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Resumo Civil V - Direito das obrigações

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Classificação quanto ao objeto 
1. Obrigação de dar 
Obrigações de dar ou restituir: são aquelas que se referem à obrigação de entregar ou restituir alguma coisa 
pelo devedor ao credor, para fins de transferência de propriedade, de posse ou apenas de uso.. Dar é 
normalmente relacionado a objetos 
a) A prestação de dar implica na entrega ou na restituição de uma coisa pelo devedor ao credor, para fins 
de transferência de propriedade, de posse ou apenas de uso. A obrigação de dar confere ao credor 
simples direito pessoal e não real 
b) O cumprimento da obrigação se dá com a entrega da coisa 
c) A transferência da propriedade do bem em questão depende de outro ato: a tradição (art. 1.226, 
cc/2002), para os bens móveis; o registro (art. 1.227, cc/2002), para os bens imóveis. 
d) Obriga-se a pessoa a cumprir essa obrigação por meio da busca e apreensão 
e) Exemplos: Obrigação do comprador de entregar o dinheiro (art. 481, CC); Obrigação do vendedor de 
entregar o bem alienado (art. 481, CC); v Obrigação do depositário de restituir bem guardado (art. 629, 
CC). 
 
ESPÉCIES: 
Dar coisa certa (determinada ou específica), quando for individualizada, por exemplo: esta mesa, este livro. 
Se distingue das demais por características próprias 
– objeto específico determinado que deve ser entregue pelo devedor 
– mesmo que já assinado o contrato se não chegou o termo do cumprimento do contrato a coisa se perde para 
seu dono (mesmo se estava destinada à outra parte) 
– se perdeu o objeto, a prestação se torna impossível – contrato é resolvido (as coisas ficam como antes – 
status quo) 
 Se o devedor teve culpa na perda da coisa, deve indenizar o credor por perdas e danos 
 O ônus da prova da ausência de culpa, é do devedor 
– se considera transmitido a propriedade na hora da tradição, na hora da entrega 
– Antes da Tradição → ENTREGAR = proprietário da coisa é o devedor 
– Antes da Tradição → RESTITUIR = proprietário da coisa é o credor 
 
Perecimento/perda/destruição da coisa certa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deterioração da coisa certa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Melhoramento da coisa certa (é tudo quanto opera mudança para melhor, em valor, em utilidade, em 
comodidade, na condição e no estado físico da coisa) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dar coisa incerta ( Código Civil, artigos 243 até 246.) 
 (indeterminada ou genérica – dívida de gênero), quando indicada apenas pelo gênero, pelo peso ou pela 
quantidade, por exemplo: uma mesa, dois livros, cinco cavalos, etc. 
– definida por gênero, quantidade ou certos caracteres (obrigatório a indicação do g~enero e quantidade) 
– sem individualização 
– prestação recai na entrega de uma coisa a ser individualizada 
– a escolha deve buscar os medianos – os exemplares da média (ex: define num conjunto de cavalos, que a 
escolha deve buscar os medianos, os exemplares da média, não pode exigir o melhor nem poder dar o pior  
isso não esta correto, o credor não pode escolher o melhor, mas se quiser pode escolher o pior) 
–Concentração (ou escolha): Noção: ato unilateral por meio do qual se faz a determinação de qualidade da 
coisa incerta, para fins de torná-la individualizada. 
 Sujeito: compete ao devedor, salvo disposição em contrário (art. 
 244, CC). 
 Efeitos: Uma vez realizada a concentração, passam a vigorar as 
 regras das obrigações de dar coisa certa na espécie (art. 245, CC). 
 Vigor: exige-se a cientificação do credor (art. 245, CC). 
– importante é manifestação da boa-fé objetiva (respeita a legítima expectativa da contra-parte) 
Processo de escolha: especificação 
– na obrigação de dar coisa incerta, faz diferença se esta antes da especificação (coisa incerta) ou depois da 
especificação (aplica-se a obrigação de dar coisa certa) – especificação só acontece quando a informação for 
levada a contra parte (escolhe o que quer dar e avisa) 
 Obrigação de dar coisa certa a partir da especificação, se a coisa se perde a solução é a resolução 
 Antes da escolha, o devedor não pode alegar perda ou deterioração da coisa – é só escolher outro dentre 
as possibilidades 
 
 
 
 
 
 
 
Obrigação de restituir (art. 240, 241 e 242) 
– obrigação de devolver coisa certa (empréstimo = comodato) 
– se a coisa se perde, deteriora e a pessoa que pegou emprestado (estava na posse) não teve culpa (foi um caso 
fortuito), o que emprestou perde a coisa – não há direito de indenização 
– se houve culpa, a pessoa deve indenizar – pagar o valor da coisa perdida 
– coisa não precisa ser infungível, deve ser apenas determinado 
 
 
 
 
 
2. Obrigação de fazer (Código Civil, artigos 247 até 249) 
Obrigações de fazer: são aquelas que se referem à obrigação de prestar um serviço, como fazer uma pintura 
ou uma casa, fazer a escrituração contábil de uma pessoa jurídica, etc. 
A prestação de fazer implica no cumprimento de uma tarefa (serviço físico ou intelectual) pelo devedor que 
tenha utilidade para o credor. 
 A prestação de fazer pode consistir: § no trabalho físico, ou intelectual, determinado pelo tempo, gênero ou 
qualidade; § no trabalho físico, ou intelectual, determinado pelo produto. 
Fazer é normalmente relacionado a serviços 
a) Consiste em efetuar a prestação, em realizar o trabalho, o serviço ou a ação comprometida para com o 
credor. O direito assegurado ao credor é ver executado o trabalho, o ato que o devedor se obrigou. 
b) Nas sociedades pré-revolução industrial, as obrigações de fazer eram praticamente insignificantes, 
comparadas às obrigações de dar, que compreendiam o fornecimento de coisas, a título de posse e 
propriedade. Atualmente, as sociedades massificadas e tecnológicas privilegiam o fornecimento dos 
mais variados serviços, havendo uma predominância das atividades do setor terciário. É indisfarçável 
o prestígio das obrigações de fazer. 
c) Cumpre com a obrigação desempenhando uma atividade 
d) Se o devedor tem de dar ou de entregar alguma coisa, não tendo, porém, de fazê-la previamente, a 
obrigação é de dar; todavia, se, primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa para depois entregá-la, 
se tem de realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, tecnicamente a obrigação é de fazer 
– verificação de se o dar é ou não consequência do fazer 
e) Possibilidade de multa cominatória ou astreintes para cobrar obrigação de fazer 
 
ESPÉCIES 
Fungível ou impessoal: aquela que admite realização por terceiro; o credor está interessado no resultado da 
atividade, sem atentar às qualidades pessoais de quem executa. 
– por exemplo, a obrigação de consertar uma calçada assumida por pedreiro 
– qualquer pessoa pode cumprir a obrigação 
– solução: manda executar a obrigação por terceiro, mas o devedor que paga (a expensas do devedor) – art. 
249 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Infungível ou personalíssima: aquela que não admite realização por terceiro 
– pode ser cumprida apenas pelo devedor, em razão do convencionado ou da própria natureza da prestação 
que leva em conta qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do devedor. (intuito personae) 
– solução: multa cominatória 
– por exemplo, a obrigação de reparar um nariz assumida por renomado cirurgião plástic 
Inadimplemento: cumprida normalmente, a obrigação extingue-se. Não cumprida espontaneamente, acarreta 
responsabilidade do devedor; 
Os efeitos do inadimplemento variam em razão da espécie de prestação – fungível ou infungível 
 
Inadimplemento culposo de prestação infungível ou personalístico: 
– O inadimplemento ocorre quando o devedor executa o ato que se obrigou a não praticar. É imputável a 
responsabilidade ao devedor se a abstenção tornou-se impossível por sua culpa 
código civil, art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a 
ele só imposta, ou só por ele exequível. 
 
