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Agentes etiológicos - Mastite (E-book OnFarm)

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Conhecendo os 
agentes causadores
de Mastite
Sumário
Resumo das Características das Bactérias
Descrição Detalhada das Bactérias
Streptococcus agalactiae
Streptococcus dysgalactiae
Streptococcus uberis
Enterococcus
Lactococcus
Klebsiella
Escherichia coli
Pseudomonas
Serratia
Levedura
Prototheca
Staphylococcus não aureus (ou Staphylococcus coagulase negativa)
Staphylococcus aureus
Corynebacterium spp.
Protocolo de Tratamento de Mastite Clínica
Perguntas Frequentes
4
6
6
8
11
15
17
19
23
27
30
33
35
36
39
46
53
62
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
3onfarm.com.br
Resumo das principais características dos 
agentes causadores de mastite
Etapa 1 Etapa 1 Etapa 1
Etapa 1 Etapa 1 Etapa 1
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
4 onfarm.com.br
Etapa 2 Etapa 2 Etapa 2
Etapa 2 Etapa 2 Etapa 2
Etapa 2 Etapa 3 Etapa 3
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
5onfarm.com.br
Descrição Detalhada das Bactérias
1. Streptococcos agalactiae (S. agalactiae) é um microrganismo exclusivamente 
contagioso, ou seja, é transmitido de vaca para vaca durante a ordenha. Como não 
sobrevive no ambiente, essa bactéria pode ser erradicada dos rebanhos;
2. Antes de comprar vacas de outros rebanhos, deve-se realizar a coleta e cultura 
microbiológica do leite para certifi car-se de que as vacas compradas não estão 
infectadas e se tornem fontes de infecção de S. agalactiae;
3. Vacas positivas para S. agalactiae devem ser imediatamente segregadas 
(ordenhadas por último)
4. A principal forma de transmissão de S. agalactiae é por meio dos copos de dipping, 
teteiras e durante a ordenha de um quarto para outro por fl utuações de vácuo;
5. S. agalactiae apresenta alta chance de cura com antibióticos (cefalosporinas e 
penicilinas), e, por ser transmissível durante a ordenha, é uma das poucas bactérias 
com indicação para tratamento de mastite subclínica durante a lactação.
Mastite causada por S. agalactiae?
1) Identifi car as vacas infectadas no rebanho
2) Segregar imediatamente: linha de ordenha 
3) Avaliar os Procedimentos de ordenha
4) Manutenção de ordenha
Avaliar necessidade de blitz terapia: 
Tratamento de todos os animais 
positivos para S. agalactiae (mastite 
clínica e subclínica)
Segregar todas as vacas com mastite 
subclínica, infectadas por S. agalactiae
e tratar com antibióticos o lote de 
vacas segregadas
Realizar cultura 7 dias após o fi m da carência 
do antibiótico, para avaliar cura, antes da 
vaca retornar ao lote de vacas sadias.
Continuar monitorando com 
CCS individual (ou CMT) e 
cultura microbiológica
1.2. Streptococcus agalactiae
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
6 onfarm.com.br
Streptococcus agalactiae (S. agalactiae) é um coco gram-positivo, anaeróbio 
facultativo, imóvel, não esporulado. É um dos microrganismos causadores de mastite 
que já foi erradicado na maioria dos rebanhos norte americanos e europeus. Porém, 
ainda é um dos microrganismos mais prevalentes na mastite em rebanhos leiteiros 
em algumas partes do mundo, como no Brasil. A alta prevalência de S. agalactiae 
nos rebanhos leiteiros tem impacto negativo na qualidade do leite, pois a infecção 
por este agente causa grande elevação da CCS do quarto infectado (geralmente 
>1.000.000 células/mL). Adicionalmente, a alta prevalência de S. agalactiae pode 
resultar em elevada contagem bacteriana total (CBT) no tanque, pois este agente é 
eliminado no leite em altas contagens. O risco de novas infecões por este agente é 
maior durante a lactação, diferentemente das infecções por agentes ambientais, as 
quais são mais frequentes em vacas pós-parto e de alta produção de leite.
O reservatório de S. agalactiae é a glândula mamária infectada, por isso, muitos 
rebanhos de países desenvolvidos erradicaram esta bactéria por meios de programas 
de identificação e tratamento das vacas positivas. S. agalactiae é um microrganismo 
obrigatório da glândula mamária, cujo padrão de transmissão é de vaca à vaca, ou seja, 
exclusivamente contagioso. Apesar de ser passível de erradicação, por não habitar 
ambientes fora da glândula mamária, a contaminação com leite contaminado de vaca 
à vaca durante a ordenha ocorre rapidamente. A principal forma de transmissão de 
S. agalactiae é por meio da contaminação durante a ordenha dos copos de dipping, 
teteiras e entre quartos por flutuações de vácuo. As flutuações de vácuo favorecem 
o contato do leite contaminado com S. agalactiae nos quartos sadios da mesma vaca 
ou de outras vacas. 
As principais medidas se resumem ao adequado procedimento de ordenha, como uso 
de pós-dipping, com cobertura de toda a área do teto, utilização de luvas, uso individual 
de toalhas (ou papel toalha) e adequada secagem dos tetos, e funcionamento 
adequado do equipamento de ordenha, de forma reduzir as flutuações de vácuo. 
Além disso, pode-se usar o sistema de backflush ou desinfecção de teteiras como 
medida auxiliar para reduzir a contaminação das teteiras e conjunto de ordenha. 
Uma medida essencial é realizar o exame cultura microbiológica do leite das vacas 
com CCS > 200 mil células/mL e com novas infecções, as quais se identificadas com 
S. agalactiae devem ser segregadas na ordenha (ordenhadas por último). Após a 
ordenha de vacas infectadas com S. agalactiae recomenda-se realizar a desinfecção 
do conjunto de ordenhas e teteiras, para reduzir o risco de transmissão para as vacas 
Saiba mais sobre Streptococcos agalactiae:
Onde encontramos S. agalactiae?
Quais as principais formas de prevenção e controle de S. agalactiae?
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
7onfarm.com.br
a serem ordenhadas. O tratamento de vaca seca deve ser administrado a todos os 
quartos de todas as vacas identificadas com S. agalactiae. Em caso de compra de 
animais, é recomendado fazer a cultura microbiológica do leite diagnosticar as vacas 
com infecção por S. agalactiae, antes de introduzi-las no rebanho. 
Devido ao alto risco de transmissão entre quartos e entre vacas e a alta chance 
de cura, o tratamento de mastite subclínica causada por S. agalactiae apresentam 
ótima relação custo:benefício, durante a lactação, visando erradicar este agente do 
rebanho. Geralmente, as chances de cura de S. agalactiae são altas (> 90%) com o uso 
de antibiótico intramamário a base de beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) 
durante 2 a 3 dias. Porém, recomenda-se avaliar os custos com tratamento e descarte 
de leite para definir o melhor protocolo, de forma parcelada (grupo de animais por 
vez) ou blitz-terapia. 
A avaliação da eficácia dos tratamentos pode ser feita pela cultura microbiológica 
(em torno de 7 dias após o fim da carência do antibiótico) para avaliar a taxa de cura 
evitando-se assim que vacas não curadas possam ser futuras fontes de infecção. Em 
rebanhos com alta prevalência de S. agalactiae, a realização de blitz terapia para 
S. agalactiae (tratamento das vacas positivas para S. agalactiae) reduziu a CCS do 
tanque pela metade, demonstrando que esta pode ser uma alternativa para melhoria 
da qualidade do leite em rebanhos com alta prevalência deste agente.
1. S. dysgalactiae é considerado um microrganismo ambiental e contagioso, pois é 
transmitido de vaca à vaca e também é encontrado no ambiente das vacas.
2. O risco de infecção por S. dysgalactiae pode ser maior nos primeiros 15 dias após a 
secagem e durante o período de transição.
3. Para prevenção e controle de S. dysgalactiae é recomendada adequada rotina de 
ordenha: uso de luvas, pré e pós-dipping eficiente aplicado em cobertura de todo o 
teto, uso de toalhas (ou papel toalha) individuais, terapia de vaca seca, e manutenção 
de equipamento de ordenha 
4. Adicionalmente, como S. dysgalactiae pode ser encontrado no ambiente, deve-
se manter o ambiente seco e limpo, especialmente em épocas chuvosas: maior 
frequência de limpeza de camas do free-stall; maior taxa de reposição e viragem da 
cama das vacas de sistema “compostbarn”; adequado manejo do pasto e minimizar 
aglomeração e superlotação em áreas com lama e esterco (exemplo: em torno dos 
cochos e bebedouros)
5. Infecções causadas por S. dysgalactiae respondem relativamente bem à 
antibioticoterapia, tanto no tratamento de mastite clínica quanto em casos de novas 
infecções subclínicas.
1.3. Streptococcus dysgalactiae
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
8 onfarm.com.br
Mastite causada por S. dysgalactiae?
1) Identifi car as vacas infectadas no rebanho
2) Avaliar Procedimentos de ordenha
3) Manutenção de equipamento de ordenha
4) Revisar manejo de limpeza e manutenção do ambiente das vacas
Tratar todos 
os casos 
de mastite 
clínica com 
antibiótico 
intramamário
Pode ser realizado o 
tratamento de mastite 
subclínica, principalmente de 
vacas com novas infecções 
(CCS < 200 mil células/mL 
no último exame e > 200 mil 
células no atual)
As vacas com casos 
crônicos de mastite 
subclínica causados 
por S. dysgalactiae
podem ser segregadas 
e tratadas com o 
protocolo de secagem
Streptococcus dysgalactiae (S. dysgalactiae) é um coco gram-positivo, anaeróbio 
facultativo, imóvel, não esporulado, sendo considerado um patógeno ambiental e 
contagioso. Desta forma, este microrganismo pode ser transmitido de vaca à vaca 
durante a ordenha, mas também pode ser encontrado no ambiente das vacas. As 
principais ações para prevenção e controle de mastite causada por S. dysgalactiae 
são o adequado manejo de ordenha, higiene de ambiente das vacas e terapia de 
secagem.
Os principais reservatórios deste microrganismo são: a glândula mamária dos 
quartos infectados e os dejetos e matéria orgânica das camas. O risco de infecção 
por este agente aumenta especialmente em épocas de maior umidade e em 
rebanhos confi nados com defi ciências do manejo de limpeza do ambiente das vacas. 
