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Gravidez e o nascimento É possível deter-se, durante um instante, em quatro pontos que podem ser rapidamente evocados para ilustrar a maneira como a psicologia do desenvolvimento não deixou de se questionar sobre as consequências das novas técnicas sobre o desenvolvimento psicológico da criança: por um lado, no decorrer da gravidez, as novas modalidades de fecundação e a incidência psicológica da ecografia. Por outro, a propósito do nascimento: o parto prematuro de uma criança e a descrição do recém-nascido e de suas capacidades. A reprodução assistida Em determinados casos de esterilidade masculina, pode-se recorrer à inseminação artificial da mulher com o esperma do cônjuge, por exemplo, em casos de hipofertilidade masculina, ou com o esperma de um doador. É possível que a desfasagem no tempo da inseminação artificial esteja na origem de perturbação na percepção pela criança de sua filiação (menos que no caso de fecundação in vitro) Fecundações in vitro As fecundações in vitro com transferência de embriões desenvolveram-se para superar a esterilidade feminina. Elas consistem em fecundar in vitro óvulos de uma mulher com o esperma de um homem e, após incubação, em implantar o ovo fecundado no útero de um mulher. Não é raro que, nos casos de esterilidade feminina tratados desse modo, se observe uma dissociação entre o desejo de filho e o desejo de gravidez que leva a uma falta de investimento da gravidez. Nesse caso, torna-se necessária uma ajuda psicológica para apoiar o investimento psíquico da criança em gestação. A incidência psicológica da ecografia O interesse da ecografia médica por ultrassom, assim como sua suposta incuidade sobre a mãe e o feto, levou a generalizar a exploração ecográfica que, atualmente, faz parte dos exames obrigatórios da gravidez. Ela permite rastrear deficências pré- natais ou identificar distúrbios do crescimento e, assim, intervir antes do nascimento. Entretanto, persiste uma distância entre a representção prévia da ecografia e a percepção real no decorrer do exame. A imagem da criança carregada pela mãe mostra um bebé real em via de se formar. Ela não é muito nítida, nem compreensível para um não- especialista. A imagem ecográfica não coincide, em geral, com a representaçõa fantasmática do bebé imaginário, tal como é imaginado pela mãe. O nascimento: um importante momento de adaptação A passagem da vida pré-natal para a vida extrauterina é bastante brusca, mas o bebê a termo está suficientemente amadurecido para transpô-la sem dificuldades. Oriundo de um meio que correspondia a todas as suas necessidades e no qual vivia de forma harmoniosa, ele deve adquirir uma autonomia (ainda bem relativa) que garante sua sobrevida em um mundo completamente novo: Autonomia respiratoria, Eliminação autonoma de seus proprios dejeto e atividade alimentar. Ele deve passar de um entorno constante para um meio mutável, de um meio líquido para um meio gasoso, de um temperatura constante para uma temperatura mais fria e variável, de um estímulo de nivel reduzido para um nivel mais elevado, em poucas palavras, todos os sentidos são assediados por múltiplos estímulos sem qualquer tipo de amortização. Para alguns autores – tais como Rank, Freud e outros -, o nascimento seria um verdadeiro traumatismo, porque o bebê ainda não dispõe de mecanismos de defesas adequados para enfrentar essa situação perigosa. Mas pode-se também pensar que essa “agressão” do bebê por seu meio desempenha um papel bastante positivo de desencadeador de automatismo de sobrevivenvcia. Assim, no parto sem violência, procura- se garantir uma transição mais amena do útero materno para a vida externa, tanto para a criança quanto para a mãe, e oferecer possibilidades de ingressar, progressiva e lentamente, no novo meio: Hospital; Higiene; Atenuar estímulos; Presença do pai; Colocar o recém nascido sobre o ventre da mãe; Banho quente; Mamar. As diversas modalidades de parto (tradicional, de cócoras, com anestesia peridual, em uma piscina, etc.), marcadas pela cultura, devem ser consideradas como diferentes possibilidades oferecidas às mães. O reccém-nascido prematuro Um bebê é considerado prematuro quando este nasce antes das 37 semanas de gestação. Mais pequenas, mais indefesas e mais imaturas → doenças; Quanto mais prematuro é seu nascimento, mais importantes serão as complicações: em primeiro lugar, a ausência da autonomia respiratória não lhe garante a oxigenação; um sangue insuficientemente oxigenado torna-se ácido e essa acidez pode criar lesões cerebrais irreversíveis. Outros problemas podem crescentar-se a essa carência, associados à imaturidade das diferentes funções – circulátorias, digestivas, imunitárias. Prematuros em dificuldades são separados da mãe durante um período mais ou menos longo, e como a preocupação com sua sobrevivência se torna menos pregnante, tomou-se consciência de fato de que tal separação podia ser patógena em si mesma. À ferida narcísica engendrada pelo nascimento de uma criança prematuramente ou em dificuldade, por um lado, às reações de luto antecipado que são associadas aos riscos de moratalidade, acrescentam-se as consequências de separação brutais dos pais desapossadas de seu papel parental. Portanto, em uma perspetiva de prevenir a perturbação das relações mãe-criança, tem-se desenvolvido um aploíica de acolheminto do pai?mãe nops serviços de neonatologia. Circunstâncias externas que podem interferir na sua vidad antes de nascer: Mãe Pai família Mãe Estado físico da mãe; Visitas regulares ao ginecologista; Controle da alimentação; Conveniência de deixar de fumar; Abster-se de bebidas alcoólicas. Estado psíquico da mãe; Crises nervosas; Estados depressivos; Problemas familiares graves; Problemas de outra natureza. A criança recebe através do sangue da mãe, uma série de angústias = ou > às que teria, se já tivesse nascido. Pai Desempenha um papel importante no processo de gravidez. Apoiar a futura mãe a superar as suas preocupações, tranquilizá-la, e transmitir-lhe o seu entusiasmo pelo filho. Família Muito pode ser feito antes de nascer: Devem transmitir alegria e vontade de viver; Devem depositar esperanças nessa vida; Devem oferecer a certeza de que se desenvolverá bem e feliz, apesar das prováveis complicações que possam surgir. A partir do momento que a pessoa começa a viver ela não pode ser marginalizada sob nenhum conceito. Díade mãe-criança Manter vínculos diretos entre a díade mãe-criança ou indiretos pela mediação do pai Prevenir perturbação das relações da díade mãe-criança Recém-nascido Diferente do adulto no que tange aos sentimentos e vivências. Cérebro imaturo – que não pode pensar nada. Não tem consciência que é diferente do mundo que o rodeia; Apercebe-se do seu próprio bem- estar ou mal-estar sem, contudo, ter consciência disso; Com o nascimento inicia-se o processo de aprendizagem, diferente dos adultos. Progressivamente, a criança irá reconhecendo que está bem nos braços de quem cuida e trata dela. Aprende que sempre que estiver numa situação boa, vê o mesmo rosto e, pouco a pouco, pode reconhecê-lo. Até ao fim de 2 meses, o seu sorriso não exprimirá que reconhece a mãe. Funções biológicas (respirar ou chupar) herdadas - reflexos… agarrar; reflexo da marcha automática Índice de APGAR Através do exame neurológico, o pediatra avalia o estado do sistema nervoso do recém-nascido. É aplicado o teste de índice de APGAR → realizado no 1º eno 5º minuto de vida do bebê e avalia o seu grau de adaptação à vida fora do útero.
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