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Robbins cap 10 - vasos sanguíneos Bogliolo cap 16 vasos sanguíneos e linfáticos Recordando vasos Vasos aferentes: veias Vasos eferentes: artérias As artérias levam o sangue para longe do coração, a pressão dentro dessas artérias é maior em comparação com as veias. As veias possuem sistema de pressão menor, possuem válvulas Estrutura básica de artérias e veias 3 túnicas, constituída de células endoteliais, células musculares lisas e MEC Túnica íntima: camada única de células endoteliais -> para que seja permeável, possibilita difusão do lúmen do vaso para tecidos subjacentes. A camada única ficam sob a membrana basal sustentada pela MEC Túnica média: células musculares lisas organizadas e distribuídas aleatoriamente Túnica adventícia: tecido conjuntivo com fibras neurais -> por isso há sensibilidade do vaso, possível sentir ele pulsar Na histologia ↪ Artérias elásticas: de calibre grande. Ex: aorta, carótidas, subclávia, ilíaca comum (artérias mais próximas do coração, sofrem maiores pressões em suas paredes) ↪ Artérias musculares: lúmen menor do que a artéria elástica, possui uma larga parede Ex: A. femoral, A. renal. A. hepática (primeiros ramos das artérias elásticas) ↪ Arteríolas ↪ Veias de grande calibre: veias profundas, que acompanham as artérias. Ex: artéria braquial -> veia braquial acompanha a artérias veias cavas e profundas ↪ Veias de médio: veias superficiais, as que enxergamos. Ex: veia safena, cefálica, basílica ↪ Veias de pequeno calibre: próximas às vênulas ↪ Vênulas Revisando um pouco de trombose Normotensão Fluxo sanguíneo laminar: plaquetas andam na periferia do fluxo Fatores de crescimento que são secretados por VEGF (fator de crescimento de endotélio vascular) -> nessas condições há uma superfície não trombogênico Fluxo turbulento Hipertensão arterial Liberação de citocinas pró-inflamatórias Hipóxia Tudo isso ativa o endotélio, havendo maior expressão de moléculas pró-coagulantes, fatores pró-inflamatórios e quimiocinas, citocinas -> ocorre processo trombolítico Quando há uma resposta da parede dos vasos às lesões, ocorre uma resposta adaptativa ou lesões patológicas, como trombose, aterosclerose e lesões vasculares hipertensivas O reparo do endotélio pode ter formação de trombose -> de túnica íntima Aterosclerose -> túnica média, maior proliferação de células musculares lisas e maior síntese de MEC para tentar reparar o dano, porém pode ocasionar oclusão luminal Resposta da parede dos vasos à lesão Exemplo arterial: As células musculares lisas ficam bem organizadas e próximas umas das outras, essa proximidade da túnica média normal gera pouca MEC. 1 Camila Guimarães Santos Doenç� ater�clerótic� � doenç� aneurismátic� As artérias na histologia possui aspecto bem circular Veias não possuem aspecto circular Sistema arterial: funciona sob alta pressão Sistema venal: sob baixa pressão Condições importantes para ter aterosclerose: hipertensão, diabetes, tabagismo Se a pessoa não for hipertensa, diabética nem tabagista, o que pode causar aterosclerose nessa pessoa é a dieta rica em colesterol. Se tiver hábito alimentar ruim, consumo de gordura alto, pode desencadear aterosclerose Quando ocorre lesão endotelial há fatores pró-coagulantes, podendo ter migração das células musculares lisas da túnica média para a túnica íntima, camada íntima fica mais espessa e o lúmen do vaso diminui em resposta a uma lesão vascular Neointima: migração das células musculares lisas da túnica média para a túnica íntima Células musculares lisas e células endoteliais circulantes no lúmen do vaso possuem maior capacidade de divisão e de síntese de MEC Neointima é composta por células musculares lisas e células endoteliais circulantes A luz do vaso ficando menor por causa da migração causa turbilhonamento do sangue podendo formar um trombo Doença aterosclerótica ↪ Arteriosclerose: termo genérico para falar endurecimento das artérias. A artéria fica rígida por causa do espessamento da parede havendo