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A inclusão digital no contexto social da Educação de Jovens e Adultos: estudo exploratório nas escolas de Macau - RN Victória Gabrielle da Silva Alves1, João Helis Bernardo2, Maria Clara L. de Lemos3 Curso Técnico Integrado em Informática Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) Macau – RN, Brasil victoria.grabrielle@escolar.ifrn.edu.br, {joaohelis,clara.lucena}@ifrn.edu.br Resumo. Este artigo trata-se de um estudo exploratório sobre a inclusão digital no contexto social da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade de Macau/RN. Foram entrevistados professores e alunos desta modalidade de ensino, a fim de identificar como as escolas da rede municipal está lidando com o processo de inclusão digital dos alunos da EJA. Adicionalmente, buscou-se compreender se estas escolas estão estruturalmente preparadas para incluir digitalmente seus alunos, bem como se os professores possuem capacitação para utilizar as novas tecnologias de informação e comunicação em sala de aula. Os resultados demonstraram-se divergentes daquilo que se espera de uma escola pertencente a uma sociedade marcada por um período denominado de Era da Informação. De acordo com a análise das entrevistas realizadas, os professores não recebem cursos de capacitação na área de informática para formação de EJA, assim como nenhuma das escolas presentes na pesquisa possuem laboratórios ativos de informática, logo, os alunos sofrem o impacto de não receberem a devida formação que merecem, sendo assim, excluídos digital e socialmente. Palavras chaves: Inclusão digital, Informática, EJA, Exclusão social, Capacitação. Abstract. This a is an exploratory study on digital inclusion in the social context of Educação de Jovens e Adultos (EJA) in the city of Macau/RN. Teachers and students of this type of education were interviewed in order to identify how schools in the municipal network are dealing with the process of digital inclusion of students from EJA. In addition, we sought to understand if these schools are structurally prepared to digitally include their students, as well as whether teachers are qualified to use the new information and communication technologies in their classes. The results differed from what is expected of a school belonging to a society marked by a period called the Information Age. According to the analysis of the interviews, teachers do not receive training courses in the area of computer science for the formation of EJA, just as none of the schools present in the research have active computer laboratories, so students suffer the impact of not receiving due training they deserve, thus being digitally and socially excluded. Keywords: Digital Inclusion, Informatics, EJA, Social Exclusion, Training. 1 Discente do Curso Técnico Integrado em Informática – IFRN – Campus Macau. 2 Professor Me. João Helis Junior de Azevedo Bernardo (Orientador) - IFRN – Campus Macau. 3 Professora Esp. Maria Clara Lucena de Lemos (Coorientadora) - IFRN – Campus Macau. 1 INTRODUÇÃO Atualmente, vivemos em uma Era Tecnológica, Digital, ou período Pós-Moderno (existem diversos termos), estabelecido pelos avanços tecnológicos e pela introdução de novos meios de comunicação na vida dos seres humanos que, além de transformar padrões, valores e conhecimentos, fazem com que toda estrutura das relações humanas se reconfigure. Ou seja, todas as instituições que normatizam a vida humana também são alteradas e as inovações tecnológicas presentes na nossa sociedade atuam diretamente em áreas de grande importância da vida humana como a saúde, o lazer e, principalmente, a educação. Nesse sentido, a informatização tem se tornado um dos conhecimentos e requisitos principais da educação básica, assim como ler e escrever, essenciais para a realização de tarefas simples do cotidiano. No entanto, conforme informações divulgadas no site da web G1, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “o Brasil ainda tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos, o que corresponde a 7,2% da população de 15 anos ou mais” (FERREIRA, 2017), sem mencionar a questão estrutural que o analfabetismo representa por predominar na terceira idade. Há uma questão estrutural do analfabetismo. Ele está muito mais presente entre a população idosa. O que vemos é algo histórico, mais concentrado em uma população mais velha. Vamos diminuir o analfabetismo na medida que essa população mais velha for morrendo, porque atualmente há mais crianças na escola. Basta olhar os percentuais por faixa etária para comparar isso (Informação verbal) ¹. Esses dados são um indicativo de que, para a alfabetização e a introdução de Jovens e Adultos na educação brasileira, as políticas públicas que as promovem devem ser revisadas. Na reintrodução dos Jovens e Adultos na educação, ou até mesmo na inicialização destes nessa área, a EJA destaca-se. Um dos fatores que conduzem um jovem ou adulto a reingressar ou iniciar nos estudos são as exigências acadêmicas