O risco de infecções por S. dysgalactiae durante a lactação pode aumentar quando 
Saiba mais sobre Streptococcus dysgalactiae:
Onde encontramos S. dysgalactiae?
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
9onfarm.com.br
o ambiente se torna mais úmido, enlameado ou de maior acúmulo de matéria 
orgânica não fermentada. Isso ocorre porque há maior contaminação da pele e da 
extremidade dos tetos. Vacas que apresentam maior abertura do canal dos tetos 
(como hiperqueratose) apresentam maior risco de infecção por estes microrganismos 
ambientais. Os períodos de maior risco para infecções causadas por S. dysgalactiae 
são nos primeiros 15 dias após a secagem e durante o período de transição (21 dias 
antes e 21 dias após o parto), quando menor capacidade de resposta do sistema 
imune da vaca.
As principais medidas de controle são: 
1) adequada rotina de ordenha: uso de pré-dipping (por no mínimo 30 segundos) e 
pós-dipping de boa qualidade, com cobertura de toda a área do teto, utilização de 
luvas, uso individual de toalhas (ou papel toalha) e adequada secagem dos tetos, 
manutenção de equipamentos de ordenha e com mínimo de flutuações de vácuo 
possíveis (sistema de backflushing ou desinfecção de teteiras pode ajudar a reduzir o 
número de bactérias dentro da linha de ordenha e das teteiras); 
2) boas condições de higiene do ambiente (seco e limpo) das vacas. O uso de camas 
orgânicas tem maior risco de infecção por este agente, porém, o manejo das camas, 
orgânicas ou inorgânicas, é o ponto fundamental para prevenção e controle de S. 
dysgalactiae. As principais medidas para manter a higiene do ambiente são: maior 
frequência de limpeza de camas do free-stall; maior taxa de reposição e viragem da 
cama das vacas de sistema “compost barn”; adequado manejo do pasto e minimizar 
aglomeração e superlotação em determinadas áreas com lama e esterco (exemplo: 
em torno dos cochos e bebedouros). Em sistemas com cama inorgânica (como a areia), 
no intervalo entre ordenhas é recomendado que seja feita a remoção dos dejetos 
na parte final da cama (onde o úbere entra em contato quando a vaca se deita) e 
reposição de areia. Pode ser recomendado a utilização de aplicação de produtos para 
auxiliar na redução de carga microbiana na porção traseira da cama, como cal. Porém, 
a maioria destes produtos tem curta ação, e somente no local de contato, exigindo 
que a aplicação seja diária, e, em muitos casos duas vezes ao dia. É recomendado que 
as vacas não deitem imediatamente após a ordenha, pois o canal dos tetos ainda está 
aberto pelo estímulo da ordenha. O fornecimento de alimentação após a ordenha é 
recomendado para estimular as vacas a ficarem em pé, permitindo maior tempo para 
o fechamento do canal dos tetos.
Por ser um agente que pode ter transmissão contagiosa, a rápida identifica e 
Quais as principais formas de prevenção e controle de S. 
dysgalactiae?
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
10 onfarm.com.br
segregação das vacas infectadas por S. dysgactiae é um ponto importante para o 
controle da transmissão deste agente. As chances de cura de S. dysgalactiae com 
antibioticoterapia são moderadas à boa. Geralmente, não apresentam chances de 
cura tão altas quanto S. agalactiae, porém são maiores do que as chances de cura 
observadas para S. uberis. A melhor chance de tratamento das infecções intramamárias 
subclínicas causadas por S. dysgalactiae é durante a secagem das vacas, mas os 
tratamentos dos casos clínicos e de novas infecções subclínicas deste agente podem 
apresentar bons resultados. O tratamento estendido (8 dias) com intramamário, 
que seria recomendado para as infecções causadas por S. uberis, apresentou boa 
relação custo: benefício apenas para vacas de elevado valor em início de lactação e 
em situações com alta taxa de descarte.
1. Manter o ambiente seco e limpo, especialmente em épocas com maiores índices 
pluviométricos: manejo de limpeza de camas do free-stall; maior taxa de reposição e 
viragem da cama das vacas de sistema “compost barn”; adequado manejo do pasto e 
minimizar aglomeração e superlotação em determinadas áreas com lama e esterco 
(exemplo: em torno dos cochos e bebedouros).
2. Adequado procedimento de desinfecção dos tetos pré-ordenha: aplicação correta 
do pré-dipping (cobrir toda a área do teto e tempo de ação de no mínimo 30 segundos); 
utilização de copos de dipping limpos e sem retorno; secagem completa dos tetos 
(inclusive a ponta) com papel ou toalhas; manutenção adequada de equipamento de 
ordenha, e aplicação correta (em toda a área do teto) de pós-dipping com eficácia para 
S. uberis e tempo de ação suficiente para proteção entre os intervalos de ordenha.
3. Realização de terapia de vaca seca com antibiótico de longa ação e uso de selante 
interno de teto e com eficácia para S. uberis.
4. Cultura dos casos de mastite clínica e tratamento estendido com intramamário (5 
à 8 dias).
1.4. Streptococcus uberis
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
11onfarm.com.br
Mastite causada por S. uberis?
1) Identifi car as vacas infectadas
2) Manter ambiente seco e limpo (especialmente durante período de transição)
3) Avaliar Procedimentos de ordenha
4) Manutenção de equipamento de ordenha
Multíparas Primíparas
> 3 casos de MC (no 
mesmo quarto) 
Primeiro ou segundo 
caso de MC
1. Segregar a vaca
2. Não tratar mais o quarto
3. Antecipar secagem (se estiver 
prenhe):
4. Secagem do quarto?
5. Descartar a vaca?
Tratar por 5 à 8 d com antibiótico 
intramamário os casos de mastite 
clínica. 
Streptococcus uberis (S. uberis) é um coco gram-positivo, anaeróbio facultativo, 
imóvel, não esporulado. Atualmente, é um dos microrganismos mais prevalentes 
que causam mastite em rebanhos leiteiros em diversas partes do mundo. A principal 
fonte primária de S. uberis é as fezes dos bovinos, e estes microrganismos podem 
sobreviver até duas semanas em ambientes contaminados por estas fezes.
A prevalência desta bactéria tem crescido com o confi namento das vacas, devido 
a maior lotação e maior risco deste microrganismo atingir a glândula mamária. As 
Saiba mais sobre Streptococcus uberisOnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
12 onfarm.com.br
vacas logo após a secagem (primeiros 15 dias) e durante o período de transição 
(21 dias antes e 21 dias após o parto) têm maior risco para infecções por S. uberis, 
especialmente se manejadas em áreas de pré-parto com lama ou baixa qualidade das 
camas, alta lotação e baias de parição com higienização ineficiente (maior risco em 
épocas de concentração de partos). Porém, o risco de infecções por S. uberis durante 
a lactação pode aumentar quando o ambiente se torna mais úmido, enlameado 
ou de maior acúmulo de matéria orgânica não fermentada. Isso ocorre porque há 
maior contaminação da pele e da extremidade dos tetos. Vacas que apresentam 
maior abertura do canal dos tetos (como hiperqueratose) apresentam maior risco de 
infecção por estes microrganismos ambientais. 
Camas orgânicas podem apresentar maior risco de infecção por este agente, porém, o 
manejo das camas, orgânicas ou inorgânicas, é o ponto fundamental para prevenção 
e controle de S. uberis.
Em sistemas com cama inorgânica (como a areia), no intervalo entre ordenhas é 
recomendado que seja feita a remoção dos dejetos na parte final da cama (onde 
o úbere entra em contato quando a vaca se deita) e reposição de areia. Pode ser 
recomendado a utilização de aplicação de produtos para auxiliar na redução de 
carga microbiana na porção traseira da cama, como cal. Porém, a maioria destes 
produtos tem curta ação, e somente no local de contato, exigindo que a aplicação 
seja diária, e, em muitos casos duas vezes ao dia. É recomendado que as vacas não 
deitem imediatamente após a ordenha, pois o canal dos tetos ainda está aberto pelo 
estímulo da ordenha. O fornecimento de alimentação após a ordenha é recomendado 
para estimular as vacas a ficarem em pé, permitindo maior tempo para o fechamento 
do canal dos tetos.
S. uberis já foi isolado da pele dos tetos, boca, vagina e fezes das vacas. Porém, a 
transmissão de S. uberis também pode ocorrer de vaca-à-vaca, ou seja, com perfil 
contagioso semelhante ao Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. Cepas 
de S. uberis adaptadas a glândula mamária podem causar mastite subclínica crônica 
por meio da aderência, invasão e sobrevivência intracelular na glândula mamária, 
e a infecção crônica permite que ocorra a transmissão de uma vaca infectada para 
vacas sadias. As cepas que apresentam este perfil “contagioso” são chamadas de 
adaptadas, pois apresentam a difusão de seu perfil clonal entra as glândulas mamárias 
infectadas, e causam principalmente mastite subclínica (de forma semelhante a S. 
aureus). Desta forma, a adequada rotina de ordenha (tetos secos, copos de dipping 
limpos, adequada desinfecção com pré-dipping e secagem dos tetos), manutenção do 
equipamento de ordenha e pós-dipping com adequada aplicação e eficiência (o uso 
de produto com efeito barreira pode ter eficácia adicional especialmente quando o 
desafio ambiental é alto) e bons protocolos de secagem das vacas (uso de antibiótico 
vaca seca de longa ação e com eficácia para S. uberis e selante interno de tetos), são 
técnicas de manejo recomendadas para o controle de mastite causada por S. uberis, 
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
13onfarm.com.br
especialmente quando este microrganismo é um dos mais prevalentes no rebanho 
causando mastite.
Ha mais de 70 diferentes cepas de S. uberis, sendo que as cepas adaptadas à glândula 
mamária apresentam perfil contagioso e conseguem sobreviver nas células epiteliais 
da glândula mamária, sendo mais difíceis de serem eliminadas pelo sistema imune da 
vaca. Desta forma, o foco das ações e recomendações de tratamento vão depender 
da característica das cepas, que pode ser associadas com o perfil das infecções de S. 
uberis no rebanho: 
1) infecções crônicas e com alta prevalência, provavelmente são cepas com 
características contagiosas e com maior dificuldade de eliminação da glândula pelo 
sistema imune e/ou antibioticoterapia; 
2) Infecções esporádicas, ou de baixa prevalência no rebanho, provavelmente podem 
ser associadas com cepas que infectaram a glândula oriundas do ambiente, e desta 
forma, há maior chance do sistema imune do animal e/ou da antibiótico terapia 
eliminar a infecção. 