perda de elasticidade. Médicos usam esse termo quando há endurecimento de artérias intestinais ↪ Esclerose média de Monckeberg: enrijecimento de órgãos retroperitoneais (rim) Ocorre calcificação da parede das artérias musculares, principalmente na lâmina elástica, na transição de intima com média ocorre processos de calcificação Se há calcificação da lâmina elástica, a artéria fica rígida, perde a capacidade de distensão -> aumenta chance de lesão endotelial -> lesão endotelial -> risco de trombo ↪ Aterosclerose: endurecimento de artérias intersegmentares, ramos das artérias principais → Padrão mais comum clinicamente → Pode ser: - coronariana: leva à infarto - cerebral: leva à AVC → Fatores de risco: ● Genética: histórico familiar de aterosclerose ● Idade: maior entre 40-60 anos ● Gênero: menos comum em mulheres pré-menopausa -> hormônios femininos possuem efeito protetor ● Hipercolesterolemia: HDL e LDL desregulados ● Hipertensão ● Tabagismo Principais locais de aterosclerose → Carótidas: levam sangue para a cabeça → Coronárias e seus ramos → Aorta 2 Camila Guimarães Santos Estrutura básica da placa ateromatosa Placa é formada por: camada íntima, células endoteliais + células musculares (neoíntima), centro necrótico com colesterol (células espumosas, macrófagos, linfócitos, elastina, pontos de calcificação) A placa possui revestimento fibroso e centro necrótico Principal constituinte de um centro necrótico: colesterol Patogenia Lesão endotelial -> plaquetas aderem-se à lesão para tentar começar o processo de coagulação, ocorre a formação de um trombo plaquetário. Há também adesão de monócitos que migram para a camada subendotelial, quando eles migram se diferenciam em macrófagos -> nesse momento ocorre ativação das células musculares lisas As células musculares lisas + macrófagos começam a reter gotículas de gordura Macrófagos que englobam a gordura viram células espumosas -> ocorre alteraçãoda camada íntima -> forma estria gordurosa Continua a progressão de células musculares lisas, formando uma capa protetora e tentam reter todo o colesterol que está na camada subendotelial, para tentar reter, começam a secretar colágeno para reter a quantidade de gordura -> placa de ateroma. Nessa tentativa do corpo reter o colesterol acaba diminuindo a luz do vaso O colágeno leva endurecimento do ateroma -> ateroma estável A diminuição da luz do vaso aumenta turbilhonamento sanguíneo, podendo ter formação de um trombo em cima da placa de ateroma Na presença de citocinas inflamatórias: células musculares migram da túnica média para a intima Macrofago vira célula espumosa quando há citocinas inflamatórias + LDL. Quando ele engloba a gordura, o macrofago vira célula espumosa LDL causa a oxidação de tecido conjuntivo 3 Camila Guimarães Santos O macrófago tenta limpar a placa de ateroma, ele libera enzimas que degradam colágeno que fica acima da placa formando um buraco na placa, a placa de ateroma é liberada na corrente sanguínea formando um êmbolo No estágio avançado há formação de trombo, porque o lúmen está estreito havendo muito turbilhonamento sanguíneo que leva ao início do processo de coagulação Aterosclerose pode evoluir para: - ruptura da parede dos vasos - oclusão por trombo - estenose: luz do vaso fica extremamente pequena, a perfusão fica insuficiente - embolia Placa estável: células musculares lisas ao redor da placa, há uma capa fibrosa grossa (formada por células musculares lisas e colágeno), colágeno e processos inflamatórios pequenos (poucas células espumosas). Placa não rompe mas diminui lúmen Placa vulnerável: grande quantidade de macrofagos e células espumosas, capa de células musculares lisas e de colágeno delgada (fina) e grande quantidade de colesterol aprisionado -> risco de ruptura Morfologia macroscópica e microscópica da aterosclerose Estrias gordurosas, processo inicial de uma placa de aterosclerose Presença de gordura nas estrias 4 Camila Guimarães Santos Placa de aterosclerose leve. Vista do endotélio, por dentro da