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Acidentes e complicações em exodontias

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Layanne Vasconcelos 
 Acidentes e complicações em exodontias 
 
Introdução 
• Ocorrer uma complicação em uma cirurgia é 
normal, mas devemos sempre tomar medidas 
para prevenir essas complicações. Se você não 
radiografar antes de uma cirurgia, você estará 
propenso a provocar um acidente caso haja 
algo de diferente nessa raiz. 
Prevenção 
• A prevenção é baseada numa minuciosa 
avaliação, num amplo plano de tratamento e na 
secção do procedimento; 
• Qual a diferença de acidente e complicação? 
Acidente é uma coisa imediata, e complicação é 
uma coisa tardia. Por exemplo: Numa extração 
ocorre uma fratura de raiz, isso é acidente. 
Outro exemplo: Fiz uma extração e dias depois 
o paciente volta com o local inflamado e com 
pus, é complicação. No caso de uma fístula 
buco-sinusial é uma complicação que já 
sabemos que vai acontecer. 
Avaliação 
• Devemos fazer uma avaliação completa da 
história médica do paciente descrita no 
prontuário odontológico; 
• Há casos de pacientes hipertensos que a 
pressão está alta no dia da cirurgia, mas às 
vezes ele acha que é besteira extrair o dente 
mesmo assim e diz que não tem problema 
nenhum. Normalmente a nossa proposta será 
de que o paciente retorne outro dia para fazer 
a extração; 
• Por isso a importância da análise do prontuário 
do paciente e a obtenção de imagens, para 
evitar que ocorra alguma negligência; 
• Uma dilaceração radicular não é comum, e isso 
vai atrapalhar o pós-operatório; 
• Pode acontecer de na hora de uma extração, o 
profissional fazer uma fístula buco-sinusial 
(comunicação do seio maxilar com a cavidade 
oral), então antes da extração, é melhor separar 
o dente em três partes para evitar uma fístula 
ou fratura. Essa fístula fará um suco ou uma 
água, por exemplo, sair do nariz do paciente. 
 
Planejamento 
• Alteração do plano em virtude de alterações: 
❖ Dependendo do paciente, o profissional irá 
fazer uma técnica aberta, Osteotomia (tirar 
parte do osso) e 0dontossecção (cortar o 
dente) a depender da situação. 
Execução 
• Na execução, precisaremos de uma visualização 
clara, acesso ao campo operatório, afastamento 
de tecidos moles, adequada aspiração e 
respeito aos princípios cirúrgicos básicos. 
Lesão em tecido mole 
• É comum ocorrer uma laceração na hora do 
retalho envelope; 
• Quando se quer acessar a raiz, coloca o 
afastador de minesota e quando precisa de um 
acesso mais apical, mas fica forçando o 
afastador, o retalho vai lacerar, talvez se tivesse 
sido feito uma incisão relaxante, não iria 
acontecer isso; 
• Prevenção: 
❖ Retalho envelope pega dois dentes mesial e um 
dente distal, e se for relaxante é só um dente; 
❖ O acesso relaxante é melhor, mas o problema é 
que não dá para fazer sempre um retalho 
gengival, então, se puder evitar o relaxante é 
bom, mas se for para evitar e lacerar o retalho 
é pior. Um retalho envelope pode ser 
transformado em um relaxante, a diferença é 
que precisará suturar a papila; 
• Tratamento: 
❖ Sutura cuidadosa das lacerações, laceração 
excepcionalmente irregular, considerar a 
excisão das margens do retalho. 
Feridas perfurantes 
• São muito comuns, causadas por descontrole 
do manuseio e muita força; 
• Previne com o uso controlado de força, apoio 
do dedo e suporte da mão contrária; 
• O elevador não pode ser manuseado de 
qualquer jeito; 
• Deve-se ter uma atenção muito grande com 
todos os instrumentais que serão usados. 
Layanne Vasconcelos 
 Layanne Vasconcelos 
Devemos ter controle do manuseio com 
instrumentos e usar a força correta; 
• Após acidentes, deverá ser feito rapidamente o 
tratamento de ferida perfurante e controle da 
infecção; 
• Tratamento: 
❖ Prevenção da infecção, cicatrização por 
segunda intenção e compressão no caso de 
sangramentos excessivos. 
