Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2015 Contabilidade de Custos Prof. Valdecir Knuth Copyright © UNIASSELVI 2015 Elaboração: Prof. Valdecir Knuth Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 657.42 K67c Valdecir Knuth Contabilidade de custos/ Valdecir Knuth. Indaial : Uniasselvi, 2015. 277 p. : il. ISBN 978-85-7830-889-6 1.Contabilidade de custos. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Impresso por: III apresentação Caro(a) acadêmico(a)! Diz o provérbio chinês que “podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos”. Plantamos para você a semente do conhecimento na disciplina de Contabilidade de Custos e você poderá, ao fim da terceira unidade, colher os melhores frutos que conseguir. No campo de valorização intelectual aplicável você estará à frente de outros profissionais, no momento em que se prepara para uma das profissões mais valorizadas nos tempos atuais: a “Contabilidade de Custos”, uma das principais e mais atuantes atividades no núcleo empresarial, fato que lhe trará méritos em conhecimento e aplicabilidade na rotina diária da vida, seja pessoa física ou jurídica. Diante do mercado dinâmico e competitivo, quem estiver atualizado ganha maior espaço no mercado de trabalho, e você, ao optar por esta profissão, caminha para o sucesso profissional. O conteúdo desta disciplina se divide em três unidades de ensino. Assim, iniciaremos a Unidade 1 com o estudo sobre o que é a Contabilidade e suas aplicações, principalmente relacionada com a Contabilidade de Custos, assim como conheceremos as operações de débito e crédito e os reflexos que possuem no Estado Patrimonial da empresa, compreendendo a forma como se relacionam as operações da Contabilidade de Custos. Você irá compreender como procede a lógica das Origens e Aplicações de recursos nas operações da empresa, corroborando o reconhecimento dos Custos dos Produtos Vendidos (CPV) com a geração das Receitas de Vendas da empresa. Na Unidade 2 estudaremos os elementos que compõem os conceitos e a classificação dos gastos industriais, relacionados à Contabilidade de Custos e a compreensão das diferenças entre custos, despesas, gastos e investimentos. O conhecimento dessas diferenças é importante para a correta aplicação e avaliação dos custos nas empresas industriais e sua contabilização. Identificaremos também o que são custos diretos e indiretos, fixos e variáveis e sua aplicação no processo industrial e contabilização. Para finalizar, na Unidade 3 abordaremos sobre a elaboração dos registros contábeis que constituem as operações de aquisição de matéria- prima; os créditos tributários nas aquisições de matéria-prima; os efeitos dos IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! registros do custo da aquisição da matéria-prima no controle do estoque; a formação do mark-up do preço de venda e a consequente formação do preço de venda, bem como o registro de todas as operações contábeis de um estudo de caso em razonete “T”; a apuração da Demonstração do Resultado do Exercício; e a apuração do Balanço Patrimonial. Bons estudos! Prof. Valdecir Knuth NOTA V Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI VI VII UNIDADE 1 – A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS .......................................................................................................................... 1 TÓPICO 1 – A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS ........................ 3 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3 2 CONCEITO BÁSICO DE CONTABILIDADE ................................................................................ 3 3 A QUEM INTERESSAM AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS .................................................... 6 4 COMPONENTES DA ESTRUTURA PATRIMONIAL ................................................................. 10 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 15 TÓPICO 2 – AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................. 19 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19 2 ATIVO .................................................................................................................................................... 19 3 PASSIVO ............................................................................................................................................... 21 4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................................... 22 5 O BALANÇO PATRIMONIAL E SUA ESTRUTURA .................................................................. 25 6 AS CONTAS .......................................................................................................................................... 29 7 O PLANO DE CONTAS ..................................................................................................................... 29 7.1 A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS ............................................................................ 30 8 CONTAS SINTÉTICAS E ANALÍTICAS ....................................................................................... 31 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 41 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................42 TÓPICO 3 – OPERAÇÕES COM CUSTOS EM ESTOQUES DE PRODUTOS INDUSTRIAIS .................................................................................................................. 45 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45 2 FATOS QUE ALTERAM OS VALORES DAS COMPRAS ........................................................... 46 3 FATOS QUE ALTERAM O VALOR DA VENDA ........................................................................... 49 4 TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS E VENDAS ....................................................... 51 5 APURAÇÃO DO VALOR DO CUSTO DAS MERCADORIAS EM ESTOQUE ...................... 61 6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES ............................................................................. 63 7 TIPOS DE INVENTÁRIOS ................................................................................................................. 64 7.1 INVENTÁRIO PERIÓDICO ........................................................................................................... 65 7.2 INVENTÁRIO PERMANENTE ..................................................................................................... 67 7.2.1 Tipos de controle de estoque ................................................................................................ 68 7.2.2 Diferenças entre os métodos ................................................................................................. 73 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 74 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 77 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 78 sumário VIII UNIDADE 2 – CONCEITUAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS, ASPECTOS COMPORTAMENTAIS, MÉTODOS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ..................................................................................................... 81 TÓPICO 1 – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS ................................................... 83 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 83 2 CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................... 83 2.1 CUSTOS ............................................................................................................................................. 85 2.2 DESPESAS ......................................................................................................................................... 87 2.3 GASTOS ............................................................................................................................................ 90 2.4 INVESTIMENTOS ........................................................................................................................... 91 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 93 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 94 TÓPICO 2 – ASPECTOS COMPORTAMENTAIS DOS GASTOS ................................................ 95 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 95 2 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS ................................................................................................ 96 2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS ............................................................................................. 96 2.1.1 Principais características dos Custos Variáveis ou Diretos............................................... 97 2.2 DESPESAS VARIÁVEIS OU DIRETAS ......................................................................................... 98 2.3 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS .................................................................................................. 98 2.3.1 Principais características dos Custos Fixos ou Indiretos .................................................. 