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Atividade 2 - Sustentabilidade

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Os trechos a seguir se referem ao princípio 9, dos 10 elencados por Dieter Rams, acerca do bom design e questões de desenvolvimento sustentável, abordado por Manzini. Após ler os trechos, discorra sobre o bom design, relacionando-o com a sustentabilidade ambiental, sem esquecer de abordar o assunto de ciclo de vida dos produtos.
Antes de nos aprofundarmos no design sustentável, precisamos entender o que é design. Se iniciarmos a explicação pela etimologia da palavra, em inglês, “design” pode ser usado tanto como verbo, quanto substantivo. E, longe do que algumas pessoas pensam, a tradução mais próxima para o português não é “desenhar”, mas “projetar”.  No livro “Textos recentes e escritos históricos”, de Alexandre Wollner (2002); o autor — considerado um ícone do design brasileiro — no artigo “Design ou designs?”, descreve o design como “um segmento profissional que se dedica à definição de uma melhor qualidade de vida a todo ser humano, independente de sua condição econômica, raça, religião, e permitindo o acesso ao consumo de bens materiais convenientes e necessários.”
Dieter Rams (designer industrial alemão) introduziu conceitos de desenvolvimento sustentável e dez princípios para um bom design. Se o design acessível e de qualidade da Bauhaus já cruza o caminho da inovação social, os princípios escritos por Rams praticamente mostram este casamento entre as duas disciplinas. São eles: 
O bom design é inovador: As possibilidades de inovação não estão, de modo algum, esgotadas. O desenvolvimento tecnológico está sempre oferecendo novas oportunidades para projetos inovadores. Mas o design inovador sempre se desenvolve em conjunto com tecnologia inovadora e nunca pode ser um fim em si mesmo.
O bom design torna um produto útil: Um produto é comprado para ser usado. Ele tem que satisfazer certos critérios, não apenas funcionais, mas também psicológicos e estéticos. Um bom design enfatiza a utilidade de um produto, ao mesmo tempo que desconsidera qualquer coisa que possa prejudicá-lo.
O bom design é estético: A qualidade estética de um produto é essencial para sua utilidade, porque os produtos que usamos todos os dias afetam nossa pessoa e nosso bem-estar. Mas apenas objetos bem executados podem ser “bonitos”.
O bom design torna o produto compreensível: Ele esclarece a estrutura do produto. Melhor ainda, pode fazer o produto falar. Na melhor das hipóteses, é auto-explicativo.
O bom design é discreto: Produtos que cumprem uma finalidade são como ferramentas. Eles não são objetos decorativos, nem obras de arte. Seu design deve, portanto, ser neutro e restrito, para deixar espaço para a auto-expressão do usuário.
O bom design é honesto: Não torna um produto mais inovador, poderoso ou valioso do que realmente é. Não tenta manipular o consumidor com promessas que não podem ser mantidas.
O bom design é de longa duração: Evita estar na moda e, portanto, nunca parece antiquado. Ao contrário do design da moda, dura muitos anos – mesmo na sociedade descartável de hoje.
O bom design é completo até o último detalhe: Nada deve ser arbitrário ou deixado ao acaso. Cuidado e precisão no processo de design mostram respeito ao usuário.
O bom design é ambientalmente amigável: Design faz uma contribuição importante para a preservação do meio ambiente. Conserva recursos e minimiza a poluição física e visual ao longo do ciclo de vida do produto.
O bom design é mínimo: Menos, mas melhor – porque se concentra nos aspectos essenciais, e os produtos não são sobrecarregados com itens não essenciais. De volta à pureza, de volta à simplicidade.
Destacamos os princípios que falam sobre a utilidade, a honestidade, a durabilidade, a preocupação com o meio ambiente e o foco no que é essencial, para fazer mais com menos. Esses princípios estão totalmente alinhados com a sustentabilidade e devem ser considerados no momento do desenvolvimento de produtos sustentáveis.
Em uma cultura materialmente saturada, sem esquecer o papel que o designer tem nesse aspecto, é importante ter critérios e diretrizes para o desenvolvimento de produtos.
Design e sustentabilidade
Agora que já vimos que o design vai muito além de um visual “bonito” e/ou de uma comunicação refinada, podemos nos aprofundar no design sustentável.
O atual sistema de produção se caracteriza por um ritmo acelerado, que se utiliza de recursos naturais renováveis e não-renováveis.
