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Carrapatos: Ectoparasitas em Vertebrados

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Carrapatos
Ectoparasitas obrigatórios de vertebrados, particularmente de mamíferos e aves, mas também podem ser encontrados em anfíbios e répteis (diversas espécies). Eles são indivíduos extremamente resistentes, podendo viver alguns anos e assim como as pulgas, possuem fases de sobrevivência e tem maior resistência principalmente no ambiente e podem permanecer paralisado naquele estágio por muito tempo caso não encontre um local adequado para sua sobrevivência, aumentando sua perpetuidade. 
O carrapato troca de hospedeiro entre as fases da vida, mas a maior parte da vida é no vertebrado. Eles tem preferência por espécie (ou seja, algumas espécies de carrapatos tem preferência de espécies de hospedeiro. Ex.: carrapato vermelho do cão, carrapato do cavalo. Porém, na ausência, podem parasitar outras. 
Ambiente: o carrapato tem uma capacidade grande de se adaptar nos ambientes e também preferem ambientes com alta umidade. 
Famílias e Gêneros de Carrapatos Encontrados no Brasil
	Argasidae
	Ixodidade
	Escudo dorsal ausente
	Escudo dorsal presente
	Capítulo não visível dorsalmente
	Capítulo anterior visível dorsalmente
	Coxas sem espinhos 
	Coxas com espinhos internos
	Festões ausentes
	Festões presentes na maioria das espécies
	Áreas porosas da fêmea ausente
	Áreas porosas da fêmea presente 
	Placas espiraculares ausentes
	Placas espiraculares presentes 
	Dimorfismo sexual não evidente
	Dimorfismo sexual evidente
Família: Ixodidae 
Machos: são menores em tamanho, ingerem menos sangue (se alimentam apenas para realizar a cópula) e possuem escudos maiores que as fêmeas. No carrapato vermelho do cão, por exemplo, todas as mudas vão acontecer no ambiente, mas tanto a larva, quanto ninfa e adulto são hematófagos e precisam de um hospedeiro vertebrado para se alimentar, evoluir e trocar sua forma de vida. Com isso, eles podem entre uma muda e outra. Parasitar hospedeiros diferentes é importante principalmente na transmissão de doenças. 
Gnatossoma: peças bucais que são fincadas na pele do hospedeiro, gerando maior resistência para o carrapato. Órgão de Haller: quimiorreceptores para localização do hospedeiro, é sensitivo e olfativo. Escudo: os machos possuem um escudo dorsal quitinoso que se entende até o bordo do opistosoma (enquanto nas fêmeas, esse escudo cobre apenas o propodosoma, para permitir a dilatação do abdômen após a alimentação). Focetas: possuem antenas escondidas ali
Alimentação dos carrapatos 
As quelíceras irão perfurar a pele do hospedeiro, depois, o carrapato introduz o hipostômio e os dentes mantém o parasita aderido. Para evitar que a resposta da cascata de coagulação atrapalhe a hematofagia, a evolução permitiu a presença de anticoagulante nas suas secreções salivares (inibindo o prurido e dor tão intenso), introduzindo suas produções salivares no hospedeiro facilitando o repasto do carrapato, e é neste momento que ele deposita também algumas bactérias (transmitindo doenças), esse efeito na hora da picada, em pessoas com sensibilidade a essa secreção será mais grave, e também a infestação pode ser determinante. Os palpos permanecem achatados rente a pele 
Efeitos:
-O animal pode desenvolver alergia as secreções
-Infestação (alergia) 
-A forma que é removida da pele (pode causar inflamação, o animal pode quebrar ao meio, onde a parte que está enterrada no hospedeiro fica presa causando uma reação inflamatória exacerbada)
Fases evolutivas
Ovos (eclosão)
Larva (ecdse) + hematofagia
Ninfa (ecdse) + hematofagia
Adulto com dimorfismo sexual (cópula) onde a fêmea inicia a hematofagia (mais que o macho pois ela irá produzir uma infinidade de ovos). Na imagem um casal de Amblyomma sculptum.
Fêmea ingurgitada ou teleógina: terminando seu repasto e aguardando a maturação dos ovos, e quando está pronta para postura caí no solo e morre
Carrapatos duros
Alyomma sculptum (carrapato do cavalo também pode ser chamado de micuim ou carrapato estrela e seu nome anterior era Amblyomma cajennense): Parasita a maioria dos animais domésticos (principalmente bovinos e eqüinos), pode parasitar o homem. Exige três hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno) pois todas as mudas são feitas fora do hospedeiro. A fêmea põe de 6 a 8 mil ovos em toda sua vida, pode transmitir vários agentes patogênicos e a sua picada pode originar ferimentos na pele de cura demorada, pode transmitir a babesiose eqüina, febre maculosa no homem (Rickettsia rickettsi)
Anocentor nitens (carrapato da orelha do cavalo): somente uma espécie de importância, parasita principalmente eqüinos (cavalos, mulas e asnos), locais preferidos são o pavilhão auricular e divertículo nasal, podem causar supuração e infecções secundárias e miíases. É carrapato de um só hospedeiro (ciclo monoxeno: as fêmeas põem em média 3 mil ovos no solo, as larvas podem resistir até 71 dias sem se alimentar quando as condições são favoráveis); ele é exclusivo do novo mundo e um dos principais vetores de Babesia equi e Babesia caballi. É importante lembrar que pode transmitir vários agentes patogênicos e a sua picada pode originar ferimentos na pele com até perda da orelha. Favorece miíases.