100 2.4 DESPESAS FIXAS OU INDIRETAS .............................................................................................. 101 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 103 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 104 TÓPICO 3 – MÉTODOS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .................... 105 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 105 2 MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO ................................................................................... 106 2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS ........................................................................................................... 106 2.2 METODOLOGIA DE APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO ..... 111 2.2.1 Pontos fortes e pontos fracos do Sistema de Custeio por Absorção................................ 114 2.2.1.1 Pontos fortes ................................................................................................................ 114 2.2.1.2 Pontos fracos ............................................................................................................... 114 3 MÉTODO DE CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL ...................................................................... 115 3.1 ASPECTOS CONCEITUAIS ........................................................................................................... 115 3.2 METODOLOGIA DE APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL ........................................................................................................................................ 117 3.2.1 Pontos fortes e pontos fracos do sistema de custeio variável ........................................... 121 3.2.1.1 Pontos fortes ............................................................................................................... 121 3.2.1.2 Pontos fracos ............................................................................................................... 122 3.3 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO .................................................................................................. 122 3.4 PONTO DE EQUILÍBRIO ............................................................................................................... 125 3.5 ANÁLISE DE CUSTO, VOLUME E LUCRO ............................................................................... 129 4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ............................................................................................ 131 4.1 POLÍTICA DE PREÇOS .................................................................................................................. 134 4.1.1 Formação do preço de venda ................................................................................................ 134 4.1.2 Erros na formação do preço de venda ................................................................................. 139 4.1.3 A equação do preço de venda ............................................................................................... 140 4.2 TIPOS DE PREÇOS .......................................................................................................................... 141 4.2.1 Estratégias de preços distintos ..............................................................................................141 4.2.2 Estratégias de preços competitivos ...................................................................................... 141 IX 4.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO .............................................................................. 142 4.3.1 Estrutura de custos ................................................................................................................. 142 4.3.2 Estratégia e política de mercado ........................................................................................... 143 4.3.2.1 Produtos ....................................................................................................................... 143 4.3.2.2 Fatores ambientais ...................................................................................................... 143 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 145 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 147 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 149 UNIDADE 3 – CONTABILIZAÇÃO DOS EVENTOS DOS CUSTOS, MARK-UP, PREÇOS DE VENDA E DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS .............................................. 151 TÓPICO 1 – REGISTROS DAS OPERAÇÕES RELATIVAS ÀS ATIVIDADES DE EMPRESA INDUSTRIAL .................................................................................................................... 153 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 153 2 REGISTROS OPERACIONAIS CONTÁBEIS DA EMPRESA .................................................... 153 2.1 APURAÇÃO E CONTABILIZAÇÃO DOS SALÁRIOS E ENCARGOS SOCIAIS ................. 179 2.1.1 Departamento 900 – Departamento de Talhação ............................................................... 179 2.1.2 Departamento 901 – Departamento de Costura ................................................................. 185 2.1.3 Departamento 902 – Departamento de Manutenção ......................................................... 190 2.1.4 Departamento 903 – Departamento de PCP ....................................................................... 195 2.1.5 Departamento 906 – Departamento Financeiro ................................................................. 201 2.1.6 Departamento 909 – Departamento Comercial .................................................................. 206 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 212 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 213 TÓPICO 2 – APURAÇÃO DOS CUSTOS INDUSTRIAIS E FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS COM PREÇO DE VENDA ...................................................................... 215 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 215 2 OPERAÇÕES PARA GERAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS ........................................ 215 2.1 APURAÇÃO DA FICHA DE CONTROLE DO ESTOQUE ....................................................... 219 2.2 ALOCAÇÃO DOS GASTOS DA DRE PARA OS CUSTOS DOS PRODUTOS ....................... 223 2.3 ALOCAÇÃO DOS GASTOS DA MATÉRIA-PRIMA DO ESTOQUE PARA OS CUSTOS DOS PRODUTOS ............................................................................................................................. 225 3 APURAÇÃO DOS CUSTOS DA PRODUÇÃO .............................................................................. 226 3.1 MENSURAÇÃO DOS CUSTOS ..................................................................................................... 229 4 FICHA TÉCNICA DOS PRODUTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .................... 233 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 249 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 250 TÓPICO 3 – ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO E ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO E DO BALANÇO PATRIMONIAL ................................................................................................................. 251 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 251 2 PONTO DE EQUILÍBRIO ................................................................................................................... 251 3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................................. 255 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 269 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 271 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 272 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 273 X 1 UNIDADE 1 A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade você estará apto(a) a: • conhecer e entender o que é a Contabilidade e suas aplicações, principal- mente relacionada com a Contabilidade de Custos; • conhecer as operações de débito e crédito e os reflexos que possuem no Estado Patrimonial da empresa, compreendendo a forma como se relacio- nam as operações da Contabilidade de Custos; • compreender como procede a lógica das Origens e Aplicações de recursos nas operações da empresa, corroborando o reconhecimento dos Custos dos Produtos Vendidos (CPV) com a geração das Receitas de Vendas da empresa; • entender a necessidade da elaboração de um bom Plano de Contas, para, desta forma, correlacionar as operações contábeis dos estoques dos produ- tos com a geração da riqueza da empresa; • estudar o que são Movimentações com Mercadorias, para que se possa realizar um excelente controle patrimonial e melhor mensurar os Custos dos Produtos da empresa, de acordo com a Contabilidade de Custos. Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar o seu aprendizado. TÓPICO 1 – A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS TÓPICO 2 – AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL TÓPICO 3 – OPERAÇÕES COM CUSTOS EM ESTOQUES DE PRODUTOS INDUSTRIAIS 2 3 TÓPICO 1UNIDADE 1 A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 1 INTRODUÇÃO Para estudarmos Contabilidade de Custos é importante refletirmos sobre o que é a Contabilidade e por que se utilizam as contas contábeis para o controle da movimentação das mercadorias (custo do estoque) com reflexo no patrimônio da empresa. É bem provável que você já tenha tido oportunidade de estudar a lógica contábil, talvez a Contabilidade propriamente dita, suas movimentações contábeis e o estudo do estado patrimonial da empresa, mas é sempre bom revermos esses conceitos. A Contabilidade de Custos possui uma dinâmica própria e para compreendê-la é fundamental conhecer o método das partidas dobradas, porque há a necessidade de identificar os gastos da empresa e, ao valorizar os produtos elaborados pela empresa, realizar determinadas movimentações contábeis que veremos ao longo deste Caderno de Estudos. Neste primeiro tópico vamosestudar um pouco sobre a lógica Contábil e, sempre que possível, correlacionar este estudo com a Contabilidade de Custos. É pretensão sim deixar bem claro que este Caderno de Estudos possui exemplos e modelos de cálculos voltados aos Custos Industriais, ou seja, o custo apurado dos produtos em empresas industriais e sua devida contabilização (esta última será estudada na Unidade 3 deste caderno). 2 CONCEITO BÁSICO DE CONTABILIDADE Existem inúmeras maneiras de conceituar a Contabilidade, a mais simples é definida como sendo o registro e o controle patrimonial da empresa. Em Ribeiro (2009, p. 2) encontramos um conjunto de definições mais abrangente sobre o assunto: a) A ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica (conceito oficial formulado no primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado no Rio de Janeiro, em 1924). UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 4 b) Sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização (estudo sobre a estrutura conceitual básica da contabilidade, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – IPECAFI, e aprovado pelo Instituto Brasileiro de Contadores - IBRACON). c) Ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (Hilário Franco, Contabilidade Geral, Editora Atlas). d) É a arte de registrar todas as transações de uma companhia que possam ser expressas em termos monetários. E é também a arte de informar os reflexos dessas transações na situação econômico- financeira dessa companhia (Nelson Gouveia, Contabilidade, Editora McGraw-Hill do Brasil). A contabilidade possui uma função importante para que a empresa possa exercer o seu controle econômico e financeiro. Conforme os registros forem sendo efetuados, se a empresa possuir um bom sistema contábil, é possível gerar informações que possam contribuir para a análise da geração das origens e aplicações dos recursos financeiros, ou seja, a geração da riqueza da empresa. Corroborando, Marion (2012, p. 25-26, grifo do autor) aborda que: A Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e somatizando-os em forma de relatórios ou de comunicados que contribuem sobremaneira para tomada de decisões. A Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomadas de decisões. Observamos com certa frequência que várias empresas, principalmente as pequenas, têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Ouvimos empresários que criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos, fatos esses que, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo fundo em nossas investigações, constatamos que, muitas vezes, a “célula cancerosa” não repousa nessas críticas, mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo, sem dados confiáveis. Na mesma linha de raciocínio, Marion (2004, p. 26) afirma que “[...] a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões”. TÓPICO 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 5 IMPORTANT E Observe que a palavra DECISÃO é colocada no conceito básico da contabilidade. Sempre nos deparamos com tomada de decisões no dia a dia, por exemplo, qual roupa vestir, qual refeição escolher para satisfazer as necessidades básicas, qual música ouvir, dentre outras. Decisão é algo comum nas nossas vidas, algumas decisões possuem maior grau de importância e outras não. UNI Você já se perguntou por que algumas empresas vão à falência mesmo tendo todas as informações contábeis e de custos para a tomada de decisão? Então, podemos entender que a Contabilidade pode contribuir no processo de gestão da empresa e na tomada de decisões, consolidando todas as informações econômicas e financeiras em relatórios contábeis. FIGURA 1 – O PROCESSO CONTÁBIL FONTE: Marion (2004, p. 25) UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 6 Observe na Figura 1 que na Contabilidade de Custos os tipos de usuários que mais utilizam as informações contábeis são: − Administração: Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados gastos e assim poder reduzi-los de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis. − Os Investidores: Este tipo de usuário, ao receber as informações da contabilidade, irá avaliar o índice de retorno da empresa, o nível de lucratividade, se “vale a pena” investir em determinado ramo de atividade, se o índice de lucratividade é atrativo ou não. − Os Bancos: Este usuário fará a utilização das informações contábeis para verificar o grau de liquidez da empresa e assim analisar a possibilidade de conceder novos empréstimos ou financiamentos. Lembre-se de que o lucro da empresa baseia-se na apuração das Receitas de Vendas descontando-se as Despesas Operacionais e os Custos da Produção (os Custos da Produção são a base para a Contabilidade de Custos). 3 A QUEM INTERESSAM AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS Como a Contabilidade, principalmente a Contabilidade de Custos, gera informações para tomada de decisões, podemos dizer que quem os utiliza são os usuários da contabilidade. Mas, por quê? Porque a contabilidade gera informações com finalidades específicas conforme o interesse do usuário. Ao iniciar as atividades de uma empresa, esta precisa buscar recursos de algum lugar, recursos estes colocados à disposição por Investidores, Bancos, Fornecedores, Sócios, conforme podemos observar na Figura 2 a seguir. Esses recursos precisam ser transformados em produtos e serviços que irão gerar benefícios para determinados usuários, conforme seguem: a) Clientes: necessitam saber das informações referentes a solidez financeira da empresa, para evitar que a empresa fornecedora dos produtos não incorra no risco de adquirir matéria-prima de baixa qualidade, por não comportar recursos financeiros suficientes para adquirir melhores materiais. Ou também verificar se a empresa fornecedora possui liquidez financeira para evitar que venha a falência e “deixe seus clientes na mão”. b) Empregados: necessitam saber das informações econômica e financeiras para verificar a capacidade de geração de lucros para distribuição na forma de “Programa de Participação nos Lucros” da empresa. c) Governo: importantíssimo interessado nas informações da empresa, pois necessita saber se a empresa está cumprindo com suas obrigações tributárias e assim evitar fraudes ou sonegações de tributos. TÓPICO 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 7 d) Outros: aqui podemos enquadrar a sociedade em geral, pois há o interesse em saber se a empresa “vai bem” economicamente ou financeiramente para conhecer o nível de empregabilidade. Afinal de contas, a empresa deve criar uma “vitrine” saudável para oferecer vagas de trabalho aos candidatos da sua cidade. FIGURA 2 – USUÁRIOS DA CONTABILIDADE FONTE: O autor Vamos retomar o usuário investidor, presente nesta Figura 2. O Investidor encontra-se tanto no papel do “aplicador” de recursos financeiros na empresa como no papel de usuário da informação contábil, pois para continuar investindo, o Investidor precisaconhecer o retorno do seu investimento na empresa. Veja na Figura 3 a seguir a relação entre as atividades das empresas, o balanço patrimonial e a demonstração do resultado. FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 29) FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE AS ATIVIDADES DAS EMPRESAS, O BALANÇO PATRIMONIAL E A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 8 Podemos observar que todos os objetivos e estratégias da empresa estão pautados nos Investimentos que a empresa realiza de acordo com os Financiamentos que ela busca para fomentar as suas Operações (que tem como resultado o Lucro Líquido, que é um dos objetivos da empresa). Estes Financiamentos, Investimentos e Operações são controlados no Balanço Patrimonial da empresa em contas de Ativos e Passivos. Além disso, devemos nos preocupar com a finalidade que o usuário dará a informação contábil. Para Stickney e Weil (2001, p. 34), deve-se refletir sobre o preparo das demonstrações financeiras de acordo com a finalidade da informação, pois cada usuário necessita de informações específicas. Sobre este assunto, os autores contribuem