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LOGÍSTICA GLOBAL E SUA IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA

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LOGÍSTICA GLOBAL E SUA IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA: O
CASO DE UMA INDÚSTRA METAL-MECÂNICA
Simone Regina Didonet
Cláudia Carrano Almeida
Alceu Oliveira Lopes
Leandro Simões Lara
Ramaswami Ramaswami
Universidade Federal de Santa Maria
e-mail: sdidonet@terra.com.br, davidv@fatecnet.ufsm.br,
alceu@kepler.ind.br, larals@zaz.com.br, ramas@ct.ufsm.br
ABSTRACT
The global logistics has an objective to provide products, materials or services at the
consumer’s place in any part of the world with maximum efficiency, speed, quality at competitive
costs. Nowadays an efficient logistics system is essential to meet the challenging competitivity.
To achieve this objective the logistics system has been undergoing revolutionary development
to help the supply chain distribution management. At an increasing rate the big companies are
installing different manufacturing centers or distribution points in different parts of the world to
reduce high transportation cost or to provide ready stock to supply or help efficient production
without disruption.
KEY WORDS: Global Logistics – Competitivity – Distribution Chain Management.
RESUMO
A logística global tem como meta garantir a disponibilidade de produtos e materiais nos
mercados e pontos de consumo, em qualquer parte do globo, com a máxima eficiência, rapidez,
qualidade e custos controlados. Hoje considera-se a logística indispensável para se conseguir
economias significativas e reforçar a competitividade.
Para atingir essa meta, a logística vem se desenvolvendo em ritmo mais acelerado para fazer
frente à demanda de administrar e coordenar cadeias de suprimento e distribuição cada vez mais
complexas.
Cada vez mais empresas estão buscando estratégias logísticas globais, com instalação de
manufatura, montagem e distribuição localizadas em diferentes países, com a necessidade de
considerar modos alternativos de transporte e com acompanhamento dos estoques para assegurar
níveis adequados de serviços e produção eficiente em todo processo produtivo.
PALAVRAS CHAVES: Logística Global, Competitividade, Gestão da Cadeia de Distribuição
INTRODUÇÃO
As transformações no cenário econômico brasileiro e mundial nos últimos anos vêm causando
grandes e profundas alterações no ambiente das organizações. As constantes fusões, aquisições,
alianças estratégicas, determinaram ambientes altamente competitivos, com consumidores cada vez
mais exigentes.
Há a necessidade de reformular conceitos e agregar valor ao produto para que se tenha
condições de competir e satisfazer as necessidades dos clientes. Para que a organização sobreviva e
tenha condições de superar a concorrência, é fundamental o uso de estratégias diferenciadas.
Nesse sentido, a logística ganha um novo enfoque e está assumindo posição de destaque nas
estratégias competitivas das organizações preocupadas em garantir sua posição no mercado . A área de
atuação da logística não está mais limitada à distribuição; o que se busca hoje, é a integração de todos
os setores internos da organização, bem como dos setores externos, o que se traduz em nível de
serviço adequado ao cliente final.
De acordo com CHRISTOPHER (1997), “as empresas que serão líderes de mercado no futuro
serão aquelas que procurarão e atingirão os picos gêmeos da excelência: conseguirão tanto a liderança
de custos como a liderança de serviços.”
Diante deste novo ambiente, quais são os desafios da logística global para as organizações
inseridas na globalização?
A evolução da logística
A palavra logística é de origem francesa – do verbo loger, que significa alojar – e teve sua
origem na Segunda Guerra Mundial, quando estava relacionada à movimentação e coordenação de
tropas, armamentos e munições para os locais necessários. Agia na retaguarda, um setor estratégico,
cuja finalidade consistia em fazer o planejamento militar, que compunha o estudo do adversário -
pontos fortes e vulneráveis -, a definição das frentes de batalha, movimentação e deslocamento de
tropas e equipamentos e programação das equipes de apoio.
Depois, a adaptação desta idéia nas organizações, trouxe um novo conceito: “a arte de
administrar o fluxo de materiais e produtos, da fonte para o usuário.” (MAGEE, 1977); ou ainda, como
define BALLOU (1995):
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de
rentabilidade os serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através do
planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação que
visam facilitar o fluxo de produtos.