Esgarçamento ou abrasão 
• Lábios; 
• Comissuras orais; 
• Mucosa jugal ou retalhos; 
• Haste rotatória da broca; 
• Se o profissional esquece e tira a broca de 
dentro da boca do paciente ainda em rotação, 
pode acontecer um acidente de esgarçamento 
ou abrasão em algumas das regiões citadas, 
por isso a importância de desacionar a broca 
quando não estiver em atividade e retirando de 
dentro da boca do paciente; 
• Afastador, quando a boca do paciente é 
pequena e o afastador fica fazendo atrito, pode 
acontecer a abrasão também; 
• Tratamento: 
❖ Mucosa: Manter a área limpa com bochechos 
orais regulares de 4 a 7 dias; 
❖ Pele: Manter coberta com pomada antibiótica 
de 5 a 10 dias. 
Lesão em dentes 
• Fratura radicular: 
❖ Problema mais comum associado ao dente, se 
não fizer pressão apical, o centro de rotação da 
luxação fica mais próximo da coroa ao invés de 
ficar próximo ao ápice radicular e favorecer 
essa fratura da raiz; 
❖ Dente com raiz divergente é muito osso e 
acaba fraturando, raiz longa; 
❖ Às vezes o paciente tem raiz normal e um osso 
denso; 
• Tratamento: 
❖ Técnica fechada com alavancas apicais e técnica 
aberta; 
• Deslocamento de raiz: 
❖ Mais comum em molares superiores, totalmente 
relacionada ao seio maxilar; 
❖ Uma vez deslocada a raiz dentro do seio, é 
preciso avaliar a existência de infecção no 
dente, ou seja, se o dente estiver infeccionado 
ou o seio estiver infeccionado, a raiz jamais vai 
ficar lá, tem que tirar. Se não tiver infecção em 
nenhum e se a raiz for pequena, pode avaliar; 
• Tratamento: 
❖ Fragmento de 2 a 3mm de raiz em seio maxilar 
sem infecção prévia: Faz uma radiografia para 
tentar localizar, neste caso, informa ao paciente 
que ficou e que o seio maxilar dele é saudável 
e não vai tirar, vai acompanhar esse paciente 
por 6 meses até 1 ano, a raiz pode ser 
reabsorvida; 
❖ Fragmento de 2 a 3mm com infecção prévia ou 
seio maxilar com sinusite crônica: Faz a 
remoção do ápice radicular via acesso de 
Coldwell-Luc (acesso pela fossa canina), abre o 
seio a nível de canino e pré-molar, tenta manter 
a mucosa do seio, tira a raiz e sutura. Não dá 
para remover pelo alvéolo, pois pode perfurar a 
mucosa do paciente; 
❖ Fragmento grande mesmo sem infecção 4, 5 ou 
6mm ou um dente inteiro: Remoção do ápice 
radicular via acesso de Coldwell-Luc (acesso 
pela fossa canina); 
• Dente perdido na faringe: 
❖ Pode ocorrer ocasionalmente se o paciente 
aspirar o dente no momento da exodontia. O 
procedimento é voltar o paciente para o chão, 
colocá-lo com a boca em direção ao chão, 
encorajar ele a cuspir e caso ele não consiga, é 
preciso fazer uma manobra abraçando-o por 
trás e com a mão fechada pressiona o 
estômago até que o ele jogue o dente para 
fora; 
❖ Dente perdido na faringe vai para traqueia ou 
esôfago, ou seja, deglutiu ou aspirou; 
❖ Deglutição: Nenhuma tosse ou desconforto 
respiratório; 
❖ Aspiração: Episódio violento de tosse e 
respiração curta; 
• Tratamento: 
❖ Radiografia de tórax e abdômen; 
❖ Aspiração: Broncoscopia; 
❖ Deglutição: Passagem pelo trato 
gastrointestinal (2 a 4 dias). 
