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Rede de Saúde Mental

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Saúde Mental 
Conceito: Segundo a OMS, não há uma definição 
oficial. A definição é afetada por diferenças culturais, 
julgamentos subjetivos e teorias concorrentes. 
Descreve o nível de qualidade de vida cognitiva ou 
emocional, podendo incluir: capacidade do indíviduo 
de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre 
atividades e esforços p/ atingir a resiliência psicológica. 
-> É ser capaz de ser sujeito das próprias ações, 
sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar 
viver a vida em sua plenitude máxima, repeitando o 
legal e o outro (Dr. Lorusso). 
-> Critérios identificados: atitudes positivas em relação 
a si próprio; crescimento, desenvolvimento e auto-
realização; integração e resposta emocional; 
autonomia e autodeterminação; percepção apurada 
da realidade; domínio ambiental e competência social; 
Diferenciar transtorno de doença mental: transtorno 
implica em um comportamento diferente, desviante, 
“anormal”; Já o termo doença, consiste em ter uma 
causa e um processo de adoecimento bem 
conhecido, possui também, um agente patogênico 
associado aos sintomas. 
Transtorno de ansiedade, por exemplo: ter ansiedade 
é normal, porém, quando esta começa a causar 
prejuízos e sofrimentos p/ a vida do paciente, torna-
se um transtorno. A maioria dos transtornos 
psiquiátrico tem origem em fatores biopsicossociais. 
Fatores desencadeantes do transtorno mental: 
♥ Modelo biopsicossocial -> procura fazer jus à 
complexidade dos transtornos; busca analisar a 
origem e o desenvolvimento dos transtornos sob 
diferentes pontos de vista: 
• Fatores biológicos: genética e processos de 
mutação que determinam o desenvolimento 
corporal, funcionamento do organismo, 
metabolismo etc. 
• Fatores psicológicos: preferências, expectativas 
e medos; reações emocionais, processos 
cognitivos e interpretação das percepções etc. 
• Fatores socioculturais: como a presença de 
outras pessoas, expectativas sociais e do meio 
cultural, influência familiar, dos amigos, dos 
modelos de papeis sociais etc. 
Os transtornos mentais podem dar-se em diferentes 
níveis: 
ü Intrapessoal: são os transtornos de -> 
determinadas funções mentais (memória, 
percepção, aprendizagem etc.), de grupos de 
funções (sua descrição deve ser, por hora, à 
nivel dos sintomas, das síndromes e dos 
diagnósticos, como os descritos nos sistemas de 
classificação CID-10 e DSM). 
ü Interpessoal: são os transtornos de sistemas 
(conjuntos de 2 ou + pessoas – casal, família, 
empresa, escola;) Não são normalmente tratados 
comos distúrbios mentais. 
♥ Modelo estresse-vulnerabilidade: segundo este 
modelo, o interromper de um transtorno mental 
está ligado, por um lado, à presença de uma 
predisposição genética ou adquirida no deccorer 
da vida (vulnerabilidade) e, por outro, à exposição 
a situações estressantes. Quanto maior a 
predisposição, menor tem de ser o estresse, 
para que o distúrbio mental interrompa. A 
relação vulnerabilidade-estressa é mediada pela 
capacidade do indivíduo de resistir ao estresse. 
• Fatores genéticos: sabe-se pouco a respeito do 
exato funcionamento de seus mecanismos; a 
influência genética parece se dar de forma mais 
indireta como tendências, que podem ser 
fortalecidas ou não por outros fatores. 
• Fatores biológicos: p/ desenvolver um transtorno 
mental, importam 3 sistemas: o nervoso, o 
endócrino e o imune. 
Modificações do SNC: os distúrbios + importantes 
ligam-se às funções cognitivas (memória, ação, 
concentração, processamento e avaliação de 
informações, planejamento de ações etc), bem como 
distúrbios da regulação das emoções e do estresse. 
Os 2 últimos grupos de funções estão ligados ao 
SNP, como no caso dos ataques de pânico, 
caracterizados por taquicardia e suor excessivo. 
Regulação hormonal: mudanças hormonais foram 
descritas na depressão, TEPT, transtornos 
alimentares e transtornos psicossomáticos. Difícil 
estabelecer a causa, pois tem caráter correlativo (não 
se sabe se o transtorno mental provoca a mudança 
física ou o contrário). 
