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Disciplina: Profª Drª Michelle Dias Bublitz Ponto 1. Ponto 2. PE Conceito Direito do Trabalho: é o ramo da ciência jurídica, composto por regras e princípios, que, sistematicamente ordenados, regulam as relação de trabalho subordinado, mantidas entre empregado e empregador. → Considerando que trabalho é uma expressão genérica que abrange toda e qualquer forma de ação física ou mental praticada por uma pessoa física à outrem; podemos afirmar que nem todo trabalho será considerado para fins de regulamentação pelo Direito do Trabalho. → Existem diversas formas de trabalho, sendo certo que somente uma dessas compõe o objeto do Direito do Trabalho e é por ele regulada. Trata-se da relação de trabalho subordinado, que tem características específicas que a diferenciam das demais e que estudaremos mais adiante. Por tanto, o objeto do Direito do Trabalho é a relação de trabalho subordinado, também denominada relação de emprego. → Os sujeitos desta relação são: o empregado e o empregador, que se relacionam não só no âmbito individual, como também de forma coletiva, por intermédio de grupos organizados (categorias) e dos seus órgãos de representação (Sindicatos). → O fundamento do Direito do Trabalho é a proteção do empregado, parte sócio economicamente mais fraca da relação jurídica. Atividade Estágio (Lei nº 11.788/2008) Serviço voluntário, benevolente, gratuito Ação humana Trabalho Autônomo (arts. 593-609, CC), eventual *, avulso * Trabalho subordinado =Emprego * O trabalhador eventual é aquele que exerce suas atividades de forma esporádica, descontínua, fortuita. Presta trabalhos de curta duração para vários tomadores, sem habitualidade ou continuidade. Relação bilateral. * Avulso é aquele que presta trabalhos esporádicos, de curta duração e a diversos tomadores, sem se fixar a qualquer um deles, realizando, por tal razão, uma espécie de trabalho eventual. No entanto, o trabalho avulso é prestado por intermediação de entidade específica, o que faz com que a relação seja necessariamente triangular, envolvendo o fornecedor de mão de obra (entidade intermediária), o trabalhador avulso e o tomador do serviço. Lei nº 12.023/2009. Como forma de complementar os estudos, sugiro que façam a leitura do CAPÍTULO 1. Parte I – PARTE GERAL. ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. (Coleção esquematizado®) Fontes de Direito do Trabalho: Materiais: são nossos fatos sociais, econômicos, políticos, históricos, culturais (que dão origem as normas) FONTES Formais Autônomas: elaborada pelos próprios interessados (normas) Heterônomas: elaboradas por terceiros, alheios à relação → As fontes formais autônomas são, exemplificativamente: ▪ contratos de trabalho; ▪ normas coletivas (ACT / CCT); ▪ regulamento interno de empresa. → As fontes formais heterônomas, como normas jurídicas elaboradas por terceiros, alheios à relação jurídica regulada, são, exemplificativamente: ▪ as normas jurídicas de origem estatal, entre as quais se destacam: a Constituição Federal, as leis, os atos administrativos; ▪ a jurisprudência, formada pelas decisões reiteradas do Tribunal Superior do Trabalho (TST), consubstanciadas por meio das Súmulas, das Orientações Jurisprudenciais, dos Precedentes Normativos; ▪ e a sentença arbitral, como norma jurídica decorrente da solução de conflitos coletivos de trabalho. Como forma de complementar os estudos, sugiro que façam a leitura do CAPÍTULO 3. CAPÍTULO 4. Parte I – PARTE GERAL. ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. (Coleção esquematizado®) Esquematicamente: Esquematicamente: → Acerca da hierarquia das fontes no Direito do Trabalho, vejamos art. 8º e art. 620, ambos CLT: Art. 8º, CLT As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público. § 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) § 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 620, CLT. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) → Também, cabe fazer leitura dos art. 611-A e art. 611-B, ambos CLT (negociado versus legislado) (art. 7º, inc. XXVI, CF), devendo-se observar a limitação imposta pelo art. 619, CLT. → No âmbito do Direito do Trabalho considera-se que a hierarquia de normas não é revestida da mesma rigidez, como ocorre no Direito Civil, por exemplo, uma vez que a fonte superior pode ser superada pela inferior, desde que esta seja mais benéfica ao empregado, ou seja, não há uma distribuição estática entre as normas jurídicas, de tal forma que a norma mais favorável ao empregado, ou a que lhe garantisse condição mais benéfica, prevalece sobre as demais Princípios de Direito do Trabalho: 1) Princípio da proteção: Esse princípio parte da premissa de que o Direito do Trabalho destina-se proteção da parte hipossuficiente, que, na relação de emprego é o empregado. Ora, estando o empregado e o empregador em posição de clara desigualdade, já que esse último é quem detém o capital e controla a atividade econômica exercida, deve a aplicação da norma considerar