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Farmacologia - Imunossupressores

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MED UNIFTC | 2021.1 Melissa Cristina Turma A | TUT 03 
 
 
 
 
 
 
Conceito 
• Os agentes imunossupressores são utilizados para 
atenuar a resposta imune dos pacientes que 
receberam transplantes de órgãos e dos pacientes 
com doenças autoimunes. No transplante, os grupos 
principais de agentes imunossupressores utilizados 
hoje são: glicocorticoides, inibidores da calcineurina, 
agentes antiproliferativos/antimetabólicos e biológicos 
(anticorpos). 
Esses fármacos têm conseguido elevado grau de sucesso 
clínico no tratamento dos distúrbios como rejeição imune 
aguda dos órgãos transplantados e doenças autoimunes. 
Entretanto, esses tratamentos devem ser utilizados por 
toda a vida e suprimem inespecificamente todo o sistema 
imune, razão pela qual os pacientes ficam expostos a 
riscos significativamente maiores de infecção e câncer. Os 
inibidores da calcineurina e os glicocorticoides são 
particularmente nefrotóxicos e diabetogênicos, 
respectivamente, o que limita sua utilização em várias 
situações clínicas. Os fármacos utilizados para modular a 
resposta imune por três mecanismos: imunossupressão, 
tolerância e imunoestimulação. 
Caso Clínico: 
 
Uma mulher de 40 anos de idade sem história clínica 
pregressa conhecida, além de suspeita de artrite 
reumatoide (AR), apresenta-se para a avaliação de sua 
dor. A paciente relata rigidez matinal, edema e 
sensibilidade das articulações das mãos, dos ombros e dos 
joelhos por mais de seis meses. Também relata fadiga e 
uma história familiar materna de AR. Trouxe seus 
prontuários antigos que mostram critérios laboratoriais e 
clínicos suficientes para o diagnóstico de AR. Não tem sido 
acompanhada por seu médico de cuidados primários ou 
seu reumatologista e vem tentando auto tratar-se com 
ibuprofeno e paracetamol, os quais não necessitam de 
prescrição. Durante o exame, apresenta sinovite de ambas 
as mãos, punhos, ombros e joelhos. Ela tem algumas 
alterações iniciais da AR, como desvio ulnar dos dedos das 
mãos, e alguns nódulos reumatoides em seus braços. Com 
base na história e no exame você diagnostica uma 
exacerbação aguda da AR. Você também explica para ela 
que a doença em geral não está sendo adequadamente 
tratada. Assim, você começa um tratamento com 
prednisona oral e metotrexato. 
Observações: 
1- Paciente se automedica com AINES: Ibuprofeno e 
Paracetamol. 
2- Apresenta uma patologia de base imunológica: os 
ossos “sofrem” com a exacerbação do Sistema 
Imunológico. 
3- A doença não estava sendo tratada de maneira 
correta, por isso, foi necessário substituir os antigos 
remédios por prednisona e metotrexato. 
 
Dúvida: 
— Qual a diferença de um anti-inflamatório e um 
Imunossupressor? O anti-inflamatório age nas 
consequências (diminui a cascata de inflamação) e o 
Imunossupressor na causa (afetam a dinâmica do SI). 
Resposta Imune 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Þ Imunidade Inata: Responsável pelas primeiras 12h de 
resposta contra a infecção. É uma resposta com baixa 
especificidade (Barreiras epiteliais, CD, fagócitos e 
NK). 
Þ Imunidade Adaptativa: Imunidade mais elaborada e 
com grande especificidade. Possui resposta humoral e 
celular (Linfócitos e anticorpos). É o foco da 
imunossupressão, principalmente os linfócitos T. 
 
