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Hobbes, Leviatã - perguntas e respostas, exercício/questionário

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QUESTIONÁRIO HOBBES, Thomas. Leviatã : Caps. XIII,XIV,XV,XVI, XVII, XVIII, 
XXI, XXVI e XXIX 
 
 
 
Cap. XIII - Da condição natural do gênero humano no que concerne à sua 
felicidade e a sua desgraça. 
1 – Como Hobbes descreve a igualdade natural dos homens. 
2 – O que ocorre quando os homens desejam a mesma coisa e não podem desfrutá-
la por igual? 
3 – O que provoca a situação de desconfiança mútua? 
4 – Os homens sentem prazer quando estão reunidos antes que um poder se imponha 
sobre eles? 
5 – Quais são as três causas principais de discórdia entre os homens? 
6 – O que ocorre quando não existe um poder comum capaz de manter os homens 
em respeito? 
7 – Quais são as condições que marcam a vida humana em um tempo de guerra? 
8 – Qual é a consequência dessa guerra entre homens? 
9 – Quais são as paixões que inclinam o homem a desejar a paz? 
 
Cap. XIV – Leis naturais e dos contratos 
1 – O que significa o direito da natureza? 
2 – O que é liberdade? 
3 – O que é lei da natureza? 
4 – O que é direito? 
5 – Qual é a lei fundamental da natureza? 
6 – Qual é a segunda lei que deriva da lei fundamental da natureza? 
7 – O que significa renunciar ao direito? 
8 – O que significa transferir direito? 
9 – O que o homem considera ao transferir ou renunciar um direito? 
10 – Quais são os direitos que o homem não renuncia ou transfere? 
11 – O que é o contrato? 
12 – O que é pacto ou convenção? 
13 – O que é doação ou dádiva? 
14 – O que ocorre com um pacto através do qual ninguém cumpre prontamente a sua 
parte? 
15 – Apenas as palavras são suficientes paro o cumprimento de um contrato? 
16 – Como Hobbes explica a transferência do direito e, consequentemente, a 
transferência dos meios para usufruí-lo? 
17 – Podemos fazer pactos com os animais ou com Deus? 
18 – O que é fazer um pacto? 
19 – Como podem os homens libertarem-se dos pactos efetuados? 
20 – Os pactos são obrigatórios? 
21 – Sendo a força das palavras muito fraca para obrigar os homens a cumprirem os 
pactos, como podemos fazer para que eles sejam cumpridos? 
 
Cap. XV – De outras leis da natureza 
1 – Qual é a terceira lei da natureza? 
2 – O que é injustiça? 
3 – Qual é a definição comum de justiça? 
4 – Qual é a definição de justiça proposta por Hobbes? 
5 – Como Hobbes distingue o justo e o injusto atribuídos ao homem e referentes às 
ações humanas? 
6 – Como divide-se a justiça das ações? 
7 – Qual é a quarta lei da natureza? 
8 – Qual é a quinta lei da natureza? 
9 – Qual é a sexta lei da natureza? 
10 – Qual é a oitava lei da natureza? 
11 – Qual é a nona lei da natureza? 
12 – Qual é a décima lei da natureza? 
13 – O que é equidade? 
14 – Qual a décima primeira lei da natureza? 
15 – Qual é a décima segunda lei da natureza? 
16 – Qual é a décima terceira lei da natureza? 
17 – O que ditam as leis da natureza? 
18 – Como obrigam as leis da natureza? 
19 – Qual é a única e verdadeira ciência moral? 
20 – É correta, na percepção de Hobbes a designação leis da natureza? 
 
Cap. XVI – Das pessoas, autores e coisas personificadas 
1 – O que é pessoa? 
2 – O que é pessoa natural? 
3 – O que é uma pessoa artificial? 
4 – Qual a relação entre pessoa e autor? 
5 – Qual a distinção entre autor e ator? 
6 – O que é autoridade? 
7 – Qual a relação entre autor e pacto? 
8 – Qual a relação entre o ator, a lei da natureza e o pacto? 
9 – O pacto obriga o autor ou ator? 
10 – Quem não pode ser autor? 
11 – Quando uma multidão se converte em uma só pessoa? 
12 – Como é considerada a voz da maioria? 
 
Cap. XVII – Das causas, geração e definição de um estado 
1 – Qual é o fim ou desígnio dos homens? 
2 – Por que os pactos não passam de palavras sem força? 
3 – O que ocorrerá se não for instituído um poder comum para garantir a segurança 
dos homens? 
4 – Por que a humanidade não vive em harmonia social como o fazem outros animais? 
5 – Qual é o único caminho possível para instituir um poder comum? 
6 – O que é consentimento? 
7 – O que cada homem diria a cada homem em um pacto? 
8 – O que é o estado? 
9 – O que é o soberano? 
10 – O que é o súdito? 
11 – Como pode ser adquirido o poder soberano? 
12 – O que é um estado por aquisição e um estado por instituição? 
 
