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Far����ci�éti�� I� Bi�d���on����id��� e ��s���bu�ção Biodisponibilidade: Fração do fármaco que alcança a circulação sistêmica (absorvido). O fármaco, para ter efeito terapêutico, precisa chegar na circulação na sua forma livre (não inativada). Em vias de administração intravasculares, a biodisponibilidade do fármaco é de 100%. Estudos de biodisponibilidade: ● Considera duração de efeitos → tempo em que a concentração sérica está acima da concentração efetiva mínima (CEM) para resposta desejada. ● Considera a relação concentração sérica X efeitos. ● Área sob a curva: quantidade de fármaco “disponível”. ● A janela terapêutica é o intervalo entre a CEM para efeito terapêutico e a CEM para efeito adverso (tóxico) → quanto maior a janela terapêutica, maior a margem de segurança do fármaco. ● O ideal é que a concentração plasmática do fármaco se mantenha na janela terapêutica para possibilitar efeito terapêutico sem provocar efeito adverso. Biodisponibilidade ≠ Bioequivalência Para ser bioequivalente, os fármacos precisam ter o mesmo perfil cinético. Em casos de vias de administração diferentes, é muito difícil ocorrer bioequivalência, mas pode ocorrer a mesma biodisponibilidade → fármacos apresentam cinéticas diferentes, mas as áreas sob a curva iguais. Tempo de meia vida (t1/2): Tempo para a concentração sérica cair pela metade. É uma característica intrínseca à droga e depende da distribuição e eliminação do fármaco. O tempo de meia vida prediz a duração de efeito e o regime posológico → quando há necessidade de mais de uma dose, o ideal é que a nova aplicação aconteça em um tempo menor ou igual ao tempo de meia vida, para que a concentração sérica não caia para valores abaixo da CEM para efeito terapêutico. Quanto menor o t1/2, maior a flutuação sérica. Dose de ataque: em tratamentos de infecções, é comum aplicar uma primeira dose muito alta do medicamento para que a concentração sérica atinja níveis terapêuticos mais rapidamente, e, nas próximas aplicações, a dose aplicada é reduzida para manter a concentração na janela terapêutica. Distribuição: Transporte entre compartimentos corpóreos. Apenas formas livres migram entre compartimentos. ● Transporte para o tecido alvo (efeito terapêutico). ● Transporte para outros tecidos (reservatórios). ● Ligação a proteínas (reservatórios). ● Local de ação inesperada (efeito adverso). Os fármacos se dirigem a compartimentos corpóreos de composição aquosa (plasma, líquido intersticial, líquido intracelular, líquido transcelular) ou de gordura, a depender de suas “preferências” → características intrínsecas aos fármacos e aos tecidos: polaridade e capacidade de interação. Fármacos mais lipossolúveis tendem a se concentrar nos tecidos, e fármacos mais hidrossolúveis tendem a se concentrar no sangue. Volume de distribuição (Vd): Descreve a quantidade do fármaco distribuído entre o plasma e os tecidos. É um volume hipotético → volume necessário para dissolver todo o fármaco do organismo, de forma que sua concentração fique igual à concentração do fármaco no plasma. ● Se o volume de distribuição for alto, significa que a concentração do fármaco no plasma é pequena, ou seja, a maior parte do fármaco está nos tecidos. ● Se o volume de distribuição for baixo, significa que o plasma está muito concentrado, ou seja, a maior parte do fármaco está no sangue. ● Se o volume de distribuição for igual à concentração sérica, significa que todo o fármaco está na corrente sanguínea. Fármacos com Vd alto são mais lipossolúveis e tendem a se concentrar mais nos tecidos. Fármacos com Vd baixo são mais hidrossolúveis e tendem a se concentrar mais no sangue. Reservatórios corporais: ● Tecido adiposo (anestésicos, drogas de abuso, DDT, vários fármacos. ● Ossos (tetraciclina) ● Fígado (cloroquina) O tecido adiposo faz o “sequestro” de fármacos lipossolúveis, armazenando e distribuindo aos poucos. Com isso, a concentração sérica do fármaco cai, assim como seu efeito, e a eliminação é diminuída, aumentando o tempo de meia vida. → conhecimento importante para a aplicação de anestésicos, que são muito lipossolúveis e podem ter seu efeito reduzido de acordo com a quantidade de gordura corporal da pessoa. A translocação seletiva dos fármacos: Transporte mediado. Transportadores carreadores de soluto (SLC): carregam substâncias a favor do gradiente de concentração (transporte passivo ou ativo secundário) e são saturáveis. ● Transportadores de cátions orgânicos (OCT): carregam fármacos como a dopamina, metformina e cisplatina. ● Transportadores de ânions orgânicos (OAT): carregam uratos, probenecida, penicilina. Pode ocorrer