Impossibilidade superveniente (não culposa) da prestação: 
– código civil, art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-áa 
obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
– a prestação de fazer poderá ficar impossibilitada. A impossibilidade é natural quando fato da natureza a 
provoca; é pessoal quando o devedor não pode mais pessoalmente executá-la, por exemplo, em razão de 
doença; e é jurídica quando norma de ordem pública superveniente impede a realização da prestação. 
 
 
3. Obrigação de não fazer 
Obrigações de não fazer: são aquelas que se referem a uma abstenção obrigatória, como por exemplo: não 
revelar um segredo ou não abrir outro estabelecimento comercial no mesmo bairro com o mesmo ramo de 
atividade. A obrigação de não fazer consiste em uma omissão a que o devedor se obriga e cuja prestação é 
justamente a abstenção da prática do fato que ele se comprometeu de não praticar. É, portanto, uma obrigação 
negativa. 
a) Impõe ao devedor um dever de abstenção: o de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não 
se houvesse obrigado. 
 
Inadimplemento culposo da prestação: 
– o inadimplemento ocorre quando o devedor executa o ato que se obrigou a não praticar. É imputável a 
responsabilidade ao devedor se a abstenção tornou-se impossível por sua culpa. 
– código civil, art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele 
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado por perdas e danos. 
– se a obrigação passa a ser de desfazer – torna-se uma obrigação de fazer. Se o desfazimento não puder 
ocorrer (impossibilidade), ocorre indenização por perdas e danos 
 
Impossibilidade superveniente (não culposa) da prestação: 
– se o descumprimento da prestação resultar de fato alheio ao devedor, impossibilitando a abstenção 
prometida, a obrigação será resolvida (extinta). 
– código civil, art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar 
 
Classificação quanto ao vinculo jurídico 
1. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA 
Obrigação solidária é aquela que se caracteriza pela multiplicidade de credores e/ou de devedores, tendo cada 
credor direito à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor obrigado pela 
dívida toda, como se fosse o único devedor. O que caracteriza a obrigação solidária é a possibilidade de um 
só ou todos juntos poder exigir a dívida (ativa) ou um poder demandar um ou todos (passiva). 
Pluralidade subjetiva: Para que se possa vislumbrar a solidariedade é de mister que haja a concorrência de 
mais de um credor, ou de mais de um devedor, ou de vários credores e vários devedores simultaneamente. 
Unidade de prestação: cada um dos credores tem o poder de receber a dívida inteira, e cada um dos devedores 
tem a obrigação de solvê-la integralmente (se cada um dos devedores estiver obrigado a uma prestação 
autônoma ou a uma fração da res debita, ou vice versa, se cada um dos credores tiver direito a uma quota-
parte da coisa devida, não há solidariedade, que sempre foi incompatível com o fracionamento do objeto) 
 
Disposições gerais do CC: 
- Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, 
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
-Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes 
-Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e 
condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro → a lei permite que se dê tratamento 
diferenciado aos devedores, admitindo a coexistência de prestação pura e simples para alguns e condicionada 
ou a termo para outros, sem que se destrua a solidariedade, 
Espécies: 
 Solidariedade ativa = vários credores (art. 267-274, CC) 
 Solidariedade passiva = vários devedores (art. 275-285, CC) 
 Solidariedade mista = vários credores e devedores 
– não faz diferença se a obrigação é divisível ou indivisível 
Efeitos: 
- Na responsabilidade civil, a solidariedade resulta da lei. A pessoa pode cobrar um ou outro pela totalidade – 
submete a favor da credora, não o total de apenas um patrimônio, mas da totalidade dos patrimônios das partes 
(art. 932 e 942) 
 
SOLIDARIEDADE ATIVA: Há solidariedade ativa, quando na mesma obrigação, concorre mais de um 
credor, cada um com direito à dívida toda (art. 264, CC) → ocorre quando o pólo ativo da obrigação possui 
mais de um agente. 
 
Cumprimento da prestação: Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento 
da prestação por inteiro (art. 267, CC). V → em inadimplemento de solidariedade ativa, qualquer um dos 
credores pode entrar com ação 
-O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, 
CC). → pagamento pode ser efeito para 1 dos credores, e resulta na extinção da dívida, na medida do 
pagamento 
-Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer um deles poderá 
este pagar (art. 268, CC)→ devedores podendo escolher para quem pagar (caso não sejam demandados) 
Em suma: Tais agentes estão em solidariedade, dessa forma, o devedor pode prestar a obrigação para qualquer 
um dos credores, que ao receber, deve dividir a prestação entre os demais credores → A solidariedade ativa 
dá o poder de um só credor receber toda dívida com obrigação de repassar o cabível aos demais. 
 
Conversão em perdas e danos: Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, 
a solidariedade (art. 271, CC) → A solidariedade, diversamente do que se passa na indivisibilidade, persiste 
ainda que haja a sub-rogação da prestação em perdas e danos (poderia cobrar esse valor de apenas um dos 
coobrigados porque a solidariedade persiste mesmo após sua conversão em perdas e danos ) 
 
Direito de regresso (divisão do crédito entre os credores): O credor que tiver remitido a dívida ou recebido 
o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba (art. 272, CC). 
A principal característica das relações internas entre credores solidários consiste no fato de o crédito se dividir 
em partes que se presumem iguais até prova em contrário. A solidariedade existe apenas em função da 
exigibilidade do crédito ou do seu implemento pelo devedor. 
 
SOLIDARIEDADE PASSIVA: Há solidariedade passiva, quando na mesma obrigação, concorre mais de 
um devedor, cada um obrigado à dívida toda (art. 264, CC) 
Cada um dos devedores está obrigado à prestação na sua integralidade, totum et totaliter, como se em verdade 
houvesse contraído, sozinho, a obrigação inteira. Assim o credor poderá cobrar a dívida de maneira como 
melhor lhe convier: ou de todos os devedores, ou, integralmente, de apenas um deles. 
 
