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Relatório SAMAE

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ESCOLA DO MAR CIÊNCIA E TECNOLOGIA
 DAIANI BASTOS ARAÚJO
KIMBERLI VILHAS VOAS IZIDORIO
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA À SAMAE- 
JARAGUÁ DO SUL (SC)
 
 
 
ITAJAÍ, SC
ABRIL 2019
INTRODUÇÃO
Um dos fatores essenciais para um país ser classificado como desenvolvido é a existência de saneamento adequado. A falta de saneamento básico afeta diretamente áreas de preservação, trabalho, turismo, educação e cidadania (CONTERATO et al., 2018). Segundo o Instituto Trata Brasil (2015, apud CONTERATO et al., 2018), de toda a água tratada para a distribuição, cerca de 40% se perde antes de chegar ao consumidor, isso demonstra o descaso com o meio ambiente, pois a água é retirada de mananciais, é tratada e com as perdas, desperdiçada, antes mesmo de ser utilizada. O turismo é afetado devido a degradação ambiental que ocorre em locais onde não há saneamento, fator que afugenta os turistas. Através do investimento no setor de saneamento, há geração de renda que movimenta os setores da economia, como construção civil e comércio. E se tratando de saúde, o investimento em saneamento gera economia, pois reduz as internações consequentes principalmente de doenças de origem ou transmissão hídrica. 
A qualidade da água varia de acordo com a origem da mesma, as condições climáticas, geográficas, geológicas da área e a composição e ocupação do solo. Devido a sua condição de solvente natural, não existe água quimicamente pura na natureza, pois a mesma adquire impurezas ao longo de sua precipitação e escoamento, essas impurezas influenciam no grau de tratamento necessário conforme a destinação de uso da água, que podem ser diversos como para o abastecimento humano, dessedentação animal, irrigação, navegação, lazer, entre outros. O abastecimento humano é o uso que requer o nível mais elevado de qualidade, pois para tal uso, a água deve ser considerada potável, por tanto, inofensiva a saúde, agradável aos sentidos e adequada ao uso doméstico. Sendo assim, a água para abastecimento humano deve se enquadrar nos padrões de potabilidade, respeitando os limites de tolerância das substâncias presentes na mesma, de forma que garanta as características de água potável. Por tanto, a água deve passar por tratamentos adequados antes de ser disponibilizada à população (CONTERATO et al., 2018).
Segundo Richter (2015, apud CONTERATO et al., 2018), foi na Escócia que surgiu o tratamento de água para abastecimento público, através da construção de filtros lentos, já no Brasil, o tratamento iniciou em Campos, Rio de janeiro, em 1880, com a primeira instalação com filtros rápidos, atualmente o Brasil possui algumas das maiores estações de tratamento de água do mundo.
O serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE) de Jaraguá do Sul, é uma autarquia que deu início a suas atividades no dia 28 de maio de 1968, com o objetivo de operar, manter, conservar e explorar os serviços de água potável e esgotamento sanitário no município, atualmente o SAMAE atende a aproximadamente 100% da população, com redes de distribuição de água que totalizam aproximadamente 800 km. A nova estação de tratamento de água, já está em funcionamento e fica situada na Rua Erwino Menegotti, com capacidade para tratar mil litros por segundo, a estação atende mais de 70% da população urbana e garantirá o abastecimento nos próximos 25 anos. Além destas há também, da mesma autarquia, uma estação de tratamento localizada no bairro Garibaldi (ETA Sul), com capacidade para tratar 160 litros/segundo; e outros cincos sistemas independentes instalados no município, estes abastecem as regiões mais elevadas da cidade, devido a topografia e ocupação histórica da mesma (SAMAE, 2019). 
Além de água e esgoto, a SAMAE também faz a coleta dos resíduos sólidos, estes são cotados na fatura junto com os outros serviços. A companhia desenvolve alguns programas sociais e ambientais, dentre os principais está a revitalização da vegetação ciliar do Rio Itapocú.