Rebanhos com problemas de S. uberis geralmente apresentam alta CCS do tanque e 
alta incidência de mastite clínica. Para o melhor entendimento do potencial problema 
de S. uberis no rebanho, bem como outros microrganismos, é recomendado a 
realização de cultura microbiológica do leite dos animais que apresentarem mastite 
clínica e subclínica (CCS > 200 mil células/ml).
As maiores chances de cura de infecções causadas por S. uberis são com o protocolo 
de secagem com o uso de antibióticos com longa ação. O uso de antibioticoterapia 
durante a lactação é recomendado para tratamento de mastite clínica, porém, em 
alguns casos poderá não ser eficiente. De cada 10 vacas com mastite clínica causada 
por S. uberis, 5 a 6 vacas apresentam cura. De forma geral, S. uberis apresenta maior 
sensibilidade às penicilinas e cefalosporinas, porém, estes antibióticos não são capazes 
de penetrar as células epiteliais mamárias em casos de mastite crônica causadas por 
cepas adaptadas à glândula mamária. Antibióticos macrolídeos (eritromicinas, tilosina 
e tilmicosina) podem penetrar as células mamárias, mas as cepas de S. uberis podem 
apresentar maior resistência a estes antibióticos. Protocolos de terapia estendida 
com intramamário (> 5 dias de tratamento) são recomendados para tratamento 
de mastites causadas por S. uberis. O uso de terapia combinada (intramamário 
associado a antibiótico parenteral) ainda é controverso, mas se for optar pelo seu 
uso, é preferível que seja feita com bases com elevada eliminação no leite (Ver Anexo, 
Tabela 1) e que não haja antagonismo com o antibiótico intramamário, com o devido 
cuidado do período de carência e risco de resíduos de antibióticos no leite do tanque.
O tratamento de S. uberis em mastite subclínica é questionável e a chance de cura 
pode ser inclusive menor do que na mastite clínica, devido a menor chance de cura de 
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
14 onfarm.com.br
vacas crônicas e com elevada CCS, colocando em dúvida se há custo-benefício deste 
procedimento. Quando avaliado o tratamento de mastite causada por S. uberis com: 
a) 3 bisnagas intramamárias a base de 1 g de procaína penicilina com 0,5g de 
dihidrostreptomicina com; 
b) 3 bisnagas intramamárias de 75 mg cefaquinoma, a chance média de cura foi de 
55%, e não houve diferença entre os protocolos. De outra forma, outro pesquisador 
avaliou a chance de cura de mastite causada por S. uberis utilizando ceftiofur 
intramamário durante 2, 5 e 8 dias de tratamento. Os protocolos de 5 a 8 dias de 
tratamento apresentaram mais de 88% de chance de cura de S. uberis, enquanto que 
o protocolo de 2 dias, apenas 44% dos casos curaram.
1. Manter o ambiente seco e limpo, especialmente em épocas com maiores índices 
pluviométricos: manejo de limpeza de camas do free-stall; maior taxa de reposição e 
viragem da cama das vacas de sistema “compost barn”; adequado manejo do pasto e 
minimizar aglomeração e superlotação em determinadas áreas com lama e esterco 
(exemplo: em torno dos cochos e bebedouros).
2. Adequado procedimento de desinfecção dos tetos pré-ordenha: aplicação 
correta do pré-dipping (cobrir toda a área do teto e tempo de ação de no mínimo 30 
segundos); utilização de copos de dipping limpos e sem retorno; secagem completa 
dos tetos (inclusive a ponta) com papel ou toalhas; regulagem adequada da máquina 
de ordenha, e aplicação correta (em toda a área do teto) de pós-dipping.
3. Vacas logo após a secagem ou durante o período de transição apresentam o maior 
risco de infecção por esta bactéria.
4. Realização de terapia de vaca seca com antibiótico de longa ação e uso de selante 
interno de teto e com eficácia para Enterococcus.
1.5. Enterococcus spp.
OnFarm- conhecendo os agentes causadores de Mastite
15onfarm.com.br
Mastite causada por Enterococcus spp.?
1) Identifi car quando ocorre a maior prevalência das infecções
2) Avaliar Procedimentos de ordenha
2.1 Manutenção equipamentos de ordenha e evitar fl utuações de vácuo
3) Melhorar ambiente e conforto das vacas, especialmente nos primeiros dias 
pré-parto e período de transição
4) Manutenção de ordenha
5) Revisar manejo de limpeza e manutenção do ambiente das vacas
6) Realizar adequada terapia de secagem com o uso de selante interno de tetos
Multíparas Primíparas
> 3 casos de MC (no 
mesmo teto)
Primeiro ou segundo 
caso de MC
1. Não tratar mais o quarto
2. Antecipar secagem (se estiver 
prenhe):
3. Secagem do quarto 
4. Descartar as vacas
Tratar por 3 à 4 d com antibiótico 
intramamário os casos de mastite 
clínica 
Enterococcus é um coco gram-positivo, do grupo dos Streptococcus ambientais. A 
principal fonte primária de Enterococcus são as fezes dos bovinos. Essa bactéria 
pode causar mastite clínica (mais frequente) ou subclínica (que pode cronifi car). A 
frequência de isolamento dessa bactéria nos rebanhos geralmente é baixa.
Saiba mais sobre Enterococcus spp.
OnFarm - conhecendo os agentes causadores de Mastite
16 onfarm.com.br
As vacas logo após a secagem (primeiros 15 dias) e em período de transição 
(21 dias antes e 21 dias após o parto) têm maior risco de infecções causadas por 
Enterococcus, especialmente se manejadas em áreas de pré-parto com lama ou baixa 
qualidade das camas, alta lotação e baias de parição com higienização ineficiente 
(maior risco em épocas de concentração de partos). Porém, o risco de infecções por 
Enterococcus durante a lactação pode aumentar quando o ambiente se torna mais 
úmido, enlameado ou de maior acúmulo de matéria orgânica não fermentada. Isso 
ocorre porque há maior contaminação da pele e da extremidade dos tetos. Vacas que 
apresentam maior abertura do canal dos tetos (como hiperqueratose) apresentam 
maior risco de infecção por estes microrganismos ambientais. 
Camas orgânicas podem apresentar maior risco de infecção por este agente, porém, o 
manejo das camas, orgânicas ou inorgânicas, é o ponto fundamental para prevenção 
e controle de Enterococcus.
Em sistemas com cama inorgânica (como a areia), no intervalo entre ordenhas é 
recomendado que seja feita a remoção dos dejetos na parte final da cama (onde 
o úbere entra em contato quando a vaca se deita) e reposição de areia. Pode ser 
recomendado a utilização de aplicação de produtos para auxiliar na redução de 
carga microbiana na porção traseira da cama, como cal. Porém, a maioria destes 
produtos tem curta ação, e somente no local de contato, exigindo que a aplicação 
seja diária, e, em muitos casos duas vezes ao dia. É recomendado que as vacas não 
deitem imediatamente após a ordenha, pois o canal dos tetos ainda está aberto pelo 
estímulo da ordenha. O fornecimento de alimentação após a ordenha é recomendado 
para estimular as vacas a ficarem em pé, permitindo maior tempo para o fechamento 
do canal dos tetos.
1. As principais espécies de Lactococcus spp. que causam mastite são Lactococcus 
lactis e Lactococcus garvieae.
2. Este grupo de bactérias é geralmente identificado como Streptococcus spp. pelos 
métodos de cultura convencionais.
3. Em termos gerais, podem apresentar comportamento semelhante à bactéria S. 
uberis.
4. Manter o ambiente seco e limpo, especialmente em épocas com maiores índices 
pluviométricos: manejo de limpeza de camas do free-stall; maior taxa de reposição e 
viragem da cama das vacas de sistema “compost barn”; adequado manejo do pasto e 
minimizar aglomeração e superlotação em determinadas áreas com lama e esterco 
(exemplo: em torno dos cochos e bebedouros).
1.6. Lactococcus spp.
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5) Adequado procedimento de desinfecção dos tetos pré-ordenha: aplicação 
correta do pré-dipping (cobrir toda a área do teto e tempo de ação de no mínimo 30 
segundos); utilização de copos de dipping limpos e sem retorno; secagem completa 
dos tetos (inclusive a ponta) com papel ou toalhas; regulagem adequada da máquina 
de ordenha, e aplicação correta (em toda a área do teto) de pós-dipping.
Mastite causada por Lactococcus spp.?
1) Identifi car quando ocorre maior prevalência das infecções
2) Avaliar Procedimentos de ordenha
2.1 manutenção de equipamento de ordenha e evitar fl utuações de vácuo
3) Melhorar ambiente e conforto das vacas, especialmente nos primeiros dias 
pré-parto e período de transição
4) Manutenção de ordenha ?? repetido
5) Revisar manejo de limpeza e manutenção do ambiente das vacas
6) Realizar adequada terapia de secagem com o uso de selante interno de tetos
Multíparas Primíparas
> 3 casos de MC (no 
mesmo teto)
Primeiro ou segundo 
caso de MC
1. Segregar ??? 
2. Não tratar mais o quarto
3. Antecipar secagem (se estiver 
prenhe):
4. Secagem do quarto 
5. Descartar as vacas
Tratar por 3 à 4 d com 
intramamário os casos de mastite 
clínica 
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Lactococcus spp. são bactérias gram-positivas, produtoras de ácido lático, muito 
utilizadas na produção de queijos e leites fermentados. São encontradas em plantas 
e na pele dos animais, mas pode ser patogênicas para os seres humanos e animais. 