Cap. XVIII – Dos direitos do soberano por instituição 
1 – Quando um Estado é considerado instituído? 
2 – Como são conferidos os direitos e faculdades daqueles que detém o poder 
soberano? 
3 – O que os homens são em relação aos atos do soberano? 
4 – Os súditos podem depor o soberano? 
5 – Os súditos podem se libertar da sujeição em relação ao poder soberano? 
6 – Os súditos que discordam podem rejeitar o soberano? 
7 – Podemos considerar injúria os atos do soberano? 
8 – Aquele que detém o poder soberano pode ser punido 
9 – Qual é a finalidade da soberania? 
10 – O que é competência da soberania? 
11 – Como Hobbes descreve o poder de prescrever regras concedido à soberania? 
12 – O que é o direito à judicatura? 
13 – O que é o direito de fazer a guerra? 
14 – Por que compete à soberania a indicação de todos os conselheiros, ministros e 
magistrados? 
15 – O que é o direito de punir concedido ao soberano/ 
16 – O que são as leis de honra? 
17 – De que espécie é a autoridade atribuída ao soberano? 
18 – Porque o poder de todos é o mesmo que o poder do soberano? 
19 – A condição do súdito é uma condição miserável? 
 
Cap. XXI – Da liberdade dos súditos 
1 – Qual é o significado – em sentido próprio da palavra liberdade? 
2 – O que é um homem livre? 
3 – Temor e liberdade são compatíveis? 
4 – Liberdade e necessidade são compatíveis? 
5 – Qual a relação das leis civis com a liberdade? 
6 – De onde as leis retiram o seu poder? 
7 – Em que consiste a liberdade dos súditos? 
8 – Qual é a liberdade do Estado? 
9 – Quais são os direitos transferidos na ocasião da criação de um Estado? 
10 – Quando o súdito tem a liberdade de desobedecer? 
11 – O consentimento que o súdito ao poder soberano implica em restrição da sua 
liberdade natural? 
12 – O homem é livre para resistir à força do estado? 
13 – Até onde vai a obrigação dos súditos para com o soberano? 
14 – Qual é a finalidade da obediência? 
15 – A soberania está sujeita à morte? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cap. XIII - Da condição natural do 
gênero humano no que concerne à 
sua felicidade e a sua desgraça. 
 
 
 
1 – Como Hobbes descreve a 
igualdade natural dos homens. 
Hobbes afirma que natureza fez os 
homens iguais, quanto às faculdades 
do corpo e do espírito, ou seja, a 
igualdade se refere tanto a força física 
quanto a sagacidade/inteligência. 
Somos igualmente livres e racionais; 
nada é mais igual que o ser humano 
apesar das visíveis diferenças, afinal 
até mesmo o mais débil dos homens 
pode matar o mais poderoso rei. 
2 – O que ocorre quando os homens 
desejam a mesma coisa e não 
podem desfrutá-la por igual? 
O desejo é o motor do homem. Os 
objetos de desejo podem variar 
conforme o indivíduo, contudo, ao 
desejar o mesmo objeto e não poder 
desfrutá-lo, os homens se tornam 
inimigos. Os homens, uma vez 
inimigos, tentarão destruir ou subjugar 
uns aos outros. 
3 – O que provoca a situação de 
desconfiança mútua? 
O conflito gerado pelo desejo comum 
faz com que os homens temam uns aos 
outros. Essa desconfiança, 
acompanhada da antecipação, é 
utilizada como forma de autoproteção. 
4 – Os homens sentem prazer 
quando estão reunidos antes que um 
poder se imponha sobre eles? 
Não. O estado de natureza, ou seja, a 
situação do homem na ausência do 
Estado, é conflituoso. Os homens 
tinham um enorme desprazer na 
companhia uns dos outros, pois cada 
um espera ser valorizado pelo outro 
conforme sua autoestima, e ao ser 
subestimado, busca arrancar uma 
maior atribuição de valor causando 
danos aos demais. 
5 – Quais são as três causas 
principais de discórdia entre os 
homens? 
As trêsprincipais causas da discórdia 
entre os homens são a competição, a 
desconfiança e a glória. Todas as 
causas levam os homens a atacarem 
uns aos outros: a competição visando o 
lucro, a desconfiança visando a 
segurança e a glória visando a 
reputação. 
6 – O que ocorre quando não existe 
um poder comum capaz de manter 
os homens em respeito? 
Na ausência de um poder comum que 
garanta o respeito entre os homens, 
esses são condicionados à situação de 
guerra. A guerra não necessariamente 
consiste em batalha, podendo ser 
apenas a vontade conhecida de lutar. 
Hobbes compara a condição de guerra 
ao mau tempo, que não é apenas uma 
chuva, mas sim a tendência para 
chover que dura vários dias. 
7 – Quais são as condições que 
marcam a vida humana em um 
tempo de guerra? 
No tempo de guerra, não há lugar à 
indústria, a cultiva de terra, a 
navegação, em decorrência da 
incerteza de produção. Não existem 
construções confortáveis, nem maneira 
de desenvolver a intelectualidade, as 
artes, as letras, nem mesmo a 
sociedade em si. A vida do homem se 
torna solitária, pobre, sórdida, bruta, 
curta. 
8 – Qual é a consequência dessa 
guerra entre homens? 
A consequência é que nada por ser 
injusto. Não existem noções de 
bem/mal e de justo/injusto. Se não há 
poder comum, não há lei; se não há lei, 
não há injustiça. Não há propriedade ou 
domínio. A vida do homem é miserável. 
9 – Quais são as paixões que 
inclinam o homem a desejar a paz? 
As paixões que levam os homens a 
desejar a paz são o medo da morte, o 
desejo das coisas boas e a esperança 
de alcançá-las através do trabalho. 
 
