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Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS)

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A L I N E C U S T Ó D I O S I L V A
P E D I A T R I A
M E D I C I N A
T U R M A 9
Rinofaringite aguda
Abrange quadros de resfriado comum e outros englobados sob a denominação de rinite viral aguda. É a IVAS +
comum da infância e tem etiologia viral (rinovírus, coronavírus, vírus sincicial respiratório, influenza). Pelo
processo inflamatório da mucosa nasal, pode ocorrer obstrução dos óstios dos seios paranasais e tubária,
permitindo a instalação de infecção bacteriana secundária (sinusite e otite média aguda).
QC: dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, tosse seca e febre de intensidade variável ou ausência
desta. Em lactentes pode haver inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono e dificuldade
respiratória por obstrução nasal em lactentes mais jovens.
EF: congestão da mucosa nasal e faríngea e hiperemia das membranas timpânicas
Complicações: complicações bacterianas podem ocorrer, sendo as + comuns otite média aguda e sinusite. São
elementos de suspeita: persistência de febre >72h recorrência de hipertermia após este período, ou prostração
mais acentuada. Dificuldade respiratória (taquipnéia, retrações ou gemência) indicam a possibilidade de
bronquiolite aguda, pneumonia ou laringite. 
Diagnóstico: clínico. O dgx diferencial deve ser feito com sarampo, coqueluche, infecção meningocócica ou
gonocócica, faringite estreptocócica, hepatite A e mononucleose infecciosa.
Tratamento geral: repouso, hidratação, desobstrução nasal, umidificação do ambiente, antitérmico e analgésico,
descongestionante nasal tópico. 
Tratamento específico: no caso da gripe causada pelo vírus da influenza, a utilização de amantadina ou
rimantadina pode ser feita.
Sinusite aguda
Infecção bacteriana dos seios paranasais, com duração menor de 30d, com desaparecimento dos sintomas. Os
seios + comprometidos são o maxilar e etmoidal. A etmoidite costuma aparecer após os 6m. A infecção maxilar
produz manifestações clínicas após o 1ºano. Agt + comuns: S. pneumoniae, H. influenzae e a Moraxella catarrhalis
QC: início lento ou súbito. Formas leves: as manifestações iniciais de IVAS passam a se prolongar por >10d ou,
após período de melhora, há persistência ou retorno dos sintomas nasais (obstrução e secreção nasal purulenta).
Pode haver tosse diurna, com piora à noite e febre. Formas moderadas a graves: QC + intenso + edema palpebral,
cefaléia, prostração, desconforto ou dor, espontâneos ou provocados, no local do(s) seio(s) afetado(s) ou nos
dentes. A celulite periorbitária é um sinal de etmoidite. 
EF: ao exame do nariz, pode haver congestão da mucosa e presença de secreção purulenta no meato médio. Na
orofaringe pode se observar gota purulenta pós-nasal.
Complicações: sinusite crônica, osteíte frontal, osteomielite, maxilar, celulite periorbitária, abscesso orbitário e
subperiosteal, meningite, trombose de seio cavernoso e sagital superior e abscesso epidural, empiema subdural.
Diagnóstico: clínico. 
Exames complementares: hemograma, cultura de secreção nasal, radiografia, TC, punção aspirativa, entre outros.
Tratamento geral: repouso, umidificação, analgésico e antitérmico.
Tratamento específico: antimicrobianos. Amoxicilina: é ainda a droga de primeira escolha25. Dose: 60-
80mg/kg/dia, VO, 8/8h, por 14-21 dias. Está indicada a substituição do atb se não houver atenuação das
manifestações em 72 horas. Casos graves devem ser hospitalizados e tratados com antibióticos intravenosos.
INFECÇÕES AGUDAS DAS
VIAS AÉREAS SUPERIORES
N A P E D I A T R I A
A L I N E C U S T Ó D I O S I L V A
P E D I A T R I A
M E D I C I N A
T U R M A 9
Faringoamigdalite aguda estreptocócica (FAE)
É uma infecção aguda da orofaringe, na maioria das vezes, produzida por um estreptococo beta-hemolítico, o
Streptococcus pyogenes do grupo A. Acompanha-se de manifestações sistêmicas. Acomete com maior frequência
crianças após os 5a, mas pode ocorrer em menores de 3a. Além das complicações supurativas provocadas
diretamente pela infecção, pode desencadear reações não supurativas tardias, como febre reumática (FR) e
glomerulonefrite difusa aguda (GNDA), conforme o tipo de cepa.
QC: início é +/- súbito, com febre alta, dor de garganta, prostração, cefaléia, calafrios, vômitos e dor abdominal. 
EF: na inspeção da orofaringe, há congestão intensa e aumento de amígdalas, com presença de exsudato purulento
e petéquias no palato. Ainda pode estar presente adenite cervical bilateral. A presença de exantema áspero,
macular e puntiforme, com sensação de “pele de galinha”, flexuras avermelhadas (sinal de Pastia) e palidez perioral
(sinal de Filatov) são características da escarlatina.
Complicações: abscesso de linfonodo cervical/periamigdaliano, febre reumática, glomerulonefrite estreptocócica.