contidas no atual cenário do mercado de trabalho, que transformou também numa exigência básica (além de ler e escrever, como dito anteriormente) o domínio e habilidades na área da informática. Contudo, se o nível de alfabetizados entre o grupo de jovens e adultos é aquém das expectativas, é de se esperar que estes se desloquem mais ainda quando o assunto é inclusão digital. Inclusão digital “se refere à democratização das tecnologias da informação, com a intenção de garantir o acesso de todas as pessoas, independentemente da condição econômica” (CUNHA & GURGEL, 2016, p. 418). Nesse sentido, pode-se dizer que existem dois grupos, os incluídos digitais, que refere-se aos que nasceram (nativos digitais), cresceram ou se desenvolveram dentro das tecnologias atuais, comum na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio; e os excluídos digitais, onde situam-se os jovens, adultos e idosos que não sabem ler e escrever e acabam fazendo parte da segunda categoria, pois o processo para encaixá-los no âmbito tecnológico torna-se demorado visto que não tiveram formação escolar na idade certa e necessitam de uma atenção maior. Portanto, promover o acesso e a utilização dessas novas tecnologias, trazendo significado à vida individual desse grupo, possibilitará que este desenvolva habilidades e competências para uma melhor integração social. Sendo assim, a inclusão digital na EJA torna-se extremamente necessária e relevante. Nesse viés, o objetivo desta pesquisa é explorar e analisar se as escolas que trabalham com a Educação de Jovens e Adultos, na cidade de Macau, Rio Grande do Norte incluem digitalmente seus alunos, e se o corpo docente destas escolas é composto por profissionais com formação necessária para agirem ativamente neste processo. Além disso, analisar se as escolas possuem a infraestrutura necessária para lidar com a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação nas suas atividades educativas. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Nesta seção, apresentar-se-á a fundamentação teórica que utilizada para subsidiar o desenvolvimento deste trabalho, dividida em dois subtítulos, para melhor entendimento da pesquisa: A Importância da Informática e a Inclusão Digital na Educação de Jovens e Adultos. 2.1 A importância da Informática Conforme Castells (1999, p. 43) “a tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser compreendida ou representada sem as suas ferramentas tecnológicas”. Logo, a tecnologia é inerente a sociedade, faz parte de sua trajetória. É também um dos recursos que diferenciam a humanidade dos outros seres vivos, pois somos capazes de criar ferramentas tecnológicas que auxiliam na compreensão de nós mesmos, além de transformar culturas, valores e costumes. A tecnologia faz parte da humanidade, e a humanidade faz da tecnologia uma extensão do corpo. Nessesentido, o processo de modernização tecnológica pode transformar a sociedade em poucos anos. Segundo Castells (1999, p. 44): A habilidade ou inabilidade de as sociedades dominarem a tecnologia, e em especial, aquelas tecnologias que são estrategicamente decisivas em cada período histórico, traça seu destino a ponto de podermos dizer que, embora não determine a evolução histórica e a transformação social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacidade de transformação das sociedades, bem como o uso que as sociedades, sempre em um processo conflituoso, decidem dar ao seu potencial tecnológico. Não basta que se tenha todas as ferramentas materiais (e. g., computadores) para sermos incluídos digitalmente, mas sim estar em condições e participar dos processos evolutivos das tecnologias. É necessário que todos os indivíduos, de todas as idades, tenham acesso as tecnologias para que não fiquem à margem da sociedade (LÉVY, 2000). 2.2 Inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos A inclusão digital é um avanço da informática, logo, se os indivíduos e a sociedade não se adaptarem as mudanças que as tecnologias vêm estruturando nas instituições, serão excluídos desse processo (TAVARAYAMA, SILVA & MARTINS, 2012). Incluir alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) digitalmente garante maiores possibilidades de inserção social. Conforme Joaquim (2015), há um enorme número de adultos que não foram incluídos na cultura digital, e isso se deve ao fato de que os adultos são entendidos como coadjuvantes da inclusão digital. Na reintrodução dos Jovens e Adultos na educação, ou até mesmo na inicialização destes na área, a EJA destaca-se. A Educação de Jovens e Adultos (EJA), conforme Limberger et al. (2015, p. 2), “tem amparo legal na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, na qual consta no Título V, Capítulo II, Seção V, dois Artigos relacionados especificamente a essa modalidade”. Um dos fatores que conduzem um jovem ou adulto a reingressar ou iniciar nos estudos são as exigências acadêmicas contidas no atual cenário do mercado de trabalho, que transformou também numa exigência básica (além de