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CÂNCER DE TIREOIDE Cerca de 5 a 10% dos nódulos diagnosticados são malignos. O CA de tireoide é a quarta neoplasia mais comum em mulheres e tem baixa mortalidade. As neoplasias malignas tireoidianas podem se originar de 3 tipos celulares diferentes: as foliculares, as parafoliculares e as não tireoidianas. • Diferenciados: são divididos em papilífero (90%) e folicular. São derivados de células foliculares. • Indiferenciados: anaplásico (5%) • Parafoliculares: células C-medular → CA Medular de Tireoide - relacionado com a NEM2 • Origem extra-tireoidiana: linfomas e carcinossarcomas *Maior incidência é do papilífero (TEM QUE SABER). Papilífero Predomina em indivíduos jovens (3-5ª décadas), tem crescimento lento e baixo grau de progressão. De modo geral possui bom prognóstico. A disseminação se dá por via linfática ( evolui do foco inicial intraglandular para outras partes da tireoide, linfonodos pericapsulares e cervicais - 25% com metástases cervicais, 20% invasão extratireoidiana e 5% com metástase a distância - pulmão). Cerca de 5 a 10% evoluem para morte: > 40 anos, lesões aderentes e invasivas (cervicais), metástase a distância e tipo histológico agressivo. Relacionado a mutações no gene BRAF e ret- PCT. Folicular Tem maior prevalência em áreas deficientes em iodo e acomete faixa etária mais avançada (5ª década). Apresentação inicial: nódulo único ou metástase (15 a 20%)- geralmente para ossos ou pulmão. As mutações relacionadas estão no ras, p53 e PPARy. Tem associação com a Síndrome de Cowden: hamartomas + polipose intestinal + macrocefalia e CA de mama. Medular 80% de origem esporádica e 20% familiar (NEM 2A e NEM 2B). São derivados das células parafoliculares, produtoras de calcitonina. • NEM2A: forma mais comum. 100% CA medular, 50% feocromocitoma e 25% hiperparatireoidismo. • NEM2B: forma mais agressiva e precoce do CA medular. Associação com feocromocitoma, habitus marfanoide, neuromas de mucosa e ganglioneuroma. Acomete ambos os sexos e qualquer faixa etária (porém é mais esporádico na 5ª e 6ª décadas de vida). Tem pior prognóstico e maior mortalidade. Metástases linfonodais estão presentes em 50% dos pacientes ao diagnóstico - 20% com metástase no fígado, pulmões e ossos. Relacionado a mutação no proto-oncogene RET (quando mutado adquire propriedade de oncogene). Laboratorialmente encontra-se calcitonina elevada e CEA como marcador. Anaplásico ou indiferenciado Maior prevalência em áreas deficientes de iodo e mais comum em mulheres e em idosos (60-75 anos). Desdiferenciação do CA papilífero. É agressivo e resistente: crescimento rápido, com invasão local e péssimo prognóstico (sobrevida de 2 a 12 meses). Linfoma Raro, <1% dos CA primários, relacionado com o tipo não Hodgkin. Mulheres idosas com tireoidite de Hashimoto. Metástase Apesar da tireoide ter um suprimento sanguíneo intenso, metástases para essa glândula não são frequentes. As neoplasias mais comumente envolvidas são melanoma, CA mama, renal, pulmão e cabeça e pescoço. TRATAMENTO DO CA DE TIREOIDE → Medular: tireoidectomia total + esvaziamento de compartimento linfonodal central (+lateral dependendo do estadiamento). Medicações: inibidores da tirosina quinase. → Indiferenciado: tratamento cirúrgico para descompressão e traqueostomia (desdiferenciação - uso de ácido retinoide). → Linfomas: quimioterapia. Tireoidectomia raramente é necessária. → CA diferenciado (Papilífero): Cirúrgico: tireoidectomia total. Pode ser feito parcial (lobectomia) se nódulo < 4cm, variante clássica, ausência de multicentricidade, ausência de invasão extra tireoidiana ou de linfonodos acometidos. • Linfoadenectomia: se linfonodos acometidos. Dissecção eletiva de linfonodos do compartimento central se nódulos > 4cm e invasão extra tireoidiana. Se tiver acometimento de linfonodo também retira. Tireoglobulina aumentando indica recidiva. USG também faz pq pode ter recidiva em linfonodos. Ainda pode submeter a radioiodo se tiver persistência. • Procedimento paliativo: se baixa sobrevida (etanol). • MicroCA: opção de acompanhamento em alguns serviços (<1cm, dependendo do paciente e tipo histológico). Seguimento pós cirúrgico • Avaliação de tecido tireoidiano remanescente: USG de tireoide com doppler (no mínimo 3 meses após a Cx) + Tireoglobulina (marcador de tecido tireoidiano). • Terapia com LT4: deverá ser iniciada precocemente. Nível do TSH dependerá do risco individual. Necessária para repor hormônio tireoidiano e até mesmo para suprimir o TSH. • Ablação com Iodo pós tireoidectomia total: remanescentes ou metástases; pacientes classificados como risco intermediário e alto risco. • Radioterapia externa: se remanescente sem indicação cirúrgica e baixa captação de iodo. Inibidores da quinase e quimioterapia: pacientes com metástase, refratários ao tratamento com iodo, rapidamente progressiva, sintomática ou com iminente risco de morte.
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