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Avaliação pré, trans e pós operatória em cirurgia oral Avaliação pré operatória O planejamento pré operatório deve: - Conter um plano cirúrgico detalhado; - Um plano para controlar a ansiedade e a dor do paciente; - Plano de recuperação pós operatória; Esses planos podem ser obtidos e construídos a partir da: História médica: - Informação mais útil; - Permite a realização de um planejamento de modo seguro; - Permite prever problemas que possam alterar a resposta do paciente a anestésicos planejados e à cirurgia; - Formato padrão para o registo do histórico e do exame físico: - Primeira informação obtida. - Inclui nome completo, endereço residencial, idade, sexo e profissão, e o nome do clínico que realizou os cuidados primários do paciente. - Avalia a confiabilidade do paciente, em caso de respostas inconsistentes do paciente (há necessidade de comprovação dessas informações). - Pode ser escrita de forma técnica (palavras do profissional) ou da forma popular (SIP – segundo informa o paciente). - Ajuda o médico a estabelecer prioridades durante a obtenção do histórico e a planejar o tratamento. - Ajuda a esclarecer ao paciente e ao profissional o motivo da consulta. Obs: Quando o paciente não tiver uma queixa principal para relatar, pode-se obter informações que revelem a procura do tratamento a partir da entrevista/anamnese. - O histórico da queixa do paciente deve ser: I. Detalhado desde a sua primeira aparição (levando em consideração qualquer mudança que tenha ocorrido durante esse período. Por exemplo, descrições de dor devem incluir data de início, intensidade, duração, local e radiação, assim como fatores que pioram e amenizam a dor.) II. Além disso, uma investigação deve ser feita sobre sintomas constitucionais como febre, calafrios, letargia, anorexia, mal-estar e qualquer fraqueza associada à queixa principal. - Pode ser utilizada para conduzir a entrevista. - O formulário deve incluir uma declaração de confidencialidade das informações e de consentimento. Obs: Identificando os indivíduos aos quais ele permitiu acesso ao prontuário odontológico, como o médico de cuidados primários e outros profissionais envolvidos na prática. - O formulário também deve incluir um espaço – uma linha para ser assinada – para o paciente verificar que ele ou ela entendeu as questões e a necessidade de ser preciso nas respostas. - É útil investigar especificamente sobre problemas médicos comuns que tendem a alterar o tratamento odontológico do paciente. Esses problemas incluem: - Deve considerar doenças hereditárias relevantes, como hemofilia. - Deve ser atualizado regularmente Guiada por respostas pertinentes obtidas por meio do histórico. Exemplos: I. Revisão do sistema cardiovascular em um paciente com histórico de doença isquêmica do coração inclui: - Perguntas sobre desconforto no peito (durante esforço, refeições ou momento de descanso), palpitações desmaios e inchaço do tornozelo. - Tais perguntas ajudam o cirurgião-dentista a decidir se realizará a cirurgia ou mudará os métodos cirúrgicos e anestésicos. OBS: Sempre que controladores de ansiedade estiverem nos planos e forem adicionados, como sedação intravenosa ou inalatória, os sistemas cardiovascular, respiratório e nervoso devem ser checados. - Pode revelar problemas que não foram diagnosticados anteriormente e que podem prejudicar o sucesso de uma sedação. - O dentista deve realizar uma rápida checagem da cabeça, das orelhas, dos olhos, do nariz, da boca e da garganta em cada paciente, independentemente de quais sistemas foram revisados. • Geral: Febre, calafrios, sudorese, perda de peso, fadiga, mal- estar, perda de apetite; • Cabeça: Dor de cabeça, tontura, desmaio, insônia; • Ouvidos: Diminuição da audição, tinido (zumbido), dor; • Olhos: visão turva, visão dobrada, excesso de lágrimas, secura, dor; • Nariz e seios paranasais: rinorreia, epistaxe, problemas em respirar pelo nariz, dor, mudança em sentir cheiro; • Área da articulação temporomandibular: Dor, ruído, limitação nos movimentos mandibulares, travamento; I. Angina VII. DPOC II. Infarto do miocárdio VIII. Hepatite III. Sopros cardíacos IX. DSTs IV. Cardiopatia reumática X. Diabetes V. Distúrbios hemorrágicos XI. Corticosteroide (incluindo o uso de anticoagulantes) XII. Distúrbio convulsivo VI. Asma XIII. Derrame XIV. PRÓTESES como articulação artifical E VÁLVULAS CARDÍACAS • Bucal: Dor nos dentes ou sensitividade, irritação nos lábios ou na mucosa, problemas em mastigar, problemas em falar, mau hálito, obturações soltas, irritação na garganta, ronco alto; • Pescoço: Dificuldade em engolir, mudanças na voz, dor, rigidez; OBS: A necessidade de checar sistemas orgânicos, além dos da região maxilofacial, depende das circunstâncias clínicas. Os sistemas cardiovascular e respiratório geralmente requerem avaliação antes da cirurgia oral ou da sedação. • Revisão Cardiovascular: desconforto no peito em momentos de esforço, de repouso ou quando come; palpitações; desmaios; edema no tornozelo; falta de ar (dispneia) durante esforço; dispneia quando se está em posição supina (ortopneia ou dispneia paroxística noturna); hipotensão postural; fadiga; cãibra no músculo da perna • Revisão Respiratória: dispneia durante esforço, sibilo, tosse, produção excessiva de escarro; tosse com sangue (hemoptise) - Avalia atentamente a cavidade oral e, em menor intensidade, toda região maxilofacial. - O profissional deve realizar anotações precisas, detalhando cada achado da cavidade oral ou da região maxilofacial. - O exame físico deve começar com a aferição dos sinais vitais, tais como: • Pressão arterial: sistólica (100 – 140 mmHg) primeiro som e diastólica (90 – 60 mmHg) marcada quando não se escuta mais a pulsação. Valores maiores ou menores que esses podem identificar uma urgência hipertensiva. Passo a passo: Uma bolsa inflável de tamanho apropriado é colocada ao redor da parte de cima do braço para que a parte de baixo da bolsa fique de 2 a 4 cm acima da fossa antecubital. A artéria braquial é palpada na fossa e o diafragma do estetoscópio é colocado acima da artéria e mantido no lugar pelos dedos da mão esquerda. O bulbo se mantém na palma da mão direita e a válvula é atarraxada próxima ao polegar e ao dedo indicador da mesma mão. O bulbo é apertado repetidamente até indicar aproximadamente 220 mmHg. O ar é possibilitado de escapar lentamente da bolsa inflável, se a válvula for parcialmente aberta enquanto o cirurgião- dentista ouve através do estetoscópio. A leitura do manômetro no momento em que é ouvido um som de um leve sopro é a pressão arterial sistólica. Já a leitura do manômetro quando o som da artéria desaparece é a pressão diastólica. Uma vez obtida a leitura da pressão diastólica, a válvula é aberta para desinflar a bolsa completamente. Condução do paciente com hipertensão: Hipertensão Leve a Moderada (Sistólica > 140 mmHg; Diastólica > 90 mmHg) I. Recomendar que o paciente procure orientação de seu médico de cuidados primários para terapia médica da hipertensão. Não é necessário adiar o tratamento odontológico requerido. II. Monitorar a pressão arterial do paciente em cada visita e em qualquer momento em que administração do anestésico local contendo epinefrina passar de 0,04 mg durante uma única visita. III. Usar um protocolo de redução de ansiedade. IV. Evitar mudanças de postura repentinas em pacientes que tomam drogas que causam vasodilatação. V. Evitar administração de soluções intravenosas contendo sódio. Hipertensão Severa (Sistólica > 200 mmHg; Diastólica > 110 