Na realização da visita técnica a SAMAE de Jaraguá do Sul, foi possível observar os processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem, dentro de uma ETA vistos em aula na disciplina de sistema de tratamento. Entender esses processos é de suma importância para um futuro profissional da área de Engenharia Ambiental e Sanitária, para que o mesmo seja capaz de participar da tomadas de decisões de projetos, e gerir estações de tratamento de água de forma sustentável e eficiente.
VISITA TÉCNICA A SAMAE DE JARAGUÁ DO SUL
No dia 06 de Abril de 2019, realizamos uma visita a nova estação de tratamento de água da SAMAE de Jaraguá do Sul - SC, juntamente com a Professora Tânia Denise Predelli, da disciplina de Sistema de Tratamento, e acompanhados pelo Técnico de Operação João Paulo, que no auditório, nos deu um breve resumo da história e da estrutura da autarquia municipal, pudemos observar como funcionam os processos e atividades dentro de uma ETA. 
Atualmente a SAMAE conta com 856 km de rede de água e 563 km de rede de esgoto, possui 25 reservatórios e atende a 154 ordens de serviço por dia, dessas cerca de 26 são por vazamentos, realizam também em média 422 revisões de consumo. O índice de cobertura de água é de 99,8%, acima do índice do país que é de 93% e do estado , 97,1%. Nas áreas rurais não há viabilidade para instalação de redes de esgoto, por esse motivo, nesses locais os moradores fazem uso da fossa filtro, porém as mesmas são responsabilidade da SAMAE, que é responsável também pelos sistemas, central com capacidade de 1000 L/s, sul com capacidade de 160 L/s, e pelos sistemas independentes com capacidade de 65 L/s. A nova estação tem capacidade de 1000L/s, possui 4 conjuntos motor bombas (100 CV), cada um equivale a 5 carros 1.0.
Das antigas ETAs, uma será demolida (ETA 3), outra deu espaço a um museu (ETA 1), e na ETA 2 será feito o tratamento do Lodo gerado na nova ETA, que custou cerca de 42 milhões, possui sistema de tratamento do lodo, através da separação do mesmo, depois de separado e tratado o lodo é enviado para um aterro em Joinville. Atualmente a SAMAE conta com 200 funcionários, e as obras realizadas são terceirizadas.
Em 2014 devido às inundações causadas pelo transbordo do Rio Itapocú, foi necessário realizar a limpeza e desinfecção de todos setores da ETA.
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ETA
Captação de água bruta: A captação na nova ETA é feita no Rio Itapocu que passa por Jaraguá do Sul e nasce em Corupá, na junção rio Novo com o rio Humboldt, no município de Jaraguá do Sul é desenvolvido pela SAMAE o programa de revitalização da mata ciliar, com o intuito de melhorar a qualidade da água e consequentemente a redução de custos para tratamento, porém para ser mais eficiente outros municípios deveriam aderi-lo, visto que o rio nasce no município vizinho e ainda passa por outros municípios. A captação é feita através de balsas, existe no local uma plataforma de manutenção, e já foi aberto processo de licitação de outra balsa para atender a demanda, porém inicialmente ela ficará de reserva. 99% da estação é automatizada, e 1% se deve a dosagem de cloro, a mesma opera até o momento com uma vazão de 400 L/s.
Bombeamento: Duas bombas operam através de rodízio. Se a válvula for fechada ou a bomba operar a 83 hertz, o mangote estoura, por este motivo as bombas devem ser ligadas e desligadas juntas mesmo que seja apenas para o funcionamento de uma, e essa deve operar a no máximo 53 hertz. O cano principal e as suas ramificações não ficam enterrados como em outras ETAs. Os macro medidores foram instalados um na entrada e outro após saída. 
Foto 1. Sistema de captação e bombeamento de água bruta no rio Itapocu - Jaraguá do Sul (SC). Fonte: As autoras
Pré- Sedimentador: a água passa pelo tubulação (Foto 2) onde é medida a vazão e é elevada pela tubulação ao pré-sedimentador (Foto 3), onde toda água bruta que chega da captação passa por este, durante este processo as partículas maiores são sedimentadas.
	
