Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A histologia é o estudo dos tecidos do corpo e de como eles se organizam para formar os órgãos. Existem quatro tecidos fundamentais que são denominados epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Tecido Epitelial: Eles não só são responsáveis pelo revestimento de cavidades e superfícies de contato externo, mas também possuem capacidade absortiva; Tecido Conjuntivo: Se divide em tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo especializado. Os tecidos conjuntivos especializados são o tecido adiposo, o tecido cartilaginoso e o tecido ósseo. Os tecidos conjuntivos são responsáveis pelo suporte mecânico ou nutricional, por exemplo, dos tecidos epiteliais; Tecido Muscular: É responsável, principalmente, pela contração dos músculos; Tecido Nervoso: É responsável pela propagação de sinais (recepção ou transmissão). Numa lâmina nós observamos células com duas colorações, uma mais arroxeada (núcleo) e uma mais avermelhada (citoplasma), e a matriz extracelular em rosa claro. A matriz extracelular é composta por variadas proteínas e moléculas características de cada tecido. O corante hematoxilina eosina nos permite diferenciar os tecidos, por exemplo, epitelial e conjuntivo, mesmo dando uma coloração mais generalista à lâmina. Figura 1 - Tecido Epitelial e Tecido Conjuntivo Figura 2 - Tecido Nervoso Citologia e Histologia Introdução à Histologia Beatriz Fernandes Os tecidos são conjuntos de células e matriz extracelular. 1. Primeira Etapa: Cortamos a amostra em pequenos pedaços, a fim de que o fixador atinja todas as partes do tecido de forma homogênea; É necessária uma consistência rígida para efetuar os cortes. 2. Fixação: Processo imediato a remoção do tecido; Finalidade: Evitar a digestão enzimática, evitar a contaminação bacteriana, endurecer o tecido e manter as estruturas morfológica e molecular; Métodos químicos ou físicos. a) Métodos Químicos: Utilizam soluções desnaturantes ou estabilizadoras de moléculas (mantém o tecido inerte); Os fixadores químicos mais comuns são os formaldeídos e glutaraldeídos (microscopia de luz), que formam pontes cruzadas na região amina das proteínas, tornando-as estáveis; O fixador tetróxido de ósmio preserva as membranas celulares (microscopia eletrônica); Vantagens: O material se mantém por anos, sem a necessidade de um freezer, e pode ser utilizado várias vezes. b) Métodos Físicos: Congelamento Rápido: Deixa o tecido rígido e preservado; O corte de tecidos congelados é realizado em criostato; O processamento de material congelado envolve soluções de preservação; O corte de tecidos fixados quimicamente é realizado em micrótomo. Vantagens: A amostra fica pronta para corte imediatamente e preservam-se a maioria dos lipídeos e das enzimas. PARA MÉTODOS QUÍMICOS 3. Desidratação: Remoção de toda a água do tecido por meio de concentrações crescentes de álcool (até o álcool 100). 4. Clarificação ou Diafanização: Retirada do álcool dos tecidos com outro solvente orgânico (xilol) para permitir que, posteriormente, uma resina entre neste tecido (parafina). 5. Inclusão: Impregnação do tecido com a parafina; 6. Microtomia: O bloco de parafina deve ser cortado em seções extremamente finas, que permitam a visualização do tecido ao microscópio; 7. Coloração. A função das colorações é dar cor ao que não possui, permitindo a diferenciação de estruturas. Os componentes dos tecidos que coram com corantes básicos são denominados basófilos. Os componentes dos tecidos que coram com corantes ácidos são denominados acidófilos. Os principais componentes dos tecidos que reagem com corantes básicos o fazem por conter ácidos em sua composição. O núcleo das células, por exemplo, é ácido, mas se cora com componentes básicos, o que o torna basófilo. Os principais componentes dos tecidos que reagem com corantes ácidos o fazem por conter bases em sua composição. O citoplasma das células, por exemplo, é básico, mas se cora com componentes ácidos, o que o torna acidófilo. 1. H&E: A combinação mais comum de corantes é a hematoxilina com eosina (H&E). A hematoxilina (corante básico) cora em azul ou violeta o núcleo das células e outras estruturas ácidas. A eosina (corante ácido) cora em rosa o citoplasma e o colágeno. 2. Histoquímica e Citoquímica: São procedimentos químicos específicos que podem fornecer informações sobre a função das células e os componentes extracelulares dos tecidos. Eles detectam fatores específicos, por meio de corantes ou moléculas marcadas. Nós utilizamos a histoquímica e a citoquímica para encontrarmos, por exemplo, onde está sendo expressa a proteína elastina. Colorações mais generalistas, majoritariamente, não dão respostas tão refinadas. 3. Picro-Sirius Red: É uma técnica de coloração que destaca o colágeno em um vermelho intenso. 4. Coloração de Mallory: É uma técnica de coloração que destaca o colágeno em azul e outras estruturas celulares em vermelho arroxeado. Permite a diferenciação entre as regiões que possuem colágeno daquelas que não possuem. Majoritariamente, não encontramos colágeno no tecido epitelial, porém quando encontramos, ele está concentrado na membrana basal. Figura 3 - Prico-Sirius Red Figura 4 - Coloração de Mallory 5. Ácido Periódico-Schiff (PAS): É um corante que cora, principalmente, carboidratos e macromoléculas ricas em carboidratos. É usado para corar glicogênio, muco (mucina e açúcares), membrana basal e fibras reticulares. As células caliciformes são aquelas especializadas na produção de muco. Elas possuem formato de cálice e são encontradas nas vias respiratórias e, em grande quantidade, no trato gastrointestinal. 