Já CHRISTOPHER (1997), tem um conceito mais amplo, ou até mais estratégico de logística.
Para ele, “a logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e
armazenamento de materiais, peças e produtos acabados (e o fluxo de informações correlatas) através
da organização e seus canais de marketing de modo a poder maximizar a lucratividade presente e
futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.”
Por outro lado, SLACK et al (1996), considera que a logística dá mais ênfase à distribuição
física, tratando a manufatura como uma “caixa preta” e separa a manufatura da gestão de materiais por
considerar que a gestão de materiais não se concentra na distribuição física dos produtos finais, mas
sim no planejamento e controle dos processos internos à empresa.
Seja qual for o conceito mais adequado, o fato é que a logística está se tornando um diferencial
competitivo, aliado a conceitos modernos de gestão. Para PORTER (1992), “a logística tanto interna
quanto externa é vital para a vantagem competitiva, juntamente com as operações, o marketing e
vendas e com os serviços.”
Os desafios da logística global
O conceito de empresa global passa, necessariamente, pelo entendimento de que ela domina
muitos mercados hoje.
Pode-se identificar que estas empresas procuram reduzir custos através da economia de escala
na compra e na produção e através de operações concentradas de fabricação e ou montagem.
Por outro lado, enquanto a lógica da globalização pode ser determinante do sucesso, deve-se
reconhecer os desafios que ela impõe. Em primeiro lugar, sabe-se que os mercados são heterogêneos e
exigem adaptação local em muitas categorias de produtos. Em segundo lugar, há a necessidade de um
alto nível de coordenação do fluxo logístico, sob pena da complexa logística das cadeias globais
acarretar custos mais elevados.
Desta forma, situar logística no mercado global e organizá-la, juntamente com a cadeia de
suprimentos é, segundo CHRISTOPHER (1997), um fator crítico de sucesso.
Ainda de acordo com CHRISTOPHER (1997), o gerenciamento de uma rede de fluxos e
informações globais, além de ser mais complexo, envolve algumas considerações adicionais. As
decisões de produzir em unidades locais ou centralizar a produção, o gerenciamento do serviço ao
cliente, o gerenciamento das informações logísticas e a terceirização de operações são aspectos
fundamentais no processo de globalização. Obviamente, a ênfase dada a estes aspectos pode variar em
função do mercado a ser atingido e das características das indústrias. De maneira geral, as decisões de
localizar unidades produtivas em determinados lugares são influenciadas diretamente por alterações na
demanda de bens e serviços e pelas mudanças na oferta de insumos para a operação. Para SLACK et al
(1996), “localização é a posição geográfica de uma operação relativamente aos recursos, a outras
operações ou clientes com os quais interage.”
Quanto ao gerenciamento do serviço ao cliente, para CHRISTOPHER (1997), “envolve a
monitorização das necessidades de serviço e de desempenho e se estende para todo o processo de
execução do pedido – desde o recebimento até a entrega do produto”. Frente a esta constatação, vê-se
a necessidade do gerenciamento local, dentro das regras globais, tendo em vista as características e
necessidades específicas dos mercados locais.O gerenciamento das informações logísticas, por sua vez, exige uma visibilidade ampla, isto é,
da cadeia total. É necessário enxergar por meio da rede de fornecimento, dos clientes finais e
compreender a demanda real para que o sistema não dependa dos estoques. Um fluxo de informações
adequado, coordena as operações (fluxos complexos de materiais, peças, subconjuntos e produtos
acabados) para a obtenção de um serviço a baixo custo.
Por outro lado, a terceirização é uma tendência nas transações internacionais, tanto nos
materiais e componentes, como nos serviços que antes eram fornecidos dentro da própria organização.
Com preocupação maior na cadeia de valor onde obtém vantagem – os núcleos de competência do
negócio, a empresa tende a adquirir o restante externamente. Esta tendência fica mais evidente na
logística, onde o serviço de transporte, armazenagem e controle de estoque são cada vez mais sub-
contratado de especialistas ou parceiros logísticos.
Logística global como vantagem competitiva
Como fator de sucesso, sem levar em consideração o tamanho e as metas de uma empresa, a
logística global está assumindo, cada vez mais, uma posição de destaque no pensamento e na ação
estratégica.
