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Aula 3 _ Direto Humano

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27/08/2020 Disciplina Portal
portaldoaluno.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=3788322&classId=881620&topicId=0&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f034&ena… 1/16
Direitos Humanos
Aula 3 - A proteção de DH no Brasil
INTRODUÇÃO
Nesta aula, avaliaremos a proteção normativa que a ordem jurídica brasileira dá aos direitos humanos e, como
estamos tratando da ordem interna, usaremos direitos humanos ou direitos fundamentais como expressões
equivalentes.
OBJETIVOS
27/08/2020 Disciplina Portal
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Descrever o Sistema Brasileiro de Direitos Humanos no Brasil;
Identi�car a cláusula de abertura dos direitos fundamentais;
Analisar a hierarquia dos tratados internacionais sobre direitos humanos no ordenamento jurídico brasileiro;
Distinguir as garantias constitucionais dos direitos fundamentais.
27/08/2020 Disciplina Portal
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DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Antes de começarmos nossos estudos, vejamos o documentário "Extremos", de João Freire, realizado pela TV NBR, em
2011, que mostra como o Estado e a sociedade têm agido em defesa dos Direitos Humanos no Brasil, além de
apresentar quais os desa�os para as políticas públicas de promoção dos Direitos Humanos e como elas se integram
com as ações de combate à pobreza.
VÍDEO
A reportagem esteve na Vila Estrutural, no DF, mostrando o trabalho realizado por catadores. Destaca, também, a
disparidade com a riqueza do Plano Piloto da Capital Federal, Brasília. Esse é o pano de fundo da realidade brasileira
que contempla muitos extremos, tanto que usualmente falamos em “muitos Brasils”.
, Como pensarmos um sistema normativo que seja capaz de dar conta dessa problemática complexa
e estrutural e que transforme a promessa de um sistema de proteção de direitos humanos em efetiva
realidade para todos os brasileiros?, , Qual o papel do Direito nessa questão?
O SISTEMA BRASILEIRO DE DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS
A proposta de estudar o sistema brasileiro de direitos humanos fundamentais, nesta aula, nos remete ao plano da
Constituição Federal de 1988 e como ela se coloca como a moldura a ser levada em conta quando falamos na
proteção de direitos no Brasil.
Nesse sentido, trataremos do tema em quatro momentos:
O sentido da Constituição de 1988;
A ideia de sistema jurídico;
A concepção de direitos fundamentais abrigados pela Constituição;
O rol dos direitos constitucionalmente consagrados.
O SENTIDO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
27/08/2020 Disciplina Portal
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Fonte da Imagem:
"A Constituição é mais que um documento legal. É um documento com intenso signi�cado simbólico e ideológico –
re�etindo tanto o que nós somos enquanto sociedade como o que nós queremos ser", nos ensina Flávia Piovesan
(2016), ao citar dois autores estrangeiros, Joel Bakan e David Schneiderman.
Assim, a Constituição de 1988 representa a visão de mundo, de Estado, de sociedade e do cidadão que, pelo exercício
do Poder Constituinte (glossário), adotamos como rota e destino para nosso país e povo.
Como a�rma o preâmbulo da Constituição (glossário), somos um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social
e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pací�ca das controvérsias.
O SENTIDO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Por outro lado, tendo a cidadania e a dignidade da pessoa humana como fundamentos (art. 1º.), as ações do Estado
brasileiro, quer no plano administrativo, legislativo ou jurisdicional, devem ser direcionados para:
galeria/aula3/img/slidertransicao/s10a.jpg
Construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
galeria/aula3/img/slidertransicao/s10b.jpg
Garantia o desenvolvimento nacional.
galeria/aula3/img/slidertransicao/s10c.jpg
Erradicação da pobreza e da marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais.
galeria/aula3/img/slidertransicao/s10d.jpg
Promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
São esses objetivos fundamentais determinados na Constituição, em seu art. 3º, que revelam um compromisso
inafastável com a promoção e proteção dos direitos humanos como eixo de legitimidade do Estado Brasileiro.
A IDEIA DE SISTEMA JURÍDICO
A Constituição também é um sistema jurídico e como tal dotada de organicidade e coerência.