aorta, aterosclerose com placas fibrosas Ruptura da placa. A placa de ateroma da direita rompeu e expôs êmbolo e trombo na corrente sanguínea Aterosclerose grave com lesões difusas. Lesões ulceradas (seta aberta) e com trombo (seta fechada) A: Aterosclerose coronariana F: capa fibrosa: composta por colágeno e cél. muscular lisa C: placa de ateroma -> núcleo necrótico L: endotélio Endotélio espessado próximo a placa de ateroma -> neoíntima Essa placa de ateroma é estável por causa da espessura da capa fibrosa Na transição de túnica média para adventícia há uma divisão de fibras elásticas (linha preta). Se a parede romper neste local, pode haver hemorragia 5 Camila Guimarães Santos C: Placa de ateroma em branco Pequenos pontos brancos -> pontos de calcificação Pontos com as setas -> células inflamatórias dispersas Aterosclerose vulnerável Placa de ateroma mais próxima à luz do vaso Em verde MEC destruída Ponto de ruptura -> extravasamento da placa para a corrente sanguínea Em verde -> trombo Azul -> placa de aterosclerose Nesse caso houve uma ruptura Evolução em anos da placa de ateroma Ocorre um evento crítico próximo aos 50 anos de idade. Início do acúmulo de gordura na camada subendotelial formando estrias lipídicas Placa de ateroma formada Placa de ateroma com um trombo em cima 6 Camila Guimarães Santos ↪ Arteriolosclerose: enrijecimento de arteríolas, pode ser - hialina: hipertrofia das células endoteliais, havendo diminuição do lúmen - hiperplásica: padrão de “casca de cebola” porque ocorre aumento do número de células endoteliais, ficando com aspecto laminar Arteriolosclerose causa lesão isquêmica distal, porque as arteríolas são as últimas vias de condução do órgão Lúmen pequeno, parede espessa -> lesão isquêmica distal Aneurisma Dilatação dos vasos sanguíneos ou dilatação das câmaras cardíacas Um vaso retilíneo passa a ser dilatado Aneurisma pode ser congênito ou adquirido Aneurisma é classificado como: Verdadeiro (sacular e fusiforme), falso (pseudoaneurisma) ou dissecante Aneurisma é um enfraquecimento das paredes do vaso. Ele pode romper. O aneurisma falso causa uma ruptura aguda da parede, mas o tecido conjuntivo extravascular segura a ruptura ↪ Aneurisma de aorta abdominal 7 Camila Guimarães Santos Aneurisma sacular porque apenas um lado ficou enfraquecido Aneurisma da artéria basilar,irriga o tronco encefálico (cérebro, cerebelo e bulbo) Artéria basilar Retirada da artéria basilar e seccionada em cortes transversais Amarelo -> parede do vaso Em azul -> luz do vaso Acima da luz do vaso há um tombo misto porque há partes escuras (trombo vermelho) e partes claras (trombo branco) Há também estrias de Zahn Se tem aneurisma, o sangue passa com fluxo turbulento no vaso, ocorre formação de trombo Esse paciente não morreu, porém se houvesse hemorragia da artéria basilar o paciente ficaria em estado vegetativo ou teria morte encefálica Patogenia As artérias são dinâmicas e mantém sua integridade através da síntese, degradação e reparo da sua matriz extracelular. A estrutura ou a função do tecido conjuntivo podem ser comprometidas por: 8 Camila Guimarães Santos Quem regula a proliferação de cél. musculares lisas e síntese de tecido conjuntivo de MEC é o TGF-β. Quando há uma sub-regulação de TGF-β há defeito na síntese de elastina e de colágeno. Importante fator que gera aneurisma -> defeito na síntese de colágeno e elastina Ex: Síndrome de Marfan (mais propensas a terem aneurisma, porque tem problema na síntese de colágeno) Quem tem Síndrome de Marfan possui remoção anormal de TGF-β na parede da aorta que resultaem dilatação por causa da perda do tecido elástico. A aorta desse paciente tem mais chances de ter aneurisma porque se há mudança na composição da parede haverá enfraquecimento dela Degeneração cística da média -> sem padrão de organização das fibras elásticas, há espaços completamente sem fibras elásticas Há eventos inflamatórios crônicos no corpo, que liberam muitas citocinas que destroem colágenos, as MMPs (Metaloproteinases) Função