Cumprimento da prestação: O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum (art. 275, CC). § se o pagamento for integral, todos os devedores ficam 
exonerados; § se o pagamento for parcial, todos os devedores permanecem solidariamente obrigados pelo 
remanescente. 
Parágrafo único: Não importará renúncia da solidariedade a propositura da ação pelo credor contra um ou 
alguns dos devedores → OBS: a propositura de demanda judicial contra apenas um dos devedores solidários 
não implica em renúncia á solidariedade com relação aos demais. O credor poderá propor demanda contra um 
e , ulteriormente, contra outro, sem qualquer restrição. Não há, inclusive, qualquer irregularidade na 
propositura de demandas, em caráter experimenta, até que se encontre devedor com melhores condições de 
solvência. 
- O devedor demandado pela prestação integral pode chamar os outros ao processo (art. 77, III, CPC).A 
sentença, que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do 
que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos codevedores a sua 
quota, na proporção que Ihes tocar (art. 80, CPC). 
- Se um dos devedoressolidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a 
quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos 
serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. 
- O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros 
devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada (art. 277, CC) → 1) Pagamento parcial 
efetuado por um dos devedores não o libera da solidariedade em relação ao saldo devedor → 2)Diversamente 
do que corre na solidariedade ativa, a remissão (perdão da dívida) concedida a determinado devedor não opera 
a extinção da integralidade do vínculo obrigacional 
-O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Se o credor 
exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais (art. 282, CC). → Nessa hipótese, o 
devedor liberado da solidariedade exonerar-se-á do liame obrigacional pagando ao credor apenas e tão 
somente a quaota-parte 
– na obrigação solidária passiva: em casos de mais de um devedor, um deles pode pagar sozinha ao credor e, 
com isso, sub-rogar o direito de cobrar das demais partes devedoras. No primeiro momento o credor tem seu 
interesse satisfeito, mas a obrigação não se extingue, ela se redireciona para os demais credores que devem 
pagar ao que pagou sozinho. 
 
Impossibilidade culposa da prestação: Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores 
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o 
culpado (art. 279, CC) 
 
Atraso culposo da prestação: Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha 
sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida (art. 280, CC). 
 
Direito de regresso: O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos 
codevedores a sua quota, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os codevedores (art. 283, CC). 
- Se um dos codevedores for insolvente (não consegue cumprir as suas obrigações ), a parte da dívida 
correspondente será rateada entre todos os codevedores (art. 283, CC) 
- No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, 
pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente (art. 284, CC). 
- Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com 
aquele que pagar (art. 285, CC). →Na relação interna entre os codevedores, se algum deles pagar, 
inteiramente, dívida que, a despeito de solidária, beneficente, exclusivamente, pelo título ou pelas 
circunstâncias, a um dos devedores, este responderá, integralmente, pelos dispêndios efetuados 
 
 
Classificação das obrigações quanto a seus elementos: 
 Pressupõe a existência de uma obrigação complexa ou composta (com mais de uma prestação) e com 
pluralidade de objetos 
 Podem ser obrigações cumulativas ou obrigações alternativas 
 
1. Obrigação alternativa – art. 252 a 256: 
 Há pluralidade de objetos 
 Há opção de escolha, que, em regra, cabe ao devedor 
 Devedor pode escolher entre cumprir a prestação A OU cumprir a prestação B (ex: devedor deve o cavalo 
Relâmpago OU o cavalo Trovão) 
 No inicio a obrigação é plural e relativamente indeterminada (varias opções), mas se torna determinada e 
simples no momento da execução (escolha por uma opção é feita) = concentração (escolha) 
 Uma vez realizada a concentração, a obrigação passa a ser simples e passam a vigorar as regras das 
obrigações de dar coisa certa, fazer ou não fazer, conforme o caaso 
 Atenção!  não são obrigações distintas, é UMA obrigação com um conjunto de objetos, dos quais só um 
tem de ser prestado 
 A escolha é ato unilateral, definitiva e irrevogável (salvo se as partes houverem pactuada uma retratação) 
o Exceção a isso é a jus variandi 
 Escolha se dá com uma declaração de vontade (não há requisito formal) 
 Devedor se libera com o cumprimento de apenas uma obrigação dentre as opções acordadas (art. 252) 
 No entanto, não pode o devedor entregar apenas parte de uma obrigação e parte de outra (art. 252, §1º) – 
deve entregar uma das obrigações integralmente 
 Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção pode ser exercida em cada período 
(ano, semestre, mês, etc) 
o Jus variandi: a escolha da prestação pode ser feita a cada período (devedor tem a opção A e B, em 
janeiro escolhe pagar A e em fevereiro pode escolher B) 
 Se houver pluralidade de pessoas para fazer a opção, a escolha deve ser feita por unanimidade. Se não 
houver acordo entre essas pessoas, fixa-se um prazo para tentar o acordo, e se não conseguir o juiz decide 
 Se a escolha couber a um terceiro, e este não quiser ou não puder escolher: juiz escolhe (se não houver 
acordo entre partes) 
 Art. 253 - impossibilidade de uma prestação ou se uma das prestações tiver objeto ilícito: concentração 
na prestação subsistente (escolha necessariamente na outra obrigação que não está impossibilitada) 
 Art. 256 – impossibilidade de todas as prestações sem culpa do devedor: extinção (não há mais objeto) 
 Art. 253 – se a escolha é do devedor e ocorre a impossibilidade de uma prestação: realização da 
prestação subsistente 
 Art. 254 – se a escolha é do devedor e ocorre a impossibilidade de todas as prestações: o devedor será 
obrigado a pagar o valor da obrigação que por ultimo foi impossibilitada + perdas e danos 
 Art. 255 – se a escolha é do credor e ocorre a impossibilidade de uma prestação: credor pode exigir a 
prestação subsistente ou a indenização equivalente à prestação impossível + perdas e danos 
 Art. 255 – se a escolha é do credor e ocorre a impossibilidade de todas as prestações: credor pode 
pedir o valor de qualquer uma das opções + perdas e danos 
 
2. Obrigação cumulativa: 
 Há pluralidade de objetos 
 Cumprimento deve ser do TODO, isto é, todos os objetos devem ser adimplidos 
 Se isto não ocorrer, o inadimplemento será tido como total 
 Ex: entregar um carro E um apartamento 
 Devedor se compromete a realizar diversas prestações, e não se considerará cumprida a obrigação até a 
execução de todas as prestações prometidas, sem exclusão de uma só 
 
 
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS 
Características: 
 Obrigações divisíveis e indivisíveis pressupõem que haja uma obrigação em que há multiplicidade de 
sujeitos em pelo ou menos um dos pólos. 
 Pode-se dizer que são divisíveis as obrigações suscetíveis de cumprimento fracionado, e indivisíveis 
as que somente podem cumprir-se na sua integralidade. 
 O que é divisível ou indivisível não é a obrigação, mas a prestação 
 A divisibilidade e indivisibilidade decorrem da natureza, característica do objeto prestacional 
 O conceito moderno de divisibilidade se relaciona ao critério econômico, à conservação das qualidades 
essenciais do todo e que a possível divisão não prejudique o fim destinado 
 