com o seguinte: As empresas deveriam preparar suas demonstrações financeiras tendo como objetivo as necessidades específicas de informação de cada um dos usuários apresentados? Ou deveriam preparar um conjunto de demonstrações financeiras ‘gerais’? Preparar demonstrações específicas para cada usuário provavelmente atenderia mais adequadamente as necessidades deste – implicando um custo certamente proibitivo, para a empresa que está elaborando as demonstrações e para terceiros que tenham necessidades de outras informações. A incorporação de informação de que vários usuários necessitam de um único conjunto de demonstrações poderiam aumentar sua extensão e complexidade, a ponto de eventualmente dificultar sua compreensão. Outra questão, associada a anterior, relaciona-se com o nível de conhecimento de contabilidade que as empresas deveriam pressupor que os usuários têm. Demonstrações financeiras e notas explicativas detalhadas poderiam fornecer informação útil para os analistas do mercado de capitais, mas poderiam confundir investidores ‘passivo’, que somente se preocupam com os dividendos que recebem da empresa. (STICKNEY; WEIL, 2001, p. 34). Os autores ainda apresentam um resumo do processo de elaboração e apresentação de demonstrações financeiras, de acordo com os seus objetivos, conforme a Figura 4 a seguir: TÓPICO 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 9 FIGURA 4 – RESUMO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Objetivo 1: A elaboração e apresentação de demonstrações financeiras devem fornecer informação útil para a tomada de decisões racionais de concessão de crédito e realização de investimentos Objetivo 2: A elaboração e a apresentação de demonstrações financeiras devem fornecer informação que ajude investidores e credores a estimar o valor, a época de realização e a incerteza dos fluxos de caixa futuros. A capacidade da empresa em gerar caixa afera o valor que eles pode vir a receber dela. Objetivo 3: Fornecer informação a respeito dos recursos econômicos da empresa, e dos direitos sobre esses recursos. Objetivo 4: Fornecer informação a respeito do desempenho financeiro. Objetivo 5: Fornecer informação a respeito das origens e aplicações de caixa. Objetivo 6: Fornecer informação a respeito do cumprimento, pelos administradores, de suas obrigações para com os proprietários. Objetivo 7: Fornecer informações explicativas e interpretativas. Balanço patrimonial Demonstração de resultado Demonstração do fluxo de caixa As três principais demonstrações Tabelo e Notas explicativas Princípios contábeis geralmente aceitos orientam mensurações e divulgação constantes das principais demonstrações financeiras e respectivas tabelas e notas explicativas. Ativos = Passivo mais Patrimônio Líquido Lucro Líquido = Receitas menos Despesas Alteração no saldo de caixa = Fluxo de caixa líquido das operações, investimentos e financiamentos FONTE: Stickney e Weil (2001, p. 39) Observa-se que cada demonstrativo contábil possui determinada finalidade, como o Balanço Patrimonial que tem por objetivo fornecer informações referentes aos recursos econômicos financeiros da empresa aos seus usuários. A finalidade é saber como “anda a saúde” financeira da empresa para decidir sobre os direitos e alocação destes recursos nas suas atividades. Por conseguinte, temos as demais informações contábeis que demonstram sua utilidade nos diversos tipos de objetivos. No Objetivo 4, temos a Demonstração de Resultado do Exercício, que aponta qual o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Vendida e gera a riqueza futura da empresa. Você já deve ter percebido que existe uma forte ênfase na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. Por quê? Leia com atenção a nota a seguir. UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 10 IMPORTANT E Talvez não seja exclusivamente o mais importante, mas o Estoque é um dos itens importantes da empresa, porque de acordo com os seus CUSTOS APURADOS, quando são reconhecidos na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício, de acordo com suas vendas, este representa o “QUANTO CONTRIBUIU” para a geração da riqueza da empresa. O ESTOQUE, enquanto não for vendido, é INVESTIMENTO para GERAÇÃO DE RESULTADOS FUTUROS, e obviamente esperam-se resultados positivos. Na DRE - Demonstração do Resultado do Exercício temos uma conta muito importante que é o CUSTO DO PRODUTO VENDIDO. 4 COMPONENTES DA ESTRUTURA PATRIMONIAL Os componentes da Estrutura Patrimonial são determinados pelos direitos e obrigações da empresa (para com a empresa e os sócios) e que por sua vez estão representados no Balanço Patrimonial. A composição do Balanço Patrimonial está dividida em ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO, de acordo com as CONTAS CONTÁBEIS para o seu devido registro e controle. Mas, o que são estas Contas Contábeis? Na visão de Ribeiro (2009a, p. 30) “[...] conta é o nome técnico que identifica um Componente Patrimonial (Bem, Direito, Obrigação ou Patrimônio Líquido) ou um componente de Resultado (Despesa ou Receita)”. Complementando, de acordo com Iudícibus e Marion (2010, p. 216), “[...] algebricamente é bastante simples encontrar o Patrimônio Líquido: basta subtrair do Ativo (Bens + Direitos) as dívidas da empresa, ou seja, o Passivo”. Logo, a equação contábil é a seguinte: ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO Vamos agora identificar a natureza contábil destas contas, se são devedoras, credoras e por que são denominadas dessa forma. Se o Ativo representa os bens e direitos da empresa, por que a conta do ativo tem saldos devedores? Por sua vez, se o passivo representa as obrigações da empresa para com terceiros, por que a conta do passivo tem saldos credores? TÓPICO 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 11 A contabilidade possui regras próprias, e uma dessas regras exige que para se aumentar contabilmente uma conta do ativo, deve-se debitar essa conta, e para que uma conta do ativo seja reduzida, deve-se creditá-la. Imaginem que os sócios ou investidores assim como os terceiros fornecem recursos para a empresa e esta os utiliza em bens e direitos, conforme a figura a seguir: FIGURA 5 – SISTEMÁTICA DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS FONTE: Araújo (2009, p. 36) De acordo com a Figura 5, observa-se que os Sócios e Terceiros fornecem recursos financeiros à empresa sob a forma de Bens e Direitos. Desta maneira, os sócios e os terceiros (Bancos e demais instituições financeiras) possuem CRÉDITOS a receber da empresa que possui personalidade jurídica própria. Por sua vez, a empresa possui obrigação de ressarcir estes valores, ou seja, a empresa “DEVE” estes recursos para quem os forneceu. Portanto, ao registrar estes recursos econômicos em bens ou direitos que estão classificados em ativos,significa que a empresa “DEVE” esses recursos para alguém. No caso do exemplo anterior, são os registros DEVEDORES ou DÉBITOS que a empresa precisa ressarcir para os sócios ou terceiros. IMPORTANT E É fato que a empresa possui personalidade jurídica própria, mas todos os seus recursos aplicados tiveram origem de algum lugar, de alguma fonte, e desta forma precisam ser pagos. Assim sendo, todos os recursos serão devolvidos ou ressarcidos de alguma forma quando ocorrer o distrato social, e então nenhum recurso ficará em posse da pessoa jurídica, tudo será direcionado para alguém. E afinal, “QUEM” é esse “ALGUÉM”? Esse “ALGUÉM” são os terceiros e os sócios, por esse motivo as contas do ativo são devedoras, já que a empresa “deve” estes recursos para alguém. Com as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ocorre o contrário. UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 12 Vejamos a figura seguinte. ATIVO E DESPESAS Aplicações de Recursos Saldos Devedores D/C PASSIVO, P. LÍQUIDO E RECEITAS Fontes de Recursos Saldos Credores D/C Movimentação: Aumentos Diminuições + (Débito) - (Crédito) Movimentação: Aumentos Diminuições + (Crédito) - (Débito) FIGURA 6 – METODOLOGIA PARA REGISTROS DE DÉBITO E CRÉDITO FONTE: Araújo (2009, p. 36) Podemos observar na Figura 6 que os registros de débito e crédito são determinados, tanto das contas dos ativos e despesas como a dos passivos, patrimônio líquido e receitas. Vejamos como se apresentaria em linhas gerais a estrutura de um balanço patrimonial. Se a empresa está adquirindo estoques para a produção, então ela irá destinar esses recursos para algum lugar. Vamos imaginar que se a empresa adquire esse estoque a prazo, ela vai registrar D – DÉBITO (Destinar) e reconhecer a origem desse recurso que foi um C – CRÉDITO (Fornecer), pois a empresa que vendeu a matéria-prima “acredita” que a outra empresa compradora irá pagar esse valor, então o fornecedor tem um CRÉDITO haver de quem comprou. Está difícil? Vamos mais um pouco. Na Figura 7 a seguir, Bruni (2010, p. 7) elenca os recursos do ATIVO e PASSIVO com o DESTINO e a ORIGEM dos recursos. FIGURA 7 – DESTINO E ORIGEM DE RECURSOS FONTE: Bruni (2010, p. 7) TÓPICO 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS EM CUSTOS 13 Observe que na Figura 7 os recursos da empresa como os ATIVOS ou