ler e escrever) o domínio e habilidades na área da informática. Contudo, se o nível de alfabetizados entre o grupo de jovens e adultos é aquém das expectativas, é de se esperar que estes tornem-se ainda mais deslocados quando o assunto é inclusão digital. Corroborando com essas informações, Bonilla (2010, p .44) afirma que “como a escola deve ser espaço-tempo de crítica dos saberes, valores e práticas da sociedade em que está inserida, é da sua competência, hoje, oportunizar aos jovens a vivência plena das redes digitais”. Ou seja, é prioridade para a sociedade, incluir os jovens (crianças e adolescentes) e adaptá-los a essa sociedade digital, enquanto isso os adultos e idosos são colocados à margem dessa realidade social. É importante que todos, em qualquer faixa etária e classe social, tenham acesso à educação. A EJA, além de reintroduzir jovens e adultos novamente no ambiente escolar, também apresenta pela primeira vez o mundo da educação para aqueles que nunca tiveram acesso. Apesar disso, é nessa modalidade de ensino que se torna mais difícil implementar a inclusão digital, visto que muitas dessas pessoas não sabem ler e escrever (FRANCO, 2003). A inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos atua como mediadora, e tem por finalidade aproximar o discente as tecnologias atuais, gerando um novo âmbito para esse aluno. Outrossim, promovendo a introdução dele na sociedade e o tornando habilitado para ingressar no mercado do trabalho – o que é, provavelmente, o motivo que o faz retornar ao ambiente escolar. 3 METODOLOGIA A presente pesquisa é definida como quali-quantitativa, considerando que os instrumentos utilizados para o levantamento de dados passaram por análises de cunho interpretativista e positivista. Com isso, a escolha do método adotado é justificada pela compreensão de que, dessa forma, a validação das informações irá aumentar consideravelmente, pois grande parte do estudo pode ser analisado de forma qualitativa, logo que predominam entrevistas e questões abertas. No entanto, na mesma pesquisa também estão presentes dados que são melhor identificados e compreendidos por um tratamento quantitativo, a exemplo de questões objetivas nos questionários aplicados. O objetivo é identificar o maior número de elementos específicos possíveis, a partir da experiência dos professores e alunos que contemplam a modalidade de ensino EJA. 3.1 Levantamento de Dados Este estudo exploratório tratou-se de uma investigação sobre a inclusão digital em três escolas que utilizam a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino cujo foco é voltado para, basicamente, três categorias: I. Alunos que, depois de certa idade, sentem necessidade/obrigação (pelos atuais requisitos do mercado de trabalho, por exemplo) de voltar para as salas de aula depois de um longo período afastados; II. Indivíduos que, por vezes, nunca estiveram em uma sala de aula enquanto alunos; III. Alunos que não estão tão distantes no quesito idade/série e pretendem serem nivelados; O universo de aplicação da pesquisa se constitui a partir da investigação das seguintes escolas da cidade de Macau (RN): (i) Escola Municipal Edinor Avelino; (ii) Escola Municipal Maura de Medeiros Bezerra; e (iii) a Escola Municipal Alferes Cassiano Martins. Esta é uma pesquisa necessária, tendo em vista que, até onde vai o conhecimento dos autores, nunca foi aplicada no município. A abordagem quali-quantitativa foi escolhida porque entrevistas abertas, questionários com questões objetivas e descritivas, e algumas técnicas de observação foram utilizadas. Acerca disso, o objetivo é ter uma melhor compreensão do que acontece com relação a inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos, nas respectivas escolas da cidade de Macau (RN). 3.2 Análise de dados Para a interpretação de dados, o método utilizado foi o de análise de conteúdo, que na definição de Bardin (1977), se refere a um conjunto de técnicas de análise das comunicações (procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens) de indicadores quantitativos ou não, que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) das mensagens. A análise do conteúdo das entrevistas e questões abertas foi realizada por meio da Análise Categorial, que possibilita o agrupamento dos textos semanticamente correlacionados, a partir de categorias. Torna-se uma boa opção quando se trata de estudos que buscam compreender as opiniões, valores e atitudes de indivíduos sociais. Portanto, recortes dos textos são feitos e analisados posteriormente pelo tipo de análise escolhido. A metodologia desta pesquisa foi organizada em concordância com a proposta de sistematização do método de Análise de Conteúdo Temático-Categorial, elaborado por Oliveira (2008), estruturada nas seguintes etapas: 3.2.1 Preparação das informações Tudo aquilo que pode ser transformado em texto também pode ser explorado pelo método de análise de conteúdo. Tendo em vista que nesta pesquisa foram utilizados dois tipos de métodos para levantamento de dados, entrevistas e questionários, os dados advindos destes instrumentos foram transformados em texto por meio da transcrição das entrevistas, juntamente com as questões abertas presentes nos questionários, para posterior avaliação. 