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QUESTIONÁRIO | Criminologia

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1. É possível afirmar que as idéias ilustradas influenciaram a formação do sistema penal brasileiro? Explique contextualizando historicamente esse processo, indicando exemplos e distinções com relação à matriz de pensamento iluminista europeu.
	As idéias iluministas surgem como um divisor de águas no direito penal, a partir dessas idéias os pensadores começam a se preocupar com a execução da pena e inaugura um período humanitário no direito penal. Os pensadores adotaram as idéias clássicas iluministas; os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, propagados na Revolução francesa, e empregaram no campo das ciências jurídicas. O iluminismo influenciou o escritor Cesare Beccaria, que escreveu o livro: “dos delitos e das penas” e criticava nele os horrores das leis penais vigentes, a exemplo das penas de morte e de tortura. O autor trazia, em seus escritos, pensamentos a respeito dos direitos humanos, suas idéias fundamentaram o que se conhece hoje como os Princípios Basilares do Direito; presente nesses, aspectos como a legalidade, a presunção de inocência e o propósito da pena. No âmbito do Brasil, os escritos de Beccaria influenciaram a revogação das penas cruéis gradativamente e tiveram papel fundamental na criação do primeiro código Brasileiro. 
2. Disserte sobre a relação entre o racismo e o discurso e práticas punitivas associados ao positivismo criminológico no Brasil. 
	O positivismo criminologico aparece ante a sensação que as idéias iluministas da, chamada por eles, escola clássica não foram efetivas para resolver as problemáticas existentes. Aparece, portanto, uma necessidade de comprovar cientificamente um estudo no campo da criminologia. Lombroso estudou as pessoas que praticavam o crime, para poder entendê-lo; para ele a pessoa já nascia criminosa e o criminoso tinha características específicas. Considerando, para isso, como retrata Lombroso em seu texto “o homem delínquente” que na natureza estava o exemplo mais implacável de imoralidade. Nesse âmbito, Nina Rodrigues foi influenciado aqui no Brasil, na tentativa de trazer cientificidade para o estudo criminológico ele estuda as características criminológicas no Brasil, sendo essas relacionadas à mestiçagem. Para ele, quanto maior o grau de miscigenação, mais delinquente o individuo tendia a ser. Justificando nessa idéia a existência de três códigos penais, o do negro, do branco e do índio.
 3. Qual o significado do conceito de desorganização social para a Escola de Chicago? E quais os problemas com relação a essa categoria? Qual a importância da Escola de Chicago para a compreensão da violência criminal urbana? 
 	Para a escola de Chicago a desorganização social pauta-se na perda de influência das regras sociais em relação aos membros do grupo social, não havia controle. A desorganização está diretamente relacionada ao crescimento dos centros urbanos, associado a um fator que gera criminalidade. Eles investigavam o meio ambiente como causador do crime, sendo assim, devido a Revolução Industrial e expansão dos centros urbanos, há um enfraquecimento das relações de controle social informais, como amizade, família. Fatos esses, geradores de um sentimento de individualidade na população e facilitadores da ocorrência de crimes. 
	Ainda assim, é importante pensar na Escola de Chicago como um processo de ruptura da protocriminologia, como observado no texto de Downes-rock “sociologia de La desviacion”. O departamento de sociologia da universidade de Chicago começa a estudar as cidades como organismos vivos, tendo como base seu trabalho de campo na própria cidade de Chicago. Nesse trabalho de campo são observadas as problemáticas da violência urbana, a marginalização. Observando, dessa forma, o equívoco da pobreza como fator de criminalidade.
4. Explique o processo de associação diferencial. Quais as críticas que podem ser suscitadas em face dessa teoria?
	A teoria da associação diferencial, criada por Edwin Sutherland, pauta-se na investigação do crime como fenômeno social, o que afasta a idéia de criminalidade relacionada a pobreza. Nesse sentido, observa-se a base de que o processo de criminalidade está relacionado aos processos de associação diferencial. Seria a relação com outros indivíduos, quando este se encontra inserido em determinado grupo social ou contexto ele tende a copiar e tomar como assertiva as práticas desse grupo, mesmo que normativamente estejam cometendo crimes. 
	As criticas que são suscitadas dessas teorias pautam-se na sociedade desorganizada, sendo base para o comportamento criminoso, além disso, existe também o conflito cultural. Fato é que o processo de associação diferencial é a normalização daquilo que existe muito contado, se tem muito contato com o crime, aquilo se normaliza. A problemática reside justamente no processo de conflito cultural, o que muitas vezes é taxado como crime processos culturais; exemplo disso, são os rituais de fé criminalizados na Idade Média e reconhecidos como ‘bruxos” os que praticavam e até mesmo a capoeira que já foi criminalizada no Brasil, aspecto da cultura negra. Não só isso, o problema também pauta a desorganização social, um mundo completamente desigual que criminaliza o que as consideradas classes inferiores fazem, muitas vezes em busca de sua subsistência. Fato é que a mendicância também já foi crime no Brasil. 
5. De que forma o conceito de anomia de Merton pode ser utilizado para a compreensão da criminalidade brasileira? Dê exemplos utilizando-se dos tipos de adaptação individual.
	A teoria da anomia de Merton, inspirada em Durkheim, baseia-se na idéia de que em uma sociedade existem valores para uma boa convivência humana, são denominadas metas culturais. Essas, são a finalidade que a maior parte da população visa alcançar e soa observadas com o ideário de sucesso social; a exemplo da riqueza, qualidade de vida. Para alcançar tais metas o autor fala sobre o uso dos mecanismos institucionais como o estudo, o trabalho, os investimentos. Em contra partida a isso, o autor analisa a anomia, o estado sem lei, caracterizado pelo insucesso em alcança tais metas através dos meios institucionais, Indivíduos que passam por cima das regras sociais para alcançar tais metas, como no caso da criminalidade brasileira – a população que foge dos meios legais, buscando alternativas no trafico para ascender socialmente, o que, diante das comunidades mais marginalizadas, é visto como a forma mais rápida de alcançar tais metas. O crime, para Merton, é qualquer comportamento que viole essa estrutura social, definidas por metas culturais e meios institucionalizados. Por fim, para Merton, a sociedade se divide em camadas, denominadas Modos de Adaptação e servem como exemplo para compreender a criminalidade brasileira. Em primeiro lugar, a Conformidade, se trata de um indivíduo que aceita as Metas Culturais e os Meios Institucionalizados, um indivíduo que busca seu sucesso de forma legal. Por outro lado, temos a Inovação, que é a adaptação individual em que esse aceita as Metas Culturais, mas não aceita os Meios Institucionalizados para atingi-las e, dessa forma, viola essa estrutura social e comete crimes.

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