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Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ Hematologia 4 Plaquetas: ➛são elementos celulares altamente adesivos, que se unem. ➛são extremamente importantes no nosso hemograma ➛Não são células e sim fragmentos de uma célula: megacariócito (maior célula da medula óssea) ↳ ela consegue se produzir por endomitose (núcleo se divide, mas ela não se divide) e então vão jogando fragmentos na circulação. ➛ Quando o organismo está com pressa não dá tempo do citoplasma se partir em pedaços pequenos e acaba se fragmentando em pedaços grandes e só na circulação se torna uma plaqueta de tamanho normal ➛Uma plaqueta demora em média de 4 a 5 dias para estar presente na circulação ↳Não há reserva de plaquetas na medula óssea ➛Ela dura em média 5 a 10 dias no organismo ↳ a questão de meia vida que é curta principalmente quando se fala de transfusão de plaquetas é controverso por que a plaqueta precisa ser processada e uma vez que ela sai do organismo ela está excitada e por isso as bolsas das plaquetas precisam estar o tempo todo sendo agitadas, porque do contrário elas irão se agregar. ➛ as plaquetas são as que mais causam efeitos colaterais, já que não conseguimos tipificar o sangue, contudo fazer transfusão de plaquetas não é justificável em animais com plaquetas baixas, só deve ser realizado esse tipo de transfusão se o animal possuir um sangramento ativo Sistema Hemostático ↳ são eventos mecânicos e bioquímicos que acontecem em decorrência de uma injuria vascular que na verdade querem garantir a fluidez do sangue ↳ Hemostasia é a parte que controla a hemorragia e a dissolução do coágulo que ele mesmo produz. É dividido em: ➛Hemostasia primária: formação do plug plaquetário ➛Hemostasia secundária: coagulação propriamente dita Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ ➛Hemostasia terciária: é a reparação do coágulo (fibrinólise) Hemostasia primária • Interação do vaso lesado com as plaquetas • Se os dois estiverem adequados e saudáveis, as plaquetas tanto quantitativamente quanto qualitativamente, juntamente com os vasos terão a formação do Plug hemostático primário. • Quando temos uma lesão do vaso, imediatamente após a lesão teremos uma vasoconstrição por arco reflexo. ↳ mais eficiente nos pequenos vasos. ↳ Se corta um grande vaso, não da pra notar a vasoconstrição. •Após a lesão há uma exposição do tecido subendotelial, o que fica exposto é o colágeno e as plaquetas imediatamente vão para a lesão para estancar o sangramento •Após a ligação forma-se uma camada denominada adesão plaquetária. Quem intermedia essa ligação entre plaqueta e colágeno é o fator de Von Willebrand, esse fator é da cascata de coagulação e age também na hemostasia primária •Quando as plaquetas se ligam elas sofrem alterações morfológicas e liberam substancias vasoativas e agregantes, dando a isso um pouco mais de tempo para que a hemostasia secundária aconteça. • E quando a primeira camada de plaqueta se liga ao colágeno, mais plaquetas estão sendo recrutadas só que agora não tem mais o colágeno exposto pra elas se ligarem, então essas plaquetas começam a se ligar umas com as outras e quem ira intermediar essa ligação é o fibrinogênio ➛Ao mesmo tempo que a hemostasia primaria começa a hemostasia terciaria já está agindo ➛O endotélio integro dentro do vaso produz uma substância (prostaciclina) que é antagonista da ligação plaquetária, então elas só vão se ligar quando realmente for necessário. PASSO A PASSO DE TODO O PROCESSO DE HEMOSTASIA • ocorre um rompimento de um vaso e imediatamente há contração (mais eficiente em pequenos vasos) que favorece a redução da perda sanguínea. •Depois que há a lesão há a exposição do colágeno na região lesada Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ •Mais plaquetas serão chamadas para formação da primeira camada, elas vão se aderindo umas nas outras. •E por quimiotaxia mais plaquetas são recrutadas e por fim a liberação desses mediadores vão amplificar essa ligação até que a hemostasia secundária aconteça Hemostasia secundária •São uma série de reações que vão acontecendo em cascata onde um fator vai ativando um outro fator •Ela quer converter o fibrinogênio em fibrina que é mediado em trombina formando aquela rede polimérica insolúvel no local da lesão imediatamente em cima do grupo plaquetário primário •Ocorre a adesão da plaqueta para estabilizar e depois a hemostasia secundária sobre a primeira camada de células, o fibrinogênio ↳ Serve para fortalecer esse tampão •A cascata que acontece na hemostasia secundária não acontece em sequência. •Temos que saber que alguns fatores dessa cascata de coagulação