Farmacologia 
IMUNOSSUPRESSORES IMUNOSSUPRESSORES 
 
Aloenxertia 
Xeno-enxertia 
Entre espécies 
Nã
o 
idê
nt
ico
s 
Dentro de um 
indivíduo 
Na imagine anterior, nota-se desde o reconhecimento dos 
antígenos pelos linfócitos T até suas funções efetoras. 
1- A primeira etapa, é a fase de reconhecimento do 
antígeno. Onde a célula apresentadora de antígenos 
transfere o patógeno para o linfócito TCD4 ou TCD8. 
2- A partir disso, os linfócitos se ativam e iniciam a 
expansão clonal. Com isso, haverá a participação da 
citocina IL-2, fundamental para a ativação/expansão 
de outros linfócitos. 
3- Ademais, haverá a fase de diferenciação onde serão 
efetores ou de memória. 
Tipos de Transplante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os fármacos imunossupressores servem para diminuir a 
rejeição de transplantes. 
o Importância dos linfócitos CD4 e CD8 pós 
transplante: 
Observe na imagem que demonstra um experimento com 
a taxa de sobrevivência do enxerto (vertical) e o tempo 
pós transplante (horizontal). A linha que sinaliza controle 
(seta preta) mostra que, se o individuo não utilizar um 
Anti-CD8 (seta rosa) e Anti-CD4 (seta azul), o enxerto foi 
rejeitado 100% em 15 dias. Nos animais transplantados que 
foram utilizados apenas Anti-CD8, os mesmos 15 dias. Nos 
animais transplantados que foram utilizados apenas Anti-
CD4, demorou 30 dias para a rejeição do enxerto. E em 
animais transplantados que foram utilizados Anti-CD8 e 
Anti-CD4 (seta verde) demorou 60 dias para a rejeição. 
Mostrando que, o mecanismo de rejeição de enxerto é 
conjunto entre resposta TCD4 e TCD8, sendo a CD4 mais 
importante apesar de serem conjuntas. 
o Resposta imune efetora a partir de um órgão 
transplantado: 
Þ A célula apresentadora de antígenos irá ativar os 
linfócitos que ainda não estão diferenciados em CD4 
e CD8. A citocina Il-2 é o principal alvo dos 
imunossupressores, é uma citocina que ativa a 
expansão clonal linfocitária. 
Þ Haverá a diferenciação nas populações celulares que 
irão participar da rejeição do enxerto e ações 
celulares sobre o tecido transplantado. 
Þ Acontecerá o aumento de enzimas que irão lesionar o 
tecido, aumento da expressão de MHC que facilita o 
reconhecimento do tecido como estranho, células 
efetoras iniciando dano tecidual e moléculas do 
complemento estimulado a lise do tecido. 
 
Classes 
o Glicocorticoides: 
Essa classe de fármaco tem capacidade de agir como 
anti-inflamatório e como imunossupressores. 
o Antimetabólito - Azatioprina: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foi a primeira droga imunossupressora utilizada para 
transplante, é um pró-fármaco (precisa passar por uma 
reação dentro do organismo para se transformar na 
molécula responsável por sua atividade). A Azatioprina é 
a molécula administrada e a Mercaptopurina é a molécula 
ativa. Seus principais usos são para artrite reumatoide, 
transplantes e lúpus eritematoso sistêmico. 
Þ Efeito da azatioprina no enxerto de pele: 
O primeiro experimento utilizado para demonstrar o efeito 
da azatioprina contra a rejeição de enxerto em coelhos. 
Foi realizado uma transposição de enxerto de uma orelha 
para outra de coelhos diferentes. Repare que, em ambas 
figuras, há uma orelha que sofre enxerto de outro animal 
(orelha esquerda) e uma orelha que sofreu auto-enxerto 
(orelha direita). Acontece que, na figura 1 o coelho não 
foi tratado com azatioprina e 12 dias depois ocorreu uma 
Auto-enxerto 
grande rejeição. Já no coelho da figura 2, foi tratado de 
há uma menor rejeição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse mesmo experimento foi demonstrado em gráfico. 
Relatando o efeito da azatioprina no percentual de 
rejeição do enxerto. Em animais não tratados (controle), 
há uma rejeição de 100% em 8 dias. Conforme os animais 
foram sendo tratados com dosagens diferentes a rejeição 
foi diminuindo. 
 
Þ Mecanismo de ação: 
É um fármaco antimetabólico que tem capacidade de 
interferir na produção de purinas (adenina/guanina). Sem 
essas substancias é impossível a produção de novo 
material genético, por tanto impossível a expansão clonal 
dos linfócitos T. A enzima alvo desse fármaco é a 
hipoxantina-guanina fosforibosil transferase (HPRT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A anzitioprina atua como um falso metabólico, enganando 
a HPRT. A sua estrutura química é similar a estrutura 
química das purinas. Então, a enzima alvo confunde o 
fármaco com seu substrato e acaba inserindo a 
mercaptopurina no novo DNA e quando chega na etapa 
de verificação do material genético, é identificado que foi 
introduzido a base errada, assim começa um processo de 
destruição. 
 
