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Roteiro do Exame físico do Aparelho digestório

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Milena Marques 145 
 
Roteiro do Exame físico do Aparelho digestório 
Queixas Digestivas 
• Pirose: queimação epigástrica que irradia para a região retroesternal, comum em doença 
do refluxo esofágico devido a esfíncter inferior do esôfago incompetente 
• Globo faríngeo: queimadura química na região superior do esôfago, mas que não 
impede a deglutição (bolo na garganta) 
• Regurgitação: retorno do conteúdo gástrico ou esofágico pela boca, sem esforço 
abdominal, com predomínio pôs alimentação. 
• Odinofagia: dor ao deglutir 
• Disfagia: dificuldade de engolir 
• Hematêmese: vômito com sangue vivo 
• Melena: sangue digerido já coagulado, borra de café – trato digestivo alto 
• Enterorragia: sangue vivo não coagulado – trato digestivo baixo 
• Hematoquezia: fezes com raios de sangue – sangramentos Orificiais 
• Disenteria: diarreia com muco ou sangue nas fezes 
• Fecaloma: massa de fezes endurecida e seca que pode ficar acumulada no reto ou na 
porção final do intestino 
• Esteatorreia: gordura nas fezes (fezes brilhantes e pegajosas) 
Exame físico 
No exame físico do aparelho digestório seguidos a sequencia da semiotecnica: Inspeção, 
Ausculta, Percussão e Palpação do abdome. Uma vez que as manobras realizadas durante a 
percussão e a palpação podem gerar ruídos hidroaéreos que alteram o exame da ausculta. 
1) Inspeção: 
Na inspeção do abdome começamos analisando a região em busca de lesões lementares 
de pele, presença de circulação colateral, estrias, manchas hemorrágicas, presença de 
hernias ou diástases, forma e volume do abdome, classificação do abdome, cicatriz 
umbilical, abaulamentos ou retrações, cicatrizes e movimentos abdominais. 
• Pesquisa de lesões elementares 
o Sinal de Cullen – equimoses em região periumbilical → pancreatite aguda ou 
rompimentod e uma gravidez ectópica. 
o Sinal de Grey-Turner – equimoses em regiões dos flancos → 
pancreatite necro-hemorrágica 
• Presença de hérnias e diástases 
o Pedir para o paciente realizar a 
manobra de valsava (aumentar a 
pressão intrabdominal) 
• Forma e volume do abdome: 
o Abdome globoso ou protuberante → 
predomínio do diâmetro anteroposterior sobre o transversal 
(gravidez, obesidade e ascite) 
o Abdome em ventre de batráquio → predomino do diâmetro 
transversal em relação ao anteroposterior (ascite em regressão) 
o Abdome em avental – pacientes com obesidade avançada 
• Cicatriz Umbilical 
• Abaulamentos ou retrações 
• Cicatrizes da Parede Abdominal 
• Movimentos 
 Milena Marques 145 
 
o Respiração toracoabdominal → homens e crianças 
o Movimentos peristálticos 
 
2) Ausculta 
Examinar os quatro quadrantes do abdome por 1 minuto 
Analisar a presença de ruídos hidroaéreos normativos 
• Hiperativos → podem indicar diarreia 
• Hipoativos → podem indicar íleo paralitico 
• Ruido de luta → indicam obstrução intestinal 
3) Palpação 
É dividida em palpação superficial, profunda, palpação 
do fígado, de outros órgãos e manobras especiais. 
• Palpação superficial: avaliação da sensibilidade, 
resistência da parede, continuidade da parede 
abdominal e pulsações. 
o Sensibilidades: analisar o Sinal de Murphy 
(descompressão do ponto cístico) ou o sinal de Blumberg (descompressão da 
parede abdominal) 
o Resistencia e Continuidade da parede: mãos deslizando em movimentos rotatórios 
na parede abdominal 
• Palpação profunda: aprofundar a mão para avaliar estruturas mais profundas 
o Geralmente não se palpa nada, mas caso encontre alguma massa é necessário 
localizar, dizer a forma, o volume, a sensibilidade, consistência, mobilidade e 
pulsatilidade. 
• Palpação do fígado 
o Manobras de Lemos Torres – mãos voltadas para a cabeça do paciente, 
aprofundar o rebordo costal durante a inspiração profunda (borda inferior do 
fígado) 
o Manobra de Mathieu – mãos voltadas para os pés do paciente aprofundar e sentir 
a borda inferior do fígado durante a inspiração profunda. 
o Manobra do Rechaço – utilizada para palpar o fígado em pacientes com ascite 
(fígado boia no líquido) 
• Palpação de outros órgãos 
o Palpação da vesícula biliar: normalmente não é palpada, mas pode -se investigar 
a inflamação da vesícula por meio do Sinal de Murphy 
o Regra de Courvoisier – palpação da vesícula biliar em paciente ictérico indica 
neoplasia da cabeça do pâncreas 
o Palpação do baço – posição de schulster – colocar o paciente em decúbito lateral 
direito com o MMSS levantado (isso permite anteriorizar o baço) 
o Palpação do ceco → sinal de rovsing (levar ar para o ceco) / sinal do obturador 
(rodar a perna para fora)/ sinal do psoas (hiperestender a perna) 
 