1. Divisível 
 A prestação é divisível, quando as partes em que se fracione não perdem as características essenciais 
do todo nem sofrem depreciação acentuada; e indivisível, em caso contrário 
 A obrigação divisível é aquela cuja prestação possui objeto suscetível de divisão, sem alteração de sua 
substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo de sua utilidade. 
 A obrigação de dar será divisível, quando cada uma das parcelas, em que se seccione, guardar as 
características essenciais do todo. Ex: se o devedor tem de entregar um conjunto de unidades 
autônomas, a prestação será divisível, pois cada uma, considerada como fração do todo, conserva os 
requisitos que a erigem em objeto economicamente útil. 
 Se é corpo certo e determinado, seja móvel (um animal), seja imóvel (um apartamento, um terreno), 
não se poderá cogitar de divisibilidade, pois mesmo que for admissível o fracionamento como corpomaterial, é insuscetível de parcelamento como prestação, já que a obligatio não comporta pagamento 
de uma parte 
 Na pluralidade de sujeitos, a prestação reparte-se por numero, criando obrigações distintas, e 
recebendo cada credor do devedor comum, ou pagando cada devedor ao credor comum, a sua parte. 
o Cada devedor tem o direito de oferecer e de consignar a sua parte na dívida, não podendo o 
credor recusar. Duas exceções: (1) convenção (se estipulou que o pagamento é integral, assim 
se fará, ainda que divisível a prestação) e na (2) solidariedade. 
 Cada devedor só responde por sua fração no débito e cada credor pode exigir sua fração no crédito 
 
2. Indivisível 
 A obrigação de restituir é, em regra, indivisível, já que o credor não pode ser compelido a receber pro 
parte a coisa que se achava na posse alheia, salvo se consentir 
 Quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, 
por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico 
 A indivisibilidade do objeto pode decorrer da natureza, da convenção das partes e de disposição legal 
 Havendo pluralidade de devedores, cada um será obrigado pela dívida toda (art. 259, CC) Havendo 
pluralidade de credores, cada um poderá exigir a dívida toda (art. 260, CC) 
o O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados 
o Havendo vários credores, o devedor deverá realizar o pagamento a todos conjuntamente; ou a 
um, dando este caução de ratificação dos outros credores 
o Se apenas um dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o 
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total 
o Se um dos credores perdoar a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros, mas 
estes só a poderão exigir descontada a quota do credor remitente 
 Se o sujeito passivo é um, e o sujeito ativo singular também, tratando-se de obrigações simples, a regra 
é a indivisibilidade da prestação (ou princípio da unidade da prestação), conforme disposto no art. 314, 
segundo o qual o credor não pode ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por parte, ainda que 
divisível a obrigação, salvo estipulação em contrário (na unidade de devedor e de credor, a prestação 
é realizada na sua integralidade, a não ser que as partes tenham ajustado o contrário.) 
 Quando os devedores estão sujeitos a uma prestação indivisível (de dar ou de fazer), a obrigação será 
divisível, e cada um passará a dever a sua quotaparte, no caso de vir ela a converter-se no seu 
equivalente pecuniário (perde a qualidade indivisível a prestação que resolveu-se em perdas e danos 
(art. 263). 
o A conversão do débito nas perdas e danos poderá ocorrer por culpa de todos os coobrigados 
(todos são responsáveis e divide-se quantia devida, se a obrigação for divisível, ou sujeita-se 
cada um ao pagamento, solidariamente, se indivisível) ou de um deles. (apenas o devedor 
culpado responde pelo dano causado, e somente dele poderá ser demandada a reparação) 
 
 
PAGAMENTO 
Pagamento: solutio 
 É a realização voluntaria da prestação, o desfecho natural da obrigação 
 Noção de que o vinculo foi desfeito e o credor está satisfeito 
 É o modo principal de extinção das obrigações 
 PAGAMENTO = ADIMPLEMENTO 
 Pagamento é toda forma de cumprimento da obrigação (não é só pagamento em dinheiro) 
 Intenção: requisito essencial do pagamento é a intenção de extinguir a obrigação assumida – realização 
real da prestação 
 
Condições subjetivas do pagamento: 
1. Quem paga: solvens 
 Normalmente quem paga é o devedor, por si mesmo – art. 304 
o Se a prestação é personalíssima, só o devedor pode realiza-la 
 Pode também pagar qualquer terceiro interessado (ex: fiador) – art. 304 
o Nesse caso, ocorrerá a sub-rogação – art. 346, III 
 Pode também pagar qualquer terceiro não interessado, se o fizer em nome e por conta do devedor, sem 
representação, autorização ou ciência do devedor (ex: pai que paga a dívida do filho) – art. 304, p. único 
– nesse caso ocorrerá a sub-rogação, desde que não haja oposição do devedor 
o Se o terceiro não interessado pagar em seu próprio nome: ele tem direito apenas a reembolsar-
se do que pagou, mas não adquire os direitos do credor (ação simples de cobrança) – art. 305 
o Se o terceiro não interessado pagar sem que o devedor tenha conhecimento ou diante de sua 
oposição, sendo que havia meios para que o devedor pudesse impedir a ação de cobrança do 
credor: não caberá reembolso do pagamento ao terceiro (ex: terceiro que efetua pagamento de 
divida prescrita sem que o devedor soubesse) – art. 306 
 Sub-rogação: ocorre quando a dívida de alguém é paga por outrem. Pagando-a, o terceiro adquire o 
crédito. Extingue-se a obrigação, mas o devedor não se libera porque passa a dever a quem a extinguiu 
(ex: Anna pagou a dívida de Bianca, mas Bianca ainda não se liberou da dívida, porque agora deve 
Anna) 
 
2. Quem recebe: accipiens 
 Em regra, o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente – art. 308 
o Se tratando de representante legal: o pagamento deve ser efetuado apenas ao representante 
o Se tratando de representante convencional: o pagamento pode ser efetuado tanto ao representante 
quando ao próprio credor 
 Se não for efetuado a uma dessas duas pessoas, será ineficaz 
 No entanto, o pagamento pode ser feito a pessoa não intitulada e ser válido se houver ratificação do 
credor ou de seu representante – art. 308 
 Além disso, o portador do recibo de quitação é também considerado autorizado a receber o pagamento, 
salvo se as circunstancias contrariarem essa presunção – art. 311 
 O pagamento feito de boa-fé a credor putativo é valido, ainda que depois seja provado que ele não era o 
credor – art. 309 
o Credor putativo: pessoa que tem a mera aparência de credor ou de pessoa autorizada a receber 
 Não vale o pagamento cientemente feio ao credor incapaz de quitar – art. 310 
o Se o devedor não tinha condições de conhecer a incapacidade do credor, o pagamento se torna 
válido 
o Se o devedor tinha condições de conhecer a incapacidade do credor, ele deverá comprovar que o 
pagamento reverteu em beneficio do incapaz 
 