As principais espécies de Lactococcus spp. que causam mastite são Lactococcus lactis 
e Lactococcus garvieae, sendo que já foi sugerido que Lactococcus lactis pode ser mais 
prevalente e patogênico do que o Lactococcus garvieae. Este grupo de bactérias é 
geralmente identificado como Streptococcus spp., pois apresentam características de 
crescimento muito semelhantes às bactérias desse gênero. Apenas com os métodos 
mais modernos de diagnóstico é possível diferenciar estes dois gêneros. Foi observado 
que, usando a metodologia de cultura microbiológica convencional para avaliar um 
grande número de amostras de cocos catalase negativa, foram identificados 11% de 
Enterococcus ssp., 24% de S. uberis, 3% de S. bovis e 1% de S. dysgalactiae quando 
avaliados pelo método de biologia molecular, eram na verdade, Lactococcus spp.
Ainda não existem muitos estudos a respeito dessa bactéria, no entanto ela é 
predominantemente ambiental e que pode apresentar comportamento semelhante 
à bactéria S. uberis, no que diz respeito à fonte de infecção, patogenicidade e chance 
de cura com antibioticoterapia. Portanto, para controle dessa bactéria, pode-se 
adotar medidas semelhantes às que seriam tomadas contra S. uberis (ver descrição 
detalhada dessa bactéria no tópico a cima).
Saiba mais sobre Lactococcus spp.
1. Klebsiella spp. são microrganismos ambientais, cujas espécies mais conhecidas são 
Klebsiella pneumoniae e Klebsiella oxytoca, mas as medidas de controle e tratamento 
são semelhantes entre todas as espécies Klebsiella spp.
2. Para prevenção e controle de Klebsiella spp. é recomendada adequada rotina de 
ordenha: uso de luvas, pré e pós-dipping eficiente aplicado em cobertura de todo o 
teto, uso de toalhas (ou papel toalha) individuais, terapia de vaca seca com o uso de 
selante interno de tetos, e manutenção do equipamento de ordenha 
3. Klebsiella spp. é transmitida a partir do ambiente. Logo, deve-se manter o ambiente 
limpo e seco, especialmente nas épocas chuvosas: maior frequência de manejo de 
limpeza de camas do free-stall; maior taxa de reposição e viragem da cama das vacas 
de sistema “compost barn”; adequado manejo do pasto e minimizar aglomeração e 
superlotação em determinadas áreas com lama e esterco (exemplo: em torno dos 
cochos e bebedouros)
1.7. Klebsiella spp.
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4) As mastites clínicas causadas por Klebsiella spp. podem se manifestar na forma 
aguda.
5) As chances de cura espontânea de Klebsiella spp. são de 25% à 60%, e a média de 
cura com antibioticoterapia é de 60%.
Mastite causada por Klebsiella spp.?
1. Identificar onde ocorre maior prevalência das infecções
2. Avaliar Procedimentos de ordenha
2.1 Realizar adequada terapia de secagem com o uso de selante interno de 
tetos
2.2 Manutenção de equipamento de ordenha e evitar fl utuações de vácuo
3. Melhorar ambiente e conforto das vacas, especialmente nos primeiros dias 
pré-parto e período de transição
3.1 Evitar utilização de serragens frescas como cama
4. Em caso de alta prevalência, identifi car as vacas infectadas por Klebsiella spp. 
e segregar
Mastie clínica grave
Mastie clínica leve ou 
moderada
Início imediato do tratamento:
Hidratação oral e/ou endovenosa
Anti-infl amatório injetável
Antibiótico injetável
Antibiótico intramamário (?)
Tratamento estendido 5 a 8 d
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O confinamento dos rebanhos leiteiros associado ao aumento de produtividade 
das vacas e do controle de mastite contagiosa levou ao aumento da prevalência 
de microrganismos ambientais causadores de mastite. Entre os microrganismos 
ambientais causadores de mastite, Klebsiella spp. é uma bactéria gram-negativa, 
semelhante em estrutura com a E. coli. As espécies mais conhecidas são Klebsiella 
pneumoniae e a Klebsiella oxytoca, mas as medidas de controle e tratamento são 
semelhantes entre todas as espécies. Klebsiella spp. é uma bactéria comumente 
encontrada em matéria orgânica, incluindo camas e dejetos. É comum a presença 
de Klebsiella spp. no solo de florestas, por isso sua presença em serragens pode ser 
comum. Desta forma, camas com serragem fresca podem ter maior risco de infecção 
intramamária por Klebsiella spp. Os principais fatores de risco para infecções por 
Klebsiella são úberes sujos, manejo inadequado das camas e lesões de ponta de teto.
O risco de infecções por Klebsiella spp. durante a lactação pode aumentar quando 
o ambiente se torna mais úmido, enlameado ou de maior acúmulo de matéria 
orgânica não fermentada. Isso ocorre porque há maior contaminação da pele e da 
extremidade dos tetos. Vacas que apresentam maior abertura do canal dos tetos 
(como hiperqueratose) apresentam maior risco de infecção por estes microrganismos 
ambientais. 
Camas orgânicas podem apresentar maior risco de infecção por este agente, porém, o 
manejo das camas, orgânicas ou inorgânicas, é o ponto fundamental para prevenção 
e controle de Klebsiella spp. 
Em sistemas com cama inorgânica (como a areia), no intervalo entre ordenhas é 
recomendado que seja feita a remoção dos dejetos na parte final da cama (onde 
o úbere entra em contato quando a vaca se deita) e reposição de areia. Pode ser 
recomendado a utilização de aplicação de produtos para auxiliar na redução de 
carga microbiana na porção traseira da cama, como cal. Porém, a maioria destes 
produtos tem curta ação, e somente no local de contato, exigindo que a aplicação 
seja diária, e, em muitos casos duas vezes ao dia. É recomendado que as vacas não 
deitem imediatamente após a ordenha, pois o canal dos tetos ainda está aberto pelo 
estímulo da ordenha. O fornecimento de alimentação após a ordenha é recomendado 
para estimular as vacas a ficarem em pé, permitindo maior tempo para o fechamento 
do canal dos tetos.
Saiba mais sobre Klebsiella spp.
Onde está o maior risco para infecção por Klebsiella spp.?
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Além da limpeza das camas, os procedimentos de limpeza pré-ordenha (pré-dipping) 
e redução das flutuações de vácuo são importantes fatores para reduzir as infecções 
por Klebsiella spp. A utilização de pré-dipping com eficácia comprovada, em contato 
com toda a área da pele do teto durante pelo menos 30 segundos, e a remoção 
total de pré-dipping e sujidades nos tetos remanescentes (inclusive na ponta dos 
tetos) com o uso de papel ou toalhas são medidas que reduzem novas infecções por 
agentes ambientais. Após a ordenha, a aplicação de pós-dipping em toda a área dos 
tetos reduz o risco de novas infecções intramamárias nos intervalos entre ordenhas, 
e o uso de produto com efeito barreira pode ter eficácia adicional especialmente 
quando o desafio ambiental é alto.
As infecções por Klebsiella spp. podem ocorrer durante a lactação ou período seco. 
As vacas no início de lactação apresentam maior risco de infecções por Klebsiella 
spp. devido ao aumento do estresse e depleção da atividade do sistema imune. 
Aproximadamente, 1 em cada 2 casos de mastite clínica por coliformes que ocorrem 
nos primeiros 100 dias de lactação são resultantes de infecções intramamárias que 
ocorreram durante o pré-parto. O uso de selante interno de tetos no momento 
da secagem é uma prática eficaz para reduzir os riscos de infecções causados por 
coliformes, e pode reduzir o risco geral de mastite clínica após o parto em 29%. 
Desta forma, a associação de uso de antibiótico vaca seca e selante interno de tetos 
aumenta a chance de cura de quartos cronicamente infectados, reduz o risco de 
novas infecções durante o período seco e de mastite clínica no pós-parto. Quando 
a Klebsiella spp. morre, pode ocorrer liberação de toxina, que é responsável por 
sintomatologia clínica nas infecções locais, sendo que o sistema imune e o uso 
de antibióticos não apresentam efeitos. De forma similar a E. coli, alguns casos as 
infecções por Klebsiella spp. podem se tornar sistêmicas, necessitando de terapia 
suporte (hidratação, anti-inflamatório e antibiótico sistêmico). 
A chance de cura espontânea de Klebsiella spp. varia de 25 a 60%, enquanto a chance 
de cura com o uso de antibiótico intramamário é em torno de 60%. As infecções por 
Klebsiella spp. podem se tornar crônicas e apresentar características contagiosas, ou 
seja, de transmissão de vaca à vaca. Desta forma, em situações de alta prevalência de 
infecções causadas por Klebsiella spp. é recomendada a identificação das vacas com 
mastite subclínica (>200 mil células/mL), as quais devem ser segregadas na ordenha. 
De forma geral, não há recomendação de tratamento de mastite subclínica causada 
por Klebsiella spp., sendo a melhor oportunidade para eliminação deste agente 
durante o protocolo de secagem com o uso de antibiótico de longa ação vaca seca.
Tratamento com antibioticoterapia para Klebsiella spp.?
Quais as principais formas de prevenção e controle de Klebsiella 
spp.?
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1. Escherichia coli (E. coli) é um patógeno ambiental, cujo risco é maior nas vacas logo 
após a secagem ou durante o período de transição.
2. Para prevenção e controle de E. coli é recomendada adequada rotina de ordenha: 
uso de luvas, pré e pós-dipping eficiente aplicado em cobertura de todo o teto, uso 
de toalhas (ou papel toalha) individuais, terapia de vaca seca com o uso de selante 
interno de tetos, e manutenção do equipamento de ordenha 
3. Adicionalmente, como E. coli está no ambiente, deve-se manter o ambiente limpo 
e seco, especialmente nas épocas chuvosas: maior frequência de manejo de limpeza 
de camas do free-stall; maior taxa de reposição e viragem da cama das vacas de 
sistema “compost barn”; adequado manejo do pasto e minimizar aglomeração e 
superlotação em determinadas áreas com lama e esterco (exemplo: em torno dos 
cochos e bebedouros).
4. As infecções por E. coli podem apresentar mastite clínica aguda, sendo a vacinação 
(bacterina J5) uma medida recomendada para reduzir a gravidade dos casos.