A utilização dessa expressão “sistema jurídico”, como escreve John Rawls, implica “[...] uma ordem coercitiva de regras
públicas endereçadas a pessoas racionais, com o propósito de regular certas condutas e assegurar os fundamentos de
uma cooperação social. [...] A ordem jurídica é um sistema de regras públicas, endereçadas e pessoas racionais, no
qual os preceitos de justiça são associados ao Estado de Direito." (1971: 235-236).
Para Paulo Bonavides, a ideia de sistema remete de plano a outras ideias, como: unidade, totalidade e complexidade.
Para ao autor:
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Fonte: sumkinn / Shutterstock
E sendo um sistema, há um desdobramento imediato no plano da interpretação constitucional, que deverá assumir
como referencial obrigatório, para a compreensão da norma, toda a dimensão dos princípios da Constituição que
apontam para a maior realização possível da dignidade humana traduzidas nos direitos fundamentais.
A CONCEPÇÃO DE DIREITOS HUMANOS ABRIGADOS PELA
CONSTITUIÇÃO
Fonte:
A concepção de direitos humanos adotada pela Constituição está assentada no valor da dignidade humana – o que
signi�ca dizer que há uma valorização dos direitos e garantias fundamentais que funcionam como o eixo axiológico
(isto é valorativo) de todo o sistema jurídico brasileiro, que deve, por sua vez, incorporar as exigências de justiça e de
valores éticos.
Fonte da Imagem: Jakkrit Orrasri / Shutterstock
Nos dizeres de Flávia Piovesan (2016), “constata-se, assim, uma nova topogra�a constitucional, na medida em que o
texto de 1988, em seus primeiros capítulos, apresenta avançada Carta de direitos e garantias, elevando-os, inclusive, a
claúsula pétrea, o que, mais uma vez, revela a vontade constitucional de priorizar os direitos e garantias fundamentais”.
Entretanto, continua a professora Piovesan (2016), “a Carta de 1988 não se atém apenas em alterar a topogra�a
constitucional tradicional e elevar a cláusula pétrea (glossário) os direitos e garantias individuais”.
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Há uma inovação signi�cativa, pois ao ampliar a dimensão dos direitos e garantias, a Constituição não apenas
assegura direitos individuais, mas abarca também as diferentes dimensões dos direitos, como veremos em seguida.
Além do mais, na mesma linha adotada pela Lei Fundamental de Bonn de 1949 (glossário) e pela Constituição
Portuguesa de 1976, a Constituição de 1988, com a �nalidade de reforçar a obrigatoriedade das normas que
consagram direitos e garantias fundamentais, estabeleceu no parágrafo 1º. do art 5º que “as normas de�nidoras dos
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.”
Isso quer dizer que a ideia do constituinte é evitar que as normas de direitos fundamentais sejam consideradas como
“letra morta”. Sendo de aplicabilidade imediata, elas devem ser aplicadas de plano, já que por si só têm o condão de
regular diretamente relações jurídicas.
Assim, não �camsujeitas à edição de lei para lhes dar concretude. Ao contrário, é a lei que deve atentar para as
prescrições de direitos fundamentais.
Atenção!
, Dessa forma, este princípio da aplicabilidade de direitos fundamentais está vinculado à efetividade
dos direitos fundamentais que vai dizer respeito a sua aptidão de produzir efeitos, mudando a
realidade fática.
Por outro lado, a questão da efetividade se relaciona diretamente com o seu cumprimento forçado por intermédio do
Poder Judiciário.
Direitos de liberdade
Para os direitos de liberdade, isto é, que demandam do Estado um não fazer, uma abstenção
de conduta. Essa questão é menos problemática, já que a intervenção do juiz se dá no
sentido de fazer cessar a violação à liberdade (por exemplo, o relaxamento de uma prisão
ilegal).
Direitos sociais
Para os direitos sociais, que demandam sua implementação mediante principalmente
políticas públicas, a aplicabilidade imediata não é tão fácil de ser obtida pela via judicial.
Tanto é que, nesses casos, muito se discute sobre a possibilidade de implementação desses
direitos pelo Poder Judiciário, como por exemplo, temos o debate sobre a judicialização da
saúde.