Nessa imagem, decorre todo o processo do fármaco. 
1- Administração da azatioprina e sua conversão em 
mercaptopurina. 
2- A mercaptopurinaacessa os linfócitos e se instalam 
no mecanismo de produção da adenina e guanina. 
3- A HPRT “se confunde” e usa o fármaco ativo para 
produzir as bases erronias prontas para serem 
adicionadas ao DNA. 
4- Porém, nas fases de verificação esse futuro linfócito 
é induzido a apoptose. Diminuindo assim, a replicação 
do DNA e síntese de purinas. 
Þ Farmacocinética: 
É um fármaco bem absorvido por via oral e atinge 
capacidade máxima de 1-2h. Tem metabolização hepática 
pela xantina oxidase (XO) resultando no ácido tioúrico, 
possui interação medicamentosa com alopurinol (inibe a 
XO) aumentando a toxidade hepática e é excretado 
principalmente por via renal. 
Þ Efeitos Adversos: 
Supressão da medula óssea e hepatotoxidade. 
o Inibidores da Calcineurina: 
Ciclosporina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 Figura 2 
1 
2 
3 
4 
Þ Histórico e Definições: 
A ciclosporina foi descoberta na década de 70, mas foi 
aprovada em 1983. É um polipeptídeo cíclico produzido 
por um fungo – Beauvaria nivea. 
Tacrolimus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Þ Histórico e Definições: 
É um macrolideo derivado do fungo Streptomyces 
tsukabaensis. Foi aprovado em 1994 e é 100 vezes mais 
potente que a ciclosporina, porém apresenta maior 
toxicidade. 
Þ Mecanismo de ação: 
 
 
Nessa imagem, tem-se o linfócito T (citoplasma e núcleo) 
e uma molécula intracelular denominada de calcineurina 
(CaN), que é o alvo dessa classe de fármaco. 
 
Dúvida: 
— ˜Como a calcineurina funciona? 
(observe da linha azul para a direita). A calcineurina é 
uma substância intracelular presente no linfócito T que 
tem a capacidade de desfosforilar o fator de transcrição 
nuclear (é uma molécula que quando ativada estimula o 
núcleo da célula a expressar determinada região do DNA) 
– NF-ATC. Este por sua vez, é responsável por estimular 
a leitura do código genético que expressa IL-2. Então, 
sem a utilização de um imunossupressor em uma resposta 
normal, a função da calcineurina é desfosforilar o NF-ATC 
levando a sua ativação e estimulando a expressão de IL-
2. A ativação da calcineurina depende do cálcio. 
 
— Como o inibidor da calcineurina modula a resposta 
imunológica? Existe particularidades entre ambos 
fármacos (ciclosporina e Tarolimus). 
(Seta Vermelha): Tem-se a ciclosporina (CsA). Esta uma 
vez que acessa a célula, tem a capacidade de se unir a 
outra molécula – Ciclofilina (CpN). Essa junção é 
responsável por inibir a calcineurina, reduzindo a ativação 
do NF-ATC e expressão de IL-2. 
(Seta Roxa): Tem-se o Tacrolimus (FK506). Acessa o 
linfócito T e depende de uma interação com a proteína 
chamada de FKBP para inibir a calcineurina, reduzindo o 
NF-ATC e expressão de IL-2. 
Þ Farmacocinética: 
Absorção da CsA e do tracolimus é variável e incompleta, 
com biodisponibilidade que varia de 4% e 89%. A 
concentração máxima de CsA e tracolimus é alcançada em 
1-4h e circula ligada a proteínas plasmáticas, linfócitos e 
hemácias. Sofrem metabolização hepática e sua excreção 
é hepática, apenas 6% por via renal. 
 