Agora, devido aos desenvolvimentos da tecnologia da informação durante a última década e às
necessidades de satisfazer as demandas cada vez maiores dos clientes em todo o mundo, a logística
tornou-se reconhecida como uma área de grande oportunidade. Em determinados setores, notadamente
na distribuição e no varejo, as empresas não podem ignorar a importância da logística em relação à
lucratividade. É imperativo fornecer serviço ao cliente e que não seja superado por ninguém; satisfazer
totalmente as necessidades de escolha do produto, entrega em tempo e disponibilidade de estoques a
um preço competitivo. Não somente a lucratividade, mas a sobrevivência da empresa depende destas
questões.
“A fonte da vantagem competitiva é encontrada, primeiramente, na capacidade de a
organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar, pela sua
capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com lucro maior”. (CHRISTOPHER, 1997)
Partindo desta afirmação e analisando o âmbito da logística nas organizações, pode-se dizer
que a logística constitui-se numa vantagem competitiva, já que está presente no sistema total da
organização. Através do gerenciamento logístico é possível satisfazer a necessidade dos clientes, pois
há a coordenação dos fluxos de materiais e informações que vão do mercado até a empresa, suas
operações e, posteriormente, para seus fornecedores.
O desenvolvimento da logística na empresa Kepler Weber
A Kepler Weber foi fundada em 1925 por um pequeno grupo de empreendedores pioneiros,
habitantes do núcleo colonial de Neu-Württemberg, hoje cidade de Panambi, município localizado no
coração do principal pólo agrícola do estado, a 380 km de Porto Alegre, RS. Daqueles dias até hoje, a
empresa desenvolveu inúmeras atividades e passou por várias transformações.
Sua administração caracterizou-se, através dos anos, pela busca constante de novas
tecnologias e pelo desenvolvimento de métodos e processos fabris inovadores, tornando sua trajetória
empresarial sinônimo de confiabilidade e fazendo com que atingisse a condição de líder de mercado
em equipamentos para armazenagem de grãos.
Em 1996, teve seu controle acionário adquirido pelas instituições: PREVI – Caixa de
Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil; AERUS – Instituto Aerus de Seguridade Social;
SERPROS – Instituto Serpro de Seguridade Social; BBDTVM – BB Distribuidora e Títulos e Valores
Mobiliários e BB FIF LEVERAGE.
A Kepler Weber atua nos seguintes segmentos:
9 Armazenagem de Cereais: silos, máquinas de limpeza, secadores, tulhas, elevadores,
correias transportadoras, roscas transportadoras, transportadores de corrente, entre
outros;
9 Instalações Industriais: maltarias, cervejarias, instalações portuárias, transporte
industrial de graneis;
9 Indústria de alimentos: fábricas de alimentos balanceados para uso animal, máquinas
para armazenagem e movimentação de farinhas e farelos;
9 Peças e Serviços: comercialização de peças originais da Kepler Weber, assistência
técnica, distribuição de produtos de terceiros.
Atualmente possui cerca de 1300 funcionários, em sua maioria concentrados na cidade de
Panambi, onde o parque fabril possui cerca de 45.000mð de área construída; e ainda distribuídos nas
cidades de Porto Alegre, São Paulo, Bauru, Cascavel, Campo Grande, Cuiabá e Goiânia.
Desde o começo da década de 70, a Kepler Weber domina o mercado da América Latina, em
sua área de atuação. Nos últimos dez anos, tem se voltado cada vez mais para o mercado externo,
tendo como diferencial competitivo o desenvolvimento tecnológico e o atendimento às necessidades
específicas de cada cliente, criando projetos a partir das condições e características de cada empresa.
Em agosto de 1997, recebeu a certificação ISO 9001, o que fortaleceu sua posição frente às
exigências do mercado mundial.