da hemostasia secundaria são vitamina k dependentes ↳Por isso não adianta tratar todo animal que tem um sangramento com vitamina k, principalmente se esses fatores não forem dependentes da vitamina k ↳ a maioria dos fatores são sintetizados nos hepatócitos. ➭ Um animal com problema hepático grave pode ter problema de hemostasia secundária ↳ Ex: o animal poderia ter plaquetas em níveis normais e se ele for submetido a uma cirurgia sem exame prévio após algumas horas ele pode começar a ter uma hemorragia, não sabemos de onde vem a causa, já que as plaquetas estavam em níveis normais, então no caso o problema hepático grave faz com que o animal não consiga sintetizar alguns fatores e com isso tenha algum problema na cascata de coagulação. 2 vias • Uma via que tem a parede do vaso apresentando uma lesão seria a via intrínseca e uma com injuria tecidual que seria via extrínseca. • Iniciando por uma lesão do vaso (intrínseca) ou do tecido (extrínseca), ambas vão resultar em uma via comum e essa via faz a transformação do fibrinogênio em fibrina. Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ • O cálcio está em vários locais da cascata de coagulação. ↳ Se o animal tiver uma hipocalcemia não teria deficiência na coagulação por que a quantidade de cálcio que é utilizado na coagulação é mínima. Hemostasia terciária • Ela já seria a resolução de todo o problema. •A fibrina formada estabilizou o tampão plaquetário e o tecido já se refez e agora é necessário reestabelecer o fluxo e isso acontece através da quebra da fibrina • Plasmina quebra a fibrina que é insolúvel e necessita da enzima gerando pdf (produto da degradação da fibrina) ↳ Na rotina clínica não conseguimos dosar esses pdf`s e isso pode complicar em muitas vezes a identificação da hemostasia terciaria. • Garantem fluidez do sangue reparando definitivamente a injúria vascular, controlando os eventos trombóticos. PATOGÊNESE DOS DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA • O defeito pode estar em qualquer fase da hemostasia. Primária: Alterações vasculares •Pode ter defeitos pré estruturais, pré existentes ou adquiridos (mais comuns) •Processo imunomediado com deposição de imunocomplexo; • Processo inflamatório ○ levam a vasculites; ○ Fragilidade capilar. • Diminuem capacidade de resposta dos vasos ao controle imediato da hemorragia Alterações quantitativas e qualitativas nas plaquetas Trombocitopenia Pseudotrombocitopenia • As principais causas da pseudotrombocitopenia se dá pela coleta difícil. • Se faz um hemograma e o animal está de fato bem, descartamos a pseudotrombocitopenia e investigamos a causa. Por que pseudo? •As vezes as plaquetas não são contadas ou são contadas como leucócitos, porque elas estão agregadas e não dá pra ser feita a contagem. •O ideal é dizer no exame que a contagem não foi realizada Medular •Hipoplasia de megacariócitos que são as células precursoras; Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ •Hipoplasia medular total: tem uma pancitopenia ↳Se temosuma hipoplasia medular total, muito provavelmente teremos as outras linhagens celulares diminuídas também.: anemia, leucopenia e trombocitopenia Periférico •Mais comum de acontecer •Consumo: das plaquetas por doenças inflamatórias ou situações que levam a vasculite, CID, etc. ↳ teremos um consumo alto de plaquetas •Destruição: pode ser de origem primária (auto imune) ➛ Predisposição racial; ➛ Predisposição sexual.. Ou secundária ➛Drogas (MO), estrógeno, lomustina, fenilbutazona; ➛ Doenças AI sistêmicas LES, artrite reumatóide, vacinas; ➛ Neoplasias mieloma, linfoma; ➛ Doenças infecciosas (erlichia, leishmania, babesia, FelV, FIV, bartonela, anaplasma platys. •Sequestro: ocorre por esplenomegalia devido alguma infecção. O baço sequestra normalmente 20% das plaquetas e em esplenomegalia pode sequestrar até 80% das plaquetas. ↳ o organismo entende que tem plaquetas e não faz a reposição porque a medula acha que não precisa. No exame... •Se existe a presença de macroplaquetas, elas atrapalham na hora de quantificar porque o aparelho não consegue medir o diâmetro de macroplaquetas ↳sempre que vier macroplaquetas no hemograma pode ser consumo ou destruição •Se tem macroplaquetas a medula óssea está responsiva, descartamos um problema medular. Doença de von Willebrand •É a deficiência desse fator na hemostasia primária •Se for uma deficiência total, não vai intermediar na hemostasia •Se for parcial, pode intermediar na cascata, mas não é de forma muito eficaz Trombocitopenia •Ver se o animal não é esplenectalizado ↳Porque o órgão guarda boa parte das plaquetas. ↳Não adianta fazer esplenectomia em animais com trombocitopenia, a não