Condições objetivas do pagamento 
1. Objeto do pagamento: prestação 
 O credor não é obrigado a receber prestação diferente daquela que lhe é devida, ainda que esta seja 
mais valiosa – art. 313 
 Só existirá solução da dívida, com a entrega do objeto 
o Se a obrigação for complexa (vários objetos), a obrigação só será cumprida com a entrega de todos 
 Ainda que o objeto seja uma prestação divisível, o credor não pode ser obrigado a receber por partes, 
nem o devedor pode ser obrigado a pagar por partes, se este não tiver sido o acordo – art. 314 
 Dividas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal – art. 
315 
 São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira– art. 318 
o Exceto nos contratos com pessoas do exterior, ou que tratem de importação, exportação, câmbio 
 Pagamentos contratados em medida ou peso devem obedecer aos costumes do lugar (arroba, alqueires, 
etc) – art. 326 
o No silencio das partes, entende-se que será levado em conta o costume do lugar da execução (ex: 
as partes acordaram o pagamento de terras em alqueires em SP, logo, entende-se que a medida de 
alqueires utilizada, será a paulista) 
 É licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas (ex: correção monetária) – art. 
316 
 Revisão da prestação por motivo imprevisível superveniente: quando, por motivos imprevisíveis, 
sobrevier desproporção entre o valor da prestação devida e do momento de sua execução, poderá o juiz 
corrigi-lo a pedido da parte, de modo a assegurar, quanto possível, o valor real da prestação – art. 317 
o 3 requisitos: 1. Desproporção manifesta e superveniente do valor da prestação 
2. Causa fundada em motivo imprevisível (fato danatureza, de terceiro, da 
administração pública, etc) 
3. Limitação no valor real da prestação 
o A revisão da prestação depende de sentença judiciail 
 As despesas com o pagamento e a quitação ficam a cargo do devedor; se ocorrer aumento dessas 
despesas por fato do credor, o credor que deverá arcar com a despesa acrescida – art. 325 
 
2. Lugar do pagamento 
 Obrigação quesível: pagamento deve ser efetuado no domicilio do devedor 
 Obrigação portável: pagamento deve ser efetuado no domicílio do credor 
 Em regra, o pagamento deve ser efetuado no domicílio do devedor – art. 327 
o Se houverem dois lugares possíveis, a escolha cabe ao credor 
 Se o pagamento for relativo a imóvel (tradição, reparos, etc): pagamento deve ser feito o lugar onde está 
situado o imóvel – art. 328 
 Ocorrendo motivo grave para que não se efetue o pagamento no lugar determinado (ex: local está 
isolado ou em estado de calamidade publica), o devedor poderá faze-lo em outro lugar, sem prejuízo para 
o credor – art. 329 
 O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renuncia do credor ao que está previsto 
no contrato – art. 330 
 
3. Tempo do pagamento 
 Depois de acordada a época para o pagamento, o credor não pode exigi-lo antes do vencimento – art. 
331 (ex: empréstimo) 
 Se a época do pagamento não tiver sido acordada, o credor pode exigi-lo quando considerar mais 
oportuno – art. 331 
o Prazo deve ser razoável e pode ser fixado por um juiz 
 O dia de pagamento da divida tem 24 horas, mas deve-se ter atenção quanto a horários bancários ou de 
comercio, por exemplo 
 Obrigações condicionais: cumprem-se na data em que a condição da obrigação ocorre, cabendo ao credor 
a prova de que o devedor teve ciência do acontecimento da condição – art. 322 
 Casos em que o credor tem o direito de cobrar a divida antes do prazo estipulado (vencimento 
antecipado): - art. 333 
a. No caso de falência do devedor, ou de concurso de credores (insolvência civil: dividas são maiores 
do que patrimônio) 
b. Quando há garantia em hipoteca ou penhor, e esses bens da garantia forem penhorado por outro 
credor (presume-se que se outro credor não encontrou bens livres e teve que pegar as garantias, a 
situação do devedor é de insolvência civil) 
c. Se cessarem ou se tornarem insuficientes as garantias do débito e o devedor, intimado, se negar a 
reforça-las (ex: se o fiador morre, e o devedor não coloca outro no lugar) 
 
4. Comprovação do pagamento 
 Quitação: declaração unilateral escrita, emitida pelo credor, de que a prestação foi efetuada 
satisfatoriamente, servindo de meio de prova do pagamento (recibo) 
 O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto essa quitação não 
lhe seja dada – art. 319 
 A quitação pode ser plena (integral) ou parcial 
 Requisitos da quitação: – art. 320 
a. Valor e espécie da divida quitada 
b. Nome do devedor ou de quem pagou pelo devedor 
c. Tempo e lugar do pagamento 
d. Assinatura do credor ou do seu representante 
 Alguns casos de presunção de pagamento: (admitem prova em contrário) 
a. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última parcela presume que todas as 
anteriores também foram pagar, até que se prove o contrário – art. 322 
 Contas de energia e agua são exemplos em que a quitação da ultima conta NÃO significam 
que as contas anteriores também foram quitadas 
b. Entrega do título ao devedor. O credor tem 60 dias para provar a falta de pagamento – art. 324 
 Isto porque o titulo pode ter sido obtido com violência ou por engano, por exemplo 
 
PAGAMENTOS ESPECIAIS 
 
1. Pagamento por consignação 
 
Conceito: Consiste no depósito judicial ou em estabelecimento bancário da quantia ou coisa devida. 
 É o depósito, pelo devedor, da coisa devida, com o objetivo de liberar-se da obrigação de dar 
 Efetivo oferecimento da res debita. Não basta a promessa ou a declaração de que a coisa ou soma devida 
se encontra à disposição do credor. 
 A consignação em pagamento é meio judicial – e, eventualmente, extrajudicial – liberatório da obrigação, 
e tem finalidade estrita. 
 
Objeto: Apenas obrigação de dar admite pagamento em consignação e a coisa depositada pode ser móvel ou 
imóvel 
 No tocante à integridade do depósito, cumpre salientar que é indispensável tratar-se de obrigação 
líquida e certa. 
 
Hipóteses: 
a) Credor não pode receber pagamento 
b) Credor se recusa a receber pagamento 
c) Credor se recusa a dar quitação 
d) Credor não vai, nem manda alguém receber o pagamento no lugar, tempo e condição devidos 
e) Credor é incapaz, não possuindo representante legal 
f) Credor é desconhecido 
g) Credor é ausente 
h) Credor reside em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil 
i) Existe dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento 
j) Existe litígio sobre o objeto do pagamento 
 
Espécies: 
a) Extrajudicial: objeto da prestação é dinheiro 
b) Judicial: objeto da prestação não é dinheiro ou consignação extrajudicial restou frustrada 
 
Características: 
 Tratando-se de obrigação em dinheiro, restam para o devedor duas possibilidades: o depósito judicial antes 
da citação do réu, ou o depósito extrajudicial da quantia devida, em estabelecimento bancário oficial. 
 O depósito ou consignação da coisa deve ser requerido no lugar do pagamento (art. 337). Nem o credor 
pode ser compelido a vir receber em local diferente nem o devedor tem a obrigação de deslocar-se para 
solver. Daí acordarem os autores em que competente para a ação de consignação é o foro do pagamento. 
 Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o 
levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de 
direito 
 As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, 
à conta do devedor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Pagamento com sub-rogação 
 
Conceito: É a substituição do credor, como titular do crédito, pelo terceiro que paga a prestação no lugar do 
devedor – o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor. 
 Passa a exercer a posição do credor completamente – transmite toda a complexidade obrigacional 
 Chama-se subrogação a transferência da qualidade creditória para aquele que solveu obrigação de 
outrem ou emprestou o necessário para isto. 
 O subrogatório fica investido de todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor, 
seja contra o devedor principal, seja contra os seus fiadores 
 