Hoje a Kepler Weber vem desenvolvendo intensa atuação no mercado externo, o que se
comprova pela presença na maioria dos países latino-americanos, da América Central, África, Oriente
Médio e Ásia. Instalações completas para armazenagem de cereais, maltarias, cervejarias, unidades
portuárias, fábricas de rações e equipamentos para armazenagem de farinhas são entregues montadas e
em funcionamento, pelo regime “turn-key”. A assistência técnica é viabilizada através de uma rede de
representantes credenciados ou joint-ventures, de acordo com as características de cada mercado. Para
agilizar as operações de seus clientes, ainda presta serviços de desenvolvimento e agilização de linhas
de crédito, tanto no Brasil quanto no exterior.
O desenvolvimento tecnológico é uma das principais missões da empresa. No segmento
Armazenagem de Cereais, um de seus principais produtos, tem apenas um único concorrente a nível
mundial, uma empresa espanhola.
Analisando a Kepler Weber sob um enfoque logístico, pode-se perceber seu esforço em
desenvolver um sistema logístico adequado e que faça frente aos mercados globais. De modo a dar
suporte a sua penetração no mercado externo houve uma reorganização e, hoje, o departamento de
logística é quem coordena os setores de planejamento, programação, suprimento, expedição e
almoxarifado. Este departamento foi criado com o objetivo de sistematizar o processo de
gerenciamento dos recursos de manufatura, ou seja, após a entrada de um pedido na empresa, é
fundamental que se planeje com precisão os prazos de entrega aos clientes, a compra dos insumos com
qualidade, menor custo e prazo programado - uma vez que a empresa trabalha com a metodologia just
in time, e ainda, que as ordens de produção sejam colocadas no processo de produção de acordo com o
lead time dos equipamentos e, finalmente, que os produtos sejam embalados e transportados
corretamente.
No organograma abaixo, pode-se ter uma idéia da abrangência da logística na empresa:
Figura 1: Organograma do Departamento de Logística na Kepler Weber
Fonte: Kepler Weber
DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA
SUPRIMENTOS ALMOXARIFADO PLANEJAMENTO PROGRAMAÇÃO EXPEDIÇÃO
Descrição dos setores
a) Suprimentos:
Também conhecido como setor de Compras na maioria das empresas. Esta área tem a
responsabilidade de a partir de uma necessidade gerada através do Módulo de Planejamento MRP,
executar as compras dentro da política de compra estabelecida pela empresa e também de acordo com
os padrões descritos normativos da ISSO 9000. Salientamos que toda e qualquer empresas fornecedora
da Kepler Weber deve antes de efetuar uma venda a esta passar por um processo de qualificação. A
área é formada por 10 Analistas de compras, divididos por classe de itens a serem comprados. Cada
comprador tem o poder de negociar com o seu fornecedor, é responsável pelo estoque controledo
estoque do ítem som sua responsabilidade.
b) Almoxarifado:
Setor responsável pelo recebimento e guarda dos itens comprados que ainda não estão no
processo. É dividido em Almoxarifado Standart, que é o local onde são guardados produtos como:
parafusos, rolamentos, correias, motores, ventiladores, motorredutores, tintas, tijolos, etc. Também
existe o Almoxarifado de Aços, conforme o próprio nome diz este é o local onde ficam
acondicionados os itens como: Aços planos e não planos.
c) Planejamento:
Antes da área comercial da companhia efetuar uma venda, obrigatoriamente o vendedor deve
fazer um contato com a área de planejamento para negociar com esta o prazo de entrega da venda
pretendida, ou seja, partindo de uma necessidade de entrega de um produto ao cliente é preciso
verificar se existe capacidade nominal de produção para atender essa demanda. O Planejamento é a
área da empresa que tem o poder para definir prazos de entrega, pois todos os pedidos vendidos
passam necessariamente pelo crivo dos planejadores, esses fazem a análise crítica do pedido, devem
conhecer a capacidade de manufatura da empresa (Engenherar, comprar e produzir). Também o
planejamento é a área que pode bloquear determinado pedido ou item na produção, dispor de
informações sobre o status da produção e/ou entrega ao cliente. Também é responsabilidade desta área
rodar o Sistema MRP, ou seja, alimentar o sistema dos prazos e necessidades dos pedidos,
transformando-os em necessidades internas de execução de atividades
(projetar/comprar/produzir/embarcar).
d) Programação
Após receber as informações da área de Planejamento, via sistema MRP, a Programação faz a
liberação, controle e acompanhamento do processo produtivo na produção. Em síntese, essa área deve
subsidiar ao chão de fábrica de informações e insumos para que o planejamento seja cumprido.
e) Expedição
A missão da Expedição é receber os itens prontos da produção, acondicionar em embalagens
padrões, transportar até o box do cliente e posteriormente carregar em caminhões os equipamentos
com destino ao canteiro de obras do cliente. Todo o processo de documentação dos itens acabados, ou
seja, entrada no estoque, emissão de romaneios de carga e nota fiscal são executados nesta área.