A grande estratégica para evitar a toxidade desses 
fármacos, está no monitoramento da imunossupressão. 
Este gráfico mostra a variabilidade das concentrações 
séricas de CsA entre os pacientes. Cada linha desse 
gráfico sinaliza um paciente, observe que, houve pacientes 
com picos de 300 ug/mL de concentração sérica e outros 
com 1400 ug/mL. Em verde, temos a janela terapêutica. 
Com isso, abaixo de 150 haverá rejeição do enxerto e 
acima de 400 haverá inicio da nefrotoxicidade. 
Þ Interação de drogas: 
O clearance da CsA e tacrolimus é aumentado pela 
coadministração com indutores do CYP p450: 
fenobarbitúricos, fenitoina ou rifampicina, se não 
monitorar pode levar a rejeição do enxerto. E o clearance 
é diminuído com administração de inibidores do CYP p450: 
eritromicina ou cetoconazol, se não monitorar pode levar 
a toxicidade. 
Ciclosporina: Concentração <150 = rejeição. Concentração 
>400 = toxicidade. 
Tacrolimus: Concentração < 5 = rejeição. Concentração >15 
= toxicidade. 
Þ Efeitos Adversos: 
Nefrotoxicidade (Tacrolimus > CsA) é reversível, 
Neurotoxicidade (Tacrolimus > CsA), hipertensão e 
susceptibilidade a infecções. 
Þ Uso terapêutico: 
Rejeição aguda a transplantes sólidos (renal, cardíacos, 
hepático, pancreático e pulmonar) e doenas auto-imunes 
(psoríase grave, uveíte, síndrome nefrótica, artrite 
reumatoide, glomerulonefrite e diabetes tipo 1). 
 
o Anti-Proliferativo – Sirolimo (Rapamicina): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Þ Aspectos gerais: 
Macrolídio derivado do Streptomyces hygroscopicus com 
estrutura similar ao tracolimus. Liga-se a uma imunofilina 
da família FK, mas não inibe a calcineurina. Inibe a enzima 
mTOR, uma serina-treonina quinase, que é critica para a 
transdução da sinalização da IL-2 (reduzindo ativação 
linfocitária e expansão clonal). 
 
Dúvida: 
— Porque a ligação tacrolimus/FK consegue inibir a 
calcineurina e a ligação Sirolimo/Fk não inibe? 
Pois, apesar da semelhança, quando o sirolimo interage e 
forma um complexo com o FK, este não haverá afinidade 
com a calcineurina. A estrutura tridimensional é diferente. 
Þ Mecanismo de ação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Função da IL-2 (lado direito): O IL-2 liga-se ao seu 
receptor, que ativa o mTOR que tem como função celular 
estimular fatores que irão produzir IL-2 e progredir o 
ciclo celular a produzir mais linfócitos. 
Com sirolimo (imagem completa): O sirolimo acessa o 
linfócito T, se liga ao FKBP e esse processo bloqueia a 
ação doo mTOR, com isso a sua funcionalidade estará 
diminuída. 
Þ Uso Terapêutico: 
Rejeição aguda a transplantes sólidos: renal e cardíacos. 
Ação sinérgica com a ciclosporina. 
Þ Farmacocinética: 
Baixa absorção oral, metabolismo hepático pelo CYP450 
3a4 e meia vida longa de 60 horas. 
Þ Efeitos Adversos: 
Trombocitopenia. Leucopenia. 
Hiperlipidemia. Disfunção gastrointestinal, 
hepatotoxicidade. Apresenta baixa toxicidade renal. 
EX: Nefrotoxicidade do sirolimo X ciclosporina: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que, pacientes que usaram sirolimo tiveram desde 
o inicio a quantidade de proteínas séricas muito menor 
do que os que usaram ciclosporina. 
Þ Representação dos diferentes alvos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Temos: Ciclosporina interagindo com a ciclofilina; 
Tracrolimus interagindo com FKBD; Sirolimo interagindo 
com FKBD. Quando a ciclosporina e o tracolimus interage 
com seus respectivos alvos intracelulares, tem-se uma 
diminuição da ativação da calcineurina. Com isso, haverá 
uma diminuição da ativação do NFAT e menor transcrição 
de IL-2. Já o sirolimo, diminui a ação da mTOR o que 
diminui a proliferação linfocitária. 
Þ Outros fármacos anti-proliferativos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A azatioprina é um fármaco que inibe a síntese de novas 
purinas, com a forma de reduzir o metabolismo de outros 
linfócitos. Incorporando uma base purínica errada que 
será reconhecida na fase S do ciclo celular. 
o Imunobiológicos: 
Muromonad-CD3, Basiliximabe e Daclizumabe. 
Þ Definições: 
Possuem uma nomenclatura do seu sufixo: 
 
