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Nathália Gomes Bernardo Aula 3 – Agrostologia – 16/03/2021 Ecofisiologia das Plantas Premissa 1) A principal fonte de energia dentro de um sistema de pecuária é a luz solar. É importante saber como a gramínea forrageira capta luz pra ser o mais eficiente possível nessa captação > quanto mais luz solar o pasto consegue captar, mais carbono atmosférico será captado e mais matéria orgânica se fixa no solo> maior eficiência ambiental. Premissa 2) É necessário uma superfície de captação de energia – no caso das pastagens são as folhas- cujo tamanho e eficiência (das folhas)- em transformar a energia solar em energia química dependem da disponibilidade de nutrientes do solo e do manejo da desfolhação. > A planta depende de nutrientes e minerais do solo. Sendo assim, quanto mais o animal come a pastagem (remoção de área foliar), menos fotossíntese a planta faz porque diminui a área foliar. É necessário saber até onde se pode fazer desfolhação de modo que ainda permita que a planta continue fazendo fotossíntese. Premissa 3) O animal afeta as premissas anteriores, por remover essa superfície e modificar a reciclagem e a disponibilidade de nutrientes. > cada animal pasteja de uma forma, o ideal é que essa pastagem seja ingerida até um limiar que permita a rebrotação (manutenção de folha para a planta para que possibilite a fotossíntese). Animal modifica a disponibilidade de nutrientes: Uma boa parte do que o animal come é excretado nas fezes > inclusive os nutrientes > padrão de deposição de fezes e urina dos animais > o animal transfere de lugar os nutrientes (retira de um local ao ingerir a gramínea e deposita uma parte em outro local através das fezes) F O T O S S Í N T E S E Definida como um processo físico-químico, mediante o qual os organismos fotossintéticos (plantas) sintetizam/produzem compostos orgânicos (carboidratos, proteínas, vitaminas, ou seja, tecidos vegetais de forma geral) a partir de matéria prima A n o taçõ es d e au la e im age n s referen tes as au las d e agro sto lo gia – FA M EV / U FU inorgânica (hidrogênio, fosforo, potássio, cálcio, magnésio, carbono, hidrogênio, oxigênio), na presença de luz solar. Nas áreas de pastagem é necessário fazer alguns investimentos > necessário fornecer alguns nutrientes. O estômato das plantas é importante para troca de gases e água entre a folha e o meio > pega gás carbônico e devolve oxigênio e água. Aberto como está na imagem, o estômato está realizando trocas. Ostíolo é a abertura do estômato. As células guarda abrem e fecham o estômato> ocorre através de estímulos externos> o ideal seria que ficasse sempre aberto (para sempre ocorrer trocas gasosas), mas há motivos que as fazer fechar. Fotossíntese: C02 + água -> produz carboidrato, libera oxigênio e água. A planta faz fotossíntese, mas também faz respiração celular (citoplasma e mitocôndria) > queima de carboidratos + oxigênio + água-> liberando CO2 +água + energia (calor). Em áreas de pastagem há alguns grupos fotossintéticos: C3: gramíneas de clima temperadas e leguminosas > de climas frio C4: gramíneas tropicais > as que mais utilizamos CAM: gramíneas de clima árido ou semi-árido > no nordeste é utilizada. C I C L O F O T O S S I N T É T I C O Ciclo de Calvin da C3: Com a entrada do CO2 no estômato e ação da enzima rubisco, o primeiro composto estável do ciclo é um ácido com 3 carbonos (ácido C3) > o produto final do ciclo é um carboidrato. A enzima rubisco tem afinidade tanto com CO2 como O2; se entrar CO2, o cilco gira e, produz carboidrato; se entrar O2, o ciclo gira e, se libera O2 (perde massa). Em situações de alta temperatura (característica de país tropical, como o BR), a concentração de O2 é maior que de CO2 no cloroplasto e então ocorre fotorrespiração.> ou seja, o ciclo gira com oxigênio e isso é ruim. Além disso, a concentração de Oxigênio na atmosfera é maior que CO2 > para a planta isso é ruim. No mesofilo é onde ocorre grande parte da fotossíntese na planta> O ciclo de Calvin na planta C3 ocorre no mesófilo, enquanto na planta C4 o Ciclo de Calvin ocorre na bainha vascular. Planta C3 não te célula da bainha vascular; planta C4 tem. Na planta C4, o CO2 atmosférico entra na célula do mesófilo e é utilizado pela enzima fosfoenolpiruvato carboxilase (PEPCK) que carboxila e monta um ácido com 4 carbonos > então o primeiro composto estável da planta C4 é um ácido de 4 carbonos > essa formação desse ácido é como se fosse um empacotamento, porque a planta necessita de CO2, mas tem muito mais disponível O2 que CO2 então seria como se a planta estivesse estocando na forma de ácido de 4 carbonos nas células da bainha vascular (parreira para o CO2 que entra e é processado e empacotado) > Ciclo de calvin quando gira com CO2 produz oxigênio e fotossimilado; já quando gira com O2 o ciclo produz Co2 e queima oxigênio.