Cap. XIV – Leis naturais e dos 
contratos 
 
1 – O que significa o direito da 
natureza? 
O direito da natureza, também chamado 
de jus naturale, consiste na liberdade do 
homem para usar seu poder da maneira 
que bem entender, conforme seu próprio 
julgamento e razão apontarem, para 
preservar sua vida. 
2 – O que é liberdade? 
A liberdade é a ausência de impedimentos 
externos, ou seja, não há obstáculo à 
vontade humana. 
3 – O que é lei da natureza? 
Uma lei da natureza é uma regra geral 
estabelecida pela razão, que impede o 
homem de fazer tudo o que possa destruir 
sua vida ou privá-lo dos meios para 
conservá-la. 
4 – O que é direito? 
O direito é a liberdade de fazer ou omitir. 
5 – Qual é a lei fundamental da 
natureza? 
A lei fundamental da natureza é procurar a 
paz e segui-la. 
6 – Qual é a segunda lei que deriva da 
lei fundamental da natureza? 
A segunda lei da natureza, derivada da 
primeira, ordena que os homens, 
reciprocamente, concordem em nome da 
paz e da defesa de si, abdicar do direito 
sobre todas as coisas, permitindo a si a 
mesma liberdade que permite aos outros. 
7 – O que significa renunciar ao direito? 
Renunciar ao direito é privar-se da 
liberdade de negar ao outro o benefício de 
seu próprio direito à mesma coisa, ou seja, 
abandonar um direito, transferindo-o a 
outro, sem se importar a quem se 
destinará o benefício. 
8 – O que significa transferir direito? 
Transferir direito é renunciar um direito de 
maneira voluntária, visando beneficiar 
determinada(s) pessoa(s), para também 
ser beneficiado. 
9 – O que o homem considera ao 
transferir ou renunciar um direito? 
O homem, ao transferir ou renunciar um 
direito, considera seu próprio benefício, 
seja em forma de retribuir um direito que 
lhe foi previamente transferido ou qualquer 
outro bem para si. Esses são atos 
voluntários, e todo ato voluntário tem como 
objetivo o benefício próprio. 
10 – Quais são os direitos que o homem 
não renuncia ou transfere? 
O homem não renuncia ou transfere os 
seguintes direitos: à resistir a quem o 
ataque pela força para tirar-lhe a vida, à 
integridade física e à liberdade, pois não 
há benefício a partir da 
renúncia/transferência desses direitos. 
11 – O que é o contrato? 
O contrato é a transferência mútua de 
direitos. 
12 – O que é pacto ou convenção? 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
O pacto é um contrato baseado na boa-fé, 
ou seja, um contrato não imediato, no qual 
o cumprimento se dará posteriormente e a 
garantia é apenas a palavra das partes. 
13 – O que é doação ou dádiva? 
A dádiva se trata da transferência não 
mútua de direitos. Nela apenas uma das 
partes transfere, na esperança de 
conquistar a amizade ou serviços de um 
outro; buscando adquirir reputação de 
caridade ou ainda tentando ser 
recompensado no céu. 
14 – O que ocorre com um pacto através 
do qual ninguém cumpre prontamente a 
sua parte? 
Quando um pacto é feito e ninguém 
cumpre sua parte imediatamente, a 
mínima suspeita tornará o pacto nulo. 
15 – Apenas as palavras são suficientes 
paro o cumprimento de um contrato? 
Não. As palavras não são suficientes para 
o cumprimento do pacto, pois quando 
comparadas às paixões dos homens são 
fracas. O que garante o cumprimento do 
pacto é o poder coercitivo. 
16 – Como Hobbes explica a 
transferência do direito e, 
consequentemente, a transferência dos 
meios para usufruí-lo? 
A transferência do direito implica na 
transferência dos meios de gozá-lo, na 
medida em que esses estejam em seu 
poder. Hobbes exemplifica essa premissa 
com a transferência de uma terra: junto 
com a terra, a vegetação e tudo aquilo que 
cresce nela são transferidos em conjunto. 
17 – Podemos fazer pactos com os 
animais ou com Deus? 
Não. Os animais não compreendem nossa 
linguagem, logo não podem entender, 
aceitar ou transferir qualquer direito, o 
pacto demanda mútua aceitação. Já os 
pactos com Deus, deixam a incerteza se o 
pacto foi aceito ou não. 
18 – O que é fazer um pacto? 
O pacto é um ato de vontade, de 
deliberação. 
19 – Como podem os homens 
libertarem-se dos pactos efetuados? 
Os homens podem ser liberados de seus 
pactos de duas formas: cumprindo-os ou 
sendo perdoados. O cumprimento é o fim 
natural da obrigação, enquanto o perdão é 
a restituição da liberdade, pela 
retransferência do direito que estava 
vinculado ao pacto. 
20 – Os pactos são obrigatórios? 
Sim, os pactos aceitos por medo, na 
condição de simples natureza, são 
obrigatórios. 
21 – Sendo a força das palavras muito 
fraca para obrigar os homens a 
cumprirem os pactos, como podemos 
fazer para que eles sejam cumpridos? 
Dois são os fatores que reforçam o 
cumprimento dos pactos: o medo das 
consequências do não cumprimento ou o 
orgulho de aparentar não cumprir com sua 
palavra. 
 