mmHg) I. Evitar tratamento odontológico programado até a hipertensão estar mais bem controlada.II. Considerar indicar o paciente a um cirurgião bucomaxilofacial, se o problema for de emergência. • Pulso: adulto 60 – 100 bpm, ritmo pode ser regular ou irregular, com intensidade forte ou fraca. Passo a passo: Avalia-se usando as pontas dos dedos médio e indicador da mão direita para palpar a artéria radial no pulso. Quando o ritmo for determinado como regular, o número de pulsações que ocorrerem durante 30 segundos é multiplicado por 2 para obtermos o número de pulsos por minuto. Se uma pulsação fraca ou um ritmo irregular é descoberto durante a palpação do pulso radial, o coração deve ser auscultado diretamente para determinar frequência cardíaca e ritmo. • Inspeção: deve ser sempre realizada na região oral e maxilofacial. Devendo abranger: I. Cabeça e rosto: Forma geral, simetria, distribuição de cabelo; II. Ouvido: Reação normal a sons (examinar com otoscópio, se indicado); III. Olhos: Simetria, tamanho, reatividade das pupilas, cor da esclera e da conjuntiva, movimento, teste de visão IV. Nariz: Septo, mucosa, permeabilidade; V. Boca: Dentes, mucosa, faringe, lábios, tonsilas VI. Pescoço: Tamanho da glândula tireoide, distensão venosa jugular. OBS: A inspeção da cavidade oral: deve incluir a orofaringe, a língua, o assoalho da boca e a mucosa oral. A mucosa do lábio é examinada pela eversão dos lábios superior e inferior. A língua é examinada com o paciente projetando-a. O examinador, então, segura a língua com uma gaze e gentilmente a movimenta para examinar as bordas laterais. Também é solicitado que o paciente levante a língua para permitir a visualização da superfície ventral e o assoalho da boca. A glândula submandibular é examinada pela palpação bimanual sentindo a glândula através do assoalho da boca e da pele abaixo do assoalho da boca. • Palpação: I. Articulação temporomandibular: Crepitação, sensibilidade II. Paranasal: Dor nos seios paranasais III. Boca: Glândulas salivares, assoalho da boca, lábios, músculos da mastigação IV. Pescoço: Tamanho da glândula tireoide, linfonodos • Percussão: I. Paranasal: Ressonância nos seios paranasais (dificuldade em avaliar); II. Boca: Dentes. • Auscultação: I. Articulação temporomandibular: Cliques, crepitação; II. Pescoço: Sons da carótida. - Exame visual, durante a entrevista pelo CD, da forma geral e simetria da cabeça e do esqueleto facial, o movimento dos olhos, a cor da esclera e da conjuntiva e a habilidade de audição. - O clínico deve escutar problemas na fala, sons da articulação temporomandibular e habilidade de respiração. • Região da Articulação Temporomandibular: - Palpar e auscultar as articulações. - Medir a variação de movimento da mandíbula e o padrão de abertura. • Região Nasal e Paranasal - Fechar cada narina, individualmente, para checar patência. Inspecionar mucosa nasal anterior. • Boca - Retirar todas as próteses removíveis. - Inspecionar a cavidade oral em busca de lesões nas mucosas dental, bucal e da faringe. Olhar as tonsilas e a úvula. - Segurar a língua fora da boca com uma gaze seca enquanto as bordas laterais são inspecionadas. - Palpar a língua, os lábios, o assoalho da boca e as glândulas salivares (checar a saliva). - Palpar o pescoço para checar o tamanho dos linfonodos e da glândula tireoide. Inspecionar as veias jugulares. Os exames solicitados frequentemente em odontologia são: I. Hemograma – analisa os tipos e quantidades dos componentes sanguíneos (hemácias, leucócitos e plaquetas); II. Coagulograma – avalia o processo de coagulação do sangue, capaz de diagnosticar uma série de complicações hemorrágicas; III. Glicemia – mede o nível de glicose na corrente sanguínea, a partir de uma coleta de sangue venoso e de um período de 8 horas de