ser que ele tenha uma boa justificativa. •Leucemias megacariociticas: são raras •Processos infecciosos: como anemias regenerativas, lembrando que a medula está acelerada e quando tem a esplenocontração ele acaba jogando tudo pra circulação, pelo menos 20% é lançada na circulação •Corticoides: muitos afirmam que ele aumenta o número de plaquetas ↳A maioria dos veterinários utilizam o corticoide porque aumentam as plaquetas e o cortisol segura a plaqueta no tecido Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ ↳essas plaquetas ficam velhas e não adianta ter plaquetas velhas na circulação então o uso do corticoide pra esse fim é inviável. TROMBOCITOPATIAS •Alterações morfológicas e funcionais CONGÊNITAS: ➛ Síndrome da plaqueta cinzenta; ➛ Síndrome de Bernaud-Soulier – responsável pela adesão plaquetária; ➛ Trombastenia de Glanzmann´s – responsável pela agregação plaquetária; ADQUIRIDAS ➛Processos imunomediados, infecciosos, tóxicos ou metabólicos; ➛ Uso de AINES (inibem a agregação plaquetária por bloquear a síntese de tromboxane A2). •O mais comum são processos imunomediados •A aspirina age no endotélio e também bloqueando as substancias que não deixam que ele adere ali, inibe também a produção do tromboxano 2, e aumenta a fluidez porque não agrega a célula. secundária CONGÊNITAS: são dificilmente diagnosticadas •Hemofilia A e B; ↳Pode haver ausência ou deficiência parcial na produção desses fatores. ADQUIRIDAS: são mais comuns • Insuficiência hepática (síntese dos fatores: sangramento leve a abundante); • Deficiência de vitamina K (intoxicação por dicumarínicos, problema GI crônico); ↳Os animais com problemas gastrointestinais, como uma diarreia crônica ou má absorção pode causar um sangramento e falta de vitamina k alterando os fatores da cascata de coagulação. •CID; •Acidente ofídico. terciária •Trombose e estados de hipercoagulabilidade ➛ Síndrome nefrótica (proteinúria, hipoproteinemia, aumento do colesterol e triglicerídeos); ↳pode levar a um estado de hipercoagulabilidade e pode levar o animal a ter uma trombose ➛ Cardiomiopatias; ➛CID (hemorragia + trombose). ↳O diagnóstico é bem complicado nesse caso •Sinais clínicos - localização e tamanho do trombo ➛Dor aguda; ➛Dispneia, oligúria, anúria, cólica, diarreia; ➛Edema, necrose, icterícia; Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ ➛Hipotermia local, palidez e falta de pulso; ➛Alterações agudas motoras e do estado mental Avaliação clinico laboratorial dos distúrbios hemostáticos: •Pensar se é um defeito hemostático de fato ou se não tem nada a ver com hemostasia. •Avaliar a quantidade e duração da hemorragia e o grau da injúria •Se for problema de hemostasia a história clínica e o exame físico é de grande importância ➛Tipo e momento do sangramento; ➛Idade, sexo, raça e episódios anteriores; ➛Exposição a drogas ou agentes tóxicos ↳ Fígado e MO. ➛Realização de transfusões; ➛Presença de ectoparasitas; ➛Avaliar lesões hemorrágicas ↳Características, tamanho e localização. Exames laboratoriais •Colheita e acondicionamento ↳Punção venosa cuidadosa: evitar garrote prolongado e punções sucessivas da agulha. • Escolha do anticoagulante ↳ EDTA 10% - plaquetas; ↳Citrato de sódio a 3,8% - coagulograma. •Usar somente sangue recém colhido e laboratórios devem ser climatizados ↳ Plaquetas e fatores têm vida curta in vitro. Exames da hemostasia primaria •Determinação das plaquetas ↳Câmara de Neubauer/Contadores automáticos; ↳Avaliação do esfregaço sanguíneo; ↳Mielograma (avaliação da trombopoiese). • Tempo de sangria ↳Avalia a integridade vascular e a função plaquetária; ↳Tempo prolongado em: vasculites, aumento da fragilidade capilar, trombocitopenia/patia, DvW. Exames da hemostasia secundária •Tempo de coagulação ➛Avalia os fatores de maneira grosseira, pouco sensíveis, triagem para coagulopatia. ➛ Método de Lee-White Mairla Tabosa- Medicina Veterinária ♡ ↳ Avalia a via intrínseca e a comum; ↳ Aumento no tempo indica: coagulopatias congênitas ou adquiridas. • Tempo de protrombina (TP) ➛Triagem para avaliar a via extrínseca e a comum. • Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) ➛Triagem para avaliar a via intrínseca e a comum. • Tempo de trombina (TT) ➛Formação da fibrina a partir do fibrinogênio (via comum). • Fibrinogênio ➛Método colorimétrico (não refratometria) . Exames da hemostasia terciária • Produtos de degradação da fibrina (PDFs) ➛Amostra deve ser colhida com antifibrinolítico para evitar a degradação da fibrina in vitro; ➛Kits comerciais (reação de aglutinação em látex). • Dímeros D; • Apresentam-se aumentados nos casos de fibrinólise, trombose ou CID.
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