A depender de sua nomenclatura, saberemos sua 
derivação/origem. É importante sabermos da 
nomenclatura, pois quanto “mais humano” for o anticorpo, 
menor a chance de reações imunológicas anti-anticorpo. 
Muromonab-CD3 (OKT-3) 
Þ É um anticorpo monoclonal murinho dirigido contra 
antígeno CD3 (quando ativado, estimula a apoptose 
dessas células – linfócitos) de células T humanas. O 
OKT-3 ativa mecanismo de morte células dos 
linfócitos. 
Þ É utilizado principalmente para o tratamento da 
rejeição aguda a transplantes (renal, cardíaco e 
hepático). Efeito na rejeição aguda resistente a 
glicocorticoides. 
Þ 85% dos pacientes tratados desenvolvem anticorpos 
humanos reativos anti-murino que, com o tempo, pode 
levar a taquifilaxia (perda da atividade a partir de 
poucas doses e em pouco tempo) e neutralização de 
OKT-3. 
Þ Efeitos Adversos: síndrome da liberação de citocinas 
atribuída a liberação de citocinas pelos linfócitosT 
ativados, é caracterizado por sintomas semelhantes 
aos da gripe: febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, 
fraqueza, artralgia e mialgia. 
Basiliximab e Daclizumab 
• São anticorpos monoclonais dirigido contra o 
receptor da IL-2 (CD25) de células T humanas. A 
ação do anticorpo é bloquear a ligação da 
citocina IL-2 com o linfócito T, ou seja diminui a 
ativação linfocitária e a expansão clonal. 
De cima: Basiliximab, o de baixo: Daclizumab 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Þ Basiliximab é um anticorpo quimérico com constituição 
protéica 25% murina (na região variável) e 75% 
humana. 
Þ Daclizumab é um anticorpo humanizado com 
constituição protéica de 90% humana e apenas as 
frações de hipervariabilidade são murinas. 
Þ Ligam-se a porção alfa do complexo CD25, na 
superfície dos linfócitos ativados, bloqueando a 
sinalização de IL-2 
Þ Administrados por via intravenosa 
Þ Meia Vida longa: Essa diferença no tempo de meia 
vida de um para outro, se dá porque há uma indução 
da resposta imune. Nosso corpo produz anticorpos 
anti-basiliximab e anti-daclizumab fazendo com que 
neutralize; quanto maior a porção murina de um 
anticorpo, menor a meia vida, e maior chance do 
nosso organismo neutralizar esses anticorpos com 
mais velocidade. Basiliximab: 7 dias e Daclizumab: 20 
dias. 
Locais de ação 
dos fármacos 
 
Ligantes de Imunofilinas: Rapamicina, Ciclosporina e 
Tacrolimus. Estes, se ligam as imunofilinas e tem seu papel 
principalmente na ativação e expansão clonal. 
Antimetabólicos: Função na expansão clonal. 
 
