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Transtorno do Espectro Autista

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Transtorno do Espectro Autista: transtorno do neurodesenvolvimento, c/ atrasos na linguagem 
e comunicação, interação social, com interesses restritos. Com aumento no número de casos recentemente. 
Engloba: Transtorno Autista, Asperger, de Rett, desintegrativo da infância, invasivos do desenvolvimento SOE. Possui 
ampla gama de manifestações clínicas. 
Prevalência: 1: 59 crianças; 4x mais comum em 
meninos. Nas meninas, costuma ter um Retardo Mental 
Grave. 50% cursa deficiência intelectual associada. Em 5 
a 6% tem outro quadro associado. 
FR: sexo masculino, idade paterna e materna 
avançada, fatores pré-natais (pré-termo, baixo, 
sangramento, risco de aborto, exposição à álcool, 
rubéola. Ác valproico); 
Com características genéticas (irmãos com taxas > 
50% de TEA). Herdabilidade estimada em 90%. Não há 
um gene específico associado. 
Fatores neuroanatômicos: não são patognomonicos. 
Aumento de volume cerebral, cerebelo, alterações no 
sist limbico, cortex cerebral... 
QC: interação social prejudicada e dificuldades quanti e 
qualitativas na comunicação verbal e não verbal e 
interesses restritos ou comportamentos repetitivos. 
Presentes já nos primeiros anos de vida, mas podem 
não ser tão característicos, se mais leves. Alguns casos 
tem regressão das habilidades adquiridas (30% dos 
casos); 
Não precisa de diagnóstico fechado para iniciar a 
intervenção. 
Red Flags 
4-6 meses: não distingue a voz da mãe; dorme pouco/
inverte o ciclo; se aconchega pouco no colo; olha 
pouco nos olhos da mãe; 
9 meses: parece não compreender o "não"; imita 
pouco os gestos; é indiferente às pessoas próximas ou 
considera muito próximas as pessoas estranhas; 
12 meses: não responde com olhar quando chamado; 
não segue comandos; pais suspeitam de problema 
auditivo; fala pouco, emite sons fora de contexto; 
pouco contato visual; não aponta objetos de interesse; 
leva a mão dos pais como ferramenta; 
18 meses: sensível a sons altos; pouca sensibilidade à 
dor; demonstra pouco afeto; não expressa com olhar o 
que deseja; 
24 meses: preferência restrita a poucos brinquedos; 
interesse por objetos que giram ou por partes do 
objeto; repete o que é dito, mas não responde; fica 
abalado com mudanças de rotina; não faz o que lhe é 
pedido; movimentos repetitivos (ex: flapping de mão); 
anda na ponta dos pés. 
36 meses: não se interessa por brincadeiras de 
crianças; mostra-se indiferente; não olha nos olhos; 
restrições alimentares; sem sorriso social; 
Critérios DSM V: 
• Déficits persistentes e clinicamente significativos na 
comunicação e interação social: os níveis variam 
muito (podem ser dificuldades máximas - ex: não 
fa lam; até d i f icu ldades de compreender 
entonações ou gestos). Os pacientes precisam se 
adequar nestes três subtipos abaixo, mesmo que 
em graus diferentes. 
a. Déficits expressivos na comunicação não verbal e 
verbal usadas para interação social 
b. Falta de reciprocidade social ("falta de sintonia"). 
c. Incapacidade para desenvolver e manter 
relacionamentos de amizade apropriadas para o 
estágio de desenvolvimento 
• Padrões restritos e repetitivos de comportamento, 
interesses e atividades 
a. Compo r t amen to s mo to r e s ou ve r b a i s 
estereotipados ou comportamentos sensoriais 
incomuns 
b. Interesses restritos, fixos e intensos. (Ex: 
dinossauro, física, mapa-mundi -> são excessivos, 
tudo o que for fazer deve ser relacionado àquele 
interesse). Muitas vezes, é desse interesse restrito 
que a criança autista desenvolve habilidades acima 
do no rma l , pe l a i n s i s t ênc i a , mas não 
necessariamente por inteligência acima do normal). 