O dilema do designer no contexto atual é conciliar as questões ambientais com o modelo econômico. Não se pretende, e nem é possível, cessar a produção e consumo.
Aumento de consumo gera maiores tributos, maior capacidade de intervenção estatal, maior lucratividade organizacional e manutenção das taxas de geração de ocupação e renda. O consumismo precisa ser substituído pela ideia de satisfazer as necessidades dentro de ciclos. Mas se busca mudar o ritmo em que ocorre, pois a longo prazo, é insustentável. Neste contexto, VEZZOLI (2010) argumenta que o design é uma parte do problema. Mas pode vir a se tornar um agente promotor da sustentabilidade ao buscar novas alternativas de projeto. 
Os problemas ambientais são um desafio de design?
Projetar significa criar soluções para um problema social. Como designers, somos treinados para deixar de lado soluções existentes e começar do zero. Estamos acostumados a investigar minuciosamente os problemas e a ter ideias disruptivas, de preferência em cooperação com cientistas. Nos dias de hoje precisamos dessas habilidades para criar uma sociedade que tenha impacto mais restaurador do que prejudicial no meio ambiente. O design precisa ser eco-positivo.
No campo da sustentabilidade existem 3 dimensões:
· Dimensão Ambiental: Ela indica aspectos relacionados às limitações dos recursos naturais do planeta e como consumimos, descartamos e reaproveitamos recursos naturais. Vale dizer que esses impactos ambientais mensurados nesta dimensão nem sempre são diretos. Imagine, por exemplo, que a sua solução é 100% digital. Será que ela não gera resíduos? Essa dimensão, apesar de complexa, talvez seja umas das que mais tem ganho destaque nos últimos anos, principalmente com a infinidade de iniciativas ambientais, mas vale reforçar que, ainda estamos consumindo mais do que tiramos do planeta e a conta segue no negativo.
· Dimensão Econômica: Mais “simples” do que a anterior, esta dimensão é 1+1=2, literalmente. A dimensão econômica está ligada ao crescimento econômico sustentável e justo, ou seja, mensurando impactos socioeconômicos, como empregos, renda gerada em uma determinada região, etc. 
· Dimensão Social: Apesar das outras duas possuírem ligação com a inovação social por diversos motivos, a terceira dimensão talvez seja umas das mais diretas entre as duas disciplinas. Ela trata das questões relacionadas à satisfação das necessidades básicas das pessoas, a valorização das culturas locais, a melhoria do bem-estar atual e futuro, o aumento da qualidade de vida pela redução da iniquidade social no geral. Ou seja, a dimensão social orienta-se para a construção de uma sociedade humana sustentável.
Por fim, se somarmos as três dimensões da sustentabilidade, com os dez princípios do bom design, podemos chegar ao resultado do design sustentável: eliminar impacto ambiental negativo através de projetos hábeis, sensíveis.
A importância de estudar as questões da sustentabilidade se deve ao fato de que é clara a situação de degradação na qual o planeta se encontra. É necessário que as pessoas em processo de formação de conhecimento e opinião compreendam as condições atuais, de impactos.
Dentre as abordagens sustentáveis possíveis, o ecodesign ou design do ciclo de vida, apresenta-se como uma alternativa em bom nível de consolidação, mas em nível discreto de incorporação na prática profissional. O ecodesign concebe de forma sistêmica a redução de impactos ambientais durante todas as etapas do ciclo de vida do produto.
O Ciclo de Vida do Produto é um conjunto de fases que um determinado produto irá percorrer ao longo de sua existência. São, ao todo, cinco fases:
1. Desenvolvimento;2. Introdução;
3. Crescimento;
4. Maturidade e;
5. Declínio.
É uma forma mais lúdica de enxergar onde o produto está colocado no mercado e pensar na forma como o Marketing deve agir e tomar decisões do tipo:
Deve-se investir em publicidade? O produto deve continuar no mercado ou deve retira-lo? É necessário diminuir o preço?
Portanto, é uma ferramenta de tomada de decisão para estratégias de Marketing.
Pois, o design orientado para a sustentabilidade é um novo campo de pesquisa na área, no qual se buscam novas alternativas de produtos e processos, que minimizem os impactos ambientais decorrentes do sistema de produção e consumo vigente.
O design não é solução para tudo, mas é uma ferramenta fundamental para um novo arranjo de equilíbrio civilizatório.

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