jejum, sem alimentos ou bebidas, exceto água. IV. Radiografia periapical, Inter proximal, oclusal, panorâmica, tomografia computadorizada etc. Os resultados da avaliação médica, de forma individual não fornecem resultado diagnóstico, mas são usados para atribuir uma classificação ao estado físico do paciente. Antes da Cirurgia: • Agente hipnótico para estimular o sono na noite anterior à cirurgia (opcional) • Agente sedativo para diminuir a ansiedade na manhã da cirurgia (opcional) • Consulta matinal agendada para reduzir o tempo na sala de recepção Classificação Estado físico Atendimento ASA I Normal, saudável Ambulatório ASA II Doença sistêmica leve ou com um significante risco de saúde Ambulatório ASA III Doença sistêmica grave que não é incapacitante Ambulatório ASA IV Doença sistêmica grave que oferece risco de vida constante Urgência hospitalar ASA V Moribundo, que provavelmente não sobreviverá sem a operação Hospitalar ASA VI Morte cerebral declarada, está passando por remoção de órgãos para doá-los Hospitalar Durante a Cirurgia - Meios não Farmacológicos de Controle de Ansiedade: Tranquilização verbal frequente; conversa para distrair o paciente; sem surpresas (o médico avisa o paciente antes de fazer qualquer coisa que possa causar ansiedade); sem barulhos desnecessários; Instrumentos cirúrgicos longe do campo de visão do paciente; Música de fundo relaxante. - Meios Farmacológicos de Controle de Ansiedade: Anestésicos locais de duração e intensidade suficientes; Óxido nitroso; Ansiolíticos intravenosos. Após a Cirurgia - Instruções breves para cuidados no pós-operatório: Informar o paciente sobre sequelas pós-cirúrgicas que são esperadas (p. ex., inchaço ou leve gotejamento de sangue); - Tranquilização adicional - Analgésicos eficazes - Informar quem o paciente pode contatar se qualquer problema aparecer - Telefonar para a casa do paciente durante a noite após a cirurgia para conferir se há algum problema. Antes e durante a cirurgia, os sinais vitais devem ser monitorados periodicamente. Deve ser mantido contato verbal regular com o paciente. O uso de óxido nitroso ou outros métodos de sedação consciente para controle de ansiedade em pacientes com cardiopatia isquêmica devem ser considerados. OBS: Nitroglicerina pura deve estar por perto para uso, quando necessário, para casos de insuficiência cardíaca congestiva (após IAM); hipertensão (pré operatória); indução de hipotensão controlada durante a cirurgia. Avaliação trans operatória O profissional deve manter: - Princípios de biossegurança (uso de EPIs completo); - Manuseio atraumático dos tecidos (para evitar danos isquêmicos); - Controle da força (para evitar possíveis acidentes); - Hemostasia (para evitar hemorragia); - Cuidados com a ferida (para evitar, por exemplo, alveolite); Avaliação pós operatória Instruções pós-operatórias devem explicar o que poderá ocorrer com o paciente, porque esses fenômenos acontecem e como manejar e controlar situações comuns no pré operatório • Atitudes que o cirurgião-dentista pode fazer para minimizar os problemas comuns que os pacientes apresentam após a cirurgia: - Instruções sobre como manejar sequelas comuns do pós- operatório, que podem ocorrer no dia da cirurgia e normalmente duram alguns dias, devem ser dadas ao paciente e a qualquer um que o esteja acompanhando. - As instruções devem ser dadas ao paciente de forma oral e também por escrito, em termos simples de fácil entendimento; - Um número de telefone deve ser incluído, para que o médico ou cirurgião-dentista possa ser encontrado em situações de emergência. - Colocação de um pequeno pedaço de gaze diretamente sobre o alvéolo; - A gaze deve estar úmida para que o sangue que está extravasando não coagule nela e o coágulo seja deslocado no momento de remoção da gaze. O