-> Sintomas devem estar presentes no início da 
infância, mas podem não se manifestar completamente 
D í a d e d o A u t i s m o : 
interação social e comunicação, 
i n t e r e s s e s r e s t r i t o s e 
comportamentos repetitivos.
até que as demandas sociais excedam o limite de suas 
capacidades; 
-> Sintomas causam prejuízo e limitação no 
funcionamento diário; 
-> Podem ter alterações sensoriais (hipersensibilidade 
na pele, à dor, ou diminuição da sensibilidade à dor); e 
também são critérios diagnósticos. 
Prejuízo Qualitativo na Interação Social: 
• Desde a ausência de percepção do outro até 
contato intrusivo 
• Não buscam o olhar ou mantém por curtos 
períodos, sem objetivo de comunicação 
• Falta da busca espontânea ou dificuldade para 
compartilhar interesses; 
• Dificuldade de relacionamento com os pares. 
Prejuízo Qualitativo na Comunicação: 
• Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal, 
falha completa ou alterações qualitativas; 
-> Desenvolvimento inicial, mas não se mantém como 
esperado ao longo dos anos; 
-> Dificuldade no uso da linguagem para comunicar 
ideias 
-> Prejuízo em iniciar e sustentar uma conversa 
-> Fala estereotipada, repetitiva, 
-> Fala descontextualizada, ecolalia, inversão pronominal 
-> Padrão restrito de entonação, pouca fluência, 
dificuldade de modulação do volume; 
-> Capacidade de imitação de conteúdo imaginativo 
comprometidos; 
 Comportamentos, interesses e atividades 
repetitivas, restritas e estereotipados: jogo simbólico/ 
imitação ausente; interesse por um tema: brincadeiras 
rígidas, repetitivas e monótonas; preocupação 
persistente com partes do objeto, uso não funcional; 
apego persistente a brinquedos; inflexibilidade à 
mudança de rotina; estereotipias motoras: flapping, 
balanceio e outros movimentos complexos; interesse 
restrito: desenvolvem habilidades excepcionais. 
-> Escala M-CHAT: para rastreio e identificação de 
traço de autismo de forma precoce. Pode ser utilizada 
a partir dos 16 aos 30 meses. 3 respostas falhas 
consideram rastreio positivo e, em itens críticos, 2 já 
considera rastreio positivo. 
Prognóstico: 
• Tende a melhorar na capacidade de interação 
social e aumento do interesse pelo contato 
• Persistente e incapacitante 
• Não existe cura, mas há tto para minimizar 
prejuízo 
• Se sem prejuízo de QI, com desenvolvimento de 
linguagem até 4/5 anos, boa estrutura familiar com 
acesso ao tto e intervenção precoce. 
!atamento: 
• Objetivo: maximizar aquisição de linguagem, 
melhorar habilidades sociais e comunicativas, 
reduzir comportamentos mal-adaptativos. 
• Intervenção precoce (até 3 anos): momento de 
plasticidade cerebral; foca no desenvolvimento de 
hab i l i d ades não adqu i r i d a s . Abordagem 
multiprofissional (psicóloga, terapia ocupacional, 
fonoaudiologia, neurologista etc). 
• Individualizado e planejado de acordo com as 
habilidades ja adquiridas 
• Estruturado baseado na análise aplicada do 
comportamento com enfoque progressivo em 
estágios. 
• Alta intensidade e generalização 
• Envolvimento, treinamento e suporte parental. 
Planejamento de acordo com as etapas de vida: 
• Crianças: priorizar fala/ comunicação; interação 
social; educação especializada e suporte familiar; 
• Adolescentes: grupos de habilidades sociais; 
sexualidade; terapia ocupacional; 
• Adultos: nível de independência, moradia, tutela, 
capacidade para trabalho. 
-> Não há farmacologia que atue nos sintomas centrais 
do autismo, mas é para sintomas-alvo (alteração do 
sono, comportamento auto ou heteroagressivo, 
irritabil idade, hiperatividade, rituais compulsivos, 
comportamentos repetitivos) ou comorbidades (como 
TDAH associada). 
-> Risperidona e Aripiprazol: agressividade e 
irritabilidade. 
	Transtorno do Espectro Autista: transtorno do neurodesenvolvimento, c/ atrasos na linguagem e comunicação, interação social, com interesses restritos. Com aumento no número de casos recentemente.

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