5. As chances de cura espontânea de casos leves e moderados das infecções 
causadas por E. coli são de cerca de 80 a 95%, o que é similar à chance de cura sem 
o uso de antibióticos (90%). Em razão da alta taxa de cura espontânea dos casos 
leves e moderados diagnosticados com E. coli, o tratamento com antibióticos pode 
ser postergado nos casos leves. Porém, casos graves de mastite clínica devem ser 
tratados imediatamente com terapia suporte (antibiótico injetável, anti-inflamatório 
e hidratação oral e/ou endovenosa).
1.8. Escherichia coli
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Mastite causada por E-coli?
1. Identifi car onde ocorre maior prevalência das infecções
2. Avaliar Procedimentos de ordenha
2.1 Realizar adequada terapia de secagem com o uso de selante interno de 
tetos
2.2 Manutenção de equipamentos de ordenha e evitar fl utuações de vácuo
3. Melhorar ambiente e conforto das vacas, especialmente nos primeiros dias 
pré-parto e período de transição
4. Vacinação para coliformes (bacterina J5) para reduzir a gravidade dos casos 
de mastite clínica
Mastie clínica grave Mastie clínica leve ou moderada
Desapareceu: 
Cura clínica
Não desapareceu: 
antibiótico 
intramamáirio 2 à 3 dias
Início imediato:
Hidratação oral e/ou 
endovenosa
Anti-infl amatório injetável
Antibiótico injetável
Antibiótico intramamário
Monitorar sintomas
por 4 dias
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O confinamento dos rebanhos leiteiros associado ao aumento de produtividade 
das vacas e do controle de mastite contagiosa levou ao aumento da prevalência 
de microrganismos ambientais causadores de mastite. Entre os microrganismos 
ambientais causadores de mastite, Escherichia coli (E. coli) é uma bactéria gram-
negativa, semelhante em estrutura com a Klebsiella spp. Os principais fatores de 
risco para infecções por E. coli são úberes sujos, manejo inadequado das camas e 
lesões de ponta de teto. As mastites por E. coli são eliminadas rapidamente, porém, 
uma parte dos casos clínicos podem apresentar sintomatologia aguda
As vacas logo após a secagem (primeiros 15 dias) e em período de transição (21 
dias antes e 21 dias após o parto) estão em maior risco para infecções por E-coli, 
especialmente se manejadas em áreas de pré-parto com lama ou baixa qualidade 
das camas, alta lotação e baias de parição com higienização ineficiente (maior risco 
em épocas de concentração de partos). Aproximadamente, 1 em cada 2 casos de 
mastite clínica por coliformes que ocorrem nos primeiros 100 dias de lactação são 
resultantes de infecções intramamárias que ocorreram durante o pré-parto. O uso de 
selante interno de tetos no momento da secagem é uma prática eficaz para reduzir 
os riscos de infecções causados por E-coli, e pode reduzir o risco geral de mastite 
clínica após o parto em 29%. Desta forma, a associação de uso de antibiótico vaca 
seca e selante interno de tetos aumenta a chance de cura de quartos cronicamente 
infectados, reduz o risco de novas infecções durante o período seco e de mastite 
clínica no pós-parto.
O risco de infecções por E-coli durante a lactação pode aumentar quando o ambiente 
se torna mais úmido, enlameado ou de maior acúmulo de matéria orgânica não 
fermentada. Isso ocorre porque há maior contaminação da pele e da extremidade dos 
tetos. Vacas que apresentam maior abertura do canal dos tetos (como hiperqueratose) 
apresentam maior risco de infecção por estes microrganismos ambientais. 
Camas orgânicas podem apresentar maior risco de infecção por este agente, porém, o 
manejo das camas, orgânicas ou inorgânicas, é o ponto fundamental para prevenção 
e controle de E-coli.
Em sistemas com cama inorgânica (como a areia), no intervalo entre ordenhas é 
recomendado que seja feita a remoção dos dejetos na parte final da cama (onde 
o úbere entra em contato quando a vaca se deita) e reposição de areia. Pode ser 
recomendado a utilização de aplicação de produtos para auxiliar na redução de 
carga microbiana na porção traseira da cama, como cal. Porém, a maioria destes 
produtos tem curta ação, e somente no local de contato, exigindo que a aplicação 
Saiba mais sobre Escherichia coli
Qual é o período da lactação de maior risco para infecção por E. coli?
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seja diária, e, em muitos casos duas vezes ao dia. É recomendado que as vacas não 
deitem imediatamente após a ordenha, pois o canal dos tetos ainda está aberto pelo 
estímulo da ordenha. O fornecimento de alimentação após a ordenha é recomendado 
para estimular as vacas a ficarem em pé, permitindo maior tempo para o fechamento 
do canal dos tetos.
Além da limpeza das camas, procedimento de limpeza pré-ordenha (pré-dipping) 
e redução das flutuações de vácuo são importantes fatores que podem reduzir as 
infecções por E. coli. A utilização de pré-dipping com eficácia comprovada, em contato 
com toda a área da pele do teto durante pelo menos 30 segundos, e a remoção 
total de pré-dipping e sujidades nos tetos remanescentes (inclusive na ponta dos 
tetos) com o uso de papel ou toalhas são medidas que reduzem novas infecções por 
agentes ambientais. Após a ordenha, a aplicação de pós-dipping em toda a área do 
teto reduz o risco de novas infecções intramamárias nos intervalos entre ordenhas, 
e o uso de produto com efeito barreira pode ter eficácia adicional especialmente 
quando o desafio ambiental é alto.
O uso de vacina J5 reduz a gravidade dos casos de mastite clínica, porém sem efeito 
sobre a incidência da mesma. Porém, a redução da gravidade reduz a chance de 
morte da vaca ou perda do quarto mamário, bem como apresenta efeitos positivos 
secundários como melhora do bem-estar da vaca e reduz dos efeitos da mastite 
clínica aguda sobre o consumo de matéria seca e produção de leite. Os protocolos de 
vacinação (bacterina J5) geralmente apresentam retorno econômico sobre o custo 
de vacinação, especialmente para as vacas pré e pós-parto, que apresentam maior 
risco de infecção por E. coli e depleção das atividades do sistema imune. 
De forma geral, em casos leves e moderados as chances de cura espontânea das 
infecções causadas por E. coli são em torno de 80 à 95%, valores muito próximo aos 
resultados de chance de cura quando houve tratamento com antibióticos (90%). A 
maioria das infecções intramamárias causadas por E. coli resultam em sinais clínicos 
(mastite clínica), pois quando E. coli morre, pode ocorrer liberação de toxina, a qual 
é responsável pela sintomatologia clínica nas infecções locais, as quais o sistema 
imune e o uso de antibióticos não apresentam efeitos. Desta forma, com o uso de 
sistemas de identificação dos patógenos na própria fazenda em até 24 horas, nos 
casos de mastite clínica leves e moderados causados por E. coli pode-se optar por não 
realizar o tratamento com antibióticos e observar o caso até 72 horas após o início da 
mastite clínica, onde a maioria das vezes os sinais clínicos devem desaparecer. Porém, 
nos casos graves, é importante iniciar o tratamento com antibiótico injetável, anti-
inflamatório e hidratação oral imediatamente após identificação do caso. Antibiótico 
intramamário também pode ser usado. 
Quais as principais formas de prevenção e controle de E. coli?
Tratamento com antibiótico terapia para E. coli?
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1. Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram negativa, frequentemente presente 
em água e que pode causar surtos de mastite clínica 
2. Para prevenção e controle de Pseudomonas é recomendada adequada rotina de 
ordenha: uso de luvas, pré e pós-dipping eficiente aplicado em cobertura de todo o 
teto, uso de toalhas (ou papel toalha) individuais, terapia de vaca seca com o uso de 
selante interno de tetos, e manutenção do equipamento de ordenha 
3. Como Pseudomonas está no ambiente, deve-se manter o ambiente limpo e seco, 
especialmente nas épocas chuvosas: maior frequência de manejo de limpeza de 
camas do free-stall; maior taxa de reposição e viragem da cama das vacas de sistema 
“compost barn”; adequado manejo do pasto e minimizar aglomeração e superlotação 
em determinadas áreas com lama e esterco (exemplo: em torno dos cochos e 
bebedouros). 
4. Pseudomonas necessita de poucos nutrientes, o que permite que cresça facilmente 
no solo e na água e possui relativa resistência a desinfetantes químicos, tornando a 
erradicação desse patógeno do ambiente da vaca impossível.
5. O curso clínico da mastite intramamária causada por Pseudomonas é caracterizadapelo desenvolvimento de mastite aguda que frequentemente evolui para um estado 
crônico de infecção. 
1. Nos casos leves e moderados diagnosticados com Pseudomonas não recomenda-
se o tratamento com antibióticos, porque devido à resistência dessa bactéria aos 
antimicrobianos, é provável que a taxa de cura espontânea (sem tratamento) seja 
próxima à taxa de cura com antibioticoterapia. Porém, casos graves de mastite clínica 
devem ser tratados imediatamente com terapia suporte (antibiótico injetável, anti-
inflamatório e hidratação oral e/ou endovenosa).
1.9. Pseudomonas spp.
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Mastite causada por Pseudomonas spp?
1) Identifi car onde ocorre maior prevalência das infecções
2) Avaliar Procedimentos de ordenha e possíveis fontes de água contaminada 
(água que limpa a ordenha, usada no pré ou pós dipping, usada no foço 
de ordenha, vazamento em cocho de água, acúmulo de água nas pistas e 
corredores).
3) Melhorar o ambiente e conforto das vacas, especialmente nos primeiros dias 
após a secagem e período de transição
4) Desinfetantes apresentam baixa efi cientes para eliminar essa bactéria
Mastie clínica grave Mastie clínica leve ou moderada
Desapareceu: 
Cura clínica
Não desapareceu: 
antibiótico 
intramamáirio 3 à 4 dias
Início imediato do 
tratamento:
Hidratação oral e/ou 
endovenosa
Anti-infl amatório injetável
Antibiótico injetável
Antibiótico intramamário 
(?)