Espécies: 
 De pleno direito (decorre da vontade da lei sem que para sua verificação seja necessário intervir a 
vontade das partes, ou o acordo, quer do credor quer do devedor – como imposição da lei, a subrogação 
legal ocorre mesmo contra a vontade do devedor ou do credor). Opera em favor: 
a. Do credor que paga a dívida do devedor comum 
b. Do terceiro interessado, que paga dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em 
parte (é o caso do codevedor solidário, do fiador, do corresponsável, que solve a dívida do seu 
codevedor ou afiançado, pela qual podia ser demandado, total ou parcialmente) 
c. Do adquirente de imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário, bem como do terceiro 
que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel. 
b) Convencional (se origina da declaração da vontade, seja do devedor, seja do credor: o pagamento é 
acompanhado da declaração no propósito de operar a transferência). Dois casos: 
a. Quando o credor, recebendo pagamento de terceiro, lhe transfere todos os seus direitos. 
b. Quando terceiro empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição de 
ficar investido nos direitos do credor satisfeito. 
i. Aqui o consentimento é do devedor. Não é ouvido o credor, e nem tem qualidade para 
opor-se, pois seu direito é receber o que é devido, sem importar de quemaneira o obteve 
o devedor. 
 
O terceiro interessado (accipiens) quando faz pagamento, sub-roga-se na condição do credor 
 
Duas figuras 
a) Credora aceita pagamento – contrato permite que isso seja feito 
b) Operacionaliza como ocorre numa sessão de crédito 
a. Cessão de crédito é uma sucessão particular nos direitos do credor, originada de uma declaração 
de vontade. É a vontade do cedente que atua como fundamento da transferência do direito, 
independentemente do pagamento, porque este não é essencial à sua realização 
b. Ao passo que a subrogação assenta no pagamento, podendo intervir ou não a emissão de 
vontade no sentido de operar o deslocamento da qualidade creditória, isto é: pode haver sub-
rogação sem que o credor tenha a intenção de transferir ao terceiro solvente os seus direitos. 
 Na subrogação, assim como na cessão de crédito, há alteração subjetiva da obrigação. 
 
3. Imputação de pagamento 
 
Conceito: é a faculdade de escolher, dentre várias prestações de coisa fungível, devidas ao mesmo credor, 
pelo mesmo devedor, qual dos débitos satisfazer. 
 É a indicação de dívida a ser quitada, quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais 
débitos da mesma natureza, a um só credor, e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas 
 Quando a pessoa é obrigada, simultaneamente, por mais de um débito da mesma natureza, a um só 
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento 
 
Características: 
 É reconhecida primeiramente ao devedor, com as restrições que a lei consagra; se o devedor não usa 
do direito de indicar a dívida imputável transfere-se ao credor; e se nem um nem outro o faz, a lei 
menciona o critério a ser obedecido. 
 Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, 
salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital 
 
Requisitos: 
1. Existência de diversos débitos 
2. Identidade dos sujeitos, pois se não forem os mesmos o devedor e o credor não se configura, 
materialmente, a imputação; 
3. Débitos devem ser da mesma natureza, igualmente líquidos e vencidos; 
4. A prestação oferecida deve bastar à extinção de qualquer das dívidas, pois é de princípio que o credor 
não pode ser compelido a receber pagamento parcial. 
 Efetuando o pagamento sem se valer do direito de opção por qual das dívidas oferece a prestação, 
sendo todas elas líquidas e vencidas, transfere o devedor ao credor a faculdade de escolha 
(imputação do credor), e, pois, não tem direito de reclamar contra a que ele realizar. 
 Uma vez feita a escolha, seja pelo devedor, seja pelo credor, e passado o recibo, não pode mais o 
devedor arrepender-se da indagação, ou da omissão própria, para reclamar contra a imputação 
feita, ainda que a ele danosa 
 
5. Dação em pagamento 
 
Conceito: É o acordo entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, 
para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida. 
 Entrega de uma coisa por outra, e não a substituição de uma obrigação por outra 
 Pressupõe a imediata transferência de domínio de bem que é seu objeto. 
 
Características: 
 O objeto da dação em pagamento não pode ser dinheiro 
 A dação em pagamento pressupõe e exige dupla capacidade: 
o Da parte do solvens é preciso que tenha ius disponendi da coisa, pois se não puder efetuar a 
transferência da sua propriedade ao accipiens, não há dação 
o Da parte do credor, como implica a subrogação da coisa devida na coisa entregue, com efeito 
liberatório, o accipiens tem de ser apto a dar o necessário consentimento 
 Pode ser objeto da dação em pagamento outra prestação diferente da pecuniária 
Requisitos: 
a) Existência de uma dívida; 
b) Acordo do credor; 
c) Entrega de coisa diversa da devida, com a intenção de extinguir a obrigação 
 
Espécies: 
a) Substituição de dinheiro por coisa 
b) Substituição de dinheiro por título de crédito 
c) Substituição de coisa por coisa 
d) Substituição de fato por coisa 
 
Extinção da Obrigação sem Pagamento 
 
Introdução: Há outros modos de extinção das obrigações, que não se encaixam na noção de pagamento que 
podem ser classificadas em causas extintivas satisfatórias - com a obtenção de um resultado útil para o credor, 
mesmo que substitutivo ou equivalente àquele que se obteria com o adimplemento - e causas extintivas não 
satisfatórias - em que não há um resultado útil ao credor.1 
 