Lesões a dentes adjacentes 
• Fratura ou deslocamento de uma restauração 
adjacente: 
❖ Lesão mais comum, dente bastante cariado; 
• Prevenção: 
❖ Usar o elevador de forma criteriosa ou não 
utilizar o elevador, pois tem a possibilidade de 
fraturar a restauração; 
• Tratamento: 
❖ Verificar se o alvéolo está vazio (se a 
restauração se perder, tem que ver se ela caiu 
no alvéolo), reposição da coroa, restauração 
provisória; 
• Luxação de um dente adjacente: 
 Layanne Vasconcelos 
❖ Apoia o elevador dente com dente e vai fazer o 
movimento de roda e eixo e o dente que foi 
apoiado fraturou, o que fazer? 
Pode prevenir usandocriteriosamente os 
elevadores e os fórceps. Nunca deve apoiar 
dente com dente, sempre tem que ser dente no 
osso, se for supranumerário e for apoiar o 
dente com dente, muito provavelmente irá luxar 
os outros dentes, nesse caso, adapta o fórceps 
para tirar; 
• Tratamento: 
❖ Reposição do dente; 
❖ Nenhuma estabilização: Sutura atravessando a 
face oclusal; 
❖ Contenção semi-rígida; 
• Exodontia do dente errado: 
❖ Causas mais comuns de ações judiciais, atenção 
inadequada, exodontia encaminhada por outro 
profissional; 
• Prevenção: 
❖ Planejamento pré-operatório cuidadoso, boa 
comunicação entre os profissionais, 
encaminhamento por escrito (sistema 
número+nominal); 
• Tratamento: 
❖ Reimplante imediato, caso seja encaminhado 
pelo ortodontista, discutir o caso. Caso dente 
original deva ser removido, adiar de 4 a 5 
semanas. Já em caso de sucesso do reimplante, 
resolver o original. Não extrair contralateral até 
definição. 
Lesões a estrutura óssea 
• Fratura do processo alveolar: 
❖ Uso de força excessiva do fórceps; 
• Prevenção: 
❖ Exame radiográfico para observar a forma 
radicular e a proximidade com o seio maxilar; 
❖ Técnica aberta: Retalho, osteotomia, 
odontosecção; 
• Tratamento: 
❖ Osso completamente removido: Não é 
recolocado, regularizar margens pontiagudas, 
reposição tecidual; 
❖ Osso preso ao periósteo: Dissecar o osso do 
dente, estabilizar o dente com o fórceps e 
descolador de periósteo, reaproximação e 
sutura; 
• Fratura da tuberosidade da maxila: 
❖ Área de especial interesse para confecção de 
prótese total superior, retentiva e estável. A 
exodontia dos terceiros molares é o que 
acontece de mais comum; 
• Tratamento: 
❖ Similar ao processo alveolar; 
❖ Tuberosidade presa ao periósteo: Dissecar o 
osso do dente e estabilizar com sutura; 
❖ Alta mobilidade: Contenção, adiar a exodontia 
por 6 a 8 semanas, extrair posteriormente pela 
técnica aberta; 
❖ Tuberosidade separada do periósteo: 
Regularizar cristas pontiagudas, reposição 
tecidual, sutura. 
Lesões a estruturas adjacentes 
• Lesões a estrutura nervosa regional: 
❖ Principais nervos: V par craniano, N. mentual, N. 
lingual, N. bucal, N. nasopalatino, N. alveolar 
inferior; 
• N. nasopalatino e bucal: 
❖ Não tem muita repercussão; 
❖ Frequentemente seccionados e retalho, área de 
intervenção relativamente pequena, reinervação 
quase sempre frequente; 
❖ O n. bucal anestesia gengiva vestibular dos 
molares inferiores; 
• N. mentual: 
❖ Repercussão importante; 
❖ Fica entre os dois pré-molares inferiores. 
Fazendo um retalho na região de pré vai estar 
expondo o N. mentual; 
❖ Lesão no N. mentual vai causar parestesia do 
lábio inferior e mento que pode ser temporária 
ou permanente; 
• N. lingual: 
❖ Intimamente relacionada a parede lingual da 
mandíbula na região retromolar, principalmente 
na região de 3 molar; 
• Prevenção: 
❖ Incisões inclinadas para vestibular; 
❖ Cautela na manipulação dos tecidos moles 
linguais; 
• N. alveolar inferior: 
❖ É comum lesionar em cirurgias de 3 molares 
inferiores; 
• Prevenção: 
❖ Exame de imagem, se faz uma panorâmica, 
observa o canal mandibular e tem cuidado para 
ver se o nervo está passando na frente ou 
atrás. 