Anti-infl amatório e monitorar sintomas por 
4 dias
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Pseudomonas aeruginosa (P. aeruginosa) é uma bactéria gram negativa, que necessita 
de poucos nutrientes, o que permite que cresça facilmente no solo e na água. Além 
disso, possui alta resistência a desinfetantes químicos, tornando a erradicação desse 
patógeno do ambiente da vaca praticamente impossível. Em algumas situações, 
Pseudomonas spp. pode causar surtos de mastite clínica (podendo ser uma das 
bactérias mais prevalentes nos casos de mastite clínica), geralmente originados em 
água contaminada por essa bactéria. Em casos de surtos, recomenda-se identificar 
a fonte de infecção, e tratar as vacas infectadas apenas com terapia suporte e anti-
inflamatório e antibiótico sistêmicos caso a vaca apresente sinais clínicos sistêmicos 
(febre, apatia, diminuição de ingestão de água e alimentos).
A mastite clínica resultante de surtos causados por Pseudomonas spp. em rebanhos 
leiteiros pode ter diversas de fontes, como exemplo: 
1) Utilização de materiais contaminados para a secagem dos tetos antes da ordenha;
 2) Higiene inadequada na utilização de panos para desinfecção de tetos e na aplicação 
de intramamários; 
3) Utilização de água antes e durante a ordenha para limpeza dos úberes e das 
teteiras.
A mastite causada por P. aeruginosa pode-se apresentar na forma aguda, que 
frequentemente evolui para infecção crônica. Em geral, os tratamentos com 
antibióticos de infecções intramamárias causadas por bactérias gram-negativas não 
são recomendados pois apresentam alta taxa de cura espontânea, porém no caso de 
P. aeruginosa o tratamento não é recomendado porque esta bactéria é resistente 
aos antibióticos convencionais. A patogenicidade de P. aeuginosa é devida a uma 
variedade de fatores de virulência. O componente lipopolisacarídeo (LPS), externo 
à membrana de todas bactérias gram-negativas, incluindo P. aeuginosa, confere 
resistência a fagocitose e facilita a colonização. Outros fatores de virulência incluem 
cílios e flagelos, ambos mediam a aderência, sendo que o último ainda confere 
mobilidade. O dano ao tecido local causado pela secreção da exotoxina A, exoenzima 
S e elastase facilitam a invasão e disseminação de P. aeuginosa. Derivados de 
elastase também tem sido descrito como um inibidor da quimiotaxia de monócitos 
e neutrófilos e de oxidação respiratória. P. aeuginosa também é capaz de formar 
biofilme através da secreção do exopolisacarído alginato. Essa matriz em torno da 
bactéria a protege dos leucócitos que mediam a fagocitose e fazem a ativação do 
sistema complemento, conferindo resistência a antibióticos e desinfetantes. Em 
torno de 10% dos casos de mastite clínica causados por P. aeuginosa podem ser 
manifestados como mastite aguda gangrenosa, o que pode resultar em morte do 
animal em morte do animal não são incomuns.
Saiba mais sobre Pseudomonas spp.
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1. Serratia spp. é uma bactéria gram-negativa onipresente no ambiente das fazendas 
leiteiras, sendo encontrada nas camas, fezes, sala de ordenha e de espera.
2. Para prevenção e controle de Serratia spp. é recomendada adequada rotina de 
ordenha: uso de luvas, pré e pós-dipping eficiente aplicado em cobertura de todo o 
teto, uso de toalhas (ou papel toalha) individuais, terapia de vaca seca com o uso de 
selante interno de tetos, e manutenção do equipamento de ordenha 
3. Como Serratia spp. está no ambiente, deve-se manter o ambiente limpo e seco, 
especialmente nas épocas chuvosas: maior frequência de manejo de limpeza de 
camas do free-stall; maior taxa de reposição e viragem da cama das vacas de sistema 
“compost barn”; adequado manejo do pasto e minimizar aglomeração e superlotação 
em determinadas áreas com lama e esterco (exemplo: em torno dos cochos e 
bebedouros). 
4. Infecções por Serratia spp. podem resultar em mastite clínica ou subclínica. 
Infecções subclínicas são mais comuns para essa bactéria do que para as demais 
bactérias gram-negativas. 
5. Evidências epidemiológicas associam surtos de mastite causada por Serratia spp. 
ao uso de clorexidina como desinfetante para pré ou pós-dipping, pois esse produto 
tem baixa eficácia sobre Serratia spp., o que facilita sua sobrevivência nos copos de 
dipping e consequente transmissão para as vacas. 
6. Nos casos leves e moderados diagnosticados com Serratia spp. não se recomenda 
o tratamento com antibióticos, em razão da resistência dessa bactéria aos 
antimicrobianos, sendo que a taxa de cura espontânea (sem tratamento) é similar à 
taxa de cura com antibioticoterapia. Porém, casos graves de mastite clínica devem ser 
tratados imediatamente com terapia suporte (antibiótico injetável, anti-inflamatório 
e hidratação oral e/ou endovenosa).
1.10. Serratia spp
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Mastite causada por Serratia spp.?
1) Identifi car onde ocorre maior prevalência das infecções
2) Avaliar Procedimentos de ordenha e possíveis fontes de contaminação no 
ambiente (fezes, barro, sujeira)
3) Melhorar ambiente e conforto das vacas, especialmente nos primeiros dias 
pós secagem e período de transição
4) Uso de produto à base de clorexidina?
Mastie clínica grave Mastie clínica leve ou moderada
Desapareceu: 
Cura clínica
Não desapareceu: 
antibiótico 
intramamáirio 3 à 4 dias
Início imediato:
Hidratação oral e/ou 
endovenosa
Anti-infl amatório injetável
Antibiótico injetável
Antibiótico intramamário 
(?)
Anti-infl amatório e monitorar sintomas
por 4 dias
As espécies mais comuns de Serratia spp. em mastites são S. marcescens e S. liquefaciens. 
Serratia spp é uma bactéria gram-negativa onipresente no ambiente das fazendas 
leiteiras e já foi isolada das camas, fezes, sala de ordenha e de espera. Infecções por 
Serratia spp. podem se manifestar na forma clínica ou subclínica. Episódios clínicos 
podem se alternar com episódios subclínicos de infecção. Infecções subclínicas são 
mais comuns para essa bactéria do que para as demais bactérias gram-negativas. A 
Saiba mais sobre Serratia spp.
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duração média de uma infecção intramamária foi relatada como sendo de 55 dias a 
4 meses, enquanto infecções individuais podem durar desde 10 meses até mesmo 3 
anos.
Mastite causada por Serratia spp. é pouco observada em fazendas leiteiras e os relatos 
descrevem casos únicos ou múltiplos casos em um mesmo rebanho.Evidências 
epidemiológicas associam surtos de mastite causada por Serratia spp. ao uso de 
clorexidina como desinfetante para pré ou pós-dipping, pois esse produto tem baixa 
eficácia sobre Serratia spp., o que facilita sua sobrevivência nos copos de dipping e 
consequente transmissão para as vacas. Entretanto, S. marcescens não foi isolada em 
culturas de containers fechados do produto. 
Em um estudo sobre infecções causadas por essa bactéria em vários rebanhos, em 
cada rebanho apenas uma cepa foi isolada das amostras de leite contaminado e das 
amostras de desinfetante, indicando contagio ou a mesma fonte de transmissão 
dessa cepa na fazenda. Em cada rebanho, a cepa mais comum de Serratia também 
foi isolada no desinfetante contendo clorexidina, indicando que esse produto pode 
ter atuado como fonte da bactéria. Desta forma, pode-se sugerir que o desinfetante 
permitiu o crescimento de Serratia spp. no copo de dipping, resultando em surtos 
no rebanho com uma cepa específica de S marcescens. A resistência de Serratia 
ssp. a antibióticos contribui para a presença de cepas de bactérias gram-negativas 
multirresistentes.
Infecções por Serratia spp. podem causar mastite clínica leve ou ainda mastite subclínica. 
A detecção de Serratia spp. em uma amostra de leite composta, frequentemente está 
associada a um aumento significativo da CCS da vaca, em comparação com animais 
com cultura negativa. Porém, foi verificado que a identificação de Serratia spp. na 
vaca não foi associada com redução da produção de leite, o que poderia ocorrer em 
casos de mastite clínica causada por E. coli ou Klebsiella spp., que foram associadas 
com perdas de produção de 13.10 kg/d e 9.94 kg/d respectivamente.
A escassez de informações e relatos de casos de mastite clínica grave e de morte 
associada à Serratia spp. em grandes surtos, baixa taxa de descarte por essa bactéria 
e o limitado impacto na produção de leite, sugerem que Serratia spp. é muito menos 
patogênica do que outras bactérias gram-negativas como E. coli e Klebsiella spp. A 
baixa capacidade de resposta imune limitada nas infecções causadas por Serratia 
spp. contribui para habilidade da bactéria se estabelecer como infecção intramamária 
crônica, o que está associado ao fato desta bactéria geralmente não apresentar 
sintomatologia clínica aguda, como pode ocorrer e infecções por E coli e Klebsiella 
spp., sendo associada principalmente com mastite subclínica crônica.
Surtos de mastite por Serratia spp. 
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Há sugestões de que o tratamento de infecções por Serratia spp. pode ser eficaz 
com aplicações intramamárias de neomicina. Outros relatos, entretanto, sugerem 
que infecções por Serratia spp. têm baixa resposta a tratamentos com antibióticos, e 
a maioria das infecções por Serratia spp. aparenta cura espontânea. De forma geral, 
não se recomenda o uso de antibióticos para tratamento dessa bactéria, pois cepas 
de S. marcescens têm sido relatadas como resistentes a antibióticos.
Em termos gerais, as mesmas práticas recomendadas para prevenção de infecções 
causadas por bactérias gram-negativas também previnem contra infecções por 
Serratia spp., sendo que um único fator de risco para infecções intramamárias 
causadas por Serratia se destaca: surtos de mastite causada por Serratia spp. em 
rebanhos leiteiros estão associados ao uso de desinfetantes de teto a base de 
clorexidina. Provavelmente, não são todos os desinfetantes a base de clorexidina 
que resultam em surtos de infecções por Serratia spp., mas alguns desses produtos 
claramente estão associados a esses surtos. 
Tratamento
Prevenção
1. Leveduras são geralmente agentes que causam mastites esporádicas, e estes 
microrganismos são encontrados em solos, pele dos tetos, plantas e matéria orgânica 
em decomposição.
2. As infecções por leveduras geralmente são causadas por aplicações intramamárias 
sem adequada higiene de desinfecção das pontas dos tetos com álcool 70º GL e 
manejo das bisnagas.