3.2.2 Transformação do conteúdo em unidades de registro (UR) Unidades de registro implica em tudo aquilo que o pesquisador resolver adotar como significativo no decorrer da análise. Neste caso, foram utilizados como UR’s determinados pontos, como falas nos textos que se relacionassem com o objetivo da pesquisa, bem como, relatos que fogem aoobjetivo principal, mas que é notoriamente importante de ser observado. 3.2.3 Classificação das Unidades de Registro em Temas Nesta etapa, cada Unidade de Registro é associada a um tema, com o propósito de conectar UR’s, dentro de um mesmo contexto de sentido. Sendo assim, cada tema pode ser composto por uma ou mais UR’s, além de não serem pré-estabelecidos, os temas surgiram no decorrer da análise. 3.2.4 Classificação das Unidades de Registro em Categorias Cada categoria pode ser associada a um conjunto de temas, no entanto, cada tema só pode ter uma categoria. Ou seja, esta etapa refere-se ao agrupamento de temas e suas respectivas UR’s em categorias. Sendo assim, foram determinadas cinco categorias principais de análise. Dessa maneira, realizou-se marcações em todo o texto para cada UR encontrada, conforme ilustrado na Figura 1, onde são elencadas quatro URs distintas, cada qual pertencente ao conjunto de falas de professores ou alunos de EJA. 3.2.5 Descrição Trata-se da organização numérica, de forma resumida, das etapas anteriores, com o objetivo de apresentar a soma das Unidades de Registro presentes no texto de cada entrevista e questões abertas, por tema. 3.2.6 Interpretação Por último, esta etapa tem grande relação com a pesquisa qualitativa, visto que é onde a pesquisadora realiza a análise das evidências no texto com base no seu olhar de interpretação, além de fazer suas ponderações a fim de deixar claro a importância de cada UR, tema e categoria emergentes da análise dos dados. 4. RESULTADOS & DISCUSSÕES A presente pesquisa realizou um estudo exploratório para analisar a inclusão digital no contexto social da Educação de Jovens e Adultos (EJA), nas escolas da rede pública da cidade de Macau/RN. Foram aplicados questionários e entrevistas em três das cinco escolas que utilizam a modalidade de ensino EJA na cidade. A Escola Municipal de 1° Grau Edinor Avelino fica localizada no bairro Valadão, a Escola Municipal de 1° Grau Professora Maura de Medeiros Bezerra está situada na Cohab e a Escola Municipal de 1° Grau Alferes Cassiano Martins, em Barreiras, um dos distritos da cidade. As outras duas escolas que também utilizam EJA, mas não foram objetos de estudo, são a Escola de 1° Grau Municipal Professora Luzia Bonifácio de Souza, localizada em Diogo Lopes, distrito de Macau, e a Escola de 1° Grau Municipal Padre João Penha Filho, situada no bairro Porto São Pedro. Do total, 100% das escolas (5/5) que utilizam o modelo de ensino EJA em Macau/RN são da rede pública municipal. Para a realização da pesquisa, 16 discentes de três instituições, que utilizam a modalidade de ensino EJA, localizadas no município de Macau/RN, contribuíram com o estudo ao responder um questionário proposto pela pesquisadora, conforme Apêndices A e B. De acordo com os dados coletados, 62,5% dos discentes tem entre 15 e 30 anos, 25% entre 30 e 50 anos e 6,3% entre 50 e 60 anos ou mais. 6,3% não declararam a idade. Os números apresentados não condizem com a realidade nacional, já que, segundo o IBGE (2018) o analfabetismo no Brasil atinge em maior escala grupos populacionais mais velhos, como é possível observar a partir da Figura 01. Figura 01. Taxa de analfabetismo do Brasil nos últimos três anos Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016-2018. Ao analisar a quantidade de discentes por sexo, notou-se que os homens são predominantes em relação as mulheres, que representam apenas 25% dos alunos entrevistados (4/16). 58,3% dos discentes do sexo masculino compreendem ao grupo populacional que apresenta entre 15 e 30 anos, 25% entre 30 e 50 anos e 8,3% entre 50 e 60 anos ou mais. 8,3% não declararam a idade (ver Gráfico 01). A realidade brasileira corrobora com esses dados, de acordo com o IBGE (2018) a taxa de analfabetismo entre homens e mulheres aponta superioridade para brasileiros do sexo masculino com 15 anos ou mais. Os números se invertem quando se trata de pessoas com 60 anos ou mais (ver Figura 01). Gráfico 01. Distribuição dos discentes do sexo masculino por faixa etária Fonte: Arquivo pessoal, 2019. No Brasil, a taxa de analfabetismo entre brancos, negros ou pardos é significativamente diferente (IBGE, 2018), Figura 01. Os dados colhidos nas três instituições de ensino confirmam a realidade do nosso país. Um quantitativo de 56,2% dos discentes participantes da pesquisa é negro ou pardo e 31,2% é de etnia branca. 