das MMPs: degradar colágeno TIMPs: Inibidor Tecidual de Metaloproteinases -> enzima que inibe a degradação de colágeno O desbalanço dessas enzimas gera enfraquecimento da paredes porque há menos tecido conjuntivo que mantém a estrutura do vaso No aneurisma o grande problema é o enfraquecimento da túnica média células musculares lisas na túnica média que migram para a íntima, haverá menor quantidade de cél. musculares lisas na túnica média e maior quantidade de cél. musculares na túnica íntima. A túnica média fica mais fraca ↪ Aterosclerose: pode causar aneurisma por causa da migração das células musculares lisas. Placa de ateroma não deixar haver difusão, ocorre morte de cél. musculares lisas por não ter processo de difusão ↪ Hipertensão: pode causar aneurisma por causa dos Vasa Vasorum. Vasa Vasorum: vasos que nutrem células musculares lisas A hipertensão causa oclusão dos vasa vasorum, ocorre necrose das células musculares lisas e diminuição da túnica média -> enfraquecimento do vaso ↪ Isquemia : a obstrução leva a uma perda de células musculares lisas que deixam de receber sangue e no lugar delas há formação de tecido fibrótico O PROBLEMA DO ANEURISMA É DE TÚNICA MÉDIA Principal lugar de aneurisma -> aorta ↪ Aneurisma da aorta abdominal Na aorta abdominal, artérias ilíacas comuns, arco aórtico e aorta torácica descendente → Acomete mais homens, fumantes com mais de 50 anos → Ocorre por um processo inflamatório que ocasiona degradação excessiva da MEC e produção de enzimas proteolíticas. 9 Camila Guimarães Santos Síntese inadequada de tecido conjuntivo Degradação excessiva do tecido conjuntivo Perda ou alteração fenotípica na síntese das células musculares lisas → Pode ser acompanhado por aterosclerose que desencadeia um comprometimento da difusão → Esse aneurisma geralmente é localizado entre artérias renais e entre artérias ilíacas comuns → Aneurisma causa enfraquecimento da parede e sua distensão → Formado por uma placa de aterosclerose e acompanhado por trombo → Esse aneurisma geralmente é assintomático Aspectos clínicos → Paciente em decúbito dorsal, abdome pulsante -> mostra que o aneurismas é tão grande sendo visível a olho nu → Obstrução de um ramo de vasos da aorta -> lesões isquêmicas dos tecidos irrigados → Pode evoluir para embolia pelo ateroma ou trombo mural → Em casos avançados de aneurisma abdominal pode haver compressão do ureter → Risco de ruptura proporcional ao tamanho do aneurisma Aneurisma roto -> aneurisma que rompeu ↪ Aneurisma da aorta torácica Associado a hipertensão arterial sistêmica Aspectos clínicos → Falta de ar -> porque comprime o pulmão Tosse seca → Dificuldade de deglutição: esofago do paciente é empurrado pelo aneurisma Insuficiência valvular: o sangue não consegue ser ejetado como deveria e muito do sangue reflui e as válvulas cardíacas não conseguem suportar esse sangue 10 Camila Guimarães Santos ↪ Aneurisma dissecante Quando o sangue separa a túnica íntima da túnica média → Ocorre uma lesão da túnica íntima e o sangue entra, conforme ele vai passando ele separa a túnica íntima da túnica média → Comum em homens com hipertensão sistêmica → Incomum na presença de aterosclerose, porque a placa de ateroma forma tecido fibrótico e impede a dissecção O sangue que passa pela dissecção não vai para lugar nenhum, forma um canal repleto de sangue dentro da parede torácica Padrão do aneurisma TIPO A → Envolve a aorta ascendente - DeBakey I MAIS EXTENSA, em qualquer parte da aorta -> cirurgia na hora - DeBakey II MAIS LOCALIZADA, restrito à arco -> cirurgia na hora TIPO B → São localizadas depois da saída de grandes vasos - DeBakey III: porção descendente da aorta Aspectos clínicos → Dor no peito podendo irradiar para nuca, membro superior, abdome → Eletrocardiograma é normal em aneurisma com dissecção de aorta → Ultrassom -> aneurisma 11 Camila Guimarães Santos Na cirurgia é colocado um cateter, disparando uma endoprótese 12 Camila Guimarães Santos
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