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Teoria de Durkheim, Etnocentrismo e Nosso Papel como Educadores Neste Contexto Partindo do princípio de que o homem é um ser social e que é moldado a partir de valores, crenças, costumes e práticas sociais, percebemos que o Etnocentrismo é um fator determinante na criação e manutenção de práticas como a do Bulling, não somente em nossas escolas mas também no dia a dia de nossa sociedade, fato este, plenamente observado através dos noticiários em rede nacional que mostram diariamente ataques a negros, homossexuais, mulheres, moradores de rua etc. Mas, o que afinal é Etnocentrismo? De acordo com a Wikipédia: Enciclopédia Livre (2012): “Etnocentrismo é um conceito antropológico, que ocorre quando um determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor, seja pela sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, ou até mesmo por uma diferente forma de se vestir”. (Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Etnocentrismo, Acesso em 27 de fevereiro de 2012 as 00:55h). O etnocentrismo pode ser verificado ao longo da história da humanidade, principalmente em povos que tinham como prática a dominação e escravização de outros, também temos um belo exemplo como o ocorrido no período da santa inquisição, onde um grupo de religiosos e governantes assassinaram milhares de pessoas, simplesmente por comungarem de uma fé diferente, ou por não concordarem politicamente com eles. Um dos fatos marcantes neste fenômeno é que a diferença é compreendida em termos de ameaça à identidade cultural. De acordo com o site Nossa Versão (2012), “De modo simples, o etnocentrismo pode ser definido como uma visão de mundo fundamentada rigidamente nos valores e modelos de uma dada cultura; por ele, o indivíduo julga e atribui valor à cultura do outro a partir de sua própria cultura. Tal situação dá margem a vários equívocos, preconceitos e hierarquias, que levam o indivíduo a considerar sua cultura a melhor ou superior”. (Disponível em http://www.nossaversao.pro.br/liturgia_detalhes.php?numero=76. Acesso em 27 de fevereiro de 2012 as 01:01h). A Teoria de Durkheim nos chama atenção para este fato e para a nossa responsabilidade como agentes transformadores e motivadores de uma sociedade mais digna, verdadeira, solidária e justa. "A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto." Émile Durkheim Ao estudarmos mais profundamente sobre Durkheim, somos levados a questionar nossa práxis pedagógica em sua totalidade, afinal, como professores a nossa principal função é a de formar cidadãos capazes de compreender seu papel social, conscientes de seus direitos e deveres e que acima de tudo sejam capazes de respeitar as diferenças e conviver com elas em harmonia. Este autor, destacou em sua obra que em cada aluno existem dois seres que apesar de distintos são inseparáveis, o ser individual - formado pelos estados mentais de cada pessoa e, o ser social – formado por um sistema de idéias, sentimentos e hábitos dos grupos em que a pessoa faz parte. É neste ser social, que podemos e devemos interferir buscando conscientizá-lo e harmonizá-lo com a realidade a sua volta (Interferindo assim em processos como o do Bulling por exemplo). Afinal, de acordo com Durkheim (apud Gomyde e Guimarães, 2012), “Os processos de socialização e internalização individual são responsáveis pela aquisição por parte dos indivíduos de valores, crenças e normas sociais que mantêm os grupos e as sociedades integrados. O controle social reforça o domínio da sociedade sobre os indivíduos”. Gomyde e Guimarães (2012) destacam que: A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.(Gomyde, Heloisa; Guimarães, Arthur. Portal Educar para Crescer. Pedagogia: Émile Durkheim. Disponível em http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/emile -durkheim-307266.shtml, Acesso em 26 de fevereiro de 2012 as 23:19h.) (...) “cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes”. Baseada nesta afirmação, ocorreu-me mais uma vez dentre as inúmeras desde que iniciei meus trabalhos como educadora em 1988 (período anterior aos PCN’s), com relação ao que de fato acontece em nossas escolas, afinal, antes dos Parâmetros Curriculares Nacionais serem de fato estabelecidos, já existia uma corrente de educadores que como eu, os aplicavam, mas... Não entendo ao certo, o porquê, após o estabelecimento destes, algumas autoridades de cidades do interior do Rio de Janeiro (faço referência a estas “cidades” por nelas ter trabalhado e vivenciado a realidade) passaram a “proibir” os professores a adaptarem os “ensinamentos” a realidade de seus alunos, obrigando assim a padronização dos conteúdos e da forma como devem ser repassados, impondo “cartilhas (geralmente indicadas por suas esposas que de nada entendiam de Educação, apesar de ocuparem os mais altos cargos deste seguimento) e métodos” que não funcionam de forma efetiva em todos os contextos de sala de aula. A forma de repassar conteúdos, conhecimentos etc, não pode ser a mesma no centro da cidade que no interior do interior, pois são realidades sociais distintas, culturas diferentes. Sendo assim, sacrifica-se as idéias originais acerca dos PCN’s e afeta-se sua eficácia, obrigando a classe docente a se “curvar” sob pena de serem afastados das funções ou mesmo serem demitidos os que ousassem pensar ou agir de forma diferente, levando vários educadores que, como eu, são conscientes de sua missão a pedir demissão. Infelizmente temos excelentes teorias acerca da Educação, métodos eficazes, mas que por estarem atrelados a decisões políticas se tornam ineficazes. Andréa Vidal Tomé da Silva Artigo apresentado a Universidade Estácio de Sá (EAD) no dia 27/02/2012 01:08h.
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