• Fatores psicológicos: possui fatores 
vulnerabilizantes e protetivos. Vulnerabilizantes: 
causam maior probabilidade da pessoa apresentar 
um transtorno mental; pode ser pessoal, tendo 
maior influência dos fatores biológicos ou 
ambiental, com > influencia de fatores 
socioeconomicos e ambientais. As vulnerabilidades 
se relacionam a condições externas (como às 
fases da vida ou à situação em geral da pessoa). 
Anamnese Psiquiátrica: a História Clínica Psiquiátrica e 
o Exame do estado mental estão sujeitos à 
influências de variáveis -> relacionadas ao 
entrevistados, ao entrevistado, à interação entre eles 
e ao ambiente. As crenças do entrevistador, seus 
valores, sensibilidade, estado emocional no momento 
da entrevista etc, podem inferferir. A forma com que 
a pergunta é formulada, o tom de voz usado, um 
olhar ou um gesto podem orientar a resposta do 
paciente. 
Variáveis do paciente: sua vontade em relação ao 
exame (se procurou ajuda de forma espontânea, 
pode-se esperar que tenha uma preocupação com 
seu estado, tendo maior vontade em colaborar). 
-> O paciente psiquiátrio, ao mesmo tempo que está 
motivado a receber ajuda, pode ocultar sentimentos, 
devido às suas defesas psíquicas. 
Ambiente: local, duração, disposição espacial dos 
participantes e as condições de privacidade. 
 
A análise psíquica se inicia antes da conversa: 
observa-se a expressão facial, seus trajes, 
movimentos, apresentação etc. O esforço inicial do 
entrevistador deve ser p/ estabelecer um contato 
que permita ao paciente sentir-se à vontade. 
A conversa deve iniciar-se pouco diretiva, deixando o 
paciente livre, com mínima interferência. O 
entrevistador deve penas esclarecer os pontos 
obscuros. Então, adota-se um papel mais ativo, 
conduzindo a entrevista p/ cobrir todos os aspectos 
da anamnese. 
-.> É importante atenta-se às palavras e à forma 
como o paciente se expressa, ao que faz enquanto 
fala. Também, o entrevistador deve estar atento às 
próprias reações diante do paciente. 
Parte final: podem ser feitas perguntas + diretas, p/ 
esclarecer os pontos que faltam da história 
psiquiátrica ou do exame do estado mental. 
E, antes de finalizar, deve ser aberto um espaço p/ 
comentários adicionais do pcte, dúvidas e, em 
seguida, deve formular sua impressão até aquele 
momento. 
-> Qdo necessário, devem ser conduzidas entrevistas 
adicionais e consultas à outras fontes, como parentes, 
conhecidos (sempre com o conhecimento e anuência 
do paciente). 
CAPS e seu funcionamento: 
RAPS – Rede de Atenção Psicossocial (estrutura de 
atendimento): os principais atendimentos são 
realizados nos Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS), em que o usuário recebe atendimento 
multiprofissional próximo à sua família, com cuidado 
terapêutico de acordo com seu quadro. Pode ocorrer 
atendimento noturno e/ou contínuo em situações de 
maior complexidade. 
-> A RAPS é composta por: 
CAPS: prestam serviços de saúde de caráter aberto 
e comunitário; constituído por equipe multi e 
interdisciplinar, com atendimentos prioritários às 
pessoas com sofrimento ou transtorno mental, 
incluindo uso de álcool e drogas. Substituem os 
modelos de asilos (em que os pacientes deveriam 
morar – manicômios). 
Modalidades: 
f CAPS I: atende a todas as faixas etárias, p/ 
transtornos mentais graves e persistentes, 
inclusive p/ uso de subst. psicoativa; 
Cidades/regiões c/ mínimo de 15mil hab. 
f CAPS II: atende a todas as faixas etárias, p/ 
transtornos mentais graves e persistentes, 
inclusive pelo uso de subst psicoativa, atende 
cidades/regiões com mínimo de 70mil hab. 
f CAPSi: crianças/adolescentes c/ transtornos 
mentais graves e persistentes; inclui uso de subst 
psicoativa; p/ cidades/regiões c/ mínimo de 70mil 
habitantes. 
f CAPSad: atende todas as faixas etárias; 
especializado em transtornos pelo uso de álcool e 
drogas. Mínimo 70mil hab. 
f CAPSad III: atentimento + 8-12 vagas de 
acolhimento noturno e observação; 24h; p/ todas 
as faixas etárias; transtornospelo uso de álcool e 
outras drogas. Mínimo 150mil hab. 
OBS: Se o município não possuir CAPS, o 
atendimento é feito na atenção básica. 