O ROL DE DIREITOS FUNDAMENTAIS CONSTITUCIONALMENTE
CONSAGRADOS
No movimento expansivo da dignidade humana, o constituinte recepcionou e organizou os direitos fundamentais da
seguinte maneira:
DIREITOS INDIVIDUAIS
Também conhecidos como liberdades públicas, direitos negativos, liberais ou de 1a geração (art. 5o da CRFB/88) - são
direitos que apresentam como principais características os indivíduos como titulares e controlar os abusos de poder
estatais.
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DIREITOS COLETIVOS E DIFUSOS (OU DE 3A GERAÇÃO)
Os coletivos caracterizam-se por serem direitos de um grupamento humano com interesses homogêneos, por exemplo
o pleito dos sindicatos. Já os difusos são direitos que pertencem a todos, ou seja, não somos capazes de identi�car
quem são os seus titulares como, por exemplo, o meio ambiente.
DIREITOS DA NACIONALIDADE
Caracteriza-se como vínculo jurídico-político de uma pessoa com o Estado que nos permite dizer que esta pessoa faz
parte do povo deste Estado. Ela pode ser de dois tipos: originária, que chamamos de natos, que no Brasil pode ser
adquirida pelo critério misto, ou seja, pelo nascimento em nosso território (ius soli) ou pela consanguinidade (ius
sangunis) de pai ou mãe brasileiros ou; derivada, que se adquire com um pedido ao governo brasileiro atendendo aos
requisitos de se for originário de país de língua portuguesa: ter visto (autorização de permanência regular no Estado
Brasileiro) de permanência, residência ininterrupta por um ano e idoneidade moral e, se originário de outro país: visto
de permanência, quinze anos de residência ininterrupta e nenhuma condenação penal. (art. 12 da CRFB/88).
DIREITOS POLÍTICOS
Segundo Pedro Lenza, “direitos políticos nada mais são do que instrumentos através dos quais a Constituição Federal
garante o exercício da soberania popular atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na condução da coisa
pública, seja direta ou indiretamente”. Esses direitos são basicamente exercidos pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto. O sufrágio (capacidade eleitoral ativa) determina o direito de eleger e ser eleito (capacidade eleitoral
passiva). O voto é um direito público subjetivo que tem como características ser personalíssimo, sigiloso, obrigatório,
livre, periódico e igual. Apenas para não confundir, vale lembrar que escrutínio signi�ca a maneira pela qual se vota e
que a legislação infraconstitucional referente aos direitos políticos é a Lei 4737/65.
DIREITOS SOCIAIS
São direitos sociais ou de segunda geração, se caracterizam por terem como titulares grupos especí�cos de pessoas
como, por exemplo, crianças, mulheres, trabalhadores etc. Exigem do Estado um fazer, um animus de proteção efetiva
na persecução desses direitos a �m de amenizarem as desigualdades sociais.
A CLÁUSULA DE ABERTURA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Fonte:
Para além do princípio da aplicabilidade imediata, a Constituição adotou uma cláusula de abertura no que toca ao
reconhecimento dos direitos fundamentais.
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Fonte da Imagem: viviamo / Shutterstock
Essa cláusula também está prevista no art. 5º, em seu parágrafo segundo, estabelecendo que os direitos e garantias
expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou, de forma
original, dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Isto quer dizer que há uma abertura material para o reconhecimento de outros direitos fundamentais que
topogra�camente não estejam listados nem no catálogo do art. 5º, nem no Título II da Constituição e/ou nem mesmo
na própria Constituição. Logo, podemos falar de uma não tipicidade que de�ne um regime de direitos fundamentais.
Aliás, nesse mesmo sentido, já entendeu o STF que o rol dos direitos fundamentais (que são cláusulas pétreas – art.
60, §4o ,inciso IV da CRFB/88) é meramente exempli�cativo, visto que podemos depreender novos direitos
implicitamente como também pela incorporação de tratados internacionais de direitos humanos (art. 5o §§ 2o e 3o da
CRFB/88).
A HIERARQUIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS
HUMANOS NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
Hoje temos o reconhecimento máximo, sob o plano normativo-formal, da prevalência dos DH como fonte de referência
para o Direito brasileiro, bem como os Poderes do Estado e seus agentes e para toda a sociedade civil.
