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Sistema Vestibular

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR 
Departamento de Medicina Veterinária 
LETÍCIA GOMES FIGUEIRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA ANIMAL I: SISTEMA VESTIBULAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROLIM DE MOURA – RO 
2021 
Cunningham Tratado de Fisiologia Veterinária / Bradley G. Klein. Capítulo 8: O 
Sistema Vestibular. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014 
 
O cérebro precisa entender qual a posição do corpo em relação ao espaço e 
assim, coordenar os seus movimentos e postura. Para isso uma fonte de informação 
é o sistema vestibular. Este sistema esta localizado no ouvido interno e informa ao 
cérebro a posição e movimento da cabeça, como inclinação estática, aceleração 
linear ou aceleração rotacional. Além disso, este sistema auxilia na fixação dos olhos 
sobre um alvo diante de tais mudanças na orientação do corpo. 
 O sistema vestibular é suscetível a lesões patológicas, ocasionando na 
maioria das espécies veterinárias, uma síndrome caracterizada pela inclinação de 
cabeça (head tilt), movimentos rotatórios compulsivos e nistagmo espontâneo. Para 
entendermos melhor tais sinais clínicos é necessário de inicio estudar a anatomia 
deste sistema. 
 No ouvido interno bilateralmente existe um sistema de labirintos, o labirinto 
ósseo que esta localizado dentro do osso temporal e o labirinto membranoso, que 
fica dentro do labirinto ósseo. O labirinto ósseo é composto por três ductos 
semicirculares, o anterior, posterior e o lateral. Ao final de cada canal existe uma 
dilatação chamada de ampola, e ainda fazendo parte do aparelho vestibular há o 
vestíbulo e a cóclea. A cóclea é uma região que faz parte do sistema auditivo. 
Separando o labirinto ósseo do labirinto membranoso existe um fluído chamado de 
perilinfa. Dentro do vestíbulo o labirinto membranoso é formado por uma região 
semelhante a um saco, que contém o sáculo e o utrículo, também chamados de 
órgãos otolíticos. O labirinto membranoso ainda é todo preenchido por um fluído 
chamado de endolinfa. 
 Histologicamente o labirinto membranoso é constituído de um revestimento 
epitelial. Em cada uma das estruturas que formam o sistema vestibular, em regiões 
específicas, uma parte dessas células é especializada formando receptores 
secundários. 
As células ciliadas formam a base de um receptor sensorial dentro de cada 
estrutura vestibular. Os cílios estão localizados no ápice da célula e possuem 
diferentes tamanhos, o maior é chamado de cinocíilio e os menores são chamados 
de esteriocíilios, e esses cílios se projetam em direção a uma camada gelatinosa. 
Na base dessas células há a formação de sinapses com neurônios sensoriais do 
nervo vestibulococlear (VIII par dos nervos cranianos), que conduzem potenciais de 
ação ao tronco encefálico. 
Nas ampolas as células ciliadas se organizam de uma forma em que dão 
origem a uma crista e seus cílios são embebidos em uma camada gelatinosa 
chamada de cúpula, isso compõe o órgão receptor denominado de crista ampular. 
Todas as células da crista ampular ficam orientadas na mesma direção, essas 
células juntamente com a cúpula ocupam todo o diâmetro da ampola. 
No sáculo e no utrículo os cílios se projetam em direção a camada gelatinosa, 
e na sua superfície existem cristais de carbonato de cálcio, chamados otólitos, isso 
compõe o órgão receptor conhecido como mácula. Nesse receptor as células 
ciliadas não ficam todas direcionadas para o mesmo lado. 
Quando a cabeça se movimenta a endolinfa também gera um deslocamento 
da camada gelatinosa e essa por sua vez movimenta os cílios fazendo com que eles 
se flexionem em uma direção, quando os cílios não estão flexionados eles emitem 
uma frequência de mais ou menos 100 potenciais de ação por segundo. Quando os 
cílios se flexionam em direção ao cinocíilio, a liberação de transmissores das células 
ciliadas sobre os neurônios sensoriais aumenta e a frequência dos potenciais de 
ação também aumenta, pois ocorre a despolarização das células. Quando os cílios 
de flexionam em direção aos esteriocíilios as células ficam hiperpolarizadas, a 
liberação de transmissores diminui e a frequência de potenciais de ação também 
diminui. Todas essas alterações no potencial de ação de membrana são enviadas 
ao sistema nervoso central pelos neurônios sensoriais do nervo vestibulococlear. A 