3. Levedura não responde a antibioticoterapia, porém, pode haver cura espontânea 
deste agente dentro de 2 meses.
4. Nos casos de infecções por Levedura que não apresentam cura espontânea, o 
quarto mamário pode ser secado de forma permanente, a vaca pode ser segregada 
(principalmente quando houver grumo), seca ou descartada.
5. Procedimentos adequados de ordenha são importantes para reduzir a disseminação 
deste microrganismo
1.11. Levedura
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As mastites causadas por Leveduras são geralmente esporádicas, e estes 
microrganismos são encontrados em solos, plantas, matéria orgânica em 
decomposição e, especialmente, tratamentos intramamários sem higiene adequada. 
Frascos de medicamentos, seringas e bisnagas intramamárias são fontes de leveduras 
e mofos. Antes da infusão intramamária, é recomendado que se faça a desinfecção 
adequada com o uso de álcool 70º gl. Não se deve reutilizar a bisnaga ou dividi-la 
em aplicações para mais de um quarto. Evite inserir ao máximo a cânula inteira do 
intramamário dentro do teto (insira somente a ponta da cânula). Eventualmente, 
infecções originárias do ambiente também podem acontecer, bem como de 
transmissão vaca à vaca (contagiosa). Secar os quartos cronicamente infectados e 
melhorias no procedimento de ordenha, ajudam a controlar a transmissão deste 
microrganismo. Procedimento de limpeza pré-ordenha (pré-dipping) e redução das 
fl utuações de vácuo são importantes fatores que podem reduzir as infecções por 
Levedura. A utilização de pré-dipping com efi cácia comprovada, em contato com 
toda a área da pele do teto durante pelo menos 30 segundos, e a remoção total de 
pré-dipping e sujidades nos tetos remanescentes (inclusive na ponta dos tetos) com 
o uso de papel ou toalhas são medidas que reduzem novas infecções por agentes 
ambientais. Após a ordenha, a aplicação de pós-dipping em toda a área do teto reduz 
o risco de novas infecções intramamárias nos intervalos entre ordenhas, e o uso 
de produto com efeito barreira pode ter efi cácia adicional especialmente quando 
o desafi o ambiental é alto. Apesar de haver um percentual de cura espontânea de 
Levedura, este microrganismo não responde a antibioticoterapia. 
Saiba mais sobre Levedura
Mastite causada por Levedura?
1. Avaliar procedimento de aplicação de intramamários (bisnagas de 
antibióticos, selantes, etc.)
2. Identifi car as vacas infectadas e aguardar cura espontânea dentro de dois meses
3. Não responde a antibiótico terapia
4. As vacas que não tiverem cura espontânea podem ter o quarto inutilizado 
(seco), a vaca ser segregada, seca ou descartada.
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Prototheca spp. é uma alga, encontrada no solo, plantas, córregos, lagoas e outras 
fontes de água. Outros reservatórios são fezes de bovinos e suínos e as nas instalações 
das vacas. Desta forma, a infecção ocorre a partir do ambiente, especialmente em 
ambientes úmidos ou os quais as vacas tenho acesso a fontes de água (córregos, 
Saiba mais sobre Prototheca spp.
1. Prototheca spp. é uma alga, comumente encontrada em matéria orgânica e água, 
como: córregos, lagoas, água para lavar a ordenha, água do bebedouro, água usada 
para diluir o pré-dipping, etc. Também é encontrada no solo e plantas.
2. Apesar de ser considerada um microrganismo ambiental, uma vez a glândula 
infectada, a transmissão pode ocorrer de vaca à vaca, e, desta forma, as vacas 
positivas para Prototheca spp. devem ser segregadas.
3. Prototheca spp. apresenta capacidade de formação de biofi lme nas teteiras e no 
sistema de ordenha, e, desta forma, os procedimentos de lavagem e sanitização de 
ordenha devem ser feitos corretamente para reduzir o risco de infecção por este 
microrganismo.
4. O uso de cloro como desinfetante de ambiente ou ordenha apresenta baixa à 
moderada efi cácia sobre Prototheca spp., sendo que peróxido de hidrogênio e ácido 
peracéticoapresentam maior efi ciência.
5. Prototheca spp. não responde à antibioticoterapia, e, desta forma, os quartos 
positivos podem ser inutilizados (secos), a vaca ser segregada (principalmente 
quando houver grumo), seca ou descartada.
1.12. Prototheca spp.
Mastite causada por Prototheca?
1. Identifi car onde/quando? ocorre maior prevalência das infecções
2. Avaliar presença de umidade, e risco de contato dos tetos com água
3. Avaliar procedimento de aplicação de intramamários (bisnagas de 
antibióticos, selantes, etc.)
4. As vacas infectadas podem ter o quarto secado, a vaca ser segregada, seca ou 
descartada.
5. Não responde a antibióticoterapia
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lagoas, etc.). Deficiências na desinfecção da ponta do teto previamente à infusão 
de intramamários (bisnagas de antibióticos, selantes, etc.) são fatores de risco 
para ocorrência de infecção intramamária por Prototheca spp. Antes da infusão 
intramamária, é recomendada a desinfecção adequada com o uso de álcool 70º gl, 
e não se deve reutilizar a bisnaga ou dividi-la em aplicações para mais de um quarto. 
O tratamento da água com cloro apresenta efetividade baixa a moderada para o 
controle de Prototheca spp., sendo que peróxido de hidrogênio e hipoclorito de 
sódio são desinfetantes com maior força de ação sobre Prototheca spp. Quando o 
quarto mamário se torna infectado, a transmissão de Prototheca spp. pode ocorrer 
de forma contagiosa, ou seja, de vaca à vaca. Adicionalmente, devido a resistência de 
Prototheca spp. à desinfetantes e ausência de resposta a antibioticoterapia, após a 
ordenha do quarto infectado por Prototheca spp., a teteira pode ficar contaminada 
com este microrganismo, e o mesmo apresentar capacidade de formação de biofilmes 
e resistências nos sistemas de ordenha. As infecções por Prototheca podem ocorrer 
a qualquer momento da lactação ou durante a secagem, e em piquetes com áreas de 
lama e água, o risco é aumentado, ou mesmo em camas úmidas. A Prototheca spp. não 
responde a antibioticoterapia, e as vacas identificadas com este agente podem ter 
o quarto mamário inutilizado (seco), a vaca ser segregada (principalmente quando 
houver grumo), seca ou descartada.
1. Staphylococcus não-aureus (SNA) é um grupo de bactérias também conhecidas 
como Staphylococcus coagulase negativa (SCN).
2. Staphylococcus chromogenes (S. chromogenes) é o agente mais prevalente do 
grupo dos SNA, e pode aumentar a CCS da vaca de forma moderada.
3. A principal fonte para estes microrganismos é a pele do teto, e os procedimentos 
de ordenha, como aplicação correta de pré e pós-dipping, manutenção dos tetos 
secos e flutuações de vácuo durante a ordenha são os principais pontos de ação para 
controle e prevenção de mastite causada por SNA
4. As infecções por SNA são mais comuns em animais de primeira lactação no pós-
parto, ou em vacas de 2 ou mais lactações ao final de lactação 
5. De forma geral, não há recomendações de tratamento com antibióticos durante a 
lactação das infecções subclínicas causadas por SNA. 
6. Existem relatos de que algumas espécies de SNA podem ser transmitidas de uma 
vaca para outra.
1.13. Staphylococcus não aureus (ou Staphylococcus coagulase 
negativa)
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Mastite causada por SNA?
Identifi car as vacas infectadas
2) Avaliar Procedimentos de ordenha
2.1 Adequada aplicação de pré (mínimo 30 segundos de ação) e pós-dipping, e 
secagem dos tetos
2.2 Manutenção de equipamento de ordenha e evitar fl utuações de vácuo
Primíparas pós-parto Mastite subclínica Mastite clínica
Para a maioria das 
infecções pós-parto 
por SNA a cura 
espontânea é alta nas 
próximas semanas
Utilização de 
antibiótico de vaca 
seca na secagem
Tratamento com 
intramamário por 3 a 
4 dias
Staphylococcus não-aureus (SNA) é um grupo de bactérias que incluem Staphylococcus 
coagulase negativa (SCN) e Staphylococcus coagulase positiva não aureus, 
principalmente Staphylococcus hyicus (S. hyicus). SNA são cocos gram-positivos, 
sendo um dos microrganismos mais prevalentes em mastites subclínicas em novilhas 
e vacas pós-parto. Estes microrganismos são geralmente encontrados na da pele 
do teto. É considerado comum de 10 a 15 vacas em cada 100 em lactação terem 
a presença deste grupo de bactérias. SNA são encontrados em baixa frequência 
Saiba mais sobre Staphylococcus não-aureus (SNA)
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na mastite clínica. A cada 10 casos de mastite clínica, 1 é por SNA. A maioria das 
espécies de SNA apresentam baixo tempo de sobrevivência no ambiente, porém 
Staphylococcus chromogenes (S. chromogenes) e Staphylococcus hycus podem persistir 
por longos períodos. Das infecções causadas por SNA, 80% são por S. chromogenes, e 
este agente pode causar moderado aumento da CCS. As demais espécies de SNA não 
apresentam efeito significativo sobre a CCS e composição do leite. As infecções por 
SNA são mais comuns de acontecerem em animais de primeira lactação pós-parto, ou 
em vacas de 2 ou mais lactações ao final de lactação.
Staphylococcus hyicus é uma espécie de SNA, porém não é agrupado como SCN, por 
que, semelhantemente ao S. aureus, pode apresentar resultado positivo ao teste da 
coagulase (um dos principais métodos utilizados para separar S. aureus dos demais 
Staphylococcus spp.). Demais testes confirmativos podem ser utilizados de forma 
complementar ao teste da coagulase para diferenciação de S. aureus de S. hycus, ou 
mesmo diagnósticos mais modernos como biologia molecular e espectrometria de 
massas (MALDI-TOF). 