Além dos parágrafos 1º e 2º do artigo 5º, a Emenda 45 de 2004 acrescentou mais um parágrafo terceiro:
“ § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais”.
O mencionado dispositivo é de extrema relevância, pois dá aos tratados de DH uma hierarquia normativa superior a da
lei no sentido formal (lei ordinária ou lei complementar), fazendo com que os mesmos tenham o status de norma
constitucional derivada (Emenda constitucional).
Para tanto, a aprovação deste tratado deverá observar procedimento mais quali�cado, bastante rígido:
Aprovação em dois turnos;
Em cada casa em separado (Câmara e Senado Federal);
Quórum de três quintos dos membros.
Atenção!
, Atente que, ao assumir o valor formal de emenda à Constituição, o tratado de DH se coloca como um
parâmetro a ser seguido por todo o ordenamento jurídico que necessariamente deve observar seus
preceitos sob pena de vício de inconstitucionalidade, passível de correção pelos mecanismos de
controle de constitucionalidade adotados pela nossa ordem constitucional., , Logo, o legislador
ordinário está vinculado à proteção desses direitos e, ao exercer a função legislativa, deverá tê-los
como norte ao propor as regulamentações legais.
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O SISTEMA DE GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS
Fonte da Imagem: Dariush M / Shutterstock
O mundo contemporâneo tem revelado sistemas de garantias dos direitos fundamentais variados, que incorporam
muitas experiências diferentes, em distintos níveis normativos. Muitas delas se repetem nos diferentes países,
especialmente se considerado o mundo ocidental. Veja-se, por exemplo, a proteção à liberdade de ir e vir
internacionalmente adotada pelo Habeas Corpus ou instrumento equivalente.
A Constituição de 1988 prestigia uma estrutura protetiva, ao menos no plano normativo (já que nem sempre a previsão
em texto de lei corresponde a uma reale efetiva proteção), bastante extensiva e que contempla um sistema de
proteção que pode ser articulado em circunstâncias distintas, levando em conta o tipo de violação perpetrada contra o
direito fundamental considerado, a estrutura procedimental oferecida e a quem compete acionar esse sistema de
proteção.
Também podemos falar em um sistema genérico que não foi especialmente concebido para a proteção de direitos
fundamentais, mas que tem nos direitos sua última �nalidade.
E há, ainda, um sistema previsto explicitamente para a proteção dos direitos fundamentais que se compõe de �guras
jurídicas constitucionais garantidoras dos direitos fundamentais (que trata das ações voltadas para proteção de
direitos fundamentais, chamadas de remédios constitucionais); assim como do incidente de deslocamento de
competência, como veremos adiante.
Em ambos os sistemas, ressalta-se a importância do Poder Judiciário como estrutura do Estado, à qual é atribuída a
missão de zelar pela cidadania, com a entrega da prestação jurisdicional, em situações de con�ito entre as pessoas,
assegurando que os direitos fundamentais sejam respeitados.
O sistema genérico basicamente se organiza em torno de dois grandes eixos:
27/08/2020 Disciplina Portal
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O MODELO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
O controle de constitucionalidade tem por �nalidade assegurar que toda a produção normativa do Estado seja feita em
conformidade com a Constituição. Logo, o controle busca suprimir a incompatibilidade expressa ou implícita entre a
norma infraconstitucional com dispositivo que conste expressamente na Constituição.
O sistema de controle adotado pela Carta de 1988, oferece um leque variado de possibilidades que leva em conta
alguns critérios para a caracterização do modelo que adotamos.
O sistema brasileiro se admite um controle chamado de misto:
Controle político, que deve ser, em regra, preventivo, exercitado pelo próprio Poder Legislativo;
Controle jurisdicional que:
é repressivo, e pode se dar na modalidade indireta (no bojo de qualquer ação qualquer) quando efetuado por todas as
instâncias jurisdicionais;
na modalidade direta, através das ações especialmente desenhadas para o controle de constitucionalidade – controle
direto - cuja competência, na esfera federal, no que toca a Carta de 1988, é do Supremo Tribunal Federal.
