Buscar

Infecções de vias aéreas superiores

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Pediatria
Infecções das vias aéreas superiores
Resfriado comum
- Muitíssimo comum na prática pediátrica.
- Etiologia viral - rinovírus, adenovírus, parainfluenza,
influenza, vírus sincicial respiratório, coronavírus…
- Inflamação do epitélio da nasofaringe: edema da
mucosa, aumento da produção de secreção local
com alteração dos movimentos ciliares e
descamação celular.
Sintomatologia leve:
A.Locais: obstrução nasal, coriza, espirros, tosse
seca, odinofagia leve.
B.Sistêmicos: febre baixa, cefaléia leve, mialgia leve.
Gripe
- Quadro sistêmico mais exuberante: queda de
estado geral, febre alta, mialgia importante, cefaléia,
prostração, hiporexia.
- Acometimento local mais intenso: maior
inflamação da mucosa da naso/orofaringes.
- Maior chance de complicações: pneumonia viral e
infeções bacterianas secundárias.
- Etiologia viral: influenza (H1N1), parainfluenza, VSR,
coronavírus…
Tratamento:
- NÃO EXISTE TRATAMENTO ESPECÍFICO.
- ANTIBIÓTICOS NÃO TRATAM RESFRIADO COMUM
E NEM GRIPE.
- Controle de sintomas: antitérmicos, analgésicos e
lavagem nasal com soro fisiológico.
- Evitar: descongestionantes e xaropes.
Otite média aguda
- Infecção/inflamação da orelha média com
aumento na produção de secreção e, consequente,
aumento da pressão intra-auricular.
- Uma das principais complicações do resfriado
comum.
- Uma das doenças infecciosas mais comuns em
pediatria: até os 3 anos de idade, 85% das crianças
já apresentaram ao menos um episódio de OMA.
Fatores de risco:
A. Do hospedeiro: idade < 3 anos, fenda palatina,
síndrome de Down, DRGE, atopias, falta de
aleitamento materno.
B. Ambientais: inverno, creches/escolas, tabagismo
passivo, uso de mamadeiras (mamar deitado),
chupeta, baixo nível socioeconômico.
• Patogênese:
A. Anatomia: tuba auditiva mais curta e mais
inclinada na criança até 3 anos de idade,
dificultando a ventilação da orelha média e
facilitando a progressão de vírus e bactérias
(contiguidade).
B. Imunologia: imaturidade imunológica. A incidência
diminui a medida em que aumenta a produção de
IgA, IgG e IgM próprias.
Normalmente precedida de um quadro de resfriado
comum, em que a infecção viral predispõe uma
infecção bacteriana secundária (lesão epitelial).
• Agentes:
A. Vírus: até 40% dos casos, a depender da faixa
etária.
B. Bactérias: pneumococos, H. influenzae e
Moraxella catarrhalis.
• Diagnóstico:
História clínica + Exame físico.
• Tratamento:
- sintomáticos: analgésicos e anti-térmicos.
- antibióticos: amoxacilina, amoxacilina+clavulanato,
azitromicina (7 a 10 dias).
- opção: observação clínica e controle de sintomas
nas primeiras 72 horas em crianças maiores de 2
anos e sem sinais de alarme. No entanto, há
dificuldade no seguimento próximo desses doentes.
- sinais de alarme/gravidade: otalgia intensa, febre
alta, toxemia, outras infecções associadas,
deformidades craniofaciais, imunodeficiência.
- complicações: mastoidite, meningite, OMA
recorrente, resistência antimicrobiana.
Rinossinusite bacteriana
- Inflamação / Infecção da mucosa nasossinusal.
- Anatomia: os seios paranasais só se formam
plenamente a partir dos 4 anos de idade. Antes
disso, os seios esfenoidais e etmoidais já estão
presentes, mas têm tamanho muito pequeno. Por
isso, a rinossinusite é rara antes dos 4 anos.
Classificação: aguda: até 12 semanas.
recorrente: > 6 episódios ao ano.
crônica: duração maior do que 12
semanas.
História natural:
Resfriado comum que dura mais de 10 dias, com
aumento da quantidade de secreção (geralmente de
aspecto mais purulento), febre alta e dor facial.
• Diagnóstico:
- História clínica + Exame Físico.
- Radiografia da face NÃO AJUDA no diagnóstico de
rinossinusite
- Em casos complicados: tomografia
computadorizada.
- Diagnóstico diferencial: corpo estranho e rinite
alérgica.
• Agentes: vírus.
- bactérias: pneumococos, H. influenzae, M.
Catarrhalis, Streptococcus beta-hemolítico do grupo
A, S. aureus.
• Tratamento: Antitérmicos, analgésicos, corticóides
nasais.
- Antibióticos: amoxacilina,
amoxacilina+clavulanato, azitromicina.
• Complicações: celulite periorbitária, meningite,
osteomielite.
Amigdalite/ tonsilite/ faringite
- Função das amígdalas é imunológica: produção de
imunoglobulinas. “Primeira linha de defesa do trato
respiratório”.
- Principal etiologia é viral. Na maioria das vezes o
