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1 Fabiana Nogueira-5º semestre UNIME A febre Amarela é uma arbovirose transmitida pela picada do Haemagogus. O agente etiológico é um RNA vírus da família do Flavivírus (possuem tropismo pelo fígado, por isso a hepatite é uma manifestação comum). • A maior parte dos pacientes é oligoassintomático. • Formas graves: alta letalidade, hepatite fulminante. No Brasil no ano de 2017/2018 houve um aumento expressivo de casos. Tivemos também uma ampliação das áreas de risco Obs.: A Febre Amarela é uma doença de notificação compulsória. Obs.: A Febre Amarela é característica da epizootia (circulação viral em primatas). Temos a febre Amarela basicamente em dois locais: • América do Sul (Brasil) • África Agente etiológico: RNA VÍRUS do gênero FLAVIVIRUS e da família FLAVIVIRIDAE. Possuem pequenas diferenças antigênicas (isso é importante, porque conseguimos ter uma vacina mais efetiva) A origem provável desse vírus: África. VETOR: Mosquito Haemagogus sp. CICLO SILVESTRE: Quando temos circulação do vetor em áreas silvestres, teremos a epizootia em primatas (É importante lembrar que os macacos não possuem papel em transmissibilidade ao homem, por isso, são inofensivos nesse aspecto). Essa epizootia serve para que fiquemos cientes de que há um risco de febre amarela. O humano ao entrar se dirigir a locais silvestres sem ter tomado a vacina, corre o risco de ser infectado com a picada do mosquito. É IMPORTANTE LEMBRAR: Os macacos não transmitem a febre amarela, eles são vítimas da doença. Como falamos anteriormente, quem transmite o vírus são fêmeas de mosquitos que vivem em área de mata. O macaco é extremamente importante para sinalizar risco de febre INFORMAÇÕES GERAIS: Epidemiologia ETIOLOGIA CICLO 2 Fabiana Nogueira-5º semestre UNIME amarela, ou seja, demonstrar que existe perigo através da epizootia. Obs.: O ciclo silvestre é o único que existe no Brasil. No ciclo urbano a Febre Amarela é transmitida pelo Aedes Aegypti, porém esse ciclo não existe no Brasil. Leve/Moderada: • Febre • Cefaleia • Mialgia • Náusea • Icterícia ausente ou leve Grave: • Todos os anteriores • Icterícia intensa • Manifestações hemorrágicas • Oligúria • Diminuição de consciência Maligna: • Todos os sintomas de forma grave intensificados. Alterações laboratoriais de cada caso: Leve/Moderada: • Plaquetopenia • Elevação moderada de transaminases • Bilirrubinas normais ou discretamente elevadas (predomínio de direita). Grave: • Plaquetopenia intensa • Aumento de creatinina • Elevação importante de transaminases Maligna: • Todas as anteriores • Coagulação intravascular disseminada A febre amarela tem um período de incubação de 3-14 dias. Anormalidades laboratoriais: Leucopenia Aumento de AST e ALT precedendo a icterícia. Insuficiência hepática e renal Sinal de Faget: O paciente apresenta uma temperatura elevada com uma bradicardia. Albuminuria Isolamento viral Imuno-histoquímica Sorologia (depois de 5-7 dias após início dos sintomas). PCR (períodos iniciais da doença). Hepatites virais Leptospirose Septicemias Dengue Hemorrágica Febres Hemorrágicas virais Febre tifoide Malária É de vírus atenuado e possuem eficácia próxima a 100%. No Brasil tivemos a ampliação da vacinação, sendo a idade inicial da aplicação a partir dos 9 meses. QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL VACINAÇÃO 3 Fabiana Nogueira-5º semestre UNIME Não há necessidade de dose de reforço para quem já é vacinado. Houve um período que o Brasil optou pelo fracionamento da dose por não ter doses cheias para todos. Esse fracionamento foi aprovado pela OMS e foi tida como segura e imunogênica, porém não foi aprovada para imunocomprometidos. Hoje, após a epidemia, não temos mais necessidade de optar pelo fracionamento. CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS DA VACINA: Crianças menores de 6 meses Pessoas com imunodepressão grave por doença ou uso de medicação Pacientes HIV sintomáticos ou CD4 abaixo de 200 células/mm3 (crianças menores do que 6 anos