12,5% não identificaram a etnia, Gráfico 02. Não é de hoje que esses números são observados, vários autores relatam a superioridade na taxa de analfabetismo para negros ou pardos em relação a brancos (e. g., ROSEMBERG & PIZA, 1996; SILVA, 2012). Ou seja, 131 anos após a abolição da escravidão, a desigualdade racial é notória em todos os âmbitos da sociedade. “Parte significativa dela não é atribuível a nenhuma medida de mérito ou esforço, sendo puramente resultado de discriminações passadas ou presentes” (THEODORO, 2018). Gráfico 02. Comparativo de etnia dos discentes Fonte: Arquivo pessoal, 2019. Entre as três escolas investigadas, duas não tem laboratórios de informática como parte da sua estrutura, ou seja, 66,66% (2/3). Apenas uma escola possui laboratório e os equipamentos tecnológicos necessários, no entanto, são mantidos em uma sala fechada, sendo assim, um total de 100% das escolas (3/3) não utilizam de computadores em suas atividades escolares. Apesar de 100% dos professores e alunos entrevistados concordarem que a inclusão digital é um requisito básico para a realização de atividades escolares, assim como inserir os alunos no ambiente digital através do uso de tecnologias, nenhuma das escolas investigadas possuem rede de internet. Um quantitativo de 75% dos professores entrevistados (3/4), alegaram que a secretaria de educação não disponibiliza formação de professores voltada para inclusão digital na formação de jovens e adultos. Adicionalmente, é importante destacar que nenhum dos professores entrevistados (0/4) possui formação acadêmica na Educação de Jovens e Adultos ou na área de informática. Tabela 1. Perfil dos professores entrevistados ID Sexo Experiência Duração da entrevista EN01 F 8 5 min EN02 F 14 10 min EN03 F 16 4 min EN04 M 16 5 min Fonte: Arquivo pessoal, 2019. 4.1 Descrição dos Resultados De acordo com o estudo desempenhado sobre as entrevistas realizadas com os professores e questionários aplicados aos alunos das escolas investigadas, acerca da inclusão digital na era da informação, bem como a capacitação de discentes, docentes, e instituições para a utilização de tecnologias no quesito ensino-aprendizagem, foram identificadas cinco categorias principais de análise: I. Situação atual da modalidade de ensino EJA II. A importância da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos e os seus benefícios no processo de ensino-aprendizagem III. Dificuldades para introduzir a inclusão digital na modalidade de ensino EJA IV. Incentivo aos professores na utilização de tecnologias A primeira categoria apresenta relatos sobre a Situação atual da modalidade de ensino EJA, os temas mais citados pelos professores sobre o assunto, são: (i) Evasão escolar; (ii) Choque entre realidades; (iii) Forma de nivelar idade-série. A segunda categoria trata da Importância da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos e os seus benefícios no processo de ensino-aprendizagem, seus respectivos temas citados pelos professores e alunos, são: (i) Auxilia na introdução do indivíduo em sociedade; (ii) Influencia no processo de aprendizagem; (iii) Mais acesso à informação; (iv) Outras formas de conhecimento e autonomia; (v) Auxilio mercado de trabalho atual; A terceira categoria, Dificuldades paraintroduzir a inclusão digital na modalidade de ensino EJA, oferta os seguintes pontos trazidos por professores e alunos que colaboraram com a pesquisa: (i) Falta de laboratórios; (ii) Os laboratórios não funcionam; (iii) Os alunos não possuem prática para manusear tecnologias; A última categoria, trata-se do Incentivo aos professores na utilização de tecnologias, e tem os temas: (i) A secretaria não oferece cursos de formação; (ii) Não há mais incentivo; Tabela 2. Classificação numérica das Unidades de Registro das entrevistas e questionários CATEGORIA DE ANÁLISE TEMAS UR’s Situação atual da modalidade de ensino EJA Evasão escolar 3 Choque entre realidades 3 Nivelamento idade-série 4 A importância da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos e seus benefícios no processo de ensino- aprendizagem Auxilia na introdução do indivíduo em sociedade 3 Influência no processo de aprendizagem; 3 Mais acesso à informação 5 Outras formas de conhecimento e autonomia 11 Auxílio no mercado de trabalho 7 Dificuldades para introduzir a inclusão digital na modalidade de ensino EJA Falta de laboratórios 5 Os laboratórios não funcionam 2 Ausência de prática dos alunos para manuseio de tecnologias 4 Incentivo aos professores na utilização de tecnologias A secretaria não oferece cursos de formação 4 Não há mais incentivo 3 Fonte: Arquivo pessoal, 2019. 