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EQUILÍBRIO QUÍMICO É um fenômeno que ocorre nas reações químicas reversíveis entre reagentes e produtos. aA + bB < > cC + dD Exemplo: colocou-se 1 mol de N2O4 em um recipiente de 1L à temperatura constante. • O N2O4 (gás incolor) se transforma em NO2 (gás castanho). N2O4 (g) < > 2 NO2 (g) Na direta: N2O4 (reagente) e NO2 (prod.) // Na inversa: NO2 (reagente) e N2O4 (prod.) Com o passar do tempo, a coloração castanha fica mais intensa até atingir o momento em que permanece constante. Nesse instante, além do NO2, ainda existe N2O4 dentro do recipiente. • A coloração fica constante e as concentrações também. • Nem a reação direta (>) nem a inversa (<) se processam completamente – ambas param em um ponto intermediário chamado de equilíbrio químico. o Isso ocorre, pois, as velocidades das duas são iguais – equilíbrio dinâmico. A concentração do reagente diminui para a do produto aumentar com o passar do tempo, até que ambas se tornam constantes. Mas, a do reagente continua ainda maior que a do produto. Tipos de equilíbrio: 1. Homogêneos: aqueles em que todos os participantes estão em uma mesma fase. Ex.: N2O4 (g) < > 2 NO2 (g). Reagente e produto na forma gasosa. 2. Heterogêneos: aqueles em que os participantes estão em fases diferentes. Ex.: NH4Cl (s) < > NH3 (g) + HCl (g). Reagente sólido e produtos gasosos. Constante de equilíbrio em função das concentrações (Kc): Supondo-se que em N2O4 (g) < > 2 NO2 (g) tanto a reação direta quanto a inversa ocorrem em uma só etapa (são elementares), pode-se dizer que: Reação direta: N2O4 (g) > 2 NO2 (g) V1 = K1 . [N2O4] 1 Reação inversa: N2O4 (g) < 2 NO2 (g) V2 = K2 . [NO2] 2 No início, [N2O4] = 1mol/L. Com o passar do tempo o N2O4 vai se consumindo e sua concentração diminui, acarretando na diminuição de V1. Quando o equilíbrio químico é atingido, a concentração de N2O4 fica constante e consequentemente, V1 também passa a ser constante. A velocidade da reação inversa é nula no início, pois inicialmente não existe produto ([NO2] = 0). Com o tempo, o NO2 vai sendo formado e a sua concentração aumentando, o que faz V2 também aumentar até o momento em que o equilíbrio é alcançado e V2 passa a permanecer constante pois [NO2] não varia mais. Quando o equilíbrio é alcançado, iguala-se V1 e V2 . V1 = V2 >> K1 . [N2O4] = K2 . [NO2] 2 >> K1/K2 Kc = [NO2]2 / [N2O4] Como K1 e K2 são constantes, K1/K2 é constante (Kc). Então, a uma certa temperatura fixa, quando a reação estiver em equilíbrio químico, as concentrações obedecem à relação que diz que o resultado de [NO2]2 / [N2O4] é um valor fixo (Kc). O valor de Kc não depende das concentrações iniciais de reagentes e produtos. Então se... aA + bB < > cC + dD Reação direta: V1 = K1 . [A]a . [B]b Reação inversa: V2 = K2 . [C]c . [D]d Igualando V1 e V2... K1 / K2 = [C]c . [D]d / [A]a . [B]b = constante Espontaneidade de uma reação: Uma reação é mais espontânea (mais favorecida) quanto maior for o valor do Kc. • Mais espontânea = tende a formar maior quantidade de produto. Ex.: 2 SO2 (g) + O2 < > 2 SO3 (g) Kc = 9,9 x 10 25 Ex.: N2 (g) + O2 (g) < > 2 NO (g) Kc = 1,0 x 10 -30 O 1º exemplo possui um valor alto para o Kc, por isso, no equilíbrio químico teremos muito mais produto do que reagente. Ou seja, essa reação é muito favorecida. Mas, no 2º exemplo o Kc é pequeno, sendo a reação pouco favorecida, pois tem mais reagente do que produto. Constante de equilíbrio em função das pressões parciais (Kp): É