Foto 2: Elevação da água ao sedimentador e medidorda vazão. Fonte: As Autoras.
	
Foto 3: Pré- sedimentador para retenção de partículas maiores. Fonte: As Autoras.
Coagulação: na coagulação é feita a adição do PAC (Policloreto de Alumínio), e assim há agitação para que as partículas sólidas se misturem a este, sendo que é de grande importância a adição da concentração correta do mesmo, pois se for adicionado muito ou pouco, pode interferir na formação dos flocos.	Neste processo é adicionado também o carvão ativado para retirar o odor da água a cal para regular o pH. A Calha Parshal (Foto 4) além de medidor de vazão, promove um fluxo turbulento para facilitar a dispersão dos componentes da água assim como para formar os flocos.
 
Foto 4: Calha Parshal para misturar os componentes químicos na água. Fonte: As Autoras.
Floculação: a água é transportada para o compartimento em que é feita a floculação da água através de um floculador mecânico (Foto 5), e pela mistura lenta da água com o polímero torna a mistura homogênea, dessa forma as partículas sólidas do procedimento anterior se transformam em flocos maiores, estes tendem a se depositar no fundo do tanque e para que isso não ocorra, as palhetas que fazem a mistura raspam constantemente o fundo e depositam esse lodo em um compartimento, a descarga para limpeza é feita a cada 48 horas.Para que seja adicionada a quantidade correta do polímero é realizado o Jar- Test em laboratório. 
Foto 5: Tanque utilizados na floculação da água. Fonte: As Autoras.
Decantação: na decantação (Foto 6) a água da mistura lenta são encaminhadas debaixo do tanque para a parte superior para que as partículas em suspensão, entrem em atrito com a lona onde são captados e os flocos tornam-se sedimentáveis e assim acumulam-se no fundo do tanque. O fluxo no decantador é de cima para baixo, e as telas que auxiliam na decantação ficam posicionadas com 45º de inclinação e a 1 metro do fundo, quando necessário é dada uma descarga geral para realizar a limpeza das telas com mangueira de pressão, é importante depois da limpeza ligar o decantador com água decantada para não acumular flocos.
Foto 6: Processo de decantação da água. Fonte: As Autoras. 
Filtração: na fase de filtração (Foto 6) a água é transportada para tanques com fundo falso onde possuem geralmente na base pedras (seixo rolado) em diferentes diâmetros, uma camada de areia, e na camada superficial há o carvão. É usado para reter pequenas impurezas que eventualmente permaneceram na água. Os filtro possuem o processo de retrolavagem que é feita frequentemente, visando a limpeza do filtro. No caso de parada do decantador deve - se fechar a válvula de filtração. Os filtros devem ficar cheios mesmo que estejam fora de operação. Após a filtração a água tratada segue para o tanque de contato, passa pelo recalque e vai para a rede de distribuição.
Foto 6: Filtros para retirar eventuais impurezas que não foram retiradas nas fases anteriores. Fonte: As Autoras.
Desinfecção e Fluoretação: para a eliminação de microorganismos patogênicos é adicionado o cloro gás que ficam estocados em cilindros na sala de cloração (Foto 7), e além deste é adicionado o flúor que é usado na promoção da prevenção de cáries (Foto 8), 96% da água tratada tem adição de flúor, o restante é água de cachoeira. O ortopolifosfato é utilizado para deixar água cristalina assim como prevenir incrustações na encanação.
	
Foto 7. Armazenagem do cloro-gás. Fonte: As Autoras.
	
Foto 8: Armazenagem do flúor e ortopolifosfato
Lodo: a antiga ETA 2 deu lugar ao tratamento do lodo que é feito pelo sistema de desaguamento mecânico, e após é encaminhado a um aterro em Joinville.
Foto 9: Sistema de desaguamento mecânico da água. Fonte: As Autoras.
PARTICULARIDADES DA ETA
A ETA da SAMAE foi inaugurada recentemente e apresenta um tratamento bastante otimizado, sendo aqui destacadas algumas peculiaridades.
Sala de Operação: os processos são controlados todos por um programa que permite a visualização da fase em que se encontra o tratamento e algumas informações importantes, como qual bomba está em funcionamento, e o momento de fazer a retrolavagem dos tanques, sendo todos automatizados, e assim facilitando a operação. 
Foto 10: A ETA possui todos os comandos automatizados. Fonte: As Autoras.
Tubulação: outro detalhe interessante da ETA é que a tubulação é superficial (Foto 11), o que permite que seja visível qualquer problema de perdas que ocorra no transporte da água.
Foto 11: Tubulação da ETA na superfície. Fonte: As Autoras.
CONCLUSÃO
Conclui- se que a nova ETA da SAMAE em Jaraguá do Sul, pode e deve servir de modelo para outras estações de tratamento de água, pois inovou em vários processos, como por exemplo, na automatização de 99% da estação, na sala de controle com a visualização virtual de todos os processos e etapas, na instalação da tubulação dentro da ETA na superfície, e no tratamento do Lodo, onde uma das ETAs desativadas deu lugar ao tratamento do Lodo, e a disposição do mesmo é feita em um aterro sanitário, diferente de outras estações, onde o lodo acaba voltando para o rio. E que além do alto investimento, é necessária uma boa gestão para que haja eficiência e sustentabilidade nos processos de tratamento de água.
REFERÊNCIAS
CONTERATO, E.; STEIN, R. T.; ESPARTEL, L.; ELTZ, M. K. F. Saneamento. [revisão técnica: Vanessa de Souza Machado]. Disponível em: https://viewer.bibliotecaa.binpar.com/viewer/9788595024779-½ Acesso em: 13 de Abril de 2019.
SAMAE JARAGUÁ DO SUL. Histórico. Disponível em: http://www.samaejs.com.br/O-Samae Acesso em: 13 de Abril de 2019.
STREICH, Kenia Regina et al. TRATAMENTO DE ÁGUA EM JARAGUÁ DO SUL. Revista Técnico Científica do IFSC, v. 1, n. 5, p. 218, 2013.

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