Entre as ações de controle direto, há duas espécies tratam explicitamente da proteção dos direitos fundamentais. São
elas:
Ação de Descumprimento Preceito Fundamental (ADPF)
A ADPF está prevista no art. 102, § 1º da Constituição. Tem por objeto evitar ou reparar
lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público ou quando for relevante o
fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual,
municipal, incluídos os anteriores à constituição.
Pela redação do caput do art. 102, é possível notar a enorme abrangência da ADPF que pode
ser utilizada não apenas para censurar atos normativos, mas os atos administrativos e até
os judiciais, inclusive atos normativos anteriores a promulgação da Constituição, como por
exemplo, contratos administrativos, editais de licitação de concurso, decisões dos tribunais
de contas. Logo, esses atos �cariam, também, sujeitos ao crivo do controle concentrado de
constitucionalidade – o que não seria possível na tradicional via da Ação Direta de
Inconstitucionalidade.
A doutrina tem entendido que os preceitos fundamentais são os princípios fundamentais, os
direitos fundamentais, as cláusulas pétreas e os princípios constitucionais. Daí sua
relevância no sistema de proteção dos DH. Hoje, a ADPF está regulamentada na Lei n. 9882.
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Ação Direta Interventiva (ADIN interventiva)
A ação direta interventiva (art. 36, III da CRFB/88) é uma modalidade de controle de
constitucionalidade concreto e concentrado para um con�ito federativo, proposta na esfera
federal pelo chefe do Ministério Público Federal, o Procurador-Geral da República, quando
um dos Estados membros desrespeita lei federal ou um dos princípios constitucionais
sensíveis (art. 34, VII da CRFB/88). Entre eles, se encontra a DIGNIDADE HUMANA.
O ACESSO À JUSTIÇA
O acesso à justiça, traduzido aqui no direito de ação (glossário), pode ser considerado, também, ferramenta de
proteção aos direitos fundamentais, nas violações em concreto da esfera jurídica do cidadão, já que, nos termos do art.
5º. inciso XXXV da Constituição, a lei poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
É o chamado de princípio da inafastabilidade da jurisdição que se traduz no direito da parte de acionar a Poder
Judiciário, em busca de proteção/reparação ao direito fundamental violado. Esse direito se articula pelo princípio do
devido processo legal (glossário) que deverá ser observado como forma de se alcançar a solução adequada para a
controvérsia apresentada ao juiz e que demanda uma resposta jurisdicional que é chamada de prestação jurisdicional.
AS FIGURAS JURÍDICAS CONSTITUCIONAIS GARANTIDORAS DOS
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os remédios são instrumentos processuais que visam assegurar o exercício dos direitos fundamentais quando
violados. São eles:
Signi�ca “tomes o corpo do delito”. É uma ação gratuita que visa proteger a liberdade de locomoção, e dispensa a
necessidade de advogado. Ela pode ser proposta a seu favor ou de terceiro, preventiva (quando se há ameaça à
liberdade) ou repressivamente – art. 5o, inciso LXVIII da CRFB/88.
Ação que pode ser individual ou coletiva, que visa proteger direito líquido e certo, ou seja, aquele que pode ser provado
de plano, isto é, só pode ser provado por provas documentais irrefutáveis e apto a ser exercido no momento da
impetração, que não seja protegido por habeas corpus ou habeas data quando se sofre uma ilegalidade de poder por
uma autoridade pública. (art. 5o, incisos LXIX e LXX da CRFB/88 e LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009.
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Signi�ca “tomes a informação”. Segundo José Afonso da Silva “tem por objeto proteger a esfera íntima dos indivíduos
contra: a) usos abusivos de registro de dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; b)
introdução nesse registro de dados sensíveis; c) conservação de dados falsos ou com �ns diversos autorizados em
lei”. É uma ação gratuita. (art. 5o , inciso LXXII da CRFB/88, Lei 9507/97 e súmula 2 do STJ).
Remédio que objetiva garantir a toda pessoa a e�cácia plena de direitos fundamentais assegurados pela Constituição,
de forma que busque obrigar o Poder Público a estabelecer norma regulamentadora – art. 5o, inciso LXXI da CRFB/88
LEI Nº 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016.