Novação: criação de uma nova obrigação, com a finalidade de extinguir a obrigação anterior, original; 
→convenção pela qual as partes extinguem uma obrigação mediante a criação de uma nova obrigação em 
lugar daquela. 
 A novação produz dois efeitos: um extintivo (a obrigação antiga desaparece) e um constitutivo (uma 
obrigação nova é criada). 
 Se encarar exclusivamente a obrigação primitiva, tem-se de admitir que ela desaparece, tal como 
ocorreria se houvesse pagamento. 
 A novação, que se apresenta como extinção sem pagamento, opera na verdade o desaparecimento do 
vínculo preexistente, mas, como não se efetua a prestação devida, outro vínculo obrigatório nasce em 
substituição ao primeiro, e, por esta razão, pode o mesmo credor continuar credor ou o mesmo devedor 
continuar devedor. 
 não há nova dívida, nem transformação de uma dívida (ou obrigação) em outra, mas dívida que assume 
o lugar de outra. 
 A novação não é negócio jurídico; é efeito deste quando há ânimo de novar. 
 A obrigação “A” visava a compra do cavalo Invictus; o comprador descobre um outro cavalo, em outro 
haras, que é mais adequado às suas necessidades; para suprir suas necessidades, o comprador estipula 
uma nova obrigação, “B”, na qual não se deve entregar o cavalo Invictus como pagamento, mas sim três 
outros cavalos; 
 Para ser novação, deve nascer uma obrigação nova; mudar tudo; nasce no lugar da primeira, e a extingue; 
não é uma nova obrigação, concomitante à primeira, mas sim um novo trato, que extingue a relação 
anterior (sendo que não se efetuou o pagamento dessa obrigação anterior); 
 Na novação não há prestação, mas adimplemento incompleto, mediante outro negócio jurídico, que 
produz o efeito de extinção da dívida e da obrigação anteriores, sem liberar o devedor ou satisfazer o 
credor definitiva e plenamente, principalmente na novação objetiva, porque um vínculo jurídico é 
substituído por outro. 
Requisitos da Novação 
 Na configuração da novatio devem concorrer os seguintes requisitos: 
i) O consentimo (Nunca decorre de lei, sempre exige o consentimento: ambas as partes consentem no sentido 
de estabelecer a novação;) 
ii) A existência da antiga obrigação (relação obrigacional, dotada dos requisitos de validade, que possa ser 
extinta, e substituída por outra diversa, não há novação) 
iii) Há de nascer a nova obrigação e tem de ser válida (se não chega a constituir, ou se é nula, nem produz 
o efeito de estabelecer o iuris vincullum essencial à sua própria existência, nem tem a força de operar a 
extinção da precedente) 
iv) O animus novadin (em não havendo a intenção de novar, não chega a operar-se a extinção da obrigação, 
e, em tal caso, a nova obrigação que se constitua tem o mero efeito de confirmar a primeira.) → (ânimo de 
novar não se pressupõe, mas pode ser tácito) 
Hipóteses de novação 
 A lei estabelece as hipóteses em que se dá a novação: 
 i) nova relação jurídica obrigacional substitui a dívida por outra, mantidos os mesmos credor e devedor 
(novação objetiva); 
ii) nova relação jurídica em que o devedor é substituído por outro, ficando liberado o primeiro, mantido o 
credor (novação subjetiva passiva); 
 iii) nova relação jurídica em que o credor é substituído por outro, mantido o devedor, que fica liberado em 
relação ao primeiro (novação subjetiva ativa). 
 
Novação pode ser divida em : Objetiva X subjetiva 
i) Novação objetiva= É objetiva quando entre as mesmas partes a obligatio sofre uma alteração quantitativa, 
qualitativa oucausal, modificando-se a prestação, sem substituição dos sujeitos exige-se a substituição 
essencial de uma dívida por outra, com extinção da primeira. → A novação é objetiva quando disser respeito 
à substituição da própria obrigação por outra, sem qualquer relação com os sujeitos ativos e passivos da relação 
jurídica, podendo ocorrer que nada da dívida anterior subsista. → também chamada real, dá-se quando o 
devedor contrai com o credor nova dívida, para extinguir e substituir a primeira. → que abrange tanto os casos 
de substituição de objeto como os de mudança de título ou de causa jurídica, tomando o vocábulo causa, no 
sentido de fonte. 
Novação subjetiva: há substituição de um dos sujeitos da relação obrigacional→ O que importa é o ânimo 
de novar por parte do credor e do novo devedor. 
-Novação subjetiva passiva = substituição do devedor → dispensa o consentimento do devedor, porque 
tem-se o interesse do credor de solução da dívida como prioritário. → O risco de o novo devedor ser insolvente 
é do credor, → Quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor. 
-Novação subjetiva ativa – substituição do credor → surge novo credor, nova dívida e extingue-se a relação 
jurídica anterior. → Não pode ser confundida com cessão de crédito, razão por que não há sucessão entre o 
primeiro e o segundo credores. Diferentemente, na cessão de crédito o segundo credor sucede o primeiro, 
porque a dívida permanece. Esse tipo de novação, ao contrário da anterior, impõe o consentimento do devedor, 
porque este não se libera da dívida, salvo em relação ao primeiro credor. 
Exemplos de novação: i) se a dívida simples é convertida em dívida alternativa, tem-se novação, porque a 
anterior deixou de existir. ii) o contrato muda de natureza, a exemplo de compra e venda para doação, ou de 
locação para comodato. 
Não constituem novação, entre outras situações: 
a) a mudança de prazo do contrato; b) o aumento ou redução da prestação devida; c) a constituição ou 
modificação de garantia real ou pessoal; d) a alteração da taxa de juros, se não modifica a substância da dívida 
principal; e) a inclusão de correção monetária; O a mudança do lugar do adimplemento; g) a tolerância 
eventual do atraso no adimplemento. 
 
Causa: motivo para a celebração do contrato; 
A causa do contrato interfere na validade do contrato: para que a nova obrigação seja válida, é necessário que 
a obrigação antiga exista; 
- Primeiro efeito da obrigação nova é a extinção da obrigação antiga; 
-Na novação, a causa-extinção da primeira obrigação é fundamental; 
Convalidação 
-Se a obrigação anterior é anulável, então a obrigação nova é convalidação (porque a obrigação anulável 
autoriza a convalidação); 
-É de 4 anos o prazo de decadência para pleitear; CC/Art. 188; 
- Na cessão de crédito ou na assunção de dívida alheia a dívida não se extingue, como ocorre com a novação. 
-Convalidar: sanar o vício que tornava o negócio jurídico anulável; → torna o negócio jurídico válido 
-A novação equivale a convalidação, porque na novação se confirma o negócio jurídico, ao se criar um novo 
negócio; 
-Coação: vício de consentimento que torna o negócio anulável; 
 