4.1.1 Situação atual da modalidade de ensino EJA Tendo como base os questionários aplicados nas turmas de EJA e as entrevistas feitas aos respectivos professores, a modalidade de ensino encontra-se em situação de grande evasão escolar. O seguinte trecho foi retirado da entrevista da professora com formação em língua inglesa, quando falava sobre a evasão na Educação de Jovens e Adultos e os fatores que contribuem para isso. “Se você olhar nossa folha de frequência, tem 50 alunos em cada turma, e se você olhar, a maior turma é essa (cerca de oito alunos).” (Entrevistada 02). A entrevistada justifica a desistência dos alunos nas turmas, e relata que tem a ver com o choque entre idades, e a colisão do comportamento entre elas. “Mas a EJA, a realidade dela em relação as pessoas que atende está mudando, ela está deixando de atender somente aquelas pessoas que abandonaram e estão retomando, para atender aqueles alunos que ficaram fora de faixa e foram sendo reprovados.” (Entrevistada 02) “... a gente encontra uma certa dificuldade, porque as pessoas mais idosas reprovam o comportamento dessas mais jovens, porque eles são muito exagerados em comportamentos, então choca. Há um choque. É tanto, que se você observar, não vai encontrar, mas a gente tinha, nessa série, alunos de 70 e poucos anos, mas eles não conseguem se manter, e por causa dessa junção há evasão dos mais velhos.” (Entrevistada 02). Colocar em uma mesma sala pessoas de objetivos diferentes, idades diferentes e perspectivas diferentes pode ser um dos fatores que influenciam nos altos índices de evasão em turmas de EJA. Apesar de ser positivo no ponto de vista de diversificação e uma possível troca de experiências entre os alunos, a presente pesquisa nos mostra que isso não acontece. Segundo Silva & Arruda (2012) um dos grandes fatores que influenciam na permanência dos alunos na EJA é a falta de profissionais sem qualificação adequada para o educando, colaborando, desta forma, para a exclusão social do aluno. Ou seja, é preciso olhar com mais atenção para esta modalidade de ensino, visto que ela apresenta uma fragilidade maior com relação às outras. Os autores também afirmam que “tem que se usar uma metodologia com conteúdo que despertem a cada um o prazer de estar na sala de aula ou que motive os a permanecerem na escola utilizando uma linguagem simples.”. (2012, p.115). “E infelizmente, os mais novos, que deveriam permanecer, eles não dão ainda, a atenção devida, e aí vai acentuar os índices da EJA, que é um dos índices de maior desistência e evasão, infelizmente, e o IDEB da escola vai cair, que é o índice de desenvolvimento, porque é um grande quantitativo.” (Entrevistada 02). 4.1.2 A importância da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos e os seus benefícios no processo de ensino-aprendizagem “É de suma importância porque faz com que o aluno interaja mais com as aulas e faz com que conheça mecanismos diferentes de ensino- aprendizagem". (Entrevistado 04). “Seria muito útil, porque eles ganhariam uma autonomia na busca do conhecimento, ele não dependeria somente do professor para estar compartilhando conhecimento, ele teria autonomia para buscar e construir seu próprio conhecimento, não dependendo só de livros e professores”. (Entrevistada 02). Todos, sem exceções entre os entrevistados, alegaram que a inclusão digital é essencial para a Educação de Jovens e Adultos. Conforme Lourenço et. al (2012, p. 2) Além de ler e escrever, é importante que o indivíduo tenha domínio dos meios digitais, pois isso pode garantir uma melhor inserção no mercado de trabalho e no mundo das informações. “É de grande importância porque é uma coisa mais moderna que a gente traz pra eles “visualizar” e trabalhar em sala de aula, porque só leitura e escrita tem um pouco de alunos, que ainda tem dificuldade né. E quando eles veem algo assim mais moderno, por exemplo, os slides ou apresentação com Datashow, eu acharia bem melhor principalmente pra disciplina de biologia né pra ver as imagens.” (Entrevistada 03). Ao responder o questionário, um dos discentes apontou alguns benefícios que ser incluído digital trás para um indivíduo: “estabelecer comunicação, acessar notícias, ver vídeos” (Discente 15). A resposta dos outros discentes entrevistados encontram-se no mesmo contexto, a maioria alegou os benefícios sobre introduzir o indivíduo no mercado de trabalho, e que a inclusão digital anda lado a lado com a autonomia, ou seja, o educando pode, por sua responsabilidade, buscar outras formas de conhecimento e ter mais acesso à informação. 4.1.3 Dificuldades para introduzir a inclusão digital na modalidade de Ensino EJA O primeiro relato coletado, vem de um aluno retratando sobre um problema sério, que atrapalha a inclusão digital nas escolas analisadas: “A internet da escola é bloqueada para os alunos”. (Discente 14). Relembrando o tópico anterior, que trata da importância e os benefícios da inclusão digital na EJA, por possuir informações e formas de conhecimento dentro de uma mesma categoria, é nítido que deixar o aluno à margem disso, excluindo-o, enquanto o correto era introduzir o educando nos novos moldes da sociedade, implica em péssimos índices para a EJA. Isso porque, como já foi dito antes, a modalidade de ensino traz, por vezes, analfabetos digitais, e é dever da EJA nivelar isso também, bem como introduzir o aluno na sociedade moderna em que vivemos. “Olha, desde que eu cheguei aqui, em 2015, eu tinha conhecimento