partir disto o sistema nervoso central vai interpretar todas essas frequências de 
potenciais de ação que foram enviadas e determinar qual é o movimento da cabeça 
que esta acontecendo. 
Os ductos semicirculares juntamente com a ampola, conseguem captar 
movimentos angulares da cabeça. Quando esse movimento acontece, os ductos 
semicirculares, assim também como todas as estruturas se movimentam no mesmo 
sentido, com isso a endolinfa também começa a se movimentar, mas com certo 
atraso e em sentido contrário a rotação da cabeça, devido à inércia. Isso faz a crista 
ampular se colidir com a endolinfa, já que ambas estão indo em sentidos opostos, 
como resultado ocorre o deslocamento da cúpula das células ciliadas em direção 
oposta ao da rotação da cabeça. Na desaceleração da cabeça os ductos e a crista 
ampular também param, porém a endolinfa continua a se mover. Tanto os 
movimentos de aceleração e desaceleração geram estimulo da crista ampular. 
Por estarem localizadas bilateralmente em ângulos próximos, essas 
estruturas trabalham em pares de forma coplanar, para fornecer ao cérebro 
informações a respeito da direção e da natureza do movimento. 
Se os cílios são direcionados para o lado oposto ao da rotação da cabeça, por 
exemplo, quando o animal faz um movimento em sentido horário, os cílios são 
direcionados cada um para um lado diferente, isso pensando nos dois lados da 
cabeça, o que significa que em um os potencias de ação estarão maiores 
(hiperpolarização) e do outro lado menores (despolarização). Cada canal fica 
responsável por captar um tipo de movimento da cabeça: 
 Canal Anterior - consegue captar os movimentos de flexão e extensão da 
cabeça; 
 Canal Lateral - capta os movimentos de rotação; 
 Canal Posterior - capta a inclinação lateral da cabeça. 
O sáculo e o utrículo são capazes de detectar a aceleração e desaceleração 
linear, produzida tanto pela gravidade quanto pelo deslocamento corporal, além de 
captar a inclinação estática da cabeça. Quando o animal se desloca para frente ou 
para trás, para cima ou para baixo, fazendo um movimento linear, esses receptores 
são capazes de detectar. Na mácula os receptores dessa região, funcionam da 
seguinte forma: os otólitos formam peso sobre a camada gelatinosa onde os cílios 
estão embebidos, quando o animal se desloca essa camada de otólitos por ser mais 
pesada traciona os cílios, fazendo com que eles fiquem flexionados. No utrículo a 
mácula fica orientada em uma posição horizontal enquanto no sáculo sua posição é 
vertical, isso permite que todos os movimentos lineares sejam detectados. 
Depois que esses estímulos são captados pelo nervo vestibulococlear, os 
neurônios fazem sinapses com estruturas conhecidas como complexo nuclear 
vestibular, que consiste em um grupo de quatro núcleos que ocupa parte da ponte 
e parte da medula. Logo depois os neurônios saem dessa região e são destinados a 
três áreas do sistema nervoso central. Alguns neurônios que ficam no complexo 
nuclear vestibular e recebem os estímulos provenientes do sáculo e do utrículo e 
seus axônios formam o trato vestíbulo-espinal, que fornece aos músculos 
antigravitacionais estímulos excitatórios que são gerados em resposta a aceleração 
linear ou a inclinação da cabeça. Existem ainda neurônios do complexo nuclear 
vestibular que recebem informações provenientes dos ductos semicirculares e estes 
formam uma via conhecida como fascículo longitudinal medial (núcleos – 
abducentes, troclear e oculomotor). Essa via fica responsável por inervar os 
músculos extrínsecos que controlamos movimentos dos olhos, esses movimentos 
são compensatórios aos movimentos de rotação da cabeça, o que acaba dando 
origem ao reflexo vestibulocular. 
Algumas fibras também se projetam do complexo nuclear vestibular para o 
cerebelo e ele também enviam fibras ao complexo, com isso o cerebelo consegue 
fazer diversos ajustes nos reflexos oculomotores e de postura, tais reflexos são 
controlados pelo sistema vestibular. Algumas fibras ainda são levadas ao córtex o 
que permite as sensações vestibulares conscientes. 
O sistema vestibular consegue abastecer o sistema nervoso central com 
informações a respeito da localização do corpo em relação ao espaço, e com essas 
informações é possível que ocorra os ajustes necessários nos diversos músculos do 
corpo e assim o controle do movimento seja realizado de uma forma eficiente.

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