Boophilus
Rhipicephalus sanguineus (carrapato vermelho do cão): é carrapato típico de três hospedeiros, encontrado no cão e outros mamíferos (até em aves), espalham-se pelas habitações, multiplicação muito alta e de difícil controle, podem escalar muros e paredes, abrigam-se em frestas e forros, é cosmopolita (encontrado praticamente em qualquer lugar do mundo), causa irritação e desconforto, transmite a Babesia canis, Rickettsia (bactéria que causa febre maculosa) canis e Hepatozoon canis, todas as mudas são feitas fora do hospedeiro, a fêmea ingurgitada está cheia de sangue pois está produzindo de 2 a 3 mil ovos em toda sua vida, as larvas não alimentadas podem sobreviver até 8 meses, as ninfas 6 meses e adultos até 19 meses, frequente em membros torácicos e orelhas, pode causar dermatites no homem.
Carrapatos moles
São mais comuns em aves migratórias, a única diferença é a presença ou não de carapaça
Patologias causadas
- Dano mecânico (ato dele se fixar na pele do hospedeiro, causando irritação, inflamação e hipersensibilidade)
- Em altas infestações o repasto sanguíneo pode levar a anemia
- As secreções salivares possuem inúmeras toxinas e pode causar efeito tóxicos como paralisia 
- Transmissão de agentes patogênicos via secreção salivar para o homem e animal – vírus, rickettsias (é uma bactéria e causa a febre maculosa) e bactérias
Efeitos sistêmicos
Na secreção salivar dos carrapatos existe a presença de neutoroxinas, que por sua vez, bloqueia junções neuromusculares (afetam a condução do impulso nervoso), a neurotoxina atrapalha a propagação do impulso nervoso, ela rompe sinapses de nervos motores na medula espinal, causando uma paralisia plácida.. Existem animais com mais sensibilidade que acabam desenvolvendo mais essa síndrome que outros. A quantidade (infestação pode ser pior) de carrapatos também irá influenciar esses efeitos, porém, os animais possuem mais sensibilidade que outros. Devemos associar a infestação de carrapatos pois a quantidade de neurotoxinas agindo naquela região é muito grande; causa a paralisia por carrapato especialmente em cães e gatos; entrada de bactérias na circulação, especialmente estafilococos; potencial de agente infeccioso é a inoculação de microrganismos nesse hospedeiro 
Efeitos Cutâneos
Necrose focal na derme no local da picada (morte celular no local da picada); resposta inflamatória (sendo exacerbada ou não) de eosinófilos; infecção secundária por estafilococos aureus (é a morte celular devido a capacidade auto imune reduzida onde a ferida que promove entrada de outros microrganismo, importante em animais de produção e de companhia); infestação maciça (alta quantidade de parasita no animal); perda de sangue (anemia); menor produtividade, menor ganho de peso; desassossego: por causa da dor, prurido e irritação, isso pode ser ainda mais grave em animais de produção, que podem causar queda de produtividade (o animalfica estressado, seu metabolismo não funciona corretamente)
Os produtos tópicos causam absorção pela pele e mucosas, que será eliminado no leite e estará presente na carne. O ideal é o uso de carrapaticidas: o carrapato irá se descolar, cair e morrer.
Ciclo trioxênico: precisa de 3 hospedeiros pois a muda sempre vai ocorrer no ambiente (a cópula ocorre no hospedeiro), essa dinâmica dá a esse tipo de carrapato a possibilidade maior de transmitir doenças, já que em qualquer momento que ele faz a hematofagia e está introduzindo saliva e junto microrganismos. A temperatura e umidade (entre março e julho encontramos maior quantidade de larva e entre julho e novembro maior quantidade de ninfa, no verão encontramos a fase adulta) são importantes para seu sucesso
 Ex: Amblyomma sculptum (carrapato do cavalo) 
Ciclo monóxeno: a fêmea faz a postura no ambiente, as larvas sobem ao hospedeiro, a muda de larva pra ninfa e ninfa pra adulta acontece no hospedeiro, assim como a cópula, e depois a femea cai no ambiente e faz a postura. Isso diminui a possibilidade de transmissão para mais de 1 hospedeiro.
 Ex.: Anocentor nitens (carrapato da orelha do
Letícia Beatriz Mazo Pinho – UAM – Proibida a comercialização deste resumo

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