Cap. XV – De outras leis da natureza 
1 – Qual é a terceira lei da natureza? 
A terceira lei da natureza afirma que os 
homens devem cumprir os pactos que 
celebrarem. Sem ela, os pactos perderiam 
seu valor, não passando de palavras 
vazias. 
2 – O que é injustiça? 
A injustiça consiste no não cumprimento 
do pacto. 
3 – Qual é a definição comum de 
justiça? 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
A justiça é a vontade constante de dar a 
cada um o que é seu. Tudo aquilo que não 
é injusto é justo. 
4 – Qual é a definição de justiça 
proposta por Hobbes? 
A origem da justiça é a celebração do 
pacto. A justiça é o cumprimento dos 
pactos válidos, tendo em vista que a 
validade dos pactos só existe quando há 
um poder civil que obrigue os homens a 
cumprirem os pactos. Desse modo: sem 
Estado, sem justiça ou injustiça. 
5 – Como Hobbes distingue o justo e o 
injusto atribuídos ao homem e 
referentes às ações humanas? 
As ideias de justo e injusto têm significado 
variável: quando atribuídas aos homens 
indicam a conformidade ou a 
incompatibilidade entre os costumes e a 
razão; quando atribuídas às ações indicam 
a conformidade ou a incompatibilidade 
com a razão, não dos costumes, mas de 
ações determinadas. 
6 – Como divide-se a justiça das ações? 
A justiça das ações é dividida entre 
comutativa, própria dos pactos, implica a 
renúncia recíproca do direito sobre todas 
ascoisas; e distributiva, própria do Estado, 
logo surge depois do contrato, estabelece 
o que é meu e o que é teu, proveniente de 
um árbitro (soberano). 
7 – Qual é a quarta lei da natureza? 
A quarta lei da natureza afirma que quem 
recebeu benefício de outro homem, por 
simples graça, se esforce para que o 
doador não venha a ter motivo razoável 
para arrepender-se de sua boa vontade. 
8 – Qual é a quinta lei da natureza? 
A quinta lei da natureza é a complacência, 
ou seja, que cada um se esforce para 
acomodar-se com os outros. 
9 – Qual é a sexta lei da natureza? 
A sexta lei da natureza coloca que como 
garantia do tempo futuro se perdoem as 
ofensas passadas, àqueles que se 
arrependam e o desejem. 
10 – Qual é a oitava lei da natureza? 
A oitava lei da natureza diz: que nenhum 
homem, por meiode palavras ou atos, 
demonstre ódio ou desprezo pelo outro. 
11 – Qual é a nona lei da natureza? 
A nona lei da natureza é que cada homem 
reconheça os outros como seus iguais por 
natureza, a falta a este preceito é 
denominada orgulho. 
12 – Qual é a décima lei da natureza? 
A décima lei da natureza afirma que ao 
iniciarem-se as condições de paz ninguém 
pretenda reservar para si qualquer direito 
que não aceite seja também reservado 
para qualquer dos outros. Aquele que 
respeita essa lei é considerado modesto, e 
arrogante o que a desrespeita. 
13 – O que é equidade? 
A equidade consiste na distribuição 
equitativa a cada homem, distribuir a cada 
um o que lhe é devido, uma distribuição 
justa. Pode também ser chamada de 
justiça distributiva. 
14 – Qual a décima primeira lei da 
natureza? 
A décima primeira lei coloca que as coisas 
que não podem ser divididas sejam 
gozadas em comum, se assim puder ser; 
e, se a quantidade da coisa o permitir, sem 
limite; caso contrário, proporcionalmente 
ao número daqueles que a ela têm direito. 
15 – Qual é a décima segunda lei da 
natureza? 
A décima segunda lei propõe que a todos 
aqueles que servem de mediadores para a 
paz seja concedido salvo-conduto. 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
16 – Qual é a décima terceira lei da 
natureza? 
A décima terceira lei aponta que aqueles 
entre os quais há controvérsia submetam 
seu direito ao julgamento de um árbitro. 
17 – O que ditam as leis da natureza? 
As leis da natureza, ou seja, as normas da 
paz colocadas pela razão colocam os 
meios de conversação das multidões 
humanas. Elas podem ser sintetizadas na 
seguinte premissa: faz aos outros aquilo 
que gostarias que te fizessem. 
18 – Como obrigam as leis da natureza? 
As leis de natureza obrigam in foro interno, 
ou seja, impõem o desejo de que sejam 
cumpridas; mas in foro externo, isto é, 
impondo um desejo de pô-las em prática, 
nem sempre obrigam. 
19 – Qual é a única e verdadeira ciência 
moral? 
A única e verdadeira ciência moral é a 
ciência das leis naturais, aquela que 
preserva o homem em sociedade, 
proibindo o homem de fazer aquilo que 
possa destruir sua vida ou se afastar do 
que é necessário para preservá-la. 
20 – É correta, na percepção de Hobbes 
a designação leis da natureza? 
Não. As “leis da natureza” são apenas 
conclusões relativas ao que conduz à 
conversação da paz. Já a lei é a palavra 
colocada, por direito, por aquele que 
possui poder de mando sobre os demais. 
 