uso de antibióticos não está indicado.
- Quando bacteriana: Estreptococo beta-hemolítico
do grupo A.
- Rara antes dos 3 anos de idade: IgG materna ainda
presente e amígdalas em
- Função das amígdalas é imunológica: produção de
imunoglobulinas. “Primeira linha de defesa do trato
respiratório”.
- Principal etiologia é viral. Na maioria das vezes o
uso de antibióticos não está indicado.
- Quando bacteriana: Estreptococo beta-hemolítico
do grupo A.
- Rara antes dos 3 anos de idade: IgG materna ainda
presente e amígdalas em desenvolvimento.
Diagnóstico: anamnese + exame físico.
- febre alta, odinofagia.
- sintomas gerais: cefaléia, mialgia, queda de estado
geral, vômitos…
- hipertrofia, hiperemia, petéquias e exsudato
faringotonsilar.
- linfadenopatia submandibular dolorosa.
- Teste de detecção do antígeno estreptocócico
(ASLO).
• Consideração especial: mononucleose infecciosa.
- “Doença do Beijo”.
- Etiologia viral: EBV.
- Altamente linfonotrópico: causa edema difuso do
tecido linfático (linfadenopatia em várias cadeias)
com hipertrofia importante das tonsilas palatinas,
inclusive com exsudato, esplenomegalia e
hepatomegalia.
- Diagnóstico difícil. Normalmente suspeitado após
falha do tratamento com antibióticos. “Monoteste" e
sorologias podem ajudar, mas são de difícil
interpretação em crianças menores de 5 anos.
- Rash cutâneo após uso de amoxacilina é
característico do quadro.
- Sem tratamento específico.
Complicações:
A. Não supurativas: Febre reumática e
glomerulonefrite aguda.
B. Supurativas: abscessos (peritonsilar,
retrofaríngeo, cervical).
C. Escarlatina: reação de hipersensibilidade às
toxinas do EBHA.
Tratamento:
- Quadros virais (incluindo mononucleose): alívio dos
sintomas, hidratação e atenção para sinais de
complicação.
- Quadros bacterianos: uso de antibióticos encurta a
evolução da doença e reduz o risco de
complicações.
- Antibióticos de escolha: penicilina e amoxacilina
(10 dias para evitar FR).
- Opções para casos de alergia: macrolídeos e
cefalosporinas.
Tratamento cirúrgico:
- Tonsilectomia / Amidgalectomia.
- Principal indicação: obstrução de via aérea
superior.
- Classificação de Brodsky para determinar o grau de
obstrução de acordo com o tamanho das amígdalas.
- Amigdalites recorrentes: mais de 7 episódios por
ano.
Estridor
- Som produzido pela passagem de ar por uma via
aérea de grosso calibre estreitada.
Vias aéreas superiores:
A. Supraglóticas: ausência de cartilagem permite
fácil colabamento. Estridor principalmente
inspiratório e com grande potencial de gravidade.
B. Glóticas e subglóticas: das cordas vocais até a
traquéia (antes da entrada no tórax). A sustentação
cartilaginosa impede parcialmente o colapso.
Estridor pode aparecer tanto na inspiração quanto
na expiração.
Laringite/ Laringotraqueobronquite
- “Síndrome do Crupe”
- Comumente de etiologia viral: parainfluenza,
influenza e VSR.
- A inflamação do epitélio se inicia na nasofaringe e
se dissemina por contiguidade através do trato
respiratório. De acordo com o nível acometido, os
sinais e sintomas serão variados.
- Apresentação clínica inicial de resfriado comum,
evoluindo com obstrução de via aérea superior em
graus variados.
- Grande maioria é leve, sem obstrução aérea
importante.
- Atenção para sinais de insuficiência respiratória.
Tratamento:
A. Alívio de sintomas gerais.
B. Corticoesteróides.
C. Nebulização com adrenalina.
D. Cuidados intensivos (IOT).
Consideração especial: traqueíte bacteriana.
- potencialmente grave devido a possibilidade de
obstrução completa da traquéia (formação de
membranas).
- principais agentes: S. aureus, pneumococos, EBHA,
M. catharralis, Haemophilus sp.
- inflamação e lesão intensa do epitélio traqueal,
com produção de exsudato purulentoe formação de
membranas.
- tosse ladrante com evolução para insuficiência
respiratória e sepse.
- tratamento: suporte hemodinâmico e
antibioticoterapia de amplo espectro.
Epiglotite
- Infecção bacteriana, supraglótica, com rápida
evolução para sepse e insuficiência respiratória
grave. - Incidência vem diminuindo graças a ampla
cobertura vacinal.
- Principal agente: Haemophilus influenza.
- Apresentação clínica: desconforto respiratório
progressivo, com piora durante o choro ou agitação
e sinais de sepse/toxemia.
Diagnóstico: anamnese + exame físico.
Tratamento: suporte ventilatório e antibioticoterapia
de amplo espectro

Outros materiais