paciente deve ser instruído a morder firmemente a gaze por pelo menos 30 minutos e não a mastigar, deve segurar a gaze no lugar sem abrir ou fechar a boca e falar o mínimo possível durante duas a três horas. - Os pacientesdevem ser advertidos a evitarem coisas que podem agravar o sangramento. Aqueles que fumam devem ser encorajados a evitar fumar nas 12 primeiras horas após o procedimento, ou, mais comumente, se necessitam fumar, a puxar a fumaça do cigarro levemente. (A fumaça e a nicotina interferem na cicatrização das feridas). - Os pacientes não devem cuspir nas primeiras 12 horas após a cirurgia; - Nenhum exercício extenuante deve ser feito nas primeiras 12 a 24 horas após a extração, pois o aumento da pressão sanguínea pode levar a um sangramento maior; - Os pacientes devem ser avisados que pode haver pequeno extravasamento de sangue que pode manchar a saliva enquanto eles estão dormindo e que provavelmente haverá manchas de sangue nas fronhas de seus travesseiros pela manhã. - Extravasamento de sangue prolongado, sangramento vermelho vivo ou coágulos grandes na boca do paciente são indicações para um retorno ao consultório. O cirurgião-dentista deve então examinar a área cuidadosamente e aplicar as medidas apropriadas para conter a hemorragia. • Dor e desconforto: - O cirurgião-dentista deve ajudar o paciente a ter uma expectativa realista sobre o tipo de dor que pode ocorrer e corrigir qualquer equívoco sobre a intensidade da dor que provavelmente irá ocorrer; - Pacientes que informarem ao cirurgião-dentista que esperam muita dor no pós-operatório não devem ser ignorados e recomendados a tomar um analgésico comum; - A dor que o paciente pode sentir após um procedimento cirúrgico como a extração de um dente é altamente variável e depende, em grande extensão, das expectativas pré-operatórias dele; - O paciente deve ser instruído a tomar ibuprofeno ou acetaminofeno no pós operatório para prevenir o desconforto inicial quando o efeito da anestesia se dissipar; - Para aqueles pacientes que provavelmente terão dor forte, uma prescrição de analgésico para controle da dor deve ser dada; - O cirurgião dentista deve advertir o paciente que o objetivo da medicação analgésica é o manejo da dor e não a eliminação de todo o desconforto; - A primeira dose da medicação analgésica deve ser dada antes dos efeitos da anestesia local diminuírem. Se isso é feito, é menos provável o paciente sentir dor intensa após o fim dos efeitos da anestesia local; Três características da dor que ocorre após uma extração de dente de rotina: (1) A dor não é intensa usualmente e pode ser manejada com analgésicos leves; (2) O pico da dor ocorre aproximadamente 12 horas após a extração e diminui rapidamente após isso; (3) Dor significante resultante da extração raramente persiste por mais de dois dias após a cirurgia. - Pacientes devem ser alertados que o uso de medicação narcótica excessiva vai levar à sonolência e a uma maior chance de desconforto gástrico; - O método mais efetivo de controlar a dor é estabelecer uma boa relação entre cirurgião-dentista e paciente. • Edema: - O inchaço chega ao máximo 36 a 48 horas após o procedimento cirúrgico. Começa a diminuir no terceiro ou quarto dia e some, usualmente, até o final da primeira semana. O inchaço que aumenta após o terceiro dia pode ser um sinal de infecção mais do que uma renovação do edema pós-operatório - Bolsas de gelo ou de ervilhas congeladas para ajudar a minimizar o inchaço e fazer o paciente se sentir mais confortável, de forma que o gelo não fique diretamente sobre a pele. Mantendo-as no local por 20 minutos e então afastadas por 20 minutos, por 12 a 24 horas. - No segundo dia pós-operatório, nem frio nem calor deve ser aplicado na face. - No terceiro e subsequentes dias