Diagnóstico: o dgx de certeza de FAE é através do exame laboratorial de esfregaço da orofaringe. Entretanto,
durante o EF, ao encontrar congestão faríngea, ↑ significativo do volume amigdaliano (com ou sem exsudato),
linfonodomegalia cervical dolorosa e ausência de coriza está autorizado a realizar o diagnóstico presuntivo de FAE
e a dar prosseguimento à conduta adequada. 
Tratamento geral: repouso, hidratação, antitérmico e analgésico, irrigação da faringe com solução salina morna.
Tratamento específico: atbs encurtam a fase aguda e reduzem complicações. Os antibióticos de primeira escolha
são a penicilina G ou a amoxicilina. Drenagem cirúrgica ou punção aspirativa podem estar indicadas nos casos de
abscedação com flutuação de linfonodo cervical.
Laringite viral aguda
ITambém denominada de crupe viral, esta laringite é uma inflamação da porção subglótica da laringe, que ocorre
durante uma infecção por vírus respiratórios. A congestão e edema dessa região acarretam um grau variável de
obstrução da via aérea. Acomete com ↑ frequência lactentes e pré-escolares, com um pico de incidência aos 2a.
QC e EF: evolução pode ser um pouco lenta, com início do quadro com coriza, febrícula e tosse. Em 24-48h
acentua-se o comprometimento da região infraglótica, com obstrução de leve a grave e proporcional dificuldade
respiratória. A evolução natural é a persistência do quadro obstrutivo da via aérea por 2-3d e regressão no final de
5d. Em casos de obstrução + grave, surge estridor intenso, tiragem supra-esternal, batimentos de asa do nariz,
estridor expiratório e agitação. Nos casos extremos, além de intensa dispnéia e agitação, surgem palidez, cianose,
torpor, convulsões, apnéia e morte.
Diagnóstico diferencial: laringite espasmódica, epiglotite aguda, malformação congênita de via aérea, etc
Exames complementares: rx de cervical → a epiglote é normal e há diminuição da luz do segmento subglótico
(sinal da ponta do lápis). Corpo estranho só é percebido se for radiopaco.
Tratamento geral: em casos leves → alimentação leve, hidratação, manter ambiente calmo em casa. Em casos
graves → encaminhar para unidade de emergência pediátrica. Sintomas e sinais de gravidade que indicam
encaminhamento imediato para uma unidade de emergência e muito provável hospitalização: suspeita de
epiglotite, estridor progressivo, estridor importante em repouso, retrações torácicas, agitação, febre alta, toxemia,
palidez, cianose ou torpor. Estes dois últimos são sinais tardios de insuficiência respiratória. A idade entre 12 a 24
meses de vida está associada a uma maior taxa de casos graves.
Informações e instruções para os familiares: observar, durante a evolução, piora do estridor, das retrações
torácicas, agitação ou prostração, febre alta ou recusa de líquido. Nestes casos, comunicar-se com o pediatra ou
dirigir-se com a criança a uma unidade de emergência pediátrica.
A L I N E C U S T Ó D I O S I L V A
P E D I A T R I A
M E D I C I N A
T U R M A 9
Bronquiolite
Trata-se de uma infecção viral, que acomete a parte mais delicada do pulmão dos bebês (os bronquíolos). Essas
estruturas do organismo são a continuidade dos brônquios, que distribuem o ar para dentro dos pulmões. A
bronquiolite aguda é, na maior parte das vezes, causada pelos vírus respiratórios.O principal deles o Vírus Sincicial
Respiratório. Outros vírus também podem causar este quadro como: adenovírus, vírus parainfluenza, vírus
influenza, rinovírus entre outros.
QC: rinorréia abundante e tosse "apertada" associada com aceitação inadequada de alimentos (quatro a seis dias
após o início dos sintomas). A presença de febre varia de acordo com o patógeno, e lactentes com VSR estão
frequentemente febris no momento da consulta; naqueles com influenza ou parainfluenza a febre > 39ºC.
EF: taquipneia, hipóxia leve a moderada e sinais de desconforto ventilatório (batimento de aletas nasais e
retrações da musculatura ventilatória acessória). Ao exame, podem estar presentes tanto o chiado, crepitantes ou
roncos, expansão torácica diminuída (padrão ventilatório apical) e fase expiratória prolongada. Outros achados
observados são conjuntivites, otite média e rinite. Muitos apresentam o abdômen distendido devido à
hiperinsuflação dos pulmões. Lactentes frequentemente apresentam uma leve elevação do número de leucócitos,
embora o diferencial dos leucócitos seja normal. A hipóxia pode ser observada, e a retenção de CO2 pode ocorrer
nos casos graves.
Diagnóstico: o diagnóstico é feito pelo médico mediante auscultação dos pulmões.
Tratamento geral: hidratação e oxigenação, beta-2 agonistas (deve ser suspensa caso 60 minutos após a inalação
da droga não ocorra melhora ou ocorra piora clínica)
Prognóstico: a maioria das crianças com BA, independente da gravidade da doença, recuperam-se sem sequelas. O
curso natural desta doença varia entre sete a dez dias, mas algumas crianças permanecem doentes por semanas.

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