Lesões a ATM 
• Geralmente relacionadas a aplicação e grande 
força, a ATM sofre caso a mandíbula não esteja 
apoiada, dor e luxação. 
Comunicações oroantrais 
• Uma fístula; 
• É a comunicação entre a cavidade oral e o seio 
auxiliar pneumatizado; 
 Layanne Vasconcelos 
• Fatores de risco: 
❖ Seio maxilar pneumatizado; 
❖ Raízes amplamente divergentes; 
• Prevenção: 
❖ Exames de imagem; 
❖ Observar relação dente-seio e avaliar a 
divergência dente e seio; 
• Diagnóstico: 
❖ Examinar o dente removido, pega uma gaze, 
seca a raiz, se não tiver nenhum osso na raiz, 
vê que não teve comunicação, se tiver algum 
pedaço de osso, pode ter se comunicado com o 
seio; 
❖ Manobra de valsava: Soltar o ar pelo nariz com 
o nariz tampado, é controverso porque pode 
complicar o que não era complicado; 
❖ A mucosa estando íntegra, não vai acontecer 
nada; 
• Tratamento: 
❖ Comunicações pequenas até 2mm: Não faz 
nenhum tratamento cirúrgico adicional, 
medidas para assegurar a formação do 
coágulo, instruções pós-operatórias de 
precaução com o seio; 
❖ Comunicações moderadas de 2 a 6mm: Sutura 
em forma de 8 ou x, substância promotora de 
coágulo, precauções com seio, 
antibioticoterapia, spray descongestionante 
nasal; 
❖ Comunicações grandes de 7mm ou mais: 
Considera a confecção de retalhos: vestibular 
palatino, corpo adiposo bucal (bola de bichat). 
Sangramento pós-operatório 
• Grande desafio ao mecanismo de hemostasia; 
• Tecidos da região são altamente 
vascularizados, exodontia causa ferimento 
aberto, tecido mole e ossos expostos, 
impossibilidade de utilização de material 
oclusivo com pressão e vedamento suficientes. 
Tendência da exploração por parte do paciente 
e enzimas salivares; 
• Prevenção: 
❖ Boa história médica do paciente; 
❖ Se teve hemorragia em cirurgias anteriores; 
❖ Ver o histórico familiar; 
❖ Saber se faz utilização de medicamentos que 
interferem na coagulação e exames 
laboratoriais; 
❖ Pacientes sob anticoagulação terapêutica: 
Avaliar a relação normatizada internacional. 
❖ Manejo cirúrgico atraumático: Regularização de 
espículas ósseas, utilização da gaze, gelatina 
absorvível, celulose oxidada regenerada. 
 
Infecção 
• É a causa mais comum de retardo na 
cicatrização, são raras, porém comuns em 
técnicas abertas, história médica do paciente, 
cuidado na assepsia, completo desbridamento. 
Discenia das feridas 
• Acontece em retalho suturado sem adequado 
tecido ósseo, sustentação e sutura sob pressão. 
Alveolite seca 
• Teoria fibrinolítica, tira o dente e por algum 
motivo o alvéolo fica seco; 
• Dor moderada a intensa; 
• 3º ou 4º dia após a exodontia; 
• Alvéolo vazio; 
• Coágulo vazio; 
• Odor fétido e a dor pode ser irradiada; 
• Alívio da dor: 
❖ Irrigação e aspiração do excesso do soro, não 
se deve curetar, se houver coágulo parcial deve 
manter; 
❖ Medicação paliativa, porque o paciente sente 
dor e não infecção (eugenol, benzocaína, 
veículo carreador). 
Fratura da mandíbula 
• Rara; 
• Acontece quase exclusivo a exodontia dos 3º 
molares; 
• Resultado da aplicação de forças excedentes; 
• Risco aumenta conforme a profundidade; 
• Mandíbulas atróficas; 
• Tratamento: 
❖ Bloqueio maxilomandibular; 
❖ Fixação interna rígida ou funcionalmente rígida.

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