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A enfermagem e a saude mental

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A enfermagem, a saúde mental e o olhar para si mesma como protagonista: Quem cuida de quem cuida?
Falar de Saúde mental é sempre um tabu para a sociedade, ainda mais para nós da enfermagem, que muitas vezes somos considerados super-heróis, os anjos, aquele que tem a missão do cuidar. Contudo, é nessa falácia que entramos e acabamos nos iludindo, vestimos nossa capa de super heróis e queremos salvar a todos, mas deixamos de lado o que realmente somos: humanos. 
Na universidade aprendemos que o foco do cuidado é o outro, independente de sua doença, precisamos cuidar da pessoa em sua totalidade, pois de acordo com a Organização Mundial de Saúde, saúde é um bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doença. Prestamos atenção nos problemas gerados pela doença, nas relações que o paciente tem com a família, que pode ser adoecedor, cuidamos para que ele mantenha a sua fé, viabilizamos formas de auxílios e métodos de melhoras sociais com a assistência da equipe multiprofissional. A gente olha, a gente cuida e a gente nota detalhes ocultos, mas somos negligenciamos com a o cuidado, não do outro, o nosso cuidado.
Nós profissionais de enfermagem acabamos deixando de lado nosso bem estar mental e social muitas vezes, e enquanto nossa parte física estiver funcionante, não paramos. Essa gana pela dedicação e pelo trabalho gera problemas sérios como a Síndrome de Burnout, resultado de um estresse crônico não tratado. A síndrome de Burnout, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) é caracterizado como uma síndrome ocupacional, que pode acarretar em sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia, bem como aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho, e redução da eficácia profissional. 
Com isso, começamos a tropeçar um pouco na nossa atuação, colocamos em risco a vida de pessoas e aumentamos o número de possibilidades de erros que podem ser gerados durante a assistência em saúde. De acordo com o Instituto Brasileiro de Segurança do Paciente, profissionais com esgotamento profissional cometem mais erros relacionados à saúde e podem espalhar esse erro para o resto de sua equipe. 
Parando para pensar na importância da nossa profissão, representamos mais 60% da equipe multiprofissional de unidades de saúde. O processo de trabalho é cansativo, a remuneração muitas vezes desanimadora, mas não podemos deixar que isso faça a gente esquecer da gente. Quem cuida de quem cuida? Quem cuida de quem usa como ciência o cuidado? A resposta é: nós mesmos e outros profissionais também. 
É importante perceber que a enfermagem é necessária, contudo, precisamos estar atentos a proteção, promoção e prevenção de nossa própria saúde, haja vista que para cuidar é preciso estar cuidado. E como se cuidar? Entendendo que terapias, esportes, música, atividades extraprofissionais e de lazer devem estar na nossa carga horária semanal e principalmente: Entender que quem cuida de humano é humano. 
Referências:
Panagioti M, Geraghty K, Johnson J, et al. Association Between Physician Burnout and Patient Safety, Professionalism, and Patient Satisfaction. A Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Intern Med. 2018;178(10):1317–1330. doi:10.1001/jamainternmed.2018.3713
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5263:opas-oms-apoia-governos-no-objetivo-de-fortalecer-e-promover-a-saude-mental-da-populacao&Itemid=839#:~:text=A%20constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial,de%20transtornos%20mentais%20ou%20defici%C3%AAncias.
https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5263:opas-oms-apoia-governos-no-objetivo-de-fortalecer-e-promover-a-saude-mental-da-populacao&Itemid=839#:~:text=A%20constitui%C3%A7%C3%A3o%20da%20Organiza%C3%A7%C3%A3o%20Mundial,de%20transtornos%20mentais%20ou%20defici%C3%AAncias.
https://www.segurancadopaciente.com.br/seguranca-e-gestao/burnout-entre-medicos-dobra-risco-de-incidentes-para-pacientes/

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