que tinha laboratório em uma dessas salas, eu não sei te dizer onde é, não lembro, também não sei te dizer se está em funcionamento. Porque muitos laboratórios nas escolas que eu leciono foram desconstruídos porque os equipamentos ficaram ultrapassados, não recebiam manutenção necessária no período, e isso foi fazendo com que eles fossem quebrando. Sem falar da internet que não chegava com sinal de qualidade, tanto que com exceção dessa daqui, nas outras escolas, os professores fazem um pacote pra manter a internet paga. Apesar de o estado fornecer, mas não chega em umas escolas com a qualidade que a gente espera.” (Entrevistada 02). “Não temos, em nenhuma das escolas. Quando a gente precisa, solicita o laboratório da UFRN, mas aqui eu nunca solicitei, para realizar com turmas de EJA.” (Entrevistada 02). Porque muitas vezes, como eles não têm acesso,causa susto, eles estranham e tem medo do que pode vir, até de mexer em uma tecla. (Entrevistado 01). Com base nos relatos dos professores, nota-se que além de professores sem capacitação para a formação dos alunos na área da informática, as escolas também não possuem a estrutura necessária para receber os materiais, ou atribuir laboratórios em seu espaço. Quando não é esse o problema, as escolas têm laboratórios como parte da sua estrutura, mas estão em desuso, e isso é uma dificuldade que vai além de capacitação de professores para a modalidade, é um impedimento por parte da gestão. 4.1.4 Incentivo aos professores na utilização de tecnologias As seguintes falas referem-se às respostas dos professores, quando questionados sobre o incentivo da secretaria de educação na capacitação dos educandos com relação ao uso de tecnologias em salas de aula. “Durante esse tempo que trabalho aqui, nunca foi. Não foi oferecido nenhuma formação”. (Entrevistado 01). “Depois que eu estou na EJA, tanto na escola municipal, quanto estadual, eu não participei de nenhuma formação. Tanto que o estado fez uma formação agora pra EJA, depois de 10 anos, e nem foi pra formação continuada em relação a tecnologia, foi pra questão de reformulação do currículo. Uma vez que a ABNC está aí e EJA não tem ainda o currículo, aí tá em formação. Mas no estado, no município eu ainda não participei, não.” (Entrevistada 02). “Atualmente, nós estamos sem essa disponibilidade por parte da secretaria. Não que a secretaria não ache importante, mas devido aos fatores, estamos fracassados nessa área”. (Entrevistado 04). Os professores não relataram haver formação para Inclusão digital voltada à Educação de Jovens e Adultos, sequer em outras áreas. Esse dado é bastante grave, visto que as tecnologias vão avançando a todo momento e não caminhar ao lado disso, coloca educandos e educadores à margem da sociedade. A secretaria de educação deve olhar com mais atenção para com os novos moldes de ensino e atualizar as escolas da rede municipal o quanto antes. E, principalmente, olhar com mais cuidado para a formação daqueles que formam cidadãos e cidadãs, bem como investir nisso, para que os resultados sejam mais positivos. Pois, utilizando como base o relato da Entrevistada 02, o estado está mais preocupado em trazer mão de obra para o mercado, do que com o que importa, de fato, a educação dos alunos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar a inclusão digital oferecida pelas escolas que aplicam a modalidade de ensino EJA na cidade de Macau - RN, se os seus docentes têm a formação necessária para trabalhar com esta modalidade de ensino, bem como se as escolas dispõem de infraestrutura apropriada para utilização das novas TICs. Foram aplicados entrevistas e questionários em três escolas da rede municipal da referida cidade. O trabalho obteve resultados satisfatórios, alinhados aos seus objetivos. Adicionalmente, durante a aplicação da pesquisa foi possível elencar temas importantes que não estavam estritamente relacionados com o objetivo da pesquisa, a exemplo da evasão escolar na EJA. Contudo, é importante ressaltar que a pesquisa teve limitações reconhecidas pelos autores, a citar: I) A aplicação de questionários na turma de EJA foi bastante conturbada, tendo em vista a fragilidade da modalidade de ensino. As questões pareciam ser bastante difíceis e os alunos precisavam de auxílio para interpretação, assim como para responder, pois muitos estavam passando pelo processo de alfabetização. II) São cinco escolas que utilizam o modelo de ensino EJA, no entanto, nesta pesquisa foram coletados os dados de apenas três. Apesar de 60% das escolas (3/5) fazerem parte da pesquisa, ou seja, a maioria, a ausência dos dados nas outras poderia alterar algum resultado. Como mencionado anteriormente, alguns resultados obtidos não estavam intrinsicamente relacionados ao objetivo do trabalho, como por exemplo, a questão da evasão escolar na EJA, fato que possui diversos motivos. A exemplo disso, temos a promiscuidade de colocar em um mesmo ambiente, alunos de idades completamente diferentes. No que diz respeito a capacitação dos professores