Compensação: 
 Opera de pleno direito; 
 Fundado no princípio da equidade, que se não compadecia com o fato de terem ação, uma contra outra, 
duas pessoas que fossem ao mesmo tempo credor e devedor reciprocamente. 
 Definição: Pode-se, então, definir, com base no texto legal, compensação como a extinção das obrigações 
quando duas pessoas forem, reciprocamente, credora e devedora. Há reciprocidade de créditos, daí a 
consideração de sua extinção por encontro de contas. → É a extinção de obrigações recíprocas, que se pagam 
uma pela outra, entre pessoas que são devedoras uma da outra .A compensação pode ser total ou parcial. 
Dívidas não compensáveis (art. 373, CC): 
i) se provier de esbulho, furto ou roubo ii) se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos iii)se uma 
for de coisa não suscetível de penhora 
Importante (art. 375, CC): Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no 
caso de renúncia prévia de uma delas 
Requisitos para a compensação: 
i) cada um há de ser devedor e credor por obrigação principal; 
ii) as obrigações devem ter por objeto coisas fungíveis, da mesma espécie e qualidade; 
iii) as dívidas devem ser vencidas, exigíveis e líquidas; 
iv) não pode haver direitos de terceiros sobre as prestações. 
 O primeiro requisito pressupõe, evidentemente, duas obrigações entre as mesmas partes, ou dois 
vínculos, independentemente da apuração de suas origens, → compensação atua sobre débitos existentes, 
isto é, atuais → requer a personalidade dos sujeitos: se uma pessoa age como representante (legal ou 
convencional) de alguém, não pode opor o crédito do representado para compensar débito seu próprio 
Quem celebra obrigação beneficiando um terceiro não tem direito a compensar a dívida com o seu crédito 
com o devedor. 
 O segundo requisito é o da fungibilidade das prestações. Não são apenas as dívidas de dinheiro que 
se compensam, porém as de coisas fungíveis em geral. Mas não basta que sejam do mesmo gênero, é 
necessária ainda a identidade de espécie e qualidade, quando especificada no contrato 53 de tal forma que 
possam umas prestações substituir-se às outras, reciprocamente. Costuma-se ensinar que não é suficiente 
sejam as prestações fungíveis em si mesmas, porém devem sê-lo também entre si (homogeneidade) 
 Excluem-se, portanto, as obrigações que tenham por prestação coisa certa determinada. Deve ser também 
compensação de coisas, o que exclui outros gêneros de prestações. 
Não se impõe a equiparação quantitativa (Se os débitos forem de igual valor desaparecem ambos, e nenhum 
dos credores tem mais ação, nem é mais obrigado a qualquer prestação - compensação total-. Contudo, de 
valores diferentes, haverá compensação parcial, que extingue a de menor valor, sobrevivendo apenas o saldo 
na de maior quantidade ) 
 No terceiro requisito entra a exigibilidade, o vencimento e a liquidez. Para que haja compensação, os 
débitos hão de estar vencidos, pouco importando que o sejam pelo escoamento do prazo, ou em razão de uma 
antecipação prevista na lei ou no título(é mister estejam vencidas ambas as dívidas). Se, porém, um dos 
devedores beneficiar-se com um prazo moratório, concedido graciosamente, não se pode opor a compensação. 
Devendo ser ambas exigíveis, não comporta compensação a obrigação natural 
A liquidez das obrigações não significa a menção de soma precisa nos respectivos títulos, mas que sejam uma 
e outra certas, isto é, tenham a sua existência positivada independentemente de qualquer processo de apuração, 
e determinado o respectivo quantum. (É aquela certa quanto a sua existência e determinada quanto ao seu 
objeto. Seu objeto (prestação) é certo e individuado, então, sua prestação é relativa à coisa determinada quanto 
à espécie, quantidade e qualidade → possuem valor certo.) 
A partir do momento em o devedor, por qualquer motivo, assume o papel de credor, as dívidas se compensam; 
 
Confusão: 
 É a reunião, na mesma pessoa, das qualidades de credor e de devedor, decorrentes de uma mesma 
obrigação; → as figuras do devedor e do credor se reúnam na mesma pessoa. 
 O mais frequente é a sucessão causa mortis, em que o herdeiro recebe do seu antecessor o título de crédito 
contra si mesmo, ou vice-versa. A sucessão a título singular, seja inter vivos (exempli gratia, cessão de 
crédito), seja mortis causa (instituição de legatário), igual situação pode gerar. 
 Comprar a cessão do meu próprio débito é mais vantajoso do que pagá-lo; 
 Confusão em sucessão: pai devia 40 mil reais ao filho; pai falece e o filho herda dividendos (pai era devedor 
e o filho, credor); 
 Embora se trate de modalidade peculiar de extinção, não há falar em pagamento, mesmo no sentido 
genérico, uma vez que o vínculo tipicamente desaparece sem a ocorrência de uma prestação. 
Requisitosessenciais para que se dê a confusão: 
a) a unidade da relação obrigacional, que pressupõe a existência do mesmo crédito, da mesma obrigação; 
b) a reunião, na mesma pessoa, das qualidades de credor e devedor, que gera a extinção do vínculo 
independentemente da vontade, e bem assim da natureza ou da origem da obrigação, pois que real ou pessoal 
o direito, ou gerada a obligatio pela lei ou pela vontade desaparece ope legis pelo só fato de se anularem os 
seus dois termos, ativo e passivo, ao se integrarem em uma só pessoa; 
 c) é hoje comum acrescentar-se um terceiro requisito, a ausência de separação dos patrimônios. 
Ao revés, se a confusão se der entre o credor e o fiador, extingue-se a fiança, mas subsiste a obrigação 
principal, por ausência daquele primeiro requisito (unidade da relação) 
 
Remissão: 
 Disciplina legal: Código Civil, artigos 385 até 388. 
 Noção: É a liberalidade efetuada pelo credor, consistente na exoneração do devedor, que a aceita, do 
cumprimento da obrigação. Trata-se do perdão da dívida. 
 Trata-se de dispensa do devedor quanto ao pagamento da dívida. Liberação direta, como o pagamento, 
e não por via de consequência, como a novação ou a compensação. É uma particular espécie de renúncia. 
 Nos seus efeitos, o perdão da dívida opera como se fosse pagamento. Equivale à quitação da dívida, 
porque importa extinção da obrigação, liberando o devedor e seus corresponsáveis 
 A remissão não pode causar prejuízos a terceiros, de acordo com parte final do art. 385, 
 Não há forma especial para a remissão da dívida.124 Depende da natureza da obrigação e das providências 
que se devam seguir para operar a liberação plena do devedor 
 Pode ser expressa ou tácita. Expressa, quando efetuada por escrito, público ou particular, pelo qual o 
credor perdoa a dívida ou reúncia aos seus direitos. Tácita ou implícita, quando decorre de uma atitude do 
credor, incompatível com a conservação de sua qualidade creditória. → traduzida de uma conduta do credor, 
traduzindo a intenção liberatória 
 Pode, ainda, ser total, quando tem por objeto a completa extinção da obrigação, e parcial, quando por via 
dela concede o credor a redução na dívida, que subsiste em parte e é em parte remetida. 
 Em qualquer caso, deve emanar de agente capaz. Não apenas portador de capacidade genericamente 
considerada, porém de especial para alienar, porque, envolvendo uma renúncia de direito, é ineficaz se falta 
ao agente a livre disponibilidade de seus bens. Mais que isto. Sendo a remissão uma quitação graciosa, 
necessita de capacidade para dispor gratuitamente ao que Giorgi alude ao falar em “capacidade para doação”. 
 Somente as obrigações patrimoniais de caráter privado comportam perdão ou renúncia. As dívidas que 
envolvem um interesse de ordem pública são insuscetíveis de remissão 
 
Solidariedade: 
Presunções legais de remissão: 
i)devolução voluntária do título da obrigação (art. 386, CC). 
ii)devolução do objeto empenhado (art. 387, CC) 
Efeitos da remissão nas obrigações solidárias 
A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, 
ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da 
parte remitida (art. 388, CC 
 E, se vários forem os credores e um deles fizer remissão, a obrigação não ficará extinta em relação aos demais 
que entretanto somente poderão exigir o pagamento com desconto da cota do credor remitente 
Efeitos da remissão nas obrigações indivisíveis 
Se o credor remitir a dívida, em obrigação indivisível, a obrigação não ficará extinta para com os outros 
(credores), mas estes só poderão a exigir descontada a quota do devedor remitente; 
Obs: O perdão concedido ao devedor principal extingue a obrigação dos fiadores e liberta as garantias reais. 
Mas a recíproca não é verdadeira: se o credor concede perdão ao fiador, extingue a fiança, mas deixa 
sobreviver a obrigação principal da mesma forma que a liberação do bem gravado ou a entrega do objeto 
apenhado prova a renúncia do credor à garantia, sem afetar a dívida

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