INVESTIMENTOS estão sendo financiados pelo PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO - P.L. ou FINANCIAMENTOS, ou seja, são as origens dos recursos (pois vieram de algum lugar). Seguindo o raciocínio da figura anterior (Figura 7), a empresa tem como destino dos recursos o estoque nos seus ativos, e se não tiverem sido pagos à vista, vieram de uma origem a pagar, que neste caso é representado pelo passivo da empresa. Com a Figura 8, vamos entender um pouco mais aprofundadamente os conceitos de origem e aplicação. FIGURA 8 – ORIGEM E APLICAÇÃO – DA OPERAÇÃO AO BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: Adaptado de: Reis (2006, p. 11) A operação de todo e qualquer fato contábil tem sua aplicação a partir de uma origem e, por conseguinte, os lançamentos são realizados a débito ou a crédito de acordo com as contas envolvidas na operação. Em outras palavras, significa que o estoque teve um registro a débito no grupo de contas do ativo, pois está “destinado” à geração de riqueza da empresa, e se o mesmo não tiver sido pago à vista, há necessidade de efetuar o lançamento a crédito em fornecedores nas obrigações da empresa (grupo de contas do passivo). Estes fornecedores têm créditos haver da empresa. Continuando o raciocínio, com base na Figura 8, bens, direitos e despesas têm seus saldos devedores, pois são “destinados” a algum tipo de finalidade. E os saldos credores possuem suas origens em receitas de vendas, ou patrimônio líquido, ou obrigações da empresa. Estes saldos são apurados com a utilização do balancete que permite elaborar o balanço patrimonial no fechamento anual do exercício social da empresa. 14 Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até agora. • O conceito de Contabilidade é o de registro e controle patrimonial da empresa. • Na análise da geração das origens e aplicações dos recursos financeiros da empresa é importante verificar a sua geração da riqueza. • A Contabilidade pode contribuir no processo de gestão da empresa e na tomada de decisões, consolidando todas as informações econômicas e financeiras em relatórios contábeis. • O lucro da empresa está baseado em apurar as receitas e descontando-se as despesas operacionais e os custos da produção. • O investidor encontra-se tanto no papel do “aplicador” de recursos financeiros na empresa como no papel de usuário da informação contábil, já que para continuar investindo precisa conhecer o retorno do negócio. • Cada demonstrativo contábil possui determinada finalidade, como o Balanço Patrimonial que tem por objetivo fornecer informações referentes aos recursos econômicos e financeiros da empresa aos seus usuários. • A finalidade do Balanço Patrimonial é mostrar como “anda a saúde” financeira e econômica da empresa para decidir sobre os direitos e alocação destes recursos nas suas atividades. • A composição do Balanço Patrimonial está dividida em ATIVO, PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO de acordo com as CONTAS CONTÁBEIS para o seu devido registro e controle. • Os Bens e Direitos da empresa tiveram sua origem de fontes registradas no Patrimônio Líquido ou no Passivo. • O estoque teve um registro a débito no grupo de contas do ativo porque está “destinado” à geração de riqueza da empresa. E se o mesmo não tiver sido pago à vista, há necessidade de efetuar o lançamento a crédito em fornecedores nas obrigações da empresa (grupo de contas do passivo). Estes fornecedores têm créditos haver da empresa. RESUMO DO TÓPICO 1 15 Vamos agora exercitar um pouco sobre o que aprendemos até agora, vamos resolver os exercícios da autoatividade do Tópico 1. 1 Como se entende o conceito de Contabilidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) É o registro e controle patrimonial da empresa. b) ( ) É o registro patrimonial da empresa. c) ( ) É o controle patrimonial da empresa. d) ( ) É o registro e controle econômico da empresa. 2 Além do registro e controle patrimonial da entidade, a Contabilidade poderá fornecer informações para qual finalidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Informações que possam auxiliar na elaboração de relatórios para divulgação contábil. b) ( ) Informações que possam relacionar as atividades da empresa com a finalidade do negócio no mercado. c) ( ) Informações que possam contribuir para a análise da geração dos controles analíticos da empresa. d) ( ) Informações que possam contribuir para a análise da geração das origens e aplicações dos recursos financeiros, ou seja, a geração da riqueza da empresa. AUTOATIVIDADE 3 A Contabilidade gera determinadas informações que podem auxiliar alguns usuários. Indique de que forma a Contabilidade poderá auxiliar os Administradores? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinadas receitas e assim poder reduzir os gastos de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis. b) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados gastos e assim poder aumentá-los de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis (maiores gastos e maiores investimentos). c) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados gastos e assim poder reduzi-los de forma substancial para que a empresa possa atingir os melhores resultados possíveis. d) ( ) Estes usuários necessitam saber onde se concentram determinados investimentos para poder relacionar as vantagens da competitividade no mercado com os investimentos realizados. 16 4 A Contabilidade gera determinadas informações que são importantes para alguns tipos de usuáriosanalisarem. O que os Clientes da empresa necessitam saber de informações da Contabilidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Necessitam saber das informações econômico e financeiras para verificar a capacidade de geração de lucros para distribuição na forma de “Programa de Participação nos Lucros” da empresa. b) ( ) Necessitam saber das informações referentes à solidez financeira da empresa, para evitar que a empresa fornecedora não incorra no risco de adquirir matéria-prima de baixa qualidade, por não comportar recursos financeiros suficientes para adquirir melhores materiais, ou também verificar se a empresa possui liquidez financeira para evitar que venha à falência e “deixe seus clientes na mão”. c) ( ) Necessitam saber se a empresa está cumprindo com suas obrigações tributárias e assim evitar fraudes ou sonegações. d) ( ) Necessitam saber se a empresa “vai bem” economicamente ou financeiramente para conhecer o nível de empregabilidade. 5 A Contabilidade gera determinadas informações que são importantes para alguns tipos de usuários analisarem. O que os Empregados da empresa necessitam saber de informações da Contabilidade? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Necessitam saber das informações referentes à solidez financeira da empresa, para evitar que a empresa fornecedora não incorra no risco de adquirir matéria-prima de baixa qualidade, por não comportar recursos financeiros suficientes para adquirir melhores materiais, ou também verificar se a empresa possui liquidez financeira para evitar que venha à falência e “deixe seus clientes na mão”. b) ( ) Necessitam saber se a empresa está cumprindo com suas obrigações tributárias e assim evitar fraudes ou sonegações. c) ( ) Necessitam saber das informações econômico e financeiras para verificar a capacidade de geração de lucros para distribuição na forma de “Programa de Participação nos Lucros” da empresa. d) ( ) Necessitam saber se a empresa “vai bem” economicamente ou financeiramente para conhecer o nível de empregabilidade. 6 De acordo com os OBJETIVOS da elaboração das Demonstrações Contábeis, há o Objetivo 4, que consta na Figura 4 – Resumo do processo de elaboração e apresentação de demonstrações financeiras, do item 3, deste tópico, e que se relaciona com a elaboração da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. No seu entendimento, para que serve a DRE? Assinale a alternativa CORRETA: 17 a) ( ) É a Demonstração de Vendas do Exercício que aponta o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Adquirida da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. b) ( ) É a Demonstração de Resultado do Exercício que aponta o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Vendida da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. c) ( ) É a Demonstração de Resultado do Exercício que aponta o nível (em valor) do Custo do Imobilizado Investido da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. d) ( ) É a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido que aponta o nível (em valor) do Custo da Mercadoria Vendida da empresa e que gera a riqueza futura da empresa. 7 Conforme foi estudado neste tópico, a Contabilidade registra os eventos conforme as Origens e Aplicações de recursos da empresa. Em sua opinião, uma compra de matéria-prima a prazo é uma origem ou aplicação de recursos? Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A compra de matéria-prima a prazo é uma ORIGEM DE RECURSOS. O fornecedor da matéria-prima está concedendo um crediário e, portanto, tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. b) ( ) A compra de matéria-prima a prazo é uma APLICAÇÃO DE RECURSOS. O fornecedor da matéria-prima está concedendo um crediário e, portanto, tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. c) ( ) A compra de matéria-prima à vista é uma ORIGEM DE RECURSOS. O fornecedor da matéria-prima está concedendo um crediário e, portanto, tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. d) ( ) A compra de matéria-prima a prazo é uma ORIGEM DE RECURSOS. O cliente está concedendo um crediário e, portanto, o Fornecedor da matéria- prima tem CRÉDITOS haver da empresa adquirente do produto. O crédito “veio” de algum lugar, então é origem. 18 19 TÓPICO 2 AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 1 INTRODUÇÃO Estudaremos neste tópico, com maior profundidade, as configurações resultantes do confronto entre os dados registrados em bens, direitos e obrigações e que resultarão em estados patrimoniais favoráveis e desfavoráveis às entidades. Estudaremos também como é medida a riqueza de uma entidade, através do balanço patrimonial, um importante item deste estudo, pois a riqueza da empresa é gerada pela mensuração dos custos dos seus produtos. Por isso a importância da Contabilidade de Custos no seu curso. Prosseguindo com o aspecto da mensuração da riqueza da empresa, é importante enfatizar a necessidade da elaboração de um bom plano de contas para que a empresa possa mensurar e avaliar de forma sistemática os custos da produção. Por isso, apresentaremos um modelo de plano de contas neste tópico e com este plano de contas faremos a Contabilização dos fatos geradores dos Custos da Produção na Unidade 3. 2 ATIVO Com certeza, sempre estamos preparados para ouvirmos coisas positivas, coisas boas. E na Contabilidade não poderia ser diferente. Vamos imaginar o lado esquerdo do Balanço Patrimonial como sendo o lado bom, o lado do ATIVO da empresa. Mas, por que bom? Porque lá se encontram os recursos que a empresa destinou (DÉBITO) para as atividades operacionais da empresa, O ATIVO vem do verbo ATIVAR, fazer “funcionar”, trabalhar para gerar a riqueza da empresa e é neste grupo de contas que se encontram os bens e direitos da empresa. UNIDADE 1 UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 20 Em se tratando de conceito de ativo, com base na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC nº 1.121, de 28 de março de 2008 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008), “ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade”. A Figura 9 demonstra o movimento dos Estoques do Balanço Patrimonial. Após serem consumidos no processo industrial, são agregados demais recursos e quando estiverem prontos, retornam para o Balanço Patrimonial como estoques de produtos prontos. FIGURA 9 – ESTOQUES RECONHECIDOS NA PRODUÇÃO FONTE: O autor Veja na Figura 9 que os Estoques estão reconhecidos nos gastos da produção durante o seu consumo, os quais irão agregar outros valores, como Custos da Mão de Obra Direta, custos da Mão de Obra Indireta e demais custos necessários à produção. ESTUDOS FU TUROS Estudaremos as terminologias adotadas em Custos na Unidade 2, incluindo os conceitos de Custos Diretos e Custos Indiretos. Essa figura anterior serve para você perceber que depois que a produção terminou de elaborar os produtos, esses retornam ao Balanço Patrimonial sob a figura de Estoques de Produtos Prontos, e novamente aparecerão esses valores como ATIVOS. TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 21 3 PASSIVO Quando falamos de Passivo, logo imaginamos uma pessoa passiva, que “não é pró-ativa”, “uma pessoa lenta”, “raciocínio devagar, quase parando”. Então, PASSIVO é algo parado, é algo ou alguém que está esperando acontecer algum fato, ou algum resultado, ou alguma operação. Neste caso, podemos dizer que o PASSIVO da empresa se constitui de: Fornecedores: estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS; Governo: está no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS dos impostos; Bancos: estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS de financiamentos; Funcionários: estão no aguardo do recebimento dos seus CRÉDITOS desalários. É claro que os sujeitos acima mencionados não estão parados sem fazer nada, na verdade estão trabalhando em outras situações. Exemplo: os Fornecedores estão produzindo para vender mais, o Governo está fazendo as obras públicas para o bem-estar da população, os Bancos estão fazendo novas operações financeiras com outras pessoas físicas e jurídicas para promover novos empréstimos, e é claro os funcionários estão trabalhando para a empresa gerar riqueza, para que estes também possam receber os seus salários. Passivo, então, não é algo ruim. Na verdade, é alguém que concedeu CRÉDITO para a empresa e por isso possui CRÉDITOS HAVER da mesma. Percebeu? Vamos dar uma olhada neste modelo de Balanço Patrimonial? Vamos entender como isso funciona. QUADRO 1 − MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: O autor UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 22 Veja que neste modelo do Balanço Patrimonial, do lado esquerdo está representado o ATIVO, com os Bens e Direitos, e do lado direito está o PASSIVO que são as obrigações da empresa. Em Contabilidade de Custos é importante você ter noção exata desse padrão patrimonial, pois há uma conta contábil chamada de Estoques que irá gerar os recursos para as Vendas de Mercadorias e, por conseguinte, a geração do caixa da empresa. No Passivo está a conta de Fornecedores de Mercadorias, que é de onde virão as matérias-primas para a produção da empresa. Mas há um assunto importante a ser observado. Você percebeu que este Balanço Patrimonial não está fechando os saldos? Há uma diferença entre o grupo de contas do Ativo e do Passivo da empresa. Vamos ver em seguida o que significa essa diferença e por que ela existe. 4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Para compreendermos o que é o Patrimônio Líquido, vamos analisar a seguinte situação: Você viu no Quadro 1 do item 3 – Passivo que há uma diferença no Balanço Patrimonial. O Ativo possui o valor total de R$ 320.000,00 e o Passivo, de R$ 125.000,00. Se o Ativo está maior que o Passivo, isso é um bom sinal, porque a empresa GEROU RIQUEZA para o acionista. Vamos verificar a diferença gerada. Então, Ativo ( – ) Passivo = Patrimônio Líquido. O valor do Ativo de R$ 320.000,00 ( - ) o valor do Passivo de R$ 125.000,00 = valor do Patrimônio Líquido de R$ 195.000,00. Isso quer dizer que se a empresa tivesse iniciado suas atividades com um Capital Social de R$ 100.000,00, hoje ela teria agregado riqueza ou lucros na ordem de R$ 95.000,00. TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 23 Portanto, o patrimônio líquido é igual aos bens mais direitos menos as obrigações. Vamos tornar explícita esta diferença no nosso Balanço Patrimonial? Assim, temos: QUADRO 2 − MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL AJUSTADO FONTE: O autor Viu como agora o Balanço Patrimonial fechou com os saldos do lado direito e do lado esquerdo? Para que haja o equilíbrio entre os dois lados, surge o Patrimônio Líquido ou situação líquida, que demonstra, por sua vez, qual é a verdadeira riqueza do patrimônio em questão. Desta forma, temos a equação básica do Patrimônio Líquido (PL): PL = Bens + Direitos - Obrigações PL = R$ 271.000 + R$ 49.000 – R$ 125.000 PL = R$ 195.000 Ou poderíamos ter a seguinte estrutura: UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 24 PL = ATIVOS - PASSIVOS PL = R$ 320.000 – R$ 125.000 PL = R$ 125.000 A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC nº 1.121, de 28 de março de 2008 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008) conceitua o Patrimônio Líquido da seguinte forma: “patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos”. Primeiramente, o importante é ter a ideia da estrutura contábil na cabeça, a partir daí a formalização da movimentação fica muito fácil. Por isso, visualize sempre o patrimônio das entidades (pessoas físicas e jurídicas), no balanço patrimonial, tendo do seu lado esquerdo (ATIVO) os seus bens e direitos (coisas boas) e do seu lado direito (PASSIVO) as suas dívidas (coisas ruins) e a sua riqueza líquida (PATRIMÔNIO LÍQUIDO). Veja na figura a seguir o que corresponde à geração dos benefícios futuros que o Estoque proporcionou em relação às vendas e refletiu no Patrimônio Líquido. FIGURA 10 – REFLEXO DO ESTOQUE NO RESULTADO E NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO FONTE: O autor TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 25 O Custo das Vendas dos produtos contribuiu para a geração das receitas de vendas de mercadorias e, por conseguinte, para o lucro final da empresa. Isso quer dizer que quando tratamos de Ativo como geração de benefícios futuros, ou Ativo como geração de caixa, estamos também fazendo a relação desse assunto com o AUMENTO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO, que é importante para que a empresa possa continuar as suas atividades no mercado. Isso quer dizer que o custo do produto deve ser o suficiente para gerar um determinado preço de venda e que possa agregar valor ao acionista da empresa, ao proprietário da empresa. E desta forma, aumentar o lucro e consequentemente aumentar o Patrimônio Líquido. 