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Universidade Estácio de Sá – Campus Macaé Curso: Direito Disciplina: Direito Constitucional III Código: CCJ 0021 - Turma: 3001 Professora: Catarina Souza Valor: 8,0 pontos Nome do Aluno (a) Jady Cordeiro de Barros Nº da matrícula 201802103473 QUESTÕES DE PROVA 1. Considerando que a seguridade social compreende as políticas públicas da saúde, previdência social e assistência social, conforme estabelece o artigo 194, da CRFB/88, explique as principais distinções entre os três sistemas de direitos sociais, em especial quanto à contribuição dos usuários para o sistema. (1,5 pontos) R: O sistema de direitos sociais, mais conhecido com Seguridade Social, é um conjunto de ações integradas de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos de saúde, previdência e assistência social. Sua principal característica é zelar pela gaarantia universal da prestação de benefícios e serviços de proteção social pelo Estado. Os seus pilares principais são a Saúde, a Assistência Social e a Previdência. O pilar da Saúde, conforme art. 196 da Constituição é definido com “um direito de todos e um dever do Estado.” Nesse contexto, destaca-se que a Saúde é organizada através do princípio da integralidade e da universalidade, que são dois princípios fundamentais para a compreenção dos gastos necessários de financiamento do Sistema Único de Saúde. O maior objetivo da Saúde é a garantia da universalidade da cobertura e do atendimento, onde o Estado é garantidor de que todos os cidadãos e estrangeiros tenham esse acesso. A Assistência Social é a política que prevê o atendimento das necessidades básicas como a proteção à família, proteção à maternidade, proteção à infância proteção à adolescencia, proteção à velhice e também à pessoa portadora de deficiência, independente de contribuição à Seguridade Social, conforme previsto nos artigos 203 e 204, da Constituição Federal. Por fim, o último pilar do instituto da Seguridade Social é a Previdência Social. Essa trata-se de um seguro social garantidor de renda ao segurado e contribuinte quando o mesmo perde a capacidade de exercer o seu trabalho devido a fatores como doença, invalidez, idade avançada, desemprego, materninade ou reclusão. Ela tem o dever de assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e também reclusão ou morte dos garantidoes economicos da família, de acordo com o disposto nos artigos 201 e 202, CF. Relacionada a contribuíção do Sistema da Seguridade Social, o orçamento e os custos é dever de toda a sociedade e todos devem colaborar para a cobertura dos riscos advindos da perda ou redução da capacidade de trabalho,aposentadoria, de acordo com o que prevê o artigo 195 da Constituição Federal e a Lei 8.212/91, que discorre as regras de financiamento do o sistema da Seguridade Social. 2. A sociedade empresária “B”, recebeu notificação do Poder Público para encerramento das suas atividades, sob o fundamento de que havia potencial risco de dano ambiental. Em sua defesa, alegou que cumpria todas as normas de segurança e que utilizava filtros e outros equipamentos que, comprovadamente, diminuíam o risco de dano ambiental. Diante do caso hipotético e tendo em vista os princípios constitucionais informadores da ordem econômica, aponte os princípios constitucionais em conflito e indique qual deve ser a melhor solução para o caso, de forma a compatibilizar a proteção ambiental e os interesses da sociedade empresária. (1,5 pontos) R: Os princípios em conflito são os pprincipios da propriedade privada e da defesa do consumidor. O princípio que solucinaria esse conflito, seria a defesa do meio ambiente, mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e seus respectivos processos de elaboração. Esse tem a melhor solução do caso uma vez que esse tem a finalidade de disciplicar a utilização de recursos naturais de modo racional e os fatores de produção, além de dar prioridade a redução da poluição e os respectivos impactos no meio ambiente. 