4) Percussão 
• Objetivos: limitar a borda superior do fígado, avaliar ascite e avaliar a sonoridade do 
abdome. 
• Percussão usual do abdome: timpanismo 
o Hipocôndrio direito → macicez 
o Epigástrio → macicez 
o Espaço de traube → timpânico, quando não indica esplenomegalia. 
 Milena Marques 145 
 
• Hepatimetria 
o Percutir o tórax direito na linha hemiclavicular desde da origem da clavícula até o 4 
ou 5 espaço intercostal, observando a mudança do som claro pulmonar para a 
macicez. (borda superior) 
o Borda inferior com a palpação por meio da manobra de Mathieu ou lemos torres. 
• Pesquisa de Ascite 
o Ascite de grande volume = manobra de piparote 
o Ascite de médio volume = manobra da macicez móvel 
(flancos maciços em decúbito lateral e quando em decúbito 
lateral quadrante esquerdo timpânico) 
o Ascite de pequeno volume = USG 
Obs: Semicírculos de Skoda: diferenciar ascite de cistos ovarianos 
o Manobra do Rechaço: palpação de órgãos intrabdominais em pacientes com 
ascite 
 
 
 
 
 
• Sinal de Jobert → O desaparecimento da macicez hepática é conhecida como sinal de 
Jobert, que indica a presença de perfuração de víscera oca em peritônio livre. Exemplo: 
úlcera péptica 
Síndromes Digestivas 
• Diferenciação entre diarreia alta e diarreia baixa 
o Diarreia alta 
▪ Grande volume de fezes 
▪ Pequeno numero de evacuações 
▪ Sem urgência evacuatória 
▪ Dor periumbilical 
▪ Esteatorreia e restos alimentares 
▪ Sem muco/pus/sangue 
▪ Consistência liquida 
o Diarreia baixa 
▪ Pequeno volume de fezes 
▪ Alto numero de evacuações 
▪ Tenesmo 
▪ Dor em hipogástrio e FIE 
▪ Sem gordura ou restos alimentares 
▪ Pode existir sangue ou muco 
▪ Consistência pastosa 
• Estigmas da insuficiência hepática 
 Ictérica 
 Alterações endócrinas (sinais de estrongenismo) 
o Ginecomastia 
o Alteração da libido 
o Perda de pelos 
 Desnutrição 
 Escurecimento da pele 
 Milena Marques 145 
 
 Hálito hepático 
 Asterix (flapping) 
 Aranhas vasculares 
o Encontradas no território de VCS 
o Arteríola central que desaparece sobre compressão 
 Leucoquinia 
o Colocaração branca no leito ungueal 
o Relacionada com hipoalbuminemia 
 Eritema palmar 
o Sinal de hiperestrongenismo 
o Coloração mais avermelhada em região tenar e hipotênar 
 Circulação colateral 
 Ascite 
 Edema de MMII 
 Hepatoesplenomegalia 
 Encefalopatia hepática (acumulo de metabolitos) – alteração da consciência 
• Hipertensão Portal 
 Varizes esofágicas 
 Esplenomegalia 
 Ascite 
 Circulação colateral periumbilical 
• Icterícia 
Acúmulo de bilirrubina devido a deficts que podem 
ocorrer na sua captação, conjugação e excreçãoBilirrubina direta (hidrossolúvel ou conjugada) 
o Icteria mais acentuada 
o Colúria (urina de outra cor) 
 Bilirrubina indireta (lipossolúvel ou não conjugda) 
o Apenas a icterícia mais discreta. 
Causas de icterícia 
 Colestase (diminuição do fluxo de bile do fígado para a vesícula) – pacientes com acolia 
fecal / prurido e aumento das enzimas canaliculares 
 Hepatite 
 Sinal de Courvoisier → icterícia + vesícula biliar palpável → neoplasia da cabeça do 
pâncreas 
• Síndrome da Má absorção intestinal 
 Perda de peso com apetite preservado 
 Dor com piora pos prandial 
 Esteatorreia 
 Edema e ascite 
 Distensão, flatulências e borborigmas 
 Fezes acidas 
 Defict de vitaminas 
o Pelagra 
▪ Glossite e queilite angular 
▪ Ausência de papilas linguais

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