Fluxograma da logística
O departamento de logística tem conseguido, nos últimos anos, através da coordenação e
acompanhamento, agilizar todo o processo de manufatura. A fabricação de um equipamento, que antes
levava de 90 a 120 dias desde a entrada do pedido até a entrega final, hoje varia de 30 a 45 dias.
O fluxo logístico da produção na Kepler Weber está demonstrado a seguir:
Figura 2: Fluxo logístico da produção na Kepler Weber
Fonte: Kepler Weber
Internamente, o fluxo logístico da produção inicia na área comercial, que negocia os pedidos
com o planejamento. Quando o planejamento recebe o pedido, imediatamente o cadastra, juntamente
com os prazos, num sistema informatizado que controla todo o processo. O segundo passo é executar o
sistema MRP ( Requerimento das Necessidades de Material ), ainda no planejamento e
posteriormente, enviá-los ao departamento de suprimentos, que providencia a matéria-prima
necessária com os fornecedores. A programação recebe o relatório MRP, analisa, verifica ordens de
produção e libera novas ordens de fabricação para a produção, acompanhando e controlando o
processo. Nesse ínterim, o departamento de suprimentos recebe a matéria-prima, confere e
disponibiliza para a produção. Da produção os itens acabados vão para a pré-expedição onde são
embalados e acondicionados no box do cliente. A partir de então, o planejamento faz a programação
do embarque ( data, quantidade de caminhões para transporte ) e a expedição providencia a
documentação necessária para o transporte final.
O transporte é feito a partir da fábrica em conteiners lotados até o local de destino sob
responsabilidade total da Kepler Weber. Cabe salientar que este aspecto é negociado com o cliente na
ocasião do fechamento do contrato.
Representantes comerciais espalhados pelos países-alvo como elo de ligação com o cliente e
um fluxo de informações logísticas eficiente faz com que a fábrica, situada em Panambi, tenha
informações em tempo real.
O gerenciamento de serviços ao cliente conta com uma estrutura da própria empresa.
Engenheiros qualificados são enviados e coordenam, da preparação do terreno até a montagem do
equipamento diretamente no cliente.
CONCLUSÃO
A logística de distribuição para o mercado externo é desenvolvida pela Kepler Weber, desde a
embalagem, despacho aduaneiro, montagem e assistência técnica, e isso assume importância
estratégica quando se fala em vantagem competitiva.
Todo o investimento e redirecionamento da Kepler Weber para o mercado externo têm
rendido frutos. No ano passado, 1999, faturou R$ 18.000.000,00 somente em exportações; e, as
perspectivas são de que esses números dobrem em 2000.
A organização dos processos numa empresa global é, sem dúvida, de maior complexidade. A
comunicação precisa ser eficiente, o produto precisa ser adequado às necessidades locais, os prazos de
entrega precisam ser cumpridos, enfim, há uma série de fatores complexos e críticos quando se fala em
produção global. É neste aspecto que a logística assume importância estratégica e acaba por tornar-se
uma vantagem competitiva, já que gerencia todas as etapas da produção até a chegada do produto no
cliente.
ÁREA COMERCIAL PLANEJAMENTO
FORNECEDORES SUPRIMENTOS PROGRAMAÇÃO
PRODUÇÃO PRÉ-EXPEDIÇÃO EXPEDIÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais, distribuição
física. São Paulo: Atlas, 1995.
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo:
Pioneira, 1997.
MAGEE, John Francis. Logística industrial: análise e administração dos sistemas de
suprimento e distribuição. São Paulo : Pioneira, 1977.
PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio
de Janeiro: Campus, 1992
_________________. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência.
Rio de Janeiro: Campus, 1986.
SLACK, Nigel, et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997.

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