pós-operatórios, a aplicação de calor local pode ajudar a regredir o edema mais rapidamente. - Pacientes devem ser informados que um inchaço moderado é normal e é uma reação saudável do tecido em resposta ao trauma cirúrgico. • Prevenção e reconhecimento da infecção: - A medida mais importante na prevenção de infecção após a extração de rotina é o cirurgião dentista aderir aos princípios básicos de cirurgia, sendo eles: I. Minimizar a lesão tecidual; II. Remover fontes de infecção; III. Limpar a ferida. - Alguns pacientes, especialmente aqueles com resposta imunodeprimida, podem necessitar de antibioticoterapia para prevenir infecção, desde antes do início do procedimento cirúrgico; - Antibióticos adicionais após a cirurgia não são usualmente necessários para pacientes saudáveis numa extração de rotina. • Trismo: - Limitação da abertura da boca, resultante do trauma e da inflamação envolvendo os músculos da mastigação (exemplo: manter a boca aberta por muito tempo). Também pode resultar de múltiplas injeções da anestesia local, especialmente se as injeções penetraram em músculos. O músculo mais provável de estar envolvido é o Pterigoide Medial, que pode ser penetrado pela agulha da anestesia local durante o bloqueio neural alveolar inferior. - Os pacientes devem ser avisados que esse fenômeno pode ocorrer e que deve se resolver em uma semana. - Fisioterapia com calor e movimento; - Alteração da ATM – relaxante muscular. • Equimose: - Presença de sangue nos tecidos submucosos ou subcutâneos – equimose. Frequentemente comum em idosos - tônus tecidual diminuído, fragilidade capilar aumentada e aderência intercelular diminuída. Não é algo perigoso e não aumenta a dor ou a chance de infecção. Infecções após extrações de rotina não são comuns. Os sinais típicos são surgimento de febre, aumento do edema, eritema da pele, gosto desagradável na boca, ou piora da dor três a quatro dias após a cirurgia. Feridas orais infectadas aparentam inflamação e algum grau de purulência está normalmente presente. - Os pacientes devem ser avisados de que equimose pode acontecer, porque se acordarem no segundo dia de pós-operatório e virem lesões nas bochechas, área submandibular ou pescoço anterior, eles podem se tornar apreensivos. Esta ansiedade é facilmente prevenida por instruções pós-operatórias. - Normalmente, o surgimento de equimose acontece 2 a 4 dias após a cirurgia e usualmente se resolve em 7 a 10 dias. - Infecção e atraso da cicatrização • Necrose tecidual: causada por isquemia da lesão • Alveolite - Possui características como: retardo na cicatrização, ocorre 2 a 3 dias após a exodontia, possui etiologia não esclarecida (fibrinólise), sintomatologia dolorosa (moderada a intensa), exposição óssea. - Causas: insuficiência de suprimento sanguíneo no alvéolo; Aumento da atividade fibrinolítica; Presença de infecção durante ou após a extração; Trauma do osso alveolar durante o ato operatório. - Achados clínicos: desintegração do coágulo; Alvéolo vazio; Paredes alveolares desnudas e sensíveis; Camada amarelo- acinzentadas; Gengiva circunjacente inflamado; Dor intensa; 2.9.1 Alveolite Seca - Limpeza alveolar (soro e curetagem do tecido necrótico); - Preenchimento do alvéolo com pastas (alveosan e alveoliten) obs.: evitar em casos de contaminação e dor. - Trocas de pasta a cada 24 horas até a remissão dos sintomas; - Fazer antibioticoterapia sistêmica associada. • Comunicação buco-sinusal - Diagnóstico: exame do dente extraído. Teste de valsava - Tratamento: depende da dimensão de abertura; História de sinusite crônica; Técnicas hemostáticas; Retalhos; - Cuidados gerais: fazer sutura em forma de oito, para ajudar a assegurar a manutenção do coágulo; Precauções respiratórias anteriores; terapêutica medicamentosa (penicilina 7 dias, descongestionante