6. Oil Red: É uma técnica de coloração que cora lipídeos em vermelho. Ela não pode ser utilizada em amostras feitas pela fixação química, pois necessita do congelamento da fixação mecânica. A parafina removeria os lipídeos, portanto não poderíamos utilizar a fixação química. Figura 5 - Lipídeos em um fígado Figura 6 - Lipídeos em um tecido adiposo 7. Reação de Feulgen: É uma técnica de coloração usada para corar o DNA. 8. Histoquímica Enzimática É uma técnica de coloração utilizada para identificar enzimas por meio da precipitação de sais de chumbo em áreas onde a enzima é encontrada. 9. Imunofluorescência: É uma técnica de coloração utilizada para identificar estruturas específicas por meio de anticorpos. Na imunofluorescência, os anticorpos serão identificados através de moléculas fluorescentes. Forma Direta: Os antígenos são a região que desejamos corar. O anticorpo primário se ligará ao antígeno com o seu fluorocromo. O fluorocromo é a molécula fluorescente que será, posteriormente, identificada no microscópio de fluorescência; Forma Indireta: Apenas o anticorpo secundário, que se ligará ao anticorpo primário, possui o fluorocromo. Exemplo: Uma proteína humana é injetada em camelos para que eles produzam anticorpos (anticorpos primários) contra ela. Esses anticorpos serão recolhidos e pingados na amostra humana para que eles reconheçam essa proteína. Posteriormente, serão utilizados anticorpos com fluorocromo (anticorpo secundário) que identifiquem proteínas de camelo, já que na amostra só haverá anticorpos produzidos em camelos. Resumindo, os anticorpos primários, produzidos em camelos, se ligarão às proteínas que são contra eles na amostra humana; os anticorpos secundários, com as estruturas identificadoras, se ligarão aos anticorpos primários e reconhecerão as proteínas de camelo as quais os anticorpos primários estão ligados. As vantagens dessa técnicasão a especificidade pelo fatos desejado e a vasta quantidade de marcadores, porém as desvantagens são os valores dos equipamentos e dos materiais. Figura 7 - DAPI (Azul - Corante Universal para Núcleos) Figura 8 - Dois anticorpos (Reconhecem Proteínas com Fluorescências Verde e Vermelho) 10. Imunohistoquímica ou Imunocitoquímica por Método Imunoenzimático: Essa técnica de coloração que possui o mesmo princípio da forma indireta da imunofluorescência. Um anticorpo primário produzido, por exemplo, em cabras, irá reconhecer proteínas humanas. Já o anticorpo secundário irá reconhecer proteínas de cabras. O anticorpo secundário se ligará ao anticorpo primário que está ligado às proteínas humanas. Esse anticorpo secundário está conjugado à uma enzima (peroxidase) que é capaz de gerar uma cor na presença de substratos. Quando a enzima entra em contato com o cromógeno DAB, ela gera a cor marrom. Portanto, tudo o que estiver em marrom na amostra, é positivo para as proteínas humanas, por exemplo. 11. Hibridização IN SITU: É uma técnica de coloração usada para localizar genes e a transcrição deles em células ou tecidos (DNA ou mRNA). A hibridização IN SITU é utilizada para identificar sequências de DNA ou mRNA. Já a imunohistoquímica ou imunocitoquímica por método imunoenzimático são utilizadas para identificar proteínas. Figura 9 - Sequência de HPVII em marrom por Hibridização IN SITU 12. Radioautografia: É uma técnica de coloração que permite avaliar funcionalmente os processos biológicos em cortes histológicos através da radioatividade. Moléculas precursoras (aminoácidos radioativos, nucleotídeos radioativos ou açucares radioativos) são injetadas nos animais ou introduzidas em uma cultura de células ou órgãos para observarmos, posteriormente, essas moléculas nesses tecidos. Microscopia de luz; Microscopia óptica; Microscopia de campo claro. A fonte de luz do microscópio passa por um diafragma com o objetivo final de chegar ao olho humano. A amostra que se encontra posicionada no platina precisa ser fina o suficiente para permitir a passagem dessa luz. Todas as estruturas presentes no microscópio permitem uma melhor análise da amostra, dando maior qualidade a ela ou amplificá-la (tubos de observação). A profundidade dos cortes histológicos nos dá noções teciduais diferentes. 1. Microscopia de Contraste de Fase: Ela possibilita a observação de células e tecidos não coradas. A microscopia de contraste de fase é bastante utilizada em cultura de células. E nos permite a observação de estruturas não coradas (contraste de fase). É possível observarmos as células de forma mais complexa. 2. Microscopia Diferencial de Interferência: Ela possibilita a observação de células e tecidos não coradas como uma imagem, aparentemente, tridimensional. Figura 10 - Microscopia de Contraste de Fase Figura 11 - Microscopia Diferencial de Interferência 3. Microscopia de Fluorescência: É usada para visualizar moléculas fluorescentes naturais (autofluorescentes) ou para detectar anticorpos e antígenos nas técnicas de imunofluorescência. 4. Microscopia Eletrônica de Transmissão: É um equipamento robusto que nos permite obter imagens de estruturas celulares bastantes pequenas através dos feixes de elétrons. Um feixe de elétrons será captado por uma câmera e nos dará a imagem da ultraestrutura. 5. Microscopia Eletrônica de Varredura: Nos fornecem imagens tridimensionais das superfícies de células, tecidos e órgãos.
Compartilhar