essa fragilidade do obreiro. O empregado possui sua vontade restringida, pois, por ser economicamente mais fraco, não possui o mesmo nível de autonomia que o tomador do trabalho, sendo, inclusive, subordinado este. Não possui o obreiro, normalmente, a mesma possibilidade de negociar as regras que regerão seu trabalho; para alguns doutrinadores o contrato de trabalho equipara-se ao contrato de adesão no Direito do Consumidor. O Princípio da Proteção subdivide-se em 3 subprincípios, segundo Américo Plá Rodrigues * (contudo, a doutrina moderna encara-os como princípios autônomos): 1.1 Princípio in dubio pro operário (in dubio pro misero) 1.2 Princípio da norma mais favorável ao trabalhador: se houver diversas normas sobre o mesmo tema, deve-se aplicar aquela mais favorável ao trabalhador 1.3 Princípio da preservação da condição mais benéfica ou inalterabilidade contratual lesiva (art. 468, CLT): estabelecida uma determinada vantagem/condição para o trabalhador na formação ou no curso do contrato de trabalho, as alterações posteriores apenas podem ocorrer validamente, como regra, se mais benéficas ao obreiro. * (In. Princípios de direito do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2000) 2) Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas: Esse princípio envolve, como regra, a impossibilidade de renúncia de direitos trabalhistas e a impossibilidade de transação em detrimento do empregado. A premissa considera a restrição da vontade do obreiro, o qual, por sua condição de hipossuficiente, poderia acabar sendo coagido a negociar direitos trabalhistas e, para preservar seu emprego ou sua função, abriria mão de direitos assegurados por lei. Além disso, o princípio considera que as normas de proteção criadas pelolegislador não podem, em geral, ser afastadas. Esse caráter cogente (obrigatório) das normas trabalhistas impediria que o trabalhador tivesse sua gama de direitos diminuída e reforça a indisponibilidade de seus direitos. Exceção: na presença de Juiz na audiência. 3) Princípio da imperatividade das normas trabalhistas: As normas trabalhistas, em virtude da proteção ao hipossuficiente a que elas visam, são imperativas e cogentes, quer dizer, infestáveis. Isso significa que as partes não podem, em regra, negociar o afastamento das normas. Se o fizerem, haverá nulidade do ato, conforme preconiza art. 9º c/c art. 444, ambos CLT. Art. 9º, CLT. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. 4) Princípio da continuidade da relação de emprego: Esse princípio orienta o operador do Direito no sentido de que se deve buscar, ao aplicar os institutos e solucionar os problemas, a manutenção do vínculo de emprego, até mesmo porque, além de que ser fonte de subsistência do empregado (salário possui natureza jurídica alimentar), o emprego é a relação de trabalho mais protetiva que existe no ordenamento brasileiro, até mesmo pelo princípio do valor social do trabalho, previsto no art. 1º, inc. IV c/c art. 6º c/c art. 170, caput e inc. VIII, CF. Exemplos: a) fixação de ônus da prova e presunção da rescisão ser imotivada: Súmula 212 do TST. DESPEDIMENTO. O ̂NUS DA PROVA (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da ccontinuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. b) manutenção do vínculo em caso de sucessão trabalhista com continuidade na prestação de serviços pelo obreiro Art. 448, CLT. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. 5) Princípio da primazia da realidade: Segundo esse princípio, prevalece a realidade dos fatos sobre atos formalizados (documentos). Logo, mesmo que um documento ou instrumento aponte em um determinado sentido, vale o que realmente aconteceu. A verdade prevalece sobre o formal. Exemplo: se na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do obreiro consta registrado o salário de R$1.045,00 (um mil reais, quarenta e cinco centavos), mas, na realidade, mensalmente, o empregador paga R$2.000,00 (dois mil reais), então prevalece este último. Isso permite-nos compreender, com perfeição, a lógica da Súmula 12 do TST: Súmula 12 do TST. CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram presunção “juris et de jure”, mas apenas “juris tantum”. Também, Súmula 338 do TST: Súmula nº 338 do TST. JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI- 1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não- apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003) 6) Princípio da dignidade da pessoa (humana) (art. 1º, inc. III, CF) SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2001, p. 60. https://www.youtube.com/watch?v=TJsmpazAsMo Como forma de complementar os estudos, sugiro que façam a leitura do CAPÍTULO 2. Parte I – PARTE GERAL. ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. (Coleção esquematizado®) https://www.youtube.com/watch?v=TJsmpazAsMo CONTATOS: Profª Michelle Dias Bublitz email: michelle.bublitz@uniritter.edu.br Michelle Bublitz michelle.bublitz Ficou com alguma dúvida?
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