na formação de Jovens e Adultos, foi possível identificar a partir das entrevistas realizadas que nenhum professor tem especialização na modalidade. Este, dentre outros, é um agente influenciador na fragmentação da EJA e seus índices de evasão. A modalidade, portanto, precisa ser reavaliada com urgência, ao contrário, continuará excluindo seus educandos socialmente, corroborando com o princípio de que merece uma atenção maior, por tratar de pessoas que estão à margem da sociedade. Por fim, tratando do objetivo proposto pela pesquisa e a análise das escolas como base, o que acontece atualmente na EJA, é uma exclusão digital. Além de trazer modelos de ensino ultrapassados, limitados ao livro didático e que não compactuam com a realidade de uma sociedade moderna, as escolas não possuem estrutura para laboratórios de informática, os professores não possuem formação na área, e os alunos têm seus direitos retirados. O exposto se deve ao fato de que vivemos em uma sociedade informatizada, em que temos uma vasta quantidade de informação advinda do uso de tecnologias, e os alunos da EJA na rede municipal são excluídos disso, gerando um quantitativo enorme de alunos excluídos digitalmente. Adicionalmente, é importante que as instituições governamentais e educacionais trabalhem para propor melhorias na modalidade de ensino EJA, como por exemplo, ser uma capacitação obrigatória na formação dos professores, o domínio das novas tecnologias, caso contrário, teremos educadores e educandos sempre à margem da era da informação em que vivemos. Para trabalhos futuros, sugere-se realizar uma replicação desta pesquisa nos demais municípios do Rio Grande do Norte e do Brasil, a fim de entender como todo o país vem lidando com a inclusão digital no contexto social da Educação de Jovens e Adultos. REFERÊNCIAS BARDIN. L. Análise de conteúdo. Lisboa: Editora Edições 70, 1977. BONILLA, M. H. S. Políticas públicas para inclusão digital nas escolas. Revista Metrovivência, n. 34, p. 40-60, 2010. CASTELLS, M. A era da informação: a sociedade em rede. Rio de Janeiro: Paz e Terra, v. 1, 1999. FRANCO, M. G. Inclusão digital: uma proposta na alfabetização de jovens e adultos. In: Anais do Workshop de Informática na Escola. p. 216-225, 2003. FERREIRA, P. 2019. Brasil ainda tem 11,8 milhões de analfabetos, segundo IBGE. O Globo, 2017. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem- 118-milhoes-de-analfabetos-segundo-ibge-22211755>. Acesso em: 18 Set. 2019. IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2018. PNAD Contínua, educação 2018. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101657_informativo.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2019. JOAQUIM, B. dos S. O empoderamento freireano a partir da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos. EJA em debate, Florianópolis, v. 4, 2015. LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: ed. 2. Editora 34. 2000. LIMBERGER, Diego Ildonei; DA CRUZ, Marcia Elena Jochims Kniphoff; MERGEN, Carla Cristiane. Inclusão digital de jovens e adultos em processo de alfabetização: relato de experiências a partir de programa institucional. Revista de Educação Ciência e Tecnologia, Canoas, v.4, n.1, 2015. LOURENÇO, É. S. et al. Inclusão Digital na educação de Jovens e Adultos (EJA). Revista Científica Eletrônica de Pedagogia, Garça, n. 19, ISSN 1678-300X, 2015. OLIVEIRA, D. C. de. Análise de conteúdo temático-categorial: uma proposta de sistematização. Revista Enfermagem UERJ, v. 16, n. 4, p. 569-576, 2008. ROSEMBERG, Fúlvia; PIZA, Edith. Analfabetismo, gênero e raça no Brasil. Revista USP, n. 28, p.110-121. 1996. SILVA, T. S. Educação e população negra: uma análise da última década (1999/2009). Relações raciais no contexto social, na educação e na saúde: Brasil, Cuba, Colômbia e África do Sul. Rio de Janeiro: Quartet, 2012. SILVA, Greice Palhão; ARRUDA, Roberto Alves. Evasão escolar de alunos na Educação de Jovens e Adultos - EJA. Eventos Pedagógicos, v. 3, n. 3, p. 113-120, 2012. THEODORO, Mário et al. As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil: 120 anos após a abolição. Brasília: Ipea, p. 69-99, 2008. TAVARAYAMA, R., FREITAS, R. C. M., MARTINS, J. R. A sociedade da informação: possibilidades e desafios. Nucleus, v. 9, n. 1, 2012. APÊNDICES APÊNDICE A. Informações dos discentes entrevistados. DISCENTE SEXO ETNIA FAIXA ETÁRIA INSTITUIÇÃO Discente 01 M Branca Entre 15 e 30 E. M. Alferes Cassiano Martins Discente 02 M Negra Entre 15 e 30 E. M. Alferes Cassiano Martins Discente 03 M Negra Entre 15 e 30 E. M. Alferes Cassiano Martins Discente 04 F Negra Entre 30 e 50 E. M. Maura Bezarra Discente 05 M Não identificado Não identificado E. M. Maura Bezarra Discente 06 M Parda Entre 30 e 50 E. M. Maura Bezarra Discente 07 M Branca Entre 15 e 30 E. M. Maura Bezarra Discente 08 M Negra Entre 15 e 30 E. M. Maura Bezarra Discente 09 M Branca Entre 30 e 50 E. M. Edinor Avelino Discente 10 M Parda Entre 50 e 60 ou mais E. M. Edinor Avelino Discente 11 M Parda Entre 15 e 30 E. