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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - Aula 7

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SISTEMAS ÚNICO DE SAÚDE (SUS): princípios, estrutura e organização
Principais legislações do SUS
MARCO HISTÓRICO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL
8ª Conferência Nacional de Saúde - 1986
· Saúde e democracia
· Base do capítulo da saúde da constituição Federal de 1988
· Reuniu em Brasília mais de 4 mil delegados de todas as regiões e classes sociais no país, em jornadas que avançavam pela madrugada.
Obs. O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, integral e público.
SUS 
Amparado por um conceito ampliado de saúde, foi criado, em 1988, pela Constituição Federal Brasileira, para ser o sistema de saúde dos mais de 208 milhões de brasileiros.
O sus constitui o modelo oficial público de atenção a saúde em todo o país sendo o maior sistema político de saúde do mundo a garantir assistência integral e universal para a totalidade da população, inclusive HIV positivos, pacientes renais crônicos e neoplasias, além do tão visado programa de imunização. 
ONDE ESTÁ O SUS?
· Em todos os lugares: cachorro quente, pizzaria, shampoo, ações de vigilância em saúde, etc.
· 70-75% da população brasileira é dependente desses sistemas de saúde.
QUEM É O SUS?
· Representa TODOS, é um pacto coletivo em prol da saúde.
LEIS ORGÂNICAS DO SUS
Lei n. 8.080 19 de setembro/1990
Dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Lei n. 8.142 28 de dezembro/1990
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.
Lei 8080/90 – Capítulo II Dos princípios e diretrizes 
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
COMPETÊNCIAS DOS ENTES GOVERNAMENTAIS
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS 
Universalidade – equidade – integralidade
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS OU DIRETRIZES
Descentralização – regionalização e hierarquização – controle social
UNIVERSALIDADE 
Em seu sentido mais abrangente, a saúde é a resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio-ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra, e acessos a serviços de saúde.
“O direito à saúde é ter acesso universal aos cuidados em saúde, com recursos necessários para provê-los, sendo oferecidos por qualidade, nos quais as práticas culturais são consideradas, e a educação junto a informação sejam meios de produção e reprodução social.”
DIREITO À SAÚDE = IGUALDADE + EQUIDADE
EQUIDADE
O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direitos aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.
Integralidade 
Este principio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. É importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. O principio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
DESCENTRALIZAÇÃO
Descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle, e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser considerada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional da direção única, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas duas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.
SUS – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
(IMAGEM)
REGIONALIZAÇÃO
A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. É um processo técnico-político relacionado à definição de recortes espaciais para fins de planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde. Se constitui por um conjunto de pontos de atenção, com diferentes funções, complexidades e perfis de atendimento, que devem operar de forma articulada no território, de modo a atendes as necessidades da população.
Hierarquização 
Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidades, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. Deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis em uma dada região.
PARTICIPAÇÃO POPULAR 
A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados conselhos e as conferências de saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
Lei orgânica 8.142/1990
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do sus, e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde e dá outras providências.
Art 1º
I- Conferências de saúde
II- Conselhos de saúde 
Conferências de saúde – MAPA MENTAL
CONSELHOS DE SAÚDE
Competências dos conselhos de saúde
Conselheiros: 
1- 50% Representando o usuário
2- 25% Representando profissionais de saúde
3- 25% Representando Governo / prestadores de serviço de saúde
NORMATIVAS DO SUS
NOB SUS Nº 01/1991
Descentralização centralizadora 
Introduziu: instrumentos de gestão (requisitos de habilitação):
· Conselhos de saúde
· Fundos estaduais e municipais
· Plano municipal de saúde
· Plano plurianual
· Contrapartida financeira
Transferência de recursos via convênio com estados e municípios (caso PACS)
Consolidou: 
· sistema de pagamento por produção de serviços
Manteve: 
· A estrutura de compra de serviços privados de saúde do INAMPS (gestores estaduais e municipais.)
· Tabelas de SAI e SIH/SUS/Produção médico-assistencial
Fortaleceu: 
· Modelo de atenção médico hospitalar 
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 93- NOB 93
· Extinção do INAMPS
·Descentralização com ênfase na municipialização;
· Comissão Intergestores tripartite e bipartites;
· Repasse fundo a fundo;
· Controle social sobre o processo.
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 96- NOB 96
· O reordenamento do modelo de atenção à saúde, de modo que cada nível de governo possa melhor desenvolver as ações no campo da assistência;
· Define as transferências de recursos fundo a fundo para a assistência ambulatorial e hospitalar (PAB FIXO e PAB VARIÁVEL incentivo ao PSF e PACS) ações de vigilância sanitária, e ações de epidemiologia e controle de doenças e também define a remuneração por serviços prestados.
· Define as condições de gestão para os municípios (Plena da Atenção Básica e Plena do Sistema).
· Institui a programação pactuada e integrada (PPI), como “o instrumento essencial de reorganização de modelo de atenção e gestão do SUS, de alocação dos recursos e da explicitação do pacto estabelecido entre as três esferas do governo”.
NOAS 2001
· O objetivo da NOAS/SUS é promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção.
· Estabelece o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade.
· Institui o plano diretor de regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada Estado e no Distrito Federal.
PACTO PELA SAÚDE – 2006
Portaria GM/MS nº 399, de 22 de fevereiro de 2006.
· Pacto pela vida
· Pacto em defesa do SUS 
· Pacto de gestão
PACTO PELA SAÚDE 
· Todo município é responsável pela integralidade da atenção do seu município(incluindo ações de promoção), pela pactuação e referência da atenção que ocorre fora do seu território em cooperação com o estado e com os demais municipíos envolvidos no âmbito regional/estadual.
· Pactuação da micro – responsabilidade sanitária, onde o município deve territorializar os serviços explicitando responsabilidades, compromissos e vínculos das equipes com a população do território.
· O município deve assumir integralmente a gerência de toda a rede de atenção básica;
· O município deve assumir a gestão das unidades do seu território, pactuando regionalmente as suas referências e constituindo uma co-gestão, com o estado e outros municípios, do processo de regulação destes serviços, quando se tratar da referência inter-municipal.
DECRETO N.7.508/11
Art 1º Regulamenta a lei nº 8.080, para dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.
Articular novo pacto federativo que fortaleça os vínculos interfederativos necessários à consolidação do sus.
Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação complementar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.
Os novos elementos postulados no Decreto, são:
· Planejamento integrado das ações e serviços de saúde
· Mapa da saúde
· Regiões de saúde 
· Redes de atenção à saúde (RAS)
· Articulação interfederativa (CIR)
· COAP- contrato organizativo da ação pública da saúde;
· RENASES- relação nacional de ações e serviços de saúde;
· RENAME- relação nacional de medicamentos essenciais.
AS PORTAS DE ENTRADA DO SISTEMA
O acesso ordenado à rede de atenção à saúde dar-se-á pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo.
São portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde:
I- Atenção primária;
II- Atenção de urgência e emergência 
III- Atenção psicossocial 
IV- Outras portas especiais de acesso aberto
AÇÕES E SERVIÇOS DE SUS

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