polimorfismos desses transportadores, de forma que algumas pessoas apresentem uma forma mais eficiente que outras. Também é possível ocorrer a competição de fármacos pelo mesmo transportador (interação de fármacos). Quando isso acontece, a entrada de um fármaco na célula é atrapalhada por outro fármaco que também tenta entrar através do mesmo transportador. Transportadores com ligação de ATP (ABC): transportam substâncias contra o gradiente de concentração através do transporte ativo. Também é saturável. ● Glicoproteínas P: garante a seletividade de barreiras e resistência a alguns fármacos → quando um fármaco consegue entrar na célula, essa transportadora joga o fármaco para fora impedindo que ele exerça seu papel terapêutico (ex. células cancerosas) A ligação de fármacos com proteínas plasmáticas: Em concentrações terapêuticas, a maior parte dos fármacos no plasma está ligada a proteínas plasmáticas. Como apenas a forma livre o fármaco é ativada, essas formas ligadas servem como armazenamento das substâncias. Essa ligação: ● facilita o transporte das substâncias pelo sangue (meio aquoso), uma vez que grande parte de suas estruturas é lipofílica. ● Aumenta a solubilidade aparente do fármaco, já que, além do fármaco livre dissolvido, o sangue também terá o fármaco ligado às proteínas. ● Garante menor saída do fármaco da circulação, pois ocorre menor difusão. ● Reduz o metabolismo e a excreção do fármaco, aumentando o tempo de meia vida. ● Reduz efeito terapêutico, pois diminui a quantidade de fármacos livres circulando (ativos). As proteínas plasmáticas podem ter funções gerais, como a albumina, (que se liga a várias substâncias) ou específicas, como a transferrina (que transporta só ferro), e apresentam ligações saturáveis. ● Albumina: possui dois sítios de ligação e se liga a muitos fármacos ácidos e alguns fármacos básicos. ● α1-glicoproteína ácida: se liga a fármacos alcalinos. ● Lipoproteínas: carregam fármacos lipofílicos e não ionizados. A disputa por sítios de ligação nas proteínas plasmáticas podem causar interações medicamentosas e elevar a concentração sérica dos fármacos → mesmo que uma droga prefira ficar ligada à proteína plasmática, se os sítios já estiverem ocupados com outra substância, ela é obrigada a ficar na forma livre (ativa) → ocorre intensificação do efeito e maior eliminação do fármaco. Esse deslocamento do fármaco pode ter efeitos tóxicos. Hipoproteinemias facilitam o efeito tóxico: Essa condição aumenta a fração livre de fármacos, e pode ser causada por: ● Menor síntese de proteínas → devido a desnutrição ou hepatopatias. ● Maior saturação → provocada por aumento da bilirrubina (tóxica em sua forma livre, se liga à albumina), sobrecarga de hormônios (gravidez) e de outras substâncias. ● Maior eliminação → decorrente de nefropatias. Barreiras entre compartimentos: Restringem o acesso de algumas substâncias. Tem função de individualizar sistemas, protegendo e selecionando a entrada dessas substâncias. ● Barreira hematoencefálica: mantém o microambiente do sistema nervoso. Impede que muitas substâncias cheguem ao cérebro. ● É formada por uma camada contínua de células endoteliais unidas por junções de oclusão e astrócitos periendoteliais. ● Reduz a passagem de substâncias exógenas e endógenas. ● Requer MUITA lipossolubilidade de fármacos para ser atravessada. ● Ação das glicoproteínasP, que provocam extrusão de fármacos que conseguem atravessar. ● Maior permeabilidade nas zonas de gatilho do vômito, por onde alguns fármacos conseguem atravessar e chegar ao cérebro. A perda de integridade da barreira hematoencefálica deixa o sistema nervoso central mais vulnerável, e pode acontecer por traumatismo craniano, estresse, infecções e inflamações. → Essa perda de integridade pode ser explorada clinicamente, como na administração de penicilina via intravenosa para tratamento de meningite bacteriana. ● Barreira (membrana) placentária: isola a circulação materna/ fetal, sendo permeável a anticorpos (IgG), microorganismos (varíola, herpes, toxoplasmose) e hormônios. ● É metabolicamente ativa: ainda que algumas substâncias atravessem, a barreira tenta metabolizar antes que atinjam o feto. ● Importância toxicológica (teratogênese e toxicidade). Moldando a distribuição de fármacos: O conjugado fármaco- anticorpo ou fármaco-substrato garante maior seletividade tecido-específica (princípio da “bala mágica”). O fármaco ligado a um anticorpo direcionado contra um antígeno específico atuará somente nessas células, não provocando danos às células vizinhas. Esse princípio pode ser utilizado na quimioterapia antineoplásica.
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