5 O BALANÇO PATRIMONIAL E SUA ESTRUTURA O balanço patrimonial das empresas é estruturado de acordo com normas estabelecidas pela legislação brasileira. Há alguns anos, com o advento da Lei nº 11.638/07 e a Medida Provisória nº 449/08, o balanço patrimonial sofreu uma mudança na sua estrutura e forma de apresentação. Tais mudanças visam a adequação às melhores práticas contábeis internacionais - International Accounting Standards Board (IASB). A forte corrente da globalização dos negócios e o crescimento dos investimentos diretos estrangeiros, somados à formação de blocos econômicos, trazem a necessidade de se ter um conjunto de normas contábeis internacionais que viabilizem a comparação de informações entre companhias de um mesmo grupo ou de grupos distintos no Brasil e no mundo. Vamos identificar como se divide o grupo de contas do Ativo. O ativo é dividido em duas partes, organizadas de acordo com o grau de exigibilidade: o ativo circulante e o ativo não circulante. O ativo circulante é o grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas em um período de curto prazo. Corresponde à relação de bens e direitos que a empresa possui e que poderá transformar em dinheiro no prazo de até um ano, após o término do exercício social (normalmente em 31/12). São classificados aqui o dinheiro em caixa ou no banco, as aplicações financeiras, as duplicatas a receber (clientes), os estoques, enfim, todos os bens e direitos que se transformarão em dinheiro no curto prazo. UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 26 IMPORTANT E Assim, curto prazo, na contabilidade, corresponde normalmente ao período de até um ano, após o término do exercício social. Se efetuarmos uma venda a nosso cliente com prazo de 90 dias (curto prazo), teremos então uma duplicata a receber, que será classificada no ativo circulante. O ativo não circulante corresponde aos itens que serão realizados ou transformados em dinheiro a longo prazo, normalmente em período superior a um ano, após o término do exercício social. Se efetuarmos uma venda a nosso cliente com prazo de recebimento estabelecido para daqui a 450 dias (longo prazo), temos então uma duplicata a receber a ser classificada no ativo não circulante. O “ativo não circulante” compreende também outros elementos patrimoniais que dificilmente se transformarão em dinheiro, pois não se destinam à venda e são elementos utilizados como meio de produção ou meios para se obter renda para a empresa. São geralmente destinados à geração e manutenção das atividades operacionais da empresa. São os bens e direitos dos quais a empresa não tem intenção de se desfazer. Tais ativos são adquiridos para a geração de recursos e manutenção de suas atividades. Logicamente, o fato de um ativo ser classificado comopermanente não proíbe a organização de vendê-lo, afinal, a contabilidade deve registrar os fatos para gerar informações e não impor regras. O passivo é dividido em duas partes, organizadas de acordo com o grau de exigibilidade: o passivo circulante e o passivo não circulante. O passivo circulante é composto pelas dívidas que a empresa possui e que deverão ser pagas em período menor do que um ano. Dentre essas contas a pagar, as mais comuns são: a) Fornecedores: são as dívidas assumidas na ocasião da compra de mercadorias a serem revendidas posteriormente ou matéria-prima para a industrialização. Assumimos dívidas com nossos fornecedores. b) Empréstimos a pagar: são as dívidas assumidas com empréstimos obtidos em dinheiro. c) Financiamentos a pagar: são dívidas assumidas para a aquisição direta de determinados bens. d) Salários a pagar: são valores que a empresa tem a pagar aos seus colaboradores relativos ao mês trabalhado e ainda não recebido. Isso ocorre porque a lei determina que os salários devam ser pagos até o quinto dia útil do mês seguinte ao mês trabalhado. TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 27 O passivo não circulante, antes do advento da Lei no 11.638/07, era denominado de “passivo exigível a longo prazo”. Caracterizava-se pela classificação das obrigações vencíveis a mais de 365 dias da data do balanço patrimonial. Neste grupo, basicamente são relacionadas as mesmas contas do passivo circulante, diferenciando-se apenas pelo prazo de pagamento acima de 12 meses. Por fim, o patrimônio líquido, já conhecido e estudado anteriormente, é composto pelos recursos que os sócios aplicaram na empresa mais os lucros gerados pelas atividades empresariais. Cabe ressaltar que cada um dos grupos estudados anteriormente pode ser ainda dividido em subgrupos, e estes, ainda, em outras divisões, como podemos observar no balanço patrimonial exemplificado a seguir: UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 28 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO R$ PASSIVO R$ Ativo Circulante (AC) Passivo Circulante (PC) Disponibilidades Empréstimos e Financiamentos Caixa 1.200,00 Empréstimos bancários a pagar 9.000,00 Bancos 8.700,00 Leasing a pagar 9.800,00 Clientes Fornecedores Duplicatas a receber 3.000,00 Fornecedores nacionais 6.500,00 Estoques Obrigações Fiscais Sociais e Trabalhistas Matéria-prima 6.500,00 ICMS a recolher 6.500,00 Mercadorias 9.000,00 INSS a recolher 1.000,00 28.400,00 FGTS a recolher 2.800,00 Salários a pagar 3.000,00 38.600,00 Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Realizável a Longo Prazo 1.600,00 Exigével a Longo Prazo 4.500,00 Valores a receber 1.600,00 Empréstimos e financiamentos Títulos a receber Empréstimos em moeda estrangeira 4.500,00 Investimentos Participação permenente na Cia AB 1.000,00 Patrimônio Líquido (PL) Imóveis para renda 7.600,00 Capital Social Obras de arte 9.000,00 Capital subscrito 49.065,00 Imobilizado (-) Capital a integralizar Terrenos 17.000,00 Reservas Veículos 12.000,00 Reservas de capital 4.000,00 (-) Depreciação acumulada de veículos -5.400,00 Reservas de lucro 3.535,00 Intangível Marcas e patentes 12.000,00 Lucros ou Prejuizos Acumulados Ponto de comércio 18.000,00 Lucros acumulados 1.500,00 72.800,00 58.100,00 TOTAL DO ATIVO 101.200,00 TOTAL DO PASSIVO E P. LÍQUIDO 101.200,00 QUADRO 3 – O BALANÇO PATRIMONIAL FONTE: O autor TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 29 UNI Você já se questionou a respeito de como deve ser a visualização das contas da empresa? Já passou algum pensamento do tipo “como deve ser difícil” controlar os bens e as dívidas da empresa? Pois bem, verifique o balanço patrimonial anterior e perceba como se dividem as contas da empresa. Veja que do lado esquerdo está registrado o que a empresa possui em ativos e do lado direito, o passivo e o patrimônio líquido. De acordo com o Balanço Patrimonial acima, se a empresa tem R$ 101.200,00 de ativo e pretende pagar todas as suas dívidas no passivo, quanto sobraria para ela? Sobraria o valor do patrimônio líquido. 6 AS CONTAS Para Ribeiro (2009, p. 36), “conta é o nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido), [...]” é por meio das contas que a contabilidade consegue desempenhar seu papel de registrar e controlar todos os acontecimentos responsáveis pela gestão de seu patrimônio. Assim, conta é a representação contábil de elementos patrimoniais de natureza igual ou semelhante. É importante ressaltar os aspectos operacionais que o contador deve levar em consideração na criação das contas, que são elementos que ele cria e dos quais se utiliza para melhor controlar o patrimônio de uma entidade. Para tanto, com o objetivo de conhecer o valor que a empresa possui e quanto deve, quanto ganhou no último período e como foi o ganho do último período, o contador cria tantas contas quanto necessárias, para registrar todos os fatos que possibilitem buscar as respostas via balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. O movimento da conta pode ser dividido em dois: movimento que aumenta e movimento que diminui o saldo. Utilizando a nomenclatura de “débito” e “crédito”, seriam dois tipos de movimento de contas: movimento a débito (aumentando saldos devedores e diminuindo saldos credores) e movimento a crédito (aumentando saldos credores e diminuindo saldos devedores). 7 O PLANO DE CONTAS O “plano de contas” é o conjunto de contas criado pelo contador para atender às necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil. UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 30 É chamado de “plano de contas”, porque, na realidade, ele é criado antecipadamente ao uso de tais contas. Por isso, o contador tem de planejar a estruturação do “plano de contas”, de maneira que a sua principal ferramenta seja criada para lhe possibilitar o melhor dos resultados no trato com as informações contábeis. FONTE: Adaptado de: <http://monografias.brasilescola.com/administracao-financas/plano- contas.htm>. Acesso em: 23 mar. 2015. Para Marion (2008), plano de contas é o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é indispensável para os registros de todos os fatos contábeis. Um “plano de contas” contábil tem como função principal possibilitar adequada forma de controle do patrimônio da entidade contabilizada. Essa forma de controle se fará pelo registro de todas as transações dos eventos econômicos, em “contas” através dos livros contábeis de maneira que se tenha, rápida e precisamente, o valor e a descrição dos elementos patrimoniais da entidade, além do valor da descrição dos principais fatores de gastos e recebimentos. Assim, podemos dizer que a função básica de um “plano de contas” é promover o registro das transações dos eventos econômicos de forma a criar condições ótimas de classificação e acumulação de dados. 