> a estocagem de CO2 pela planta na bainha vascular faz com que essa planta gire com CO2. > Sendo assim, a planta C4 cresce mais. A planta C3 cresce em taxas mais lentas. Por outro lado, como a gramínea C3 como é ineficiente em uso de CO2 ela aumenta a concentração de moléculas que clorofila (que são ricas em proteína) para utilizar o CO2 com mais eficiência> então as gramíneas C3 normalmente tem melhor valor nutritivo. C3: produz menos, mas qualidade melhor. C4: produz mais, mas qualidade inferior. MAC: metabolismo ácido das crassuláceas > dentro desse grupo estão os cactos. A noite essas plantas abrem o estômato e entra CO2 e faz o mesmo processo da planta C4> CO2 entra e é compactado, na forma de amido. Quando o estômato está aberto também pode sair água. Durante o dia o estômato está fechado e a planta usa o CO2 na forma de malato. Como são plantas que estão em climas secos, ela tem que economizar água e, por isso, fecha o estômato a noite (evitar transpirar- sair água pelo estômato). A taxa de crescimento dessas plantas é bem menor que das C3 e C4. Cacto e suculentas são plantas MAC. E F E I T O S C L I M Á T I C O S S O B R E A P L A N T A Temperatura Temperatura da folha e consequentemente do ambiente. No gráfico, em azul corresponde a planta C3 e em laranja corresponde a planta C4. No eixo x corresponde a temperatura da folha (e consequentemente do ambiente) e o eixo y corresponde a fotossíntese líquida. A planta C3 no frio produz pouco, ao passo que a temperatura aumenta até mais ou menos 25ºC e ela aumenta a produção para o máximo de fotossíntese, mas quando a temperatura ultrapassa esse marco a fotossíntese cai> porque a relação oxigênio/ CO2 dentro do cloroplasto fica muito alta – a concentração de O2 é muito maior em CO2 em altas temperaturas- e o ciclo gira apenas com oxigênio – até porque a enzima rubisco tem afinidade por O2 e por CO2. Já a planta C4: em temperaturas baixas produz menos que C3, mas quando ao passo que aumenta a temperatura a planta produz mais – tendo pico em cerca de 45ºC- mas quando ultrapassa o limiar a produção caí a produção porque ocorre desnaturação de proteínas. Sendo assim: Em temperatura baixas, planta C3 produz mais que C4; em temperaturas altas é o contrário. Necessário entender a ação da temperatura nas plantas para fazer a escolha dependendo da região (e conhecer a temperatura da região). -> a temperatura em Uberlândia é considerada de clima tropical e quente a maior parte do ano -> escolha planta C4. Luminosidade No eixo x é correspondente a irradiância, ou seja, luz; enquanto que no eixo y a fotossíntese líquida da planta. Em verde está representado plantas C3, enquanto que em laranja a planta C4. Conforme aumenta a luz, quando ultrapassa de 800 > a fotossíntese da C3 fica em valor próximos/ constante; enquanto a C4: quanto mais luz, mais fotossíntese. Normalmentese trabalha com associação de C3 leguminosas de porte mais baixo e gramíneas C4 de porte mais alto> a gramínea de porte mais alta capta boa parte da luz, e a leguminosa em baixo capta menos luz (precisa de menos luz). Concentração de CO2 As plantas C3 preferem concentrações de CO2 maiores que a C4. A C4 com pequena concentração de CO2 já faz muita fotossíntese> porque empacota e aumenta a concentração intracelular > mantém uma constante. No gráfico a planta C3 a medida que aumenta as concentrações de CO2 aumenta a fotossíntese (e consequentemente o crescimento) também; enquanto a C4, em pequena concentração de CO2 já faz muita fotossíntese justamente porque faz empacotamento de CO2 aumentando a concentração intracelular e, por isso, mantem uma constante. Na natureza 95% das plantas são C3 > quanto mais CO2 mais a floresta produz matéria orgânica. I N T E R A Ç Ã O D A F I S I O L O G I A E D E S E N V O L V I M E N T O D E P L A N T A S F O R R A G E I R A S Os principais fatores que afetam o desenvolvimento das plantas: - Fatores climáticos: luz, temperatura, fotoperíodo, umidade > quanto maior a duração do dia, melhor para planta; a umidade é o único fator climático controlável, porque é possível irrigar o pasto. -Fatores edáficos: fertilidade do solo, propriedades físicas do solo e topografia. > fertilização do solo é possível alterar melhorando com adubação; propriedades física como textura do solo, não é possível alterar; a topografia também é possível, mas não é viável. -Espécie forrageira: potencial genético para produção e valor nutritivo, adaptação ao ambiente, competição entre plantas, aceitabilidade para pastejo animal e persistência a longo prazo; - Manejo da pastagem: métodos de pastejo, taxa