SCN e S. hycus podem ser encontrados principalmente na pele dos tetos e 
eventualmente no ambiente (principalmente S. chromogenes). Como a principal 
fonte destes microrganismos é a pele do teto, os procedimentos de ordenha, como 
aplicação correta de pré e pós-dipping, manutenção dos tetos secos e flutuações de 
vácuo durante a ordenha são os principais pontos de ação para controle e prevenção 
de mastite causada por SNA. O tempo de ação do pré-dipping é um importante fator 
no controle de SNA, sendo que este tempo deve ser no mínimo de 30 segundos, 
com princípio ativo eficaz. Após aplicação do pré-dipping, os tetos devem ser secos 
completamente (inclusive a ponta do teto) com o uso de papel ou toalhas individuais. 
Após a ordenha, o pós-dipping deve ser aplicado de modo a cobrir toda a superfície 
do teto, com o uso de pós-dipping com eficácia comprovada. O uso de terapia de 
vaca seca é um método efetivo para tratamento e prevenção das infecções causadas 
por SNA. De forma geral, não há recomendações de tratamento com antibióticos 
durante a lactação das infecções subclínicas causadas por SNA. As infecções por SNA 
são mais comuns em animais de primeira lactação pós-parto, ou em vacas de 2 ou mais 
lactações ao final de lactação. Geralmente, os animais infectados por estes agentes 
apresentam chance de cura espontânea maior que 60%, e podem apresentam novas 
infecções com certa facilidade. É comum novilhas parirem com a presença deste 
agente, e logo após as primeiras semanas pós-parto já não terem mais a presença 
deste agente na glândula. Desta forma, a maioria das infecções causadas por SNA 
ocorrem com relativa facilidade e frequência, e, da mesma forma, curam rapidamente 
de forma espontânea, não justificando o uso de tratamento com antibiótico devido 
Onde encontramos SNA?
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a este padrão cíclico e rápido de etiologia destes agentes. Algumas cepas de S. 
chromogenes podem apresentar perfil de infecções mais crônicas, contagiosas e com 
baixa chance de cura espontânea, tornando o animal cronicamente infectado por 
este agente. Estas situações são em casos específicos, e medidas excepcionais para 
estes agentes, como segregação (ordenhar por último) podem ser adotadas para 
prevenir a proliferação destas cepas.
1. Staphylococcus aureus (S. aureus)pode causar mastite clínica, mas é uma das 
principais causas de mastite subclínica, com características de casos crônicos e de 
baixa resposta aos tratamentos com antibiótico. 
2. S. aureus é uma das principais causas de mastite contagiosa. O reservatório 
principal desta bactéria são os quartos mamários das vacas infectadas, mas este 
agente também pode ser encontrado no canal e nas lesões dos tetos, na pele dos 
tetos, focinhos e narinas. A transmissão de S. aureus ocorre durante a ordenha, devido 
às falhas de desinfecção dos tetos (pós-dipping), mãos dos ordenadores, panos de 
uso múltiplo, flutuações de vácuo na ordenha que forçam a entrada da bactéria no 
canal do teto e moscas. Desta forma, as vacas infectadas por S. aureus devem ser 
segregadas na ordenha (ordenhadas por último), ou então devem ser ordenhadas 
com conjunto de teteiras separadas para esta finalidade (ex: uso de uma unidade 
móvel – balde ao pé).
3. As primíparas podem ser um dos reservatórios de S. aureus, pois podem parir já 
com a infecção. Entre as possíveis origens de novas infecções causadas por S. aureus 
em primíparas antes do parto pode-se destacar: mamada cruzada (uma bezerra 
mamando na outra) entre bezerras alimentadas com colostro ou leite contaminado 
com S. aureus e a ação de moscas.
4. Para o melhor monitoramento de S. aureus nos rebanhos pode ser realizado o a 
cultura microbiológica do leite dos animais com mastite subclínica (CCS > 200 mil 
células/ml), dos animais pós-parto (principalmente novilhas) e dos casos de mastite 
clínica.
5. Mastite causada por S. aureus tem cura? Sim, as chances de cura de S. aureus 
com tratamentos com antibióticos durante a lactação são máximas em primíparas, 
em fase inicial de lactação (primeiro terço de lactação) e sem histórico de mastite 
clínica no quarto mamário. Novas infecções por S. aureus. podem ser tratadas com 
antibióticos, principalmente em primíparas. O uso de terapia estendida (5 à 8 dias 
de tratamento) aumenta as chances de cura de mastite causada por S. aureus. No 
entanto, o tratamento de vacas com mastite crônica, com mais de duas lactações e 
1.14. Staphylococcus aureus
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com histórico de mastite no quarto acometido tem baixas chances de cura. Nestes 
casos, as opções de manejo destas vacas são: a antecipação da secagem e uso de 
tratamento de vaca seca, secagem dos quartos infectados ou descarte das vacas 
infectadas.
Mastite causada por S. aureus?
Quando for feito o tratamento na lactação ou de secagem: avaliar cura 14, 
21 e 28 d pós tratamento ou pós-parto, respectivamente
1) Identifi car as vacas infectadas
2) Avaliar Procedimentos de ordenha
3) Manutenção de ordenha
4) Programa vacinaçãoPrimíparas Multíparas
1) Segregar
2) Considerar tratamento lactação (5 à 8 d intramamário), e:
3) Calcular % de novilhas parindo com Staph. aureus, e:
3.1) Avaliar:
Controle de moscas
Fornecimento p/ bezerras: Colostro e leite de vacas com mastite
Mamada cruzada
>200 DEL, ou:
> 1 MM CCS, ou:
Histórico de MC
Segregar e:
Antecipar secagem (se 
estiver prenhe), ou:
Secagem dos quartos 
infectados ou
Descartar as vacas
<200 DEL, e:
< 500 mil CCS, e:
Sem histórico de MC
Segregar e:
Considerar tratamento 
lactação (5 à 8 d 
intramamário), ou:
Secagem dos quartos 
infectados
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Staphylococcus aureus é um coco gram-positivo, anaeróbio facultativo, imóvel, não 
esporulado, coagulase-positiva, que causa mastite contagiosa em vacas leiteiras. A 
mastite causada por S. aureus manifesta-se na forma subclínica crônica, com eventuais 
casos clínicos. Além disso, essas infecções não respondem bem aos tratamentos com 
antimicrobianos intramamário. Para o controle de agentes contagiosos, como S. 
aureus, as principais medidas recomendadas pelo National Mastitis Council (NMC) 
são: adequado procedimento de ordenha das vacas (usar luvas, respeitar tempo 
mínimo de ação do pré-dipping, utilização de uma toalha (ou papel toalha) por 
úbere, manutenção de equipamento de ordenha e ajuste dos limites de extração 
e retirada do conjunto), uso de desinfetante de teto pós-ordenha (“pos dipping”), 
biossegurança para prevenir a entrada de patógenos contagiosos no rebanho e 
segregação. Medidas como tratamento com antimicrobianos, secagem e/ou descarte 
das vacas cronicamente infectadas devem ser avaliadas e consideradas dependendo 
das características das vacas (número de lactações, DEL, histórico de mastite, CCS, 
e demais características reprodutivas e de saúde) e da prevalência de S. aureus no 
rebanho. Rebanhos com alta prevalência de S. aureus têm dificuldade de segregação 
das vacas infectadas por S. aureus ou da secagem e descarte das vacas cronicamente 
infectadas. O condicionamento da pele dos tetos e as lesões na extremidade e canal 
dos tetos pode aumentar os riscos de infecções intramamárias (IIM).
Existem diferenças de patogenicidade entre as cepas de S. aureus, o que significa 
que algumas medidas de controle desta doença possam variar entre os rebanhos. 
Nos rebanhos com somente um tipo de cepa predominante, a principal transmissão 
ocorre de vaca para vaca. Outros rebanhos apresentam poucas vacas infectadas por 
diferentes cepas de S. aureus, o que indica que diferentes fontes de S. aureus ocorrem 
no rebanho, sem predominância de uma cepa. Portanto, as decisões sobre como 
manejar a mastite causada por S. aureus vão depender das características como a 
persistência e a patogenicidade das estirpes causadoras da infecção.
Patogênese: Após a entrada na glândula mamária, S. aureus adere-se às células 
epiteliais da glândula mamária, diminuindo a chance de ser eliminado pelo leite 
durante a ordenha. A defesa imune primária contra a IIM por S. aureus é a fagocitose, 
realizada pelos neutrófilos, que são as primeiras células somáticas envolvidas no 
processo de defesa inespecífica da glândula mamária após uma infecção. Porém, 
a função fagocítica dos neutrófilos é diminuída na presença de leite, e S. aureus 
produz diversos fatores anti-fagocíticos, como proteína A e presença de cápsula 
e pseudocápsula, que diminuem a eficiência de fagocitose deste patógeno pelos 
neutrófilos. Além disso, as concentrações de complemento e de anticorpos 
opsonizadores, fatores que facilitam a captura de S. aureus pelos neutrófilos, são 
baixas no leite, dificultando ainda mais a eliminação deste patógeno. Após iniciada a 
Saiba mais sobre Staphylococcus aureus
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IIM causada por S. aureus pode ocorrer erosão e ulceração dos sinus e ductos lactíferos, 
infiltração do tecido do parênquima com células inflamatórias, e por fim lesões nas 
células epiteliais do tecido secretor de leite), levando à oclusão dos ductos e alvéolos 
e presença de S. aureus no seu interior (Figura 1). S. aureus que ficam no tecido 
alveolar, podem ser fonte de infecção para outras regiões da glândula ou formarem 
granulomas e microabcessos. S. aureus apresenta também capacidade de produção 
de biofilme, que é uma matriz formada por comunidade bacteriana protegida por 
esta matriz, favorecendo o crescimento da comunidade em condições de ambiente 
desfavoráveis. Este processo é iniciado pela adesão das bactérias em uma superfície 
(Figura 2), onde formam micro colônias resultando em uma estrutura tridimensional. 
O biofilme é um fator de virulência das infecções por S. aureus, e cerca de 36 à 48% 
das cepas de S. aureus são produtoras de biofilme. As cepas produtoras de biofilme 
são consideradas mais resistentes aos antimicrobianos, devido: 
1) ação de barreira físico/química contra anticorpos e antimicrobianos promovido 
pelos exopolisacarídeos (EPS) do biofilme (os EPS apresentam cargas negativas e 
podem complexar os antimicrobianos por interação iônica); 
2) As bactérias envoltas pelo biofilme apresentam menor taxa de crescimento e 
menor tamanho celular, o que pode reduzir a eficiência dos

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