definida como a multiplicação das pressões parciais (no equilíbrio), em atm, dos produtos dividida pela dos reagentes, com todas as pressões elevadas aos respectivos coeficientes estequiométricos. • O Kp se aplica a equilíbrios envolvendo gases. aA (g) + bB (g) < > cC (g) + dD (g) Kp = (Pc)c x (Pd)d / (Pa)a x (Pb)b Ex.: N2O4 (g) < > 2 NO2 (g) Kp = (PNO2) 2 / PN2O5 Deslocamento de equilíbrio: Ao alterar um equilíbrio químico por meio de ações externas, uma perturbação do equilíbrio é causada, e sua consequência é chamada de deslocamento do equilíbrio. Princípio de Le Chatelier: diz que se uma perturbação é aplicada a um sistema em equilíbrio, o equilíbrio irá se alterar para reduzir o efeito da perturbação. 1. Concentração: Ex.: N2O4 (1mol/L) < > 2 NO2 (0mol/L) – antes da reação começar. Kc = 0,36 N2O4 (0,74mol/L) < > 2 NO2 (0,52mol/L) – quando a reação começou. Agora, ao adicionar 1 mol de N2O4, a concentração desse vai para 1,74mol/L e a de NO2 continua 0,52mol/L. Assim, o sistema sai da condição de equilíbrio, pois o Kc vai para 0,16. Ou seja, o sistema foi perturbado. No entanto, depois haverá consumo de N2O4 e produção de NO2, até que o sistema chegue a uma nova situação: [N2O4] = 1,62mol/L e [NO2] = 0,76mol/L. Então, o valor do Kc volta a ser 0,36 – obedecendo à lei do equilíbrio. Conclusão: ao aumentar a concentração de N2O4 o equilíbrio se deslocou para a direita, ou seja, a reação avançou no sentido de consumir N2O4 e formar NO2, até voltar ao 0,36. Se houvesse aumentado a concentração de NO2, o sistema se deslocaria para a esquerda. Aumentando a concentração de um participante, o equilíbrio desloca-se na direção do seu consumo. Diminuindo a concentração de um participante, o equilíbrio desloca-se na direção da sua formação. 2. Pressão: só em casos de substâncias gasosas. Ex.: N2O4 (g) < > 2 NO2 O aumento da pressão (redução de volume) desloca o equilíbrio para o lado menos volumoso. A diminuição da pressão (aumento do volume) desloca o equilíbrio para o lado mais volumoso. 3. Temperatura: Ex.: calor + N2O4 (g) < > 2 NO2 (g) ΔH = + 57,2 kJ • Nesse caso, como o ΔH é positivo: > (endotérmico) / < (exotérmico). Ex.: N2 (g) + 3 H2 (g) < > 2 NH3 (g) + calor ΔH = - 91,8 kJ • Nesse caso, como o ΔH é negativo: > (exotérmico) / < (endotérmico). Um aumento de temperatura desloca um equilíbrio no sentido endotérmico. Uma diminuição da temperatura desloca um equilíbrio no sentido exotérmico. Variação do Kc com a temperatura: O aquecimento pode aumentar ou diminuir o valor da constante de equilíbrio, e isso depende do valor do ΔH da reação. O aumento da temperatura provoca aumento do Kc para reações endotérmicas (ΔH > 0) e diminuição para reações exotérmicas (ΔH < 0). ΔH > 0 ΔH < 0 Efeito do catalisador: Catalisador não desloca equilíbrio, mas sim, faz com que um processo chegue mais rapidamente à situação de equilíbrio químico. Esse atua abaixando a energia de ativação. Acontece que o abaixamento na energia de ativação é o mesmo, tanto para a reação direta quanto para a inversa. Assim, se ambas as reações têm velocidades igualmente aumentadas, o equilíbrio não se deslocará no sentido direto, nem no inverso. Equilíbrio iônico da água (pH e pOH): Se temos uma substância x qualquer (soluto) misturada com a água (solvente), a concentração do solvente é praticamente constante. Ex.: Considere 1 L de água pura. A massa de água nele presente é 1000 g, pois a densidade da água é 1g/mL. Sabendo que a massa molar da água é 18g/mol, podemos calcular a sua concentração em quantidade de matéria: [água] = 𝐧 𝐕 = 𝐦 𝐌 .