-> Os CAPS fazem o direcionamento local às políticas 
e programas de Saúde Mental, desenvolvem projetos 
terapêuticos e comunitários, dispensam de 
medicamentos e encaminham e acompanham os 
usuários que moram em residências terapêuticas, 
assessorando e sendo retaguarda p/ os ACS e ESF no 
cuidado domiciliar.-> Objetivo: oferecer atendimento 
em sua área de abrangência, no acompanhamento 
clínico e na reinserção dos usuários ao acesso a 
trabalho, lazer, exercício de seus direitos civis e 
fortalecimento dos laços familiares e comunitários. 
• Os CAPS visam: atendimento em regime de 
atenção diária; gerenciar os projetos terapêuticos 
oferecendo cuidado clínico eficiente e 
personalizado; promover a reinserção social dos 
usuários, por ações intersetoriais, que envolvam 
educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, 
montando estratégias conjuntas de 
enfrentamento dos problemas. 
• Também, devem dar suporte e supervisionar a 
atenção à saúde mental na rede básica (PSF, 
PACS); regular a porta de entrada à rede, na sua 
área; coordenar (junto ao gestor local (as 
atividades de unidades hospitalares psiquiátricas 
que atuem no seu território e manter atualizada a 
lista dos pctes da sua área que utilizem 
medicamentos p/ saúde mental. 
Os pacientes atendidos no CAPS apresentam 
sofrimento intenso psiquiátrico, que lhes impossibilita 
viver e realizar seus projetos de vida. Possuem 
transtornos mentais severos e/ou persistentes. 
Se o paciente estiver isolado, sem poder acessar o 
serviço, um profissional do CAPS em casa pode 
atende-lo, de forma articulada com as ESF do local. 
-> Cada usuário deve ter um projeto terapêutico 
individual, respeitando suas particularidades. 
 
Portaria GM 336/02: o CAPS poderá oferecer -> 
Atendimento Intensivo: atendimento diário, quando o 
pcte estiver em grave sofrimento psíquico, em 
situação de crise ou dificuldades intensas no convívio 
social e familiar. Pode ser domiciliar, se necessário. 
Semi – intensivo: usuário pode ser atendido até 12 
dias no mes. Oferecido quando o sofrimento e a 
desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, 
melhorando as possibilidades de relacionamento, mas 
a pessoa ainda necessita de atenção direta da equipe 
p/ se estruturar e recuperar sua autonomia. Pode ser 
domiciliar. 
Não intensivo: oferecido quando nao necessita de 
suporte contínuo p/ viver em seu território e realizar 
suas atividades, podendo ser atendido até 3 dias no 
mes. Pode ser domiciliar. 
Quando o pcte é atendido em um CAPS, tem acesso 
aos recursos terapeuticos -> 
ü Atendimento individual: medicamentos, 
psicoterapia, orientação, 
ü Atendimento em grupo -> oficinas terapêuticas, 
oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, 
oficinas de alfabetização, oficinas culturais, grupos 
terapêuticos, atividades esportivas, suporte social, 
grupos de leitura e debate, grupos de confecção 
de jornal; 
ü Atendimento p/ família: atendimento nuclear e a 
grupos de familiares, atendimento individualizado a 
familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, 
atividades de lazer com familiares. 
ü Atividades comunitárias: atiividades c/ associações 
de bairro e outras instituições da comunidade, 
que objetiva trocas sociais, integração do serviço 
e usuário com a família, a comunidade e 
sociedade. 
ü Assembléias ou Reuniões de Organização do 
Serviço: é um instrumento p/ o efetivo 
funcionamento dos CAPS como lugar de 
convivência. É preferencialmente semanal, reúne 
usuários, familiares e convidados, que discutem, 
avaliam e propõem encaminhamentos p/ o 
serviço. Discutem-se assuntos p/ melhorar o 
atendimento. 
-> As atividades do CAPS podem ser desenvolvidas 
fora do serviço, como parte de uma estratégia 
terapêutica de reabilitação psicossocial, que pode ser 
iniciada ou articulada pelo CAPS, mas que é realizada 
em comunidade, no trabalho e na vida social. 
-> O CAPS pode articular o cuidado clínico com 
programas de reabilitação psicossocial. Os projetos 
devem incluir a construção de trabalhos de inserção 
social, respeitando as possibilidades individuais e os 
princípios de cidadania que minimizem o estigma e 
promovam protagonismo de cada usuários frente à 
sua vida.

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