Cap. XVI – Das pessoas, autores e 
coisas personificadas 
1 – O que é pessoa? 
Uma pessoa é aquela cujas palavras ou 
ações são consideradas suas próprias, ou 
ainda cujas palavras e ações representam 
as de outro homem ou as de algum outro. 
2 – O que é pessoa natural? 
A pessoa natural é aquela cujas palavras e 
ações são consideradas próprias. 
3 – O que é uma pessoa artificial? 
A pessoa artificial é aquela cujas palavras 
e ações representam as de outro. 
4 – Qual a relação entre pessoa e autor? 
O autor é a pessoa cujas palavras e ações 
são próprias, ou seja, a pessoa natural, 
logo o autor age com autoridade. 
5 – Qual a distinção entre autor e ator? 
O autor corresponde à pessoa natural, tem 
suas próprias palavras e ações, age por 
autoridade. O ator corresponde à pessoa 
artificial, que representa as palavras e 
ações dos outros, age por autorização. 
6 – O que é autoridade? 
Autoridade significa o direito de fazer 
qualquer ação. 
7 – Qual a relação entre autor e pacto? 
Ninguém é obrigado por um pacto do qual 
não é autor, nem consequentemente por 
um pacto feito contra ou à margem da 
autoridade que ele mesmo conferiu, ou 
seja, o autor apenas responderá as 
obrigações do pacto feito por ele ou com 
seu consentimento. Quando o ator faz um 
pacto por autoridade, obriga através disso 
o autor, e não menos do que se este 
mesmo o fizesse, nem fica menos sujeito a 
todas as conseqüências do mesmo. 
8 – Qual a relação entre o ator, a lei da 
natureza e o pacto? 
Quando o ator faz qualquer coisa contra a 
lei de natureza por ordem do autor, se pelo 
pacto anterior for obrigado a obedecer-lhe, 
não é ele e sim o autor que viola a lei de 
natureza. Pois a ação, embora seja contra 
a lei de natureza, não é sua; pelo contrário, 
recusar-se a praticá-la é contra a lei de 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
natureza, que obriga a cumprir os 
contratos. 
9 – O pacto obriga o autor ou ator? 
O pacto obriga o autor. 
10 – Quem não pode ser autor? 
Os débeis naturais, as crianças, os loucos, 
os animais e as coisas, afinal não estão 
desfrutando da razão. 
11 – Quando uma multidão se converte 
em uma só pessoa? 
Uma multidão de homens é transformada 
em uma pessoa quando é representada 
por um só homem ou pessoa, de maneira 
a que tal seja feito com o consentimento de 
cada um dos que constituem essa 
multidão. 
12 – Como é considerada a voz da 
maioria? 
Se o representante for constituído por 
muitos homens, a voz da maioria deverá 
ser considerada como a voz de todos eles. 
Cap. XVII – Das causas, geração e 
definição de um estado 
1 – Qual é o fim ou desígnio dos 
homens? 
O fim último ou desígnio dos homens (que 
amam naturalmente a liberdade e o 
domínio sobre os outros), ao introduzir 
aquela restrição sobre si mesmos sob a 
qual os vemos viver nos Estados, é o 
cuidado com sua própria conservação e 
com uma vida mais satisfeita. 
2 – Por que os pactos não passam de 
palavras sem força? 
Pois seus vínculos são demasiado fracos 
para refrear a ambição, a avareza, a cólera 
e outras paixões dos homens, se não 
houver o medo de algum poder coercitivo. 
3 – O que ocorrerá se não for instituído 
um poder comum para garantir a 
segurança dos homens? 
Se não for instituído um poder 
suficientemente grande para nossa 
segurança, cada um confiará, e poderá 
legitimamente confiar, apenas em sua 
própria força e capacidade, como proteção 
contra todos os outros. 
4 – Por que a humanidade não vive em 
harmonia social como o fazem outros 
animais? 
A humanidade não vive em harmonia 
social como os demais animais devido às 
seguintes diferenças: 
Os homens estão constantemente 
envolvidos numa competição pela honra e 
pela dignidade, o que não ocorre no caso 
dos animais. Desse modo os homens 
estão sujeitos à inveja, ao ódio e à guerra, 
ao passo que entre aquelas criaturas tal 
não acontece. 
Entre os animais não há diferença entre o 
bem comum e o bem individual e, dado 
que por natureza tendem para o bem 
individual, acabam por promover o bem 
comum. O homem, por sua vez, só 
encontra felicidade na comparação com os 
outros homens, e só pode tirar prazer do 
que é eminente. 
 O uso da razão é outro ponto a ser 
considerado, os animais não veem nem 
julgam ver qualquer erro na administração 
de sua existência comum, ao passo que 
entre os homens são em grande número 
os que se julgam mais sábios, e mais 
capacitados que os outros para o exercício 
do poder público. Do mesmo modo, os 
animais carecem da arte das palavras 
mediantea qual alguns homens são 
capazes de apresentar aos outros o que é 
bom sob a aparência do mal, e o que é 
mau sob a aparência do bem; ou então 
aumentando ou diminuindo a importância 
visível do bem ou do mal, semeando o 
descontentamento entre os homens e 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
perturbando a seu bel-prazer a paz em que 
os outros vivem. 
Como seres irracionais, os animais são 
incapazes de distinguir entre injúria e 
dano, e consequentemente basta que 
estejam satisfeitas para nunca se 
ofenderem com seus semelhantes. Ao 
passo que o homem é tanto mais 
implicativo quanto mais satisfeito se sente, 
pois é neste caso que tende mais para 
exibir sua sabedoria e para controlar as 
ações dos que governam o Estado. Por 
último, o acordo vigente entre essas 
criaturas é natural, ao passo que o dos 
homens surge apenas através de um 
pacto, isto é, artificialmente. 
5 – Qual é o único caminho possível 
para instituir um poder comum? 
A única maneira de instituir um poder 
comum é designar um homem ou uma 
assembleia de homens como 
representante de suas pessoas, 
considerando-se e reconhecendo-se cada 
um como autor de todos os atos que 
aquele que representa sua pessoa praticar 
ou levar a praticar, em tudo o que disser 
respeito à paz e segurança comuns; todos 
submetendo assim suas vontades à 
vontade do representante, e suas decisões 
a sua decisão. 
6 – O que é consentimento? 
Consentimento é uma unidade de todas as 
vontades. 
7 – O que cada homem diria a cada 
homem em um pacto? 
“Cedo e transfiro meu direito de governar-
me a mim mesmo a este homem, ou a esta 
assembléia de homens, com a condição de 
transferires a ele teu direito, autorizando 
de maneira semelhante todas as suas 
ações”. 
8 – O que é o estado? 
O Estado é a multidão unida numa só 
pessoa. É esta a geração daquele grande 
Leviatã, ao qual devemos, nossa paz e 
defesa, pois graças a autoridade que lhe é 
dada por cada indivíduo no Estado, é-lhe 
conferido o uso de tamanho poder e força 
que o terror assim inspirado o torna capaz 
de conformar as vontades de todos eles, 
no sentido da paz em seu próprio país, e 
ela ajuda mútua contra os inimigos 
estrangeiros. 
9 – O que é o soberano? 
O soberano é uma pessoa de cujos atos 
uma grande multidão, mediante pactos 
recíprocos uns com os outros, foi instituída 
por cada um como autora, de modo a ela 
poder usar a força e os recursos de todos, 
da maneira que considerar conveniente, 
para assegurara paz e a defesa comum. 
10 – O que é o súdito? 
Os súditos são todas as demais pessoas 
de um Estado, que não o soberano. 
11 – Como pode ser adquirido o poder 
soberano? 
O poder soberano pode ser adquirido de 
duas maneiras: a sarça natural, como por 
exemplo, quando um homem obriga seus 
filhos a submeterem-se e a submeterem 
seus próprios filhos a sua autoridade, na 
medida em que é capaz de destruí-los em 
caso de recusa; a outra é quando os 
homens concordam entre si em 
submeterem-se a um homem, ou a uma 
assembléia de homens, voluntariamente, 
com a esperança de serem protegidos por 
ele contra todos os outros. 
12 – O que é um estado por aquisição e 
um estado por instituição? 
O Estado por aquisição é aquele adquirido 
através da sarça natural. Já o Estado por 
instituição, também chamado de Estado 
Político, é aquele em que os homens 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
reciprocamente se submetem ao soberano 
para garantir sua segurança. 
 