𝐕 = 1000g 18g/mol . 1L ≫ [água] = 55,56 mol/L Se dissolver na água uma substância x que reage com ela estabelecendo um equilíbrio, temos: X (aq) + H2O < > produtos (aq). • Em um processo como esse, que ocorre em solução aquosa, e do qual a água participa como reagente, sua quantidade consumida, em geral, não é superior a 0,5 mol. Assim, após ser estabelecido o equilíbrio, a concentração da água será igual a 55,56 – 0,50 = 55,06 mol/L. A variação da concentração em quantidade de matéria na situação inicial (55,56 mol/L) para a final (55,06 mol/L) é 0,9%, o que representa uma variação desprezível. Produtoiônico da água (Kw): Na água líquida, ocorre o equilíbrio de auto ionização: H2O (L) < > H + (aq) + OH- (aq) Kc = [H+] . [OH-] / [H2O] Mas, como a concentração da água é constante, não faz sentido coloca-la na expressão do Kc, visto que em todos os problemas apresentará o mesmo valor ([H2O] = 55,56 mol/L). Assim, esse valor foi incorporado na constante de equilíbrio: Kc = [H+] . [OH-] / [H2O] >> Kc . [H2O] = [H+] . [OH-] >> Kw = [H +] . [OH-] • Quanto maior for [H+] em uma solução, menor será o [OH-] e vice-versa. • Meio aquosos neutro: [H+] = [OH-] • Meio aquoso ácido: [H+] > [OH-] • Meio aquoso básico/alcalino: [H+] < [OH-] Ácidos: espécies que em solução aquosa liberam H+ como único cátion. Bases: espécies que em solução aquosa liberam OH- como único ânion. Potencial hidrogeno iônico (pH) e potencial hidroxiliônico (pOH): Em um equilíbrio de auto ionização da água a 25ºC, [H+] . [OH-] vale 1,0 . 10-14 mol/L. • Exemplo 1: água pura ([H+] = [OH-]), em que [H+] = 1 . 10-7 e [OH-] = 1 . 10-7. • Exemplo 2: vinagre ([H+] > [OH-]), em que [H+] = 1 . 10-3 e [OH-] = 1 . 10-11. • Exemplo 3: “qboa” ([H+] < [OH-]), em que [H+] = 1 . 10-11 e [OH-] = 1 . 10-3. pH = - log [H+] e pOH = - log [OH-] [H+] . [OH-] = 1,0 . 10-14 >>> log [H+] + log [OH-] = - 14 Multiplicando por -1: (- log [H+]) + (- log [OH-]) = 14 Ou seja... pH + pOH = 14 Equilíbrios heterogêneos: A uma temperatura fixa, a concentração em mol/L de um sólido é constante. Exemplo de equilíbrio heterogêneo: Fe2O3 (s) + 3 CO (g) < > 2 Fe (s) + 3 CO2 (g). • Kc = [CO2]3 / [CO]3 ::::: (Kc não usa substâncias em estado sólido). Ou seja, as concentrações dos sólidos presentes no equilíbrio não entram na conta. Ex2.: NH3 (g) + HCl (g) < > NH4Cl (s) ::::::::: Kc = 1 / [NH3] . [HCl] *No Kp também não inclui sólido nem líquido na conta, apenas gases. Deslocamento de equilíbrios heterogêneos: 1. Efeito da adição ou retirada de um participante: Fe2O3 (s) + 3 CO (g) < > 2 Fe (s) + 3 CO2 (g). Se aumentarmos ou diminuirmos a concentração de CO ou CO2, o equilíbrio será deslocado. Entretanto, quando adicionamos um sólido, isso não altera sua concentração em mol/L, e assim, o equilíbrio não é deslocado. • Pois a concentração em mol/L de sólidos é constante a uma temperatura fixa. 2. Efeito das variações de pressão: Mudanças de pressão afetam os gases, mas não afetam sólidos e líquidos. Ex.: CaCO3 (s) < > CaO (s) + 1 CO2 (g) :::::: 0 volume de gás (reag.) e 1 volume (prod.). O aumento de pressão desloca para a esquerda e a diminuição, para a direita, por conta do CO2 gasoso. 3. Efeito das variações de temperatura: No aquecimento, o equilíbrio se desloca no sentido endotérmico, e no resfriamento, no sentido exotérmico (assim como nas reações homogêneas).
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