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– Eméticos: São drogas que causam vômito Para ocorrer a êmese, o organismo precisa passar pelos seguintes processos: Abolição da motilidade gástrica Fechamento do piloro Abertura da cárdia Contração do diafragma e músculo abdominal Sialorreia Aumento das secreções do trato respiratório Tosse Queda de pressão Sudorese Taquicardia Dispneia Devemos lembrar que roedores, equinos, coelhos e cobaias não vomitam, por particularidades anatômicas. Estimulação gástrica Alterações vestibulares (cinetose) Estímulos do sistema nervoso central na região conhecida como centro do vômito, que fica na formação reticular lateral do bulbo. Nessa região temos muitos receptores alfa 2, de serotonina e de acetilcolina, sendo que a ativação desses receptores é o que gera o vômito. Os gatos têm maior quantidade desses receptores alfa 2 no centro do vômito, por isso, são mais sensíveis a ter êmese. Como podemos ativá-lo? 1. Através de neurônios aferentes periféricos (em faringe, esôfago, estômago, intestino etc.), ativados com um estímulo físico (por exemplo, quando colocamos o dedo na região da cavidade oral/garganta) 2.. Sistema límbico, ou seja, pelas emoções (raiva, tristeza, ansiedade) 3. Córtex, quando temos estímulos visuais, auditivos e olfativos 4. Núcleos vestibulares, já que lá há muitos receptores colinérgicos e H1, envolvidos com alterações de movimento e equilíbrio 5. Zona deflagradora dos quimiorreceptores, que ficam na parede lateral do terceiro ventrículo, uma região muito rica em receptores químicos de dopamina, serotonina, histamina e adrenalina. Estão em contato com o sangue e o líquido raquidiano, e assim, qualquer toxina ou microorganismo que esteja circulando pode ativar algum desses receptores e gerar vômito. Cão: tem mais receptores de dopamina e histamina Temos dois tipos de drogas eméticas. Atenção: devemos lembrar que para usar um emético o animal tem que estar consciente e capaz de fazer a mímica do vômito, sem que tenha risco de broncoaspirar o conteúdo. Irritantes: agem na mucosa do estômago Ação central: age sob receptores da zona deflagradora, centro do vômito e/ou sistema vestibular Eméticos e antieméticos – Substâncias que não são absorvidas e ficam constantemente entrando em contato com a mucosa gástrica, irritando-a. Assim, o corpo tenta expeli-las pelo vômito. São exemplo: 1. Solução sulfato de cobre ou zinco 1% 2. Xarope de ipeca − Em altas doses: tem ação central − Em baixas doses: tem esse efeito irritante, já que ela está em quantidade insuficiente para ser absorvida 3. Água oxigenada 10 V − É o peroxido de hidrogênio a concentração 3% − Via oral: 1 a 2 ml/kg − O vômito demora de 10 a 20 minutos para ocorrer − Esse vômito ocorre por reflexo de distensão, já que o estômago percebe que está cheio, visto que as reações químicas geradas por ela liberam “bolhas/espuma”, através da ação da catalase, gerando mais volume. 1. Morfina/apomorfina: São opioides usados para medicação pré-anestésica, e causam vômito já que agem como agonistas dos receptores de dopamina na zona deflagradora (no terceiro ventrículo). Com a aplicação sendo via intravenosa ou intramuscular, o período de latência é de 2 a 3 minutos. 0,04-0,08 mg/kg VO e parenterais Cão: são mais sensíveis a ação dos opioides, já que possuem mais receptores de dopamina e histamina na zona deflagradora, tendo então mais estimulação. 2. xilazina: Administrada pela via subcutânea ou intramuscular É um agonista alfa 2, atuando em receptores da zona deflagradora e do centro do vômito Gato: é mais sensível a Xilazina, já que tem mais receptores alfa 2 tanto em centro do vômito quanto em zona deflagradora. 0,05mg/kg em gatos Cuidado: em alguns animais, após a êmese pode ocorrer uma sedação, visto que a Xilazina é sedativa, e causa também a depressão respiratória e cardiovascular, o que é perigoso, pois enquanto sedado, o animal pode broncoaspirar o vômito. Antieméticos: São drogas que evitam o vômito Essas drogas podem ser usadas em situações em que o paciente já vomitou tanto que está ficando em: Exaustão Desidratação Hiponatremia (queda de sódio) Hipocloremia (queda de cloro) Alcalose sistêmica (pela perca constante de ácido clorídrico) Devemos associar essas drogas com alimentos de fácil digestão, pastosos e frios para que possamos acalmar a mucosa do estômago e diminuir o estímulo irritante. Temos como exemplo: 1. Agentes anticolinérgicos: − São antagonistas de receptores muscarínicos, e quando bloqueados no sistema digestório diminuem as secreções e deprimem a motilidade Escopolamina: − Ótima para cinetose (sistema vestibular, onde há receptor de acetilcolina) − Não devemos usar em gatos, pois a ação central irá causar intensa excitação 2. Vitamina B6 (piridoxina): − Não se sabe o mecanismo pela qual a B6 é antiemética, porém, acredita-se que aumenta as ações da GABA (neurotransmissor inibitório que deprime o sistema nervoso), limitando as informações que chegam ao centro do vômito 3. Agentes anti-histamínicos: − São: Dramin, Difenidramina e Meclizina − Bloqueiam os receptores de H1 do sistema vestibular e zona deflagradora 4. Agentes bloqueadores dopaminérgicos: − São: a Metoclopramida, Bromoprida, Domperidona − Bloqueiam os receptores dopaminérgicos na zona deflagradora (ou seja, são antagonistas) 5. Agentes antagonistas de serotonina (5-HT): − È: Ondansetrona (Vonau) − Bloqueiam os receptores serotoninérgicos da zona deflagradora
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