Cap. XVIII – Dos direitos do soberano 
por instituição 
1 – Quando um Estado é considerado 
instituído? 
Diz-se que um Estado foi instituído quando 
uma multidão de homens concorda e 
pactua, cada um com cada um dos outros, 
que a qualquer homem ou assembleia de 
homens a quem seja atribuído pela maioria 
o direito de representar a pessoa de todos 
eles (ou seja, de ser seu representante ), 
todos sem exceção, tanto os que votaram 
a favor dele como os que votaram contra 
ele, deverão autorizar todos os atos e 
decisões desse homem ou assembleia de 
homens, tal como se fossem seus próprios 
atos e decisões, a fim de viverem em paz 
uns com os outro e serem protegidos dos 
restantes homens. 
2 – Como são conferidos os direitos e 
faculdades daqueles que detém o poder 
soberano? 
É da instituição do Estado que derivam 
todos os direitos e faculdades daquele ou 
daqueles a quem o poder soberano é 
conferido mediante o consentimento do 
povo reunido. 
3 – O que os homens são em relação 
aos atos do soberano? 
Cada homem perante cada homem, são 
obrigados a reconhecer e a ser 
considerados autores de tudo quanto 
aquele que já é seu soberano fizer e 
considerar bom fazer 
4 – Os súditos podem depor o 
soberano? 
Não. Os súditos, que criaram o poder do 
ator (soberano), não podem destituí-lo, 
pois isso seria quebrar o pacto, o que 
conduz a injustiça 
5 – Os súditos podem se libertar da 
sujeição em relação ao poder 
soberano? 
Não. Dado que o direito de representar a 
pessoa de todos é conferido ao que é 
tornado soberano mediante um pacto 
celebrado apenas entre cada um e cada 
um, e não entre o soberano e cada um dos 
outros, não pode haver quebra do pacto da 
parte do soberano, portanto nenhum dos 
súditos pode libertar-se da sujeição, sob 
qualquer pretexto de infração. 
6 – Os súditos que discordam podem 
rejeitar o soberano? 
Não. Os que tiverem discordado devem 
passar a consentir juntamente com os 
restantes. Ou seja, devem aceitar 
reconhecer todos os atos que ele venha a 
praticar, ou então serem justamente 
destruídos pelos restantes. 
7 – Podemos considerar injúria os atos 
do soberano? 
Não. Dado que todo súdito é por instituição 
autor de todos os atos e decisões do 
soberano instituído, segue-se que nada do 
que este faça pode ser considerado injúria 
para com qualquer de seus súditos, e que 
nenhum deles pode acusá-lo de injustiça. 
8 – Aquele que detém o poder soberano 
pode ser punido? 
Não. Rejeitar, destituir, punir, discordar do 
soberano é praticá-lo a si mesmo. 
9 – Qual é a finalidade da soberania? 
A finalidade da soberania é garantir a paz 
e a defesa de todos. 
10 – O que é competência da 
soberania? 
Compete à soberania ser juiz de quais as 
opiniões e doutrinas que são contrárias à 
paz, e quais as que lhe são propícias. E 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
também em que ocasiões, até que ponto e 
o que se deve conceder àqueles que falam 
a multidões de pessoas, e de quem deve 
examinar as doutrinas de todos os livros 
antes de serem publicados, além da 
escolha de todos os conselheiros, 
ministros, magistrados e funcionários, 
tanto na paz como na guerra. 
11 – Como Hobbes descreve o poder de 
prescrever regras concedido à 
soberania? 
Hobbes afirma que o poder de prescrever 
as regras é exclusivo da soberania. 
Através das regras, todo homem pode 
saber quais os bens de que pode usufruir, 
e quais ações que pode praticar, sem ser 
molestado por qualquer de seus 
concidadãos: é a isto que os homens 
chamam propriedade. Antes da instituição 
do poder soberano e da formulação das 
regras, todos os homens tinham direito 
todas as coisas, o que necessariamente 
provocava a guerra. 
12 – O que é o direito à judicatura? 
A judicatura é o direito de ouvir e julgar 
todos os conflitos que possam surgir com 
respeito às leis, tanto civis quanto naturais, 
ou com respeito aos fatos. Nela, o juiz 
deverá examinar se o pedido de cada uma 
das partes é compatível com a equidade e 
a razão natural, sendo, portanto, sua 
sentença uma interpretação da lei de 
natureza, interpretação essa que não é 
autêntica por ser sua sentença pessoal, 
mas por ser dada pela autoridade do 
soberano, mediante a qual ela se torna 
uma sentença do soberano, que então se 
torna lei para as partes em litígio. 
13 – O que é o direito de fazer a guerra? 
O direito de fazer a guerra pertenceao 
soberano. Consiste em poder decidir 
quando a guerra corresponde ao bem 
comum, e qual a quantidade de forças que 
devem ser reunidas, oradas e pagas para 
esse fim, e de levantar dinheiro entre os 
súditos, a fim de pagar suas despesas. 
14 – Por que compete à soberania a 
indicação de todos os conselheiros, 
ministros e magistrados? 
A escolha de todos os conselheiros, 
ministros, magistrados e funcionários 
compete ao soberano, pois como ele está 
encarregado dos fins, que são a paz e a 
defesa comuns, entende-se que ele possui 
o poder de optar pelos meios que 
considerar mais adequados para seu 
propósito. 
15 – O que é o direito de punir 
concedido ao soberano? 
O soberano possui o direito de punir com 
castigos corporais ou pecuniários, ou com 
a ignomínia, a qualquer súdito, de acordo 
com a lei que previamente estabeleceu. 
Caso não haja lei estabelecida, de acordo 
com o que considerar mais capaz de 
conduzir ao serviço do Estado, ou de 
desestimular a prática de desserviços ao 
mesmo. 
16 – O que são as leis de honra? 
Estabelecimento de um valor atribuído aos 
homens que bem serviram, ou que são 
capazes de bem servir ao Estado. 
17 – De que espécie é a autoridade 
atribuída ao soberano? 
A grande autoridade é indivisível, e 
inseparavelmente atribuída ao soberano. 
18 – Porque o poder de todos é o 
mesmo que o poder do soberano? 
Se por todos juntos os entendem como 
uma pessoa (pessoa da qual o soberano é 
portador), nesse caso o poder de todos 
juntos é o mesmo que o poder do 
soberano. 
19 – A condição do súdito é uma 
condição miserável? 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
Não. Apesar de comumente tida como 
verídica, essa premissa é falsa, pois o 
poder pode ser suficientemente perfeito 
para proteger os súditos, e qualquer 
incômodo que por ventura aconteça é 
irrelevante se comparado com a condição 
de guerra ou a condição dissoluta de 
homens sem o poder soberano. 
 
