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Aula - CRIME RECEPTAÇÃO

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RECEPTAÇÃO – art. 180 
1. Núcleo: 
· Alguém recebe o produto de um outro delito e deseja ter vantagem econômica em cima disso
· Ex: pessoa recebe um carro roubado e desmancha peças para vender
· Receptação própria: adquirir, receber, ocultar, transportar 
· Receptação imprópria: influir (sabendo que a coisa tem origem ilícita, você convence alguém, com boa-fé, compre ou adquira o produto)
· Comum que a mesma pessoa faça as duas coisas (como se fosse ato continuo)
2. Bem jurídico 
· Imediatamente: patrimônio
· Secundariamente: administração da justiça (na medida em que alguém recebe esse produto criminoso e vai passando para a frente, é cada vez mais difícil de recupera-lo e reconstituir a cadeira criminosa)
3. Sujeitos
· Ativo: comum (qualquer pessoa)
· Na forma qualificada há sujeito ativo especial
· Passivo: a vitima do delito original (anterior a receptação) 
· No caso da receptação imprópria: a pessoa que compra de boa fé também é sujeita passivo
4. Tipo subjetivo:
· Caput exige certeza de que a coisa tenha origem ilícita – dolo direto (que sabe ser produto de crime): plena consciência da ilicitude do objeto
5. Elemento normativo: 
· Produto de crime: deve saber que é produto de crime
· Caso seja obtido por contravenção penal (ex: jogo do bicho) é receptação?
· Corrente 1: diz que não – princípio da taxatividade (lei fala crime e não contravenção penal) – MAJORITÁRIA
· Corrente 2: diz que sim – legislador não foi exatamente técnico (redação anterior a lei de contravenções penais)
· Se esse crime engloba ato infracional (menores de 18 anos)
· Majoritária: há receptação se a coisa é obtida por ato infracional (legislador nunca fez distinção de crime e ato infracional)
· É possível receptação de receptação?
· Pacifico que é cabível receptação da receptação (pode ir ao infinito)
· Receptação de bagatela: insignificância de um bem em delitos patrimoniais afasta a tipicidade 
· Se o bem é insignificante não há receptação (não haveria furto – ausência de um delito antecedente) 
6. Forma qualificada 
· §1º foco: agente criminoso profissional 
· Isso não é exigido na forma do caput 
· Núcleo: inclui tudo que está no caput e outros que só são realizáveis se se está no ramo de comercio e indústria (ter em deposito, montar, desmontar, expor a venda) 
· Sujeito ativo: profissional do comercio ou da indústria (ainda que essa atividade seja clandestina ou irregular)
· Elemento subjetivo: “sabe ou deveria saber ser produto de crime”
· Diferente do caput, lei exige um cuidado maior 
· Deveria saber: típico de quem atua profissionalmente num ramo 
· Dolo direto (sabe) 
· Dolo eventual (deveria saber)
7. Forma culposa: pensa no consumidor que não possui conhecimento técnico
· Núcleo: reduzidos à “adquirir” e “receber”
· Objeto material: 
· Coisa: encaixando só em uma já há consumação, mas a doutrina pede pra olhar as três juntas
a. Que por sua natureza tem origem ilícita (taça da copa do mundo) 
b. Desproporção entre valor e preço (iphone 8 vendido à 500 reais)
c. Pelas condições de quem oferece (mocada)
8. Autonomia: a lei não exige punição ou responsabilização de qualquer nível do delito antecedente (para punir por receptação não é preciso ter certeza do evento criminoso anterior) – delito autônomo 
· Insegurança jurídica 
9. Forma qualificada 2: 
· Se o bem receptável pertencia a algum dos entes federativos (União, estados, municípios, DF), concessionárias de serviços públicos (ex: canais de televisão) e sociedades de economia mista 
· Empresas publicas (estatais) não estão inclusas 
DISPOSIÇÕES GERAIS DOS CRIMES CONTRA O PATRIMONIO 
· Art. 181: Caso de imunidade penal absoluta 
· Cometido entre cônjuges na constância da sociedade conjugal 
· Legislação equipara união estável (analogia em bonan parten) 
· Entre ascendentes e descendentes
· Parentesco legítimos e ilegítimos (filho fora do casamento – bastardo)
· Art. 182: transforma ação penal 
· Todos os delitos patrimoniais têm ação penal pública incondicionada (polícia e MP podem agir sem a representação do ofendido)
· Se o delito ocorrer entre cônjuges separados judicialmente, entre irmãos ou entre tios e sobrinhos que moram juntos, a ação penal torna-se publica condicionada à representação do individuo ofendido
· Art. 183: benefícios do art. 181 e 182 não se aplicam:
· Para delitos patrimoniais violentos (roubo, extorsão, latrocínio..)
· Se a vitima tem mais de 60 anos 
· Aos estranhos que participam do delito (beneficio personalíssimo) – aplica concurso de pessoas (fato é típico, ilícito e culpável, só não é punível)

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