de lotação, estratégias de fertilização, controle de invasores e outras práticas culturais. E F E I T O S D O I N D I C E D E Á R E A F O L I A R NO D E S E N V O L V I M E N T O A taxa de crescimento forrageiro é uma função do Índice de Área Foliar (IAF) e da eficiência fotossintética das folhas. Quanto maior o IAF mais a planta cresce porque está ocorrendo mais fotossíntese. Folhas mais novas são mais eficientes. > as folhas mais novas das plantas ficam em cima -> durante o pastejo o animal vai se alimentar primeiro da mais nova justamente por estar mais a cima; mas a folha que mais possui clorofila (aspecto verde vivo) e é mais eficiente fotossinteticamente é a mais nova> a folha mais nova tem maior valor nutritivo. > provavelmente a folha mais nova é palatável (a vaca exerce preferência e não palatabilidade). Então no processo de pastejo é possível regular a altura de corte. Após a desfolhação, a capacidade fotossintética do pasto depende da quantidade e do potencial fotossintético do tecido remanescente. > quanto mais remoção de área foliar mais demorado e difícil para rebrotação. A diferença entra a desfolhação leve e a desfolhação intensa é o tempo de rebrotação. De forma geral se preconiza desfolhação leve; mas em alguns momentos se faz manejo de desfolhação intensa. PRODUÇÃO E ASSIMILAÇÃO DE FOTOASSIMILADOS E SEU EFEITO NO DESENVOLVIMENTO A folha quem faz fotossíntese, então a fonte são as folhas fotossintéticamente ativas. > folhas mais novas são mais eficientes. O dreno é o meristema apical (drena fotoassimilados> tem que produzir folhas novas), folhas em expansão, o colmo, a raiz (porque não faz fotossíntese então tem que pegar energia da parte aérea para crescer) e a inflorescência (órgão reprodutivo). Então dependendo do desenvolvimento da planta, vai ocorrer mais ou menos drenagem de fotoassimilados produzidos pela planta. No momento em que a planta forrageira emite sua descendência (forma de perpetuação da espécie) ela manda sua reserva toda para a inflorencência> isso é ruim porque a planta perde qualidade > então o ideal é colocar o animal para pastejar afim de evitar que a planta emita inflorescência. A planta também tem reservas orgânicas, que são carboidratos não estruturais e compostos nitrogenados que ficam armazenados na base do colmo e nas raízes (locais mais seguros do pastejo). A rebrotação é resultado da área foliar remanescente e das reservas orgânicas > quanto mais severo for o pastejo, maior é a importância da reserva. EFEITO DOS NUTRIENTES NO DESENVOLVIMENTO Plantas superiores são organismos autotróficos que podem sintetizar seus componentes orgânicos a partir de componentes inorgânicos capturados no ambiente. Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre + micronutrientes A assimilação desses nutrientes passa pelo processo de absorção: principalmente via raiz, mas pode ser absorvido via folhas também; transporte: de onde foi absorvido para o órgão de uso; e a redistribuição: muitas vezes o nutriente não está sendo utilizado dentro de um órgão e então é distribuído na planta. O principal nutriente das gramíneas forrageira é o Nitrogênio.> exigido em maior quantidade. COMO O PASTO SE MANTÉM PRENE E COMO OCORRE SEU CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO? Com 1 semente originou 3 plantas; ocorre processo de clonagem > a semente deixa o pasto com valor nutritivo menor, então o real interesse é que ocorra clonagem e a planta perfilhe e não que seja necessário depositar mais semente no pasto. Na época das secas as populações de plantas diminuem, já na época das águas as populações de plantas aumentam. No pasto 1 nasce mais planta do que morre.> mantem população de plantas durante o ano. No pasto 2 morre mais planta do que nasce> pode ser porque tem muito gado pastejando, porque tenha tido ataque de pragas, porque não repôs nutriente, etc. Rebrotação: no início a rebrotação é lenta porque tem pouca área foliar e a planta está usando reservar; depois tem-se um rápido crescimento > porque a planta faz muita fotossíntese> e depois ocorre estabilização porque a planta cresceu e com isso ocorre sombreamento da porção mais inferior. > então se a planta não vai crescer ainda mais (apenas vai manter uma constância) é interessante que já se coloque animais para pastejar > então é necessário identificar esse momento que se deve inserir os animais. Conforme o pasto vai rebrotando, chega um momento que tem tanta sombra que a planta começa a produzir colmo afim de alongar o colmo e projetar a planta mais para cima para fazer fotossíntese > as folhas mais velhas começam a morrer > então é necessário colocar os animais para pastejar antes disso acontecer.
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