Cap. XXI – Da liberdade dos súditos 
1 – Qual é o significado – em sentido 
próprio da palavra liberdade? 
Liberdade significa a ausência de 
oposição, ou seja, a ausência de 
impedimentos externos do movimento. 
2 – O que é um homem livre? 
Um homem livre é aquele que, naquelas 
coisas que graças a sua força e engenho é 
capaz de fazer, não é impedido de fazer o 
que tem vontade de fazer. 
3 – Temor e liberdade são compatíveis? 
Sim, o medo e a liberdade são 
compatíveis. Hobbes usa do seguinte 
exemplo para elucidar essa questão: 
alguém atira seus bens ao mar com medo 
de fazer afundar seu barco, e apesar disso 
o faz por vontade própria, podendo recusar 
fazê-lo se quiser, tratando-se, portanto, da 
ação de alguém que é livre. 
4 – Liberdade e necessidade são 
compatíveis? 
Sim, a liberdade e a necessidade são 
compatíveis. Hobbes usa do seguinte 
exemplo para elucidar essa questão: as 
ações que os homens voluntariamente 
praticam, dado que derivam de sua 
vontade, derivam da liberdade; ao mesmo 
tempo em que, dado que os atos da 
vontade de todo homem, assim como todo 
desejo e inclinação, derivam de alguma 
causa, e essa de outra causa, numa 
cadeia contínua, elas derivam também da 
necessidade. 
5 – Qual a relação das leis civis com a 
liberdade? 
Dado que em nenhum Estado do mundo 
foram estabelecidas regras suficientes 
para regular todas as ações e palavras dos 
homens (o que é impossível), segue-se 
que em todas as ações não previstas pelas 
leis os homens têm a liberdade de fazer o 
que a razão de cada um sugerir, como o 
mais favorável a seu interesse 
6 – De onde as leis retiram o seu poder? 
Da espada soberana, pois os homens 
ignoram que as leis não têm poder algum 
para protegê-los, se não houver uma 
espada nas mãos de um homem, ou 
homens, encarregados de pôr as leis em 
execução 
7 – Em que consiste a liberdade dos 
súditos? 
A liberdade dos súditos está apenas 
naquelas coisas que, ao regular suas 
ações, o soberano permitiu. 
8 – Qual é a liberdade do Estado? 
O Estado tem absoluta liberdade de fazer 
tudo o que considerar (isto é, aquilo que o 
homem ou assembleia que os representa 
considerar) mais favorável a seus 
interesses. É a liberdade que se encontra 
em referências nas obras de história e 
filosofia dos antigos gregos e romanos, 
assim como nos escritos e discursos dos 
que deles receberam todo o seu saber em 
matéria de política, a mesma que todo 
homem deveria ter, se não houvesse leis 
civis nem qualquer espécie de Estado. 
9 – Quais são os direitos transferidos na 
ocasião da criação de um Estado? 
Do ato de submissão fazem parte tanto 
nossa obrigação quanto nossa liberdade. 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
FERNANDA CAUS PRADO 
 