7.1 A ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTAS O contador, quando vai montar o “plano de contas” da entidade que está sob sua responsabilidade, deverá ter em mente certos parâmetros, com o intuito de construir sua ferramenta da melhor forma possível. Esses cuidados têm como base os principais usuários da informação contábil. Apesar de ser sua função registrar os fatos, o contador não pode impor sua vontade na elaboração de um plano de contas. Deve sempre consultar seus usuários, partindo do conhecimento total dos objetivos da empresa e de suas atividades principais. Feito isso, podemos listar alguns cuidados básicos na elaboração de um plano de contas: a)Deve atender primariamente às necessidades específicas de cada empresa e às necessidades de informação dos principais usuários dos relatórios; b) A classificação deve partir do geral para o particular; c) Deve ser codificado; d) Os agrupamentos devem ser feitos pensando nos relatórios que deles se originarão; TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 31 e) Os títulos das contas utilizados devem refletir imediatamente os elementos patrimoniais que representam – devem ser claros e sucintos; f) Deve ter flexibilidade (margem para ampliação) e operacionalidade. FONTE: Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/1102694/contas#/!>. Acesso em: 23 mar. 2015. Como sabemos, o balanço patrimonial é composto por duas colunas. A da esquerda, que representa o ativo, e a da direita, que representa o passivo e o patrimônio líquido. Até aqui vimos o modelo de balanço patrimonial sem nenhuma preocupação com relação à ordem e organização das contas. UNI Há de se destacar que cada empresa deve possuir seu plano de contas, adaptado à sua realidade empresarial. Uma empresa especializada em prestar serviços possui certamente um plano de contas diferente de uma empresa do setor industrial, e esta também diferentemente de uma empresa comercial. Porém, todas obedecem à mesma estrutura exigida pela legislação. 8 CONTAS SINTÉTICAS E ANALÍTICAS São denominadas contas analíticas aquelas contas que representam os elementos patrimoniais em seu maior grau de detalhamento. Significa que a informação em seu nível de maior especificação está evidenciada neste tipo de conta. Normalmente, as contas analíticas constituem-se na maior graduação do plano de contas e se configura quando a obtenção de seu saldo é conseguida através de lançamentos, ou seja, através do registro de cada fato administrativo. As contas sintéticas são aquelas cujo saldo é conseguido através do somatório do saldo de duas ou mais contas analíticas, ou de duas ou mais contas sintéticas. Estas contas não recebem lançamentos. Normalmente, se constituem nos planos de contas de menor grau. Quanto menor é o grau da conta, mais sintético é o seu saldo, ou seja, o saldo representa um resumo muito maior de outras contas. Para o desenvolvimento de um estudo de caso prático deste Caderno de Estudos, utilizaremos o Plano de Contas, elaborado a seguir. Este é um modelo proposto, mas cada empresa poderá criar o seu plano de contas de acordo com a sua necessidade. Este plano de contas será utilizado para elucidar todas as operações da Contabilidade de Custos que estão sendo abordadas neste caderno. UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 32 Vamos primeiramente iniciar o plano de contas com o grupo do Ativo, que aqui está representado como grupo 1. PLANO DE CONTAS 1,0,00,00 ATIVO 1,1,00,00 ATIVO CIRCULANTE 1,1,10,00 DISPONIVEL 1,1,11,00 BENS NUMERÁRIOS 1,1,11,01 Caixa 1,1,12,00 BANCOS CONTA MOVIMENTO 1,1,12,01 Banco A 1,1,12,02 Banco B 1,1,13,00 BANCOS CONTA APLICAÇÃO 1,1,13,01 Banco A 1,1,13,02 Banco B 1,1,14,00 DUPLICATAS A RECEBER 1,1,14,01 Duplicatas a Receber 1,1,14,02 ( - ) Provisão para Devedores Duvidosos 1,1,15,00 ( - ) DUPLICATAS DESCONTADAS 1,1,15,01 Banco A 1,1,15,02 Banco B 1,1,16,00 CAUÇÃO 1,1,16,01 Valores Caucionados 1,1,17,00 CHEQUES EM COBRANÇA 1,1,17,01 Cheques em Cobrança 1,1,18,00 IMPOSTOS A RECUPERAR 1,1,18,01 ICMS à Recuperar 1,1,18,02 IPI à Recuperar 1,1,19,00 ADIANTAMENTOS CONCEDIDOS 1,1,19,01 Adiantamento a Fornecedores 1,1,19,02 Adiantamento a Funcionários 1,1,19,03 Adiantamento de Férias 1,1,19,04 Adiantamento 13º Salário 1,1,19,05 Adiantamento p/ Despesas de Viagens 1,1,20,00 OUTRAS CONTAS A RECEBER 1,1,20,01 Outras Contas a Receber 1,1,21,00 ESTOQUES 1,1,21,01 Matéria-Prima 1,1,21,02 Almoxarifado (Consumo Próprio) 1,1,21,03 Produtos em Processo 1,1,21,04 Produtos Acabados 1,1,21,05 Estoque de Mercadorias em Trânsito 1,1,22,00 DESPESAS ANTECIPADAS 1,1,22,01 Prêmios de Seguros à Vencer 1,1,22,02 Assinaturas de Livros, Jornais, Revistas 1,1,22,03 Encargos sobre empréstimos a pagar 1,1,22,04 Despesas com emissão de Debêntures TÓPICO 2 | AS CONTAS CONTÁBEIS E A ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL 33 PLANO DE CONTAS 1,0,00,00 ATIVO 1,1,00,00 ATIVO CIRCULANTE 1,1,10,00 DISPONIVEL 1,1,11,00 BENS NUMERÁRIOS 1,1,11,01 Caixa 1,1,12,00 BANCOS CONTA MOVIMENTO 1,1,12,01 Banco A 1,1,12,02 Banco B 1,1,13,00 BANCOS CONTA APLICAÇÃO 1,1,13,01 Banco A 1,1,13,02 Banco B 1,1,14,00 DUPLICATAS A RECEBER 1,1,14,01 Duplicatas a Receber 1,1,14,02 ( - ) Provisão para Devedores Duvidosos 1,1,15,00 ( - ) DUPLICATAS DESCONTADAS 1,1,15,01 Banco A 1,1,15,02 Banco B 1,1,16,00 CAUÇÃO 1,1,16,01 Valores Caucionados 1,1,17,00 CHEQUES EM COBRANÇA 1,1,17,01 Cheques em Cobrança 1,1,18,00 IMPOSTOS A RECUPERAR 1,1,18,01 ICMS à Recuperar 1,1,18,02 IPI à Recuperar 1,1,19,00 ADIANTAMENTOS CONCEDIDOS 1,1,19,01 Adiantamento a Fornecedores 1,1,19,02 Adiantamento a Funcionários 1,1,19,03 Adiantamento de Férias 1,1,19,04 Adiantamento 13º Salário 1,1,19,05 Adiantamento p/ Despesas de Viagens 1,1,20,00 OUTRAS CONTAS A RECEBER 1,1,20,01 Outras Contas a Receber 1,1,21,00 ESTOQUES 1,1,21,01 Matéria-Prima 1,1,21,02 Almoxarifado (Consumo Próprio) 1,1,21,03 Produtos em Processo 1,1,21,04 Produtos Acabados 1,1,21,05 Estoque de Mercadorias em Trânsito 1,1,22,00 DESPESAS ANTECIPADAS 1,1,22,01 Prêmios de Seguros à Vencer 1,1,22,02 Assinaturas de Livros, Jornais, Revistas 1,1,22,03 Encargos sobre empréstimos a pagar 1,1,22,04 Despesas com emissão de Debêntures 1,2,00,00 ATIVO NÃO CIRCULANTE 1,2,10,00 CRÉDITOS E VALORES 1,2,11,00 DIVERSOS 1,2,11,01 Depósito Judicial 1,3,00,00 ATIVO PERMANENTE 1,3,10,00 PERMANENTE 1,3,11,00 INVESTIMENTOS 1,3,11,01 Participações Societárias 1,3,11,02 Incentivos Fiscais à Aplicar 1,3,11,03 Aplicações em Incentivos Fiscais 1,3,12,00 IMOBILIZADO 1,3,12,01 Terrenos 1,3,12,02 Prédios 1,3,12,03 Móveis e Utensílios 1,3,12,04 Máquinas e Equipamentos 1,3,12,05 Veículos de Uso 1,3,13,00 DEPRECIAÇÕES 1,3,13,01 Depreciações de Prédios 1,3,13,02 Depreciações de Móveis e Utensílios 1,3,13,03 Depreciações de Máquinas e Ferramentas 1,3,13,04 Depreciações de Veículos de Uso Veja que este plano de contas segue uma certa ordem crescente de numeração, no grupo Bens Numerários que é o 1.1.11.00 e possui a conta Caixa. Por sua vez, as contas 1.1.12.01 e o 1.1.12.02 agrupam as contas referentes aos Bancos Conta Movimento. IMPORTANT E Observe que utilizaremos no desenvolvimento do estudo de caso para a contabilização dos custos da produção, o grupo de contas 1.1.21.00 – ESTOQUES. É interessante você destacar este grupo de contas, coloque alguma observação, pois será de suma importância para você estudar as movimentações da contabilização dos custos da produção. UNIDADE 1 | A CONTABILIDADE E AS CONTAS CONTÁBEIS COM ENFOQUE EM CUSTOS 34 Vamos agora verificar o grupo 2 que está relacionado ao Passivo da empresa. 2,0,00,00 PASSIVO 2,1,00,00 PASSIVO CIRCULANTE 2,1,10,00 DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO 2,1,11,00 FORNECEDORES 2,1,11,01 Fornecedores de Matéria-Prima (Nacional) 2,1,11,02 Fornecedores Diversos (Nacional) 2,1,11,03 Fornecedores Matéria-Prima (Exterior) 2,1,11,04 Fornecedores em Trânsito (Exterior) 2,1,12,00 CREDORES DIVERSOS 2,1,12,01 Cia de Seguros 2,1,12,02 Empresas de Telefonia 2,1,12,03 Empresa de Água e Energia 2,1,12,04 Adiantamentos de Clientes 2,1,12,05 Outras Contas a Pagar 2,1,13,00 OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 2,1,13,01 Salários a Pagar 2,1,13,02 Pensão Alimentícia 2,1,13,03 Contribuiçào Sindical 2,1,13,04 Rescisões a Pagar 2,1,13,05 Pró-Labore 2,1,14,00 OBRIGAÇÕES FISCAIS 2,1,14,01 ICMS a Recolher 2,1,14,02 ISS a Recolher 2,1,14,03 IPI a Recolher 2,1,14,04 Imposto Sindical 2,1,14,05 IRRF a Recolher 2,1,15,00 OBRIGAÇÕES SOCIAIS 2,1,15,01 PIS a Recolher 2,1,15,02 COFINS a Recolher 2,1,15,03 Contribuição Social a Recolher 2,1,15,04 INSS a pagar 2,1,15,05 FGTS a pagar
Compartilhar