Caso Clínico: 
A Sra. W. tinha 59 anos de idade quando foi submetida 
a transplante de coração na primavera de 1990 devido a 
uma insuficiência cardíaca em decorrência de insuficiência 
mitral crônica grave. O esquema supressor inicial consistiu 
em ciclosporina, glicocorticóides e azatioprina. A evolução 
nos primeiros 3 meses após o transplante foi excelente; 
entretanto, a Sra. W. começou a desenvolver anorexia, e 
o ecocardiograma realizado revelou uma redução 
significativa da fração de ejeção cardíaca. A dose de 
glicocorticóide foi aumentada, houve melhora da fração 
de ejeção e ela recebeu alta. Quatro meses após a 
cirurgia, a Sra. W. é internada com dispneia e fadiga. A 
biópsia do ventrículo direito demonstra evidências de 
rejeição aguda moderada, com áreas localizadas de 
infiltração linfocítica e necrose. A paciente é tratada com 
um ciclo de 10 dias de OKT3 (um anticorpo monoclonal 
dirigido contra as células T), que produz efeitos adversos 
como febre, mialgias, náusea e diarréia. A paciente 
também se queixa: “Esse OKT3 me deixa sonolenta.” A Sra. 
W. tem alta após a melhora de seu estado cardíaco. 
Entretan to, poucos meses depois, ela volta ao hospital 
com dispnéia e fadiga. Embora a biópsia do ventrículo 
direito não demonstre nenhuma evidência de rejeição, há 
suspeita de rejeição com base na sua história e em seus 
sintomas. Efetua-se um teste para a presença de 
anticorpos anti-OKT3; entretanto, como não se detecta 
nenhum anticorpo neutralizante, administra-se um 
segundo ciclo de OKT3, e os sintomas desaparecem. Em 
dezembro de 2000, a Sra. W. chega ao hospital para 
efetuar seu exame anual regular. Está em boa saúde e 
sendo mantida com um esquema imunossupressor basal de 
ciclosporina, azatioprina e glicocorticóides. Não há 
evidências de rejeição desde 1990. A angiografia coronária 
revela artérias coronárias perfeitamente normais, talvez 
como resultado da estrita manutenção dos níveis 
plasmáticos de lipídios exigida pelos médicos. Todavia, os 
níveis sangüíneos de uréia (BUN) e de creatinina estão 
elevados, indicando lesão nos rins. Devido à sua doença 
renal, a terapia da Sra. W. é ajustada, e ela começa a 
tomar sirolimo. No decorrer dos próximos 2 anos, os níveis 
de creatinina permanecem estáveis, e ela pode aproveitar 
o seu tempo com os netos. 
Questões: 
1- O esquema imunossupressor inicial da Sra. W. 
consistiu em ciclosporina, glicocorticoides e 
azatioprina. Qual o mecanismo de ação da 
ciclosporina na prevenção da rejeição do 
transplante cardíaco? 
A. A cidosporina é uma preparação de anticorpos 
dirigidos contra os timócitos. 
B. A ciclosporina é um análogo do folato que impede 
a função normal das células imunes. 
C. A cidosporina infra-regula a produção de 
citocinas inflamató- 
rias, o fator de necrose tumoral (TNF..), a 
interleucina-1 (IL-1) e a interleucina-4 (L-4). 
D. A cidosporina impede a ativação e a proliferação 
das células T mediadas pela IL-2. 
E. A cidosporina impede a formação do C5 derivado 
do complemento e a formação do complexo de 
ataque à membrana 
2- A azatioprina é um agente imunossupressor 
antimetabólito. Qual das seguintes afirmações é 
correta no que concerne à sua ação? 
A. A azatioprina é um análogo do folato que impede 
a função normal dos linfócitos. 
B. A azatioprina é mais específica do que o 
micofenolato de mofetil na sua inibição dos linfócitos. 
C. A azatioprina inibe a síntese de pirimidinas. 
D. A azatioprina é um metabolito da 6-
mercaptopurina, 
E. Os efeitos da azatioprina carecem de 
especificidade, causando efeitos adversos. 
3- Qual a provável causa da doença renal da Sra. W.? 
A. nefrotoxicidade por aloimunidade 
B. nefrotoxicidade da ciclosporina 
C. doença de enxerto-versus-hospedeiro 
D. doença vascular aterosclerótica 
4- Todas as seguintes combinações de imunossupressores 
são razoáveis, EXCETO: 
A. Basiliximabe, belatacepte, MMF e prednisona. 
B. Timoglobulina, ciclosporina, azatioprina e prednisona. 
C. Tacrolimo,MMFeprednisona. 
D. Tacrolimo,ciclosporinaeprednisona. 
E. Tacrolimo,sirolimoeprednisona. 
Resposta correta = D. O tacrolimo e a ciclosporina são 
inibidores da calcineurina e têm o mesmo mecanismo de 
ação. Os imunossupressores devem atuar sinergicamente 
em diferentes locais da cascata de ativação das células 
T. Além disso, ambos são extremamente nefrotóxicos e, 
quando usados juntos, causam dano ao paciente. 
5- Qual dos seguintes fármacos usados para prevenir a 
rejeição de aloenxertos pode causar hiperlipidemia? 
A. Azatioprina. 
B. Basiliximabe. 
C. Belatacepte. 
D. MMF. 
E. Sirolimo. 
Resposta correta = E. Os pacientes que recebem sirolimo 
podem ter aumento dos níveis de colesterol e de 
triglicerídeos, controlado com o uso de estatinas. Nenhum 
dos demais fármacos apresenta esse efeito adverso.

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