10 – Quando o súdito tem a liberdade de 
desobedecer? 
O súdito pode desobedecer se o soberano 
emitir ordem que se oponha a preservação 
da vida, como ordenar que se mate, se fira 
ou se mutile a si mesmo, ou que se 
abstenha de usar os alimentos, ou 
qualquer outra coisa sem a qual não 
poderá viver. O súdito também pode 
desobedecer quando for obrigado a 
incriminar-se. 
11 – O consentimento que o súdito ao 
poder soberano implica em restrição da 
sua liberdade natural? 
Não. O consentimento de um súdito ao 
poder soberano está contido nas palavras 
eu autorizo, ou assumo como minhas, 
todas as suas ações, nas quais não há 
qualquer espécie de restrição a sua antiga 
liberdade natural, mesmo porque o 
consentimento não fere os princípios da lei 
da natureza. 
12 – O homem é livre para resistir à 
força do estado? 
Não. Ninguém tem a liberdade de resistir à 
espada do Estado, em defesa de outrem, 
seja culpado ou inocente. Porque essa 
liberdade priva a soberania dos meios para 
proteger-nos, sendo, portanto, destrutiva 
da própria essência do Estado. 
13 – Até onde vai a obrigação dos 
súditos para com o soberano? 
A obrigação dos súditos para com o 
soberano dura apenas enquanto durar 
também o poder mediante o qual ele é 
capaz de protegê-los pois o direito que por 
natureza os homens têm de defender-se a 
si mesmos não pode ser abandonado 
através de pacto algum. 
14 – Qual é a finalidade da obediência? 
A finalidade da obediência é a proteção, e 
independentemente de onde for que um 
homem a veja, seja em sua própria espada 
ou na de outro, a natureza manda que a 
ela obedeça e se esforce por conservá-la 
15 – A soberania está sujeita à morte? 
Embora a soberania seja imortal na 
intenção daqueles que a criaram, ela não 
apenas se encontra, por sua própria 
natureza, sujeita à morte violenta através 
da guerra exterior, mas encerra também 
em si mesma, devido à ignorância e às 
paixões dos homens, e a partir da 
própria instituição, grande número de 
sementes de mortalidade natural, através 
da discórdia intestina.

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