com <15%) Pacientes com neoplasias em quimioterapia ou radioterapia Pacientes que tenham apresentado doença neurológica desmielinizante no período de 6 semanas após a aplicação da dose anterior da vacina. Pacientes que realizaram transplante de órgãos em uso de terapia imunossupressora Pacientes que realizaram transplante de medula óssea devem ser avaliados, considerando o estado imunológico e o risco epidemiológico, respeitando-se o período mínimo de 24 meses após o transplante. Pessoas com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina Ter alergia a ovo e seus derivados,avaliar risco/benefício pela hipersensibilidade. Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia grave, timoma,casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica). CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS DA VACINA: Gestação/adultos com mais de 70 anos. Devemos ponderar risco e benefício EVENTOS ADVERSOS: Discreta alteração de TGO e TGP Reações locais É raríssimo→ Doença neurológica (Guillan Barré, mononeurite), doença viscerotrópica. Não há medicamento específico para o tratamento da doença. Como os exames diagnósticos da febre amarela demoram em média até uma semana, o tratamento de apoio deve ser iniciado em caso de suspeita clínica dessa virose. Recomenda-se o internamento do paciente com as formas graves em hospitais com boa infraestrutura e, de preferência, possuidores de unidade de tratamento intensivo (UTI), pois há necessidade de uma série de procedimentos que só se dispõe nessas unidades. O tratamento medicamentoso deve se voltar para o combate aos sintomas e os sinais manifestos da doença. Portanto, a medicação a ser prescrita depende das manifestações clínicas, mas é comum o uso TRATAMENTO 4 Fabiana Nogueira-5º semestre UNIME de analgésicos e antitérmicos nas doses usualmente indicadas para o peso e a idade. Se contraindica, entretanto, o uso de medicamentos que contenham em sua fórmula o ácido acetilsalicílico ou seus derivados pois eles podem agravar os fenômenos hemorrágicos. Deve ser prescrito antiemético para controlar os vômitos, em particular a metoclopramida e também medicamentos para proteger a mucosa gástrica (bloqueadores H2), tais como a cimetidina e a ranitidina ou o omeprazol, pois essas drogas mostram-se úteis para prevenir os sangramentos gástricos, uma das complicações da febre amarela. No primeiro sinal de insuficiência renal evidenciada por oligúria, é importante prescrever diuréticos. A furosemida pode ser usada ou manitol nas doses usuais. A avaliação do paciente deve ser contínua e inclui a verificação dos sinais vitais, da diurese e o acompanhamento diário de pelo menos os seguintes exames: hemograma, plaquetas, fatores de coagulação, sumário de urina e verificação das funções hepática (dosagem das aminotransferases, bilirrubina e gama GT) e renal (dosagem de ureia e creatinina, e monitoramento do balanço hídrico). Nos pacientes com insuficiência renal instalada e rebelde aos diuréticos comuns se indica o uso de diálise peritoneal ou hemodiálise. Não existe critério para a indicação formal de diálise peritoneal. Depende da evolução do paciente. Níveis de creatinina acima de 4mg% associado ou não a ureia sérica de 200mg% são parâmetros razoáveis. Ressalte-se, entretanto, que é possível indicar hemodiálise com níveis menores se ocorrer anuria. Ou seja, o melhor momento depende do estado geral do paciente, dos valoresde creatinina e ureia, da resposta aos diuréticos e da ocorrência ou não de complicações. Como droga específica, experimentou-se a ribavirina com resultados promissores. Outros estudos são desejáveis. Tratando-se de doença aguda, o tratamento da febre amarela deve ser feito pela via endovenosa. A ribavirina disponível no mercado brasileiro para tratamento da hepatite C só é oferecida em comprimidos. AULA SANARFLIX VASCONCELOS, Pedro Fernando da Costa. Febre amarela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 2, p. 275-293, 2003. REFERÊNCIAS
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