Ação gratuita própria de cidadão em sentido estrito que visa proteger atos lesivos ao patrimônio público ou de
entidades que o Estado participe, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico – art. 5o ,
inciso LXXIII da CRFB/88 e lei 4717/65 e súmula 35 do STF.
Remédio cabível para defesa do patrimônio público e social, do meio ambiente e de interesses difusos e coletivos e
tem a sua única previsão constitucional no art. 129, inciso III. (Lei 7347/85).
O INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA
O Incidente de Deslocamento de Competência (IDC) foi trazido pela Emenda Constitucional no. 45 de 2004. Entre as
várias novidades introduzidas pela emenda, o IDC permite ao Procurador-Geral da República, nos casos de grave
violação aos Direitos Humanos, suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, a remessa do caso para a Justiça
Federal que passaria a ter competência para processar a violação.
Con�ra o texto constitucional:
27/08/2020Disciplina Portal
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Fonte: / Shutterstock
Desde a sua origem, em 2004, o incidente não tem sido muito frequente, o que nos leva a indagar o motivo de seu
baixo grau de adesão, já que as violações aos DH, infelizmente, na atualidade, não são raras.
Atenção!
, Aliás, essa crítica de baixa efetividade pode ser formulada para todo o sistema de proteção dos
direitos fundamentais, eis que, na atualidade, o grande desa�o que se coloca não é mais o
reconhecimento normativo, a positivação dos DH, mas sim como realmente protegê-los, de modo que
se possa consolidar na vida de todos e de cada um uma dimensão real e plenamente vivenciada da
dignidade humana., , Ainda assim, com a previsão normativa do incidente marca-se o seu valor
simbólico no sentido de apontar o compromisso do Estado Brasileiro com os DH.
ATIVIDADE PROPOSTA
Assista à reportagem sobre a crise dos haitianos no Brasil:
VÍDEO
Sob o aspecto dos direitos humanos, aponte duas questões que se colocam como desa�adoras para a proteção dos
direitos.
Resposta Correta
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Glossário
PODER CONSTITUINTE
O poder constituinte pertence ao povo, que o exerce por meio dos seus representantes (Assembleia
Nacional Constituinte). “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (art.1º, parágrafo único da CF). É chamado de
Poder Constituinte Originário (poder genuíno ou poder de 1º grau ou poder inaugural) quando
estabelece uma nova ordem constitucional, isto é, dá conformação nova ao Estado, rompendo com a
ordem constitucional anterior. O Poder Constituinte Derivado Reformador é aquele criado pelo Poder
Constituinte Originário para reformular (modi�car) as normas constitucionais. A reformulação se dá
através das emendas constitucionais.
Fonte: Webjur
PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO
“[...] Preâmbulo da Constituição, no qual se contém a explicitação dos valores que dominam a obra
constitucional de 1988 [...]. Não apenas o Estado haverá de ser convocado para formular as políticas
públicas que podem conduzir ao bem-estar, à igualdade e à justiça, mas a sociedade haverá de se
organizar segundo aqueles valores, a �m de que se �rme como uma comunidade fraterna, pluralista e
sem preconceitos [...]. E, referindo-se, expressamente, ao Preâmbulo da Constituição brasileira de
1988, escolia José Afonso da Silva que ‘O Estado Democrático de Direito destina-se a assegurar o
exercício de determinados valores supremos. ‘Assegurar’, tem, no contexto, função de garantia
dogmático-constitucional; não, porém, de garantia dos valores abstratamente considerados, mas do
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seu ‘exercício’. Este signo desempenha, aí, função pragmática, porque, com o objetivo de ‘assegurar’,
tem o efeito imediato de prescrever ao Estado uma ação em favor da efetiva realização dos ditos
valores em direção (função diretiva) de destinatários das normas constitucionais que dão a esses
valores conteúdo especí�co’ [...]. Na esteira destes valores supremos explicitados no Preâmbulo da
Constituição brasileira de 1988 é que se a�rma, nas normas constitucionais vigentes, o princípio
jurídico da solidariedade.” (ADI 2.649, voto da rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-5-2008,
Plenário, DJE de 17-10-2008.)