nasal); Fechamento com retalho e se necessário à altura de parte do processo alveolar; Incisão perifistular. - Consulta de retorno: para que o cirurgião-dentista possa checar o progresso do paciente após a cirurgia e saber qual é a aparência de um alvéolo que está cicatrizando normalmente. Rotineiramente, para procedimentos não complicados, uma visita de acompanhamento uma semana após o procedimento é adequada. - As suturas devemser removidas, conforme necessário, na consulta de acompanhamento uma semana após a cirurgia. As principais razões para uma consulta desta natureza são sangramento prolongado, dor não responsiva às medicações prescritas e suspeita de infecção. - Se um paciente que passou por uma cirurgia começar a desenvolver edema com eritema superficial, febre, dor, ou todos esses sintomas no terceiro dia de pós-operatório ou depois, deve- se presumir que o paciente desenvolveu uma infecção até que se prove o contrário. - O cirurgião dentista deve inspecionar o paciente cuidadosamente para confirmar ou excluir a presença de uma infecção. Se uma infecção for diagnosticada, medidas terapêuticas apropriadas devem ser adotadas; - Dor pós-operatória que diminui no início, mas que começa a aumentar no terceiro ou quarto dia, sem inchaço ou outros sinais de infecção é, provavelmente, sintoma de uma alveolite. Este problema é usualmente restrito aos alvéolos molares inferiores e não representa uma infecção. • Nota operatória: O cirurgião-dentista deve anotar nos registros uma nota do que se passou em cada uma das visitas. Sempre que uma cirurgia for efetuada, algumas informações críticas devem entrar nas anotações. Tais informações são: 1. Data 2. Nome e identificação do paciente 3. Diagnóstico do problema que será tratado cirurgicamente 4. Revisão do histórico médico, medicações e sinais vitais 5. Exame oral 6. Anestesia (quantidade utilizada) 7. Procedimento (incluindo a descrição da cirurgia e complicações) 8. Instruções no momento da liberação 9. Medicações prescritas e sua quantidade (ou anexar cópia da prescrição) 10. Necessidade de consulta de acompanhamento 11. Assinatura (legível ou nome impresso abaixo) • Dieta - Evitar comer após uma extração por dor local ou medo de ocorrer dor quando comerem. - Uma dieta de alta caloria, líquida ou pastosa e fria, é o melhor nas primeiras 12 a 24 horas. - Ingestão adequada de fluidos nas primeiras 24 horas, podendo ser sucos, leite, água, ou qualquer outra bebida que o paciente queira tomar. - Pacientes diabéticos devem ser encorajados a retomar sua ingestão calórica e esquema de insulina o mais cedo possível. • Higiene Oral - Advertir aos pacientes que manter os dentes e boca razoavelmente limpos resulta numa cicatrização mais rápida das feridas cirúrgicas; - No pós-operatório do dia da cirurgia, os pacientes podem escovar gentilmente os dentes afastados do local da extração. Eles devem evitar escovar os dentes adjacentes à área de extração para prevenir um novo episódio de sangramento, evitar mexer nas suturas e induzir mais dor; - A maioria dos pacientes pode retomar suas medidas de higiene oral pré-operatórias no terceiro ou quarto dia após a cirurgia; - Fio dental deve ser usado da maneira usual nos dentes anterior e posterior ao local de extração tão logo o paciente se sinta confortável para tal. - Se a higiene oral for difícil após extrações em múltiplas áreas da boca, lavagens da boca com agentes como peróxido de hidrogênio diluído podem ser feitas. Bochechar três ou quatro vezes por dia por aproximadamente uma semana após a cirurgia pode resultar numa cicatrização mais rápida. - Detalhada avaliação do paciente; - Sequência nos procedimentos; - Reconhecer e prever complicações; - Protocolos de trabalho.
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