas de origem periodontal). Avaliação do tecido ósseo: →Visual →Palpação →Exames radiográficos (avaliar estruturas próximas aos dentes; dos +simples para os +complexos) →Estudo dos modelos Avaliação do tecido mole: →Visual →Palpação →Tencionamento de tecidos. Estudo de caso Paciente M.R.G; 19 anos; parda Queixa principal: “espinha no meu queixo com secreção” -SIP OBS: paciente sem alteração sistêmica. OBS: a lesão so desaparecia durante o uso de medicação (antibiótico). Pré e trans-operatório: 1. Exame clínico visual 2. Solicitação de radiografia periapical (em que observou-se extensa área radiolúcida); posteriormente foi solicitado uma panorâmica (para verificar os limites da lesão, em que foi observado limite bem definido, próxima a região do 44 até o 41. Para uma melhor avaliação, foi feito uma tomografia e verificou-se um defeito ósseo (lesão rompeu a cortical vestibular). Concluindo que a lesão pôde ser causada por restos radiculares que ocasionou uma fístula. 3. Procedimento cirúrgico para remover o resto radicular e enucleação da lesão cística. 4. Anestesia – nos nervos mentoniano, alveolar inferior (lado direito) e lingual. 5. Punção aspirativa para verificar se há liquido na lesão (cística/tumural) 6. Diérese incisa/romba. 7. Delimitação da área da lesão. 8. Descolamento e remoção de toda a lesão (cápsula cística). 9. Curetagem/irrigação da ferida/regulação de tecido ósseo/síntese. Pós-operatório: remoção da sutura e acompanhamento. Exames laboratoriais: • Hemograma (avaliar eritrócitos para avaliar se apresenta anemia; através do leucograma avalia qual tipo de infecção (bacteriana/viral); contagem de plaquetas). • Coagulograma (avalia vias de coagulação sanguínea; função plaquetária). • Glicemia (avaliar quadro de diabetes). Classificação ASA: Normalmente CD atende a nível ambulatorial paciente asa 1,2 e 3. A melhor e mais fácil maneira de lidar com uma complicação é não deixar que ela ocorra ......... PREVENÇÃO!! >>>>>> Planejamento Cirúrgico <<<<<< →Revisão da história médica. →Solicitação e análise dos exames complementares (resultados de exames) →Planejamento pré-operatório: 1. Plano cirúrgico detalhado. 2. Plano para controlar ansiedade e dor - prescrição de ansiolítico se necessário. 3. Plano de recuperação pós-operatória (quais cuidados e medicações) →Princípios cirúrgicos básicos: 1. Princípios de biossegurança. 2. Manuseio atraumático de tecidos. 3. Hemostasia. 4. Cuidados com a ferida. ✓ Anestésicas ✓ Transoperatórias ✓ Pos-operatorias Acidentes: intercorrências que acontecem DURANTE um procedimento. Exemplos: • lesões de tecido mole – acontece principalmente por uso inadequado de instrumental; pode ocorrer hemorragia ou lesão de estruturas importantes; para prevenção pode ser utilizado a lubrificação com vaselina ou pomada de anestésico tópico (comissura labial); tomar cuidado com a localização da broca/instrumental. O tratamento pode ser feito por pomada com corticóide (omcilon) na ulceração pós- operatória ou laser de baixa intensidade (analgesia/cicatrização). • fratura de coroa/raiz; • fratura do processo dento alveolar; • lesões de dentes adjacentes; • fratura da agulha ou do instrumental; • hemorragia; • descolamento dentário/introdução de corpo estranho no seio maxilar – ocorre devido uma abertura na parede lateral anterior do seio maxilar; sendo causado por um manuseio inadequado do instrumental, por exemplo, movimento de intrusão de uma raiz com a alavanca. O tratamento é feito por uma incisão no fundo do sulco vestibular, expondo a parede anterior do seio maxilar fazendo uma abertura (janela óssea) para ter acesso ao seio maxilar (Caldwell-Luc). OBS: O deslocamento dentário também se dá através do manuseio equivocado de instrumental e as principais localizações encontram-se na fossa infratemporal (superior); fossa mandibular e fossa sublingual (inferior) • comunicação bucossinusal – ocorre no momento da cirurgia; inspeção visual (não indicado inserção de instrumentais evitando lacerações da membrana); manobra de Valsava (expiração pelo nariz e tamponamento da narina, se houver a comunicação o fluxo de ar irá sair pela região do alvéolo); tratamento – complicações de 2mm (sutura); complicações de 2 a 6 mm (sutura+medidas adicionais); complicações >7 mm (confecção de retalhos), o ideal é sempre fechar a primariamente a comunicação. Precauções sinusais com prescrição de antibiótico evitando evolução de sinusite aguda/crônica e prescrição de descongestionante nasais; explicar ao paciente que pode ocorrer sangramento pelo nariz; evitar “assoar” nariz, sucção e fumar. • luxação de ATM; • fratura mandibular; • fratura da tuberosidade maxilar – ocorre normalmente na exodontia de terceiro molar superior; se dar por conta da anatomia do próprio dente, por esclerose óssea ou por uma força excessiva da alavanca. Complicações: Dificuldades que acontecem APÓS um procedimento. Exemplos: • infecção; • alveolite - 3 dias pós exodontia; odor fétido; retardo na cicatrização; exposição óssea; dor intensa/moderada não cessante com uso de analgésico; tratamento – anestesia à distância (dor intensa), curetagem da gengiva, irrigação com soro ou clorexidina, estimula sangramento para preenchimento do alveolo, pode suturar para ajudar a coagulação (depende do profissional), prescrição de analgésico (tylex). • hemorragia; • edema (anormal)/equimose (dissipação do exsudato inflamatório)/dor; • distúrbios neurossensoriais (dormência); • fístula bucossinusal – acontece tardiamente a cirurgia, é um canal de acesso direto entre as cavidades bucal e sinusal, revestido portecido epitelial oriundo da proliferação dos tecidos que a circundam. Diagnóstico clínico e solicitar TC (imagem hiperdensa no seio maxilar). Tratamento – tratar seio maxilar sem infeção (sinusite), confecção de retalhos (bola de bichat), deslizamento de retalho mucoso vestibular e palatino; sutura da mucosa + retalho (fechamento em 2 planos); evitar diferença de pressão (sucção) entre cavidade nasal e boca. • necrose tecidual.
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