CLÁUSULA PÉTREA
Cláusulas pétreas são limitações materiais ao poder de reforma da constituição de um Estado. Em
outras palavras, são dispositivos que não podem ter alteração, nem mesmo por meio de emenda,
tendentes a abolir as normas constitucionais relativas às matérias por elas de�nidas. A existência de
cláusulas pétreas ou limitações materiais implícitas é motivo de controvérsia na literatura jurídica.
Tem-se que demandam interpretação estrita, pois constituem ressalvas ao instrumento normal de
atualização da Constituição (as emendas constitucionais).
LEI FUNDAMENTAL DE BONN DE 1949
“A Lei Fundamental de Bonn foi o nome utilizado para designar a Constituição promulgada em 22 de
maio de 1949 para a Alemanha Ocidental. Foi redigida pelo Parlamentarischer Rat (Conselho
Parlamentar Alemão), um órgão de 65 membros nomeados pelos governos dos onze estados
federados da Alemanha Ocidental, a instrução do comando militar das zonas de ocupação norte-
americanas. Em 8 de maio de 1949, o Parlamentarischer Rat aprovou a Lei Fundamental com maioria
absoluta (e as vozes contra o Partido Comunista, entre outros); no dia 12 de maio foi rati�cada pelos
governadores militares e, nos dias seguintes, pelos parlamentos dos estados federados. A primeira
frase do artigo 1.1 da Lei Fundamental, "A dignidade humana é inviolável", foi copiada em 2004 do
artigo II-61 (o primeiro da seção de direitos fundamentais) da Constituição da União Europeia (UE)”.
Fonte: Seuhistory.com
JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE
Para o Cebes, “a discussão sobre o acesso a medicamentos e tratamentos de saúde pela via judicial
no Brasil ganhou importância teórica e prática, envolvendo crescentes debates entre acadêmicos,
operadores do direito, gestores públicos e sociedade civil. E trouxe para o centro da argumentação a
polêmica atuação do Poder Judiciário em relação à garantia do direito à saúde”.
Fonte: Cebes
INCONSTITUCIONALIDADE
De�ne-se inconstitucionalidade como o fenômeno da incompatibilidade expressa ou implícita entre a
norma infraconstitucional com o dispositivo que conste expressamente na Constituição. Para o
controle dessas inconstitucionalidades necessário se faz a observância dos seguintes pressupostos,
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tendo sempre como base que a Constituição é uma norma fundamental: a) existência de Constituição
Formal; b) rigidez constitucional; c) distinção entre leis ordinárias e leis constitucionais; d) previsão de
pelo menos um órgão dotado de competência para o exercício dessa atividade.
PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
“É a autoridade responsável pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no país. Ele é nomeado pelo
presidente da República entre integrantes da carreira com mais de trinta e cinco anos de idade, e seu
nome deve ser aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal após arguição pública. Detém
independência funcional para o exercício de suas funções, não estando subordinado ao Poder
Executivo, e tem mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzido.[1] Entre suas atribuições, estão
a che�a do Ministério Público da União e de procurador-geral eleitoral e presidente do Conselho
Nacional do Ministério Público”.
Fonte: Wikipedia
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS
São princípios de observância obrigatória para os Estados Membros e o Distrito federal no exercício
de suas competências legislativas, administrativas ou tributárias sob pena de acarretar a sanção
política mais grave em um Estado Federal, ou seja, a intervenção na autonomia estatal. Estão
previstos no art. 34, VII da Constituição, a saber:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) dignidade da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d)prestação de contas da administração pública direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita de impostos estaduais nas ações de saúde e ensino.
DIREITO DE AÇÃO
O direito de ação é o próprio direito de pedir a tutela jurisdicional, de solicitar ao Estado-Juiz o
exercício do poder jurisdicional.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
É o princípio que assegura a todos o direito a um processo com todas as etapas previstas em lei e
todas as garantias constitucionais. Se, no processo, não forem observadas essas molduras, ele
padecede vício que compromete sua constitucionalidade sob o aspecto procedimental. Está previsto
no art. 5º. , inciso “LIV: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal”. Dele decorrem todos os outros princípios de natureza processual, tais como a ampla defesa, o
contraditório, o juiz natural, motivação etc.

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