3. De acordo com os princípios que regem a ordem econômica e financeira na Constituição de 1988, explique como o Estado brasileiro intervém na ordem econômica e em quais hipóteses poderá exercer, diretamente, uma atividade econômica (1,5 pontos). R: A intervenção do Estado no domínio econômico é o ato ou medida legal que restringe, condicione ou suprima a iniciativa privada em certa área com a finalidade de desenvolvimmento ne justiça social, além de assegurar os direito e garantias individuais. A intervenção estatal tem por fim garantir a livre competição e a eliminação da desigualdade. Sobre as hipoteses de atividade econômica direta pelo Estado, há duas formas de exploração, o monopólio e a necessária, ou seja, quando houver a segurança nacional ou interesse coletivo relevante, embora essa segunta hipótese não estejaa expressa na Constituição. 4. A Lei 1234, do Estado “X”, autoriza a prática esportiva da “vaquejada”, como incentivo à valorização e ao exercício das manifestações culturais brasileiras. Assim, considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, discorra sobre a (in) constitucionalidade da lei estadual, apontando os dois principais direitos fundamentais em conflito.(1,5 pontos) R: A vaquejada é uma manifestação cultural brasileira original do Nordeste do país que passa por conflito de (in)constitucionalidade, pois ao passar pelo STF em 2016 os ministros consideraram inconstitucional lei do Ceará que regulamentava a prática como esportiva e cultural do Estado e a Constituição Federal garante o pleno exercício dos Direitos Culturais. Nesse contexto o conflito se da a partir da Carta Magna que em seu artigo 225, §1° assegura a proteção da fauna e da flora, o que veda, na forma da lei, a submissão de animais e a crueldade. Recentemente, em setembro de 2019, foi publicada a Lei 13.873/19, que define as modalidades que serão reconhecidas como esportivas, equestres e tradicionais. 5. João é idoso, sofre de uma patologia grave e necessita de uso contínuo de um medicamento que não integra as Relações Nacional e Municipal de Medicamentos Essenciais. Assim, por não ter condições de arcar com os custos mensais do medicamento, visto que sua renda decorre do recebimento de benefício de prestação continuada (BPC), aciona o Município em que reside, pleiteando, judicialmente, a condenação do Ente Federativo ao fornecimento mensal do medicamento, que por sua vez, em contestação, alega que não poderá ser obrigado a fornecer o medicamento, pois o mesmo não integra a relação de medicamentos essenciais e que não se trata de competência do Município tal fornecimento. Diante da situação hipotética, aponte como deverá ser resolvida a questão, considerando o entendimento mais recente do Supremo Tribunal Federal, dissertando sobre o aparente conflito entre o princípio do mínimo existencial e o da reserva do possível (2,0 pontos). R: Primeiramente, podemos dizer que o princípio do mínimo existencial dispõe o básico da vida humana e é um direito fundamental e essencial, previsto pela Constituição Federal. Sem o mínimo existêncial não há possibilidade de um indivíduo ter uma vida digna, pois o princípio tem como objetivo garantir condições mínimas para isso. Com o crescimento dos direitos fundamentais, a evidente escassez de recursos estatais também cresceu e, desta maneira, surgiu a reserva do possível, esse limita a efetivação dos direitos fundamentais prestacionais, como são os direitos sociais. Nas hipoteses em que o Estado se depara com um direito fundamental com respaldo do mínimo existencial, ele indicará quais são os recursos disponíveis que deverão ser observados. Mesmo que haja a escassez e a inexistência dos recursos por parte do Estado,esse não esta excluido do dever de garantir os direitos fundamentas previstos pela Constituição. O caso do João põe os princípios em conflito, pois medicamentos sem registro não podem ser fornecidos pelo Estado. Entretanto, há excessão para que João tenha acesso ao medicamento e é que esse tenha pedido de registro perante a Anvisa, a existencia do registro do medicamento em renomadas agencias de regulação no exterior e por último a inexistência de um substituto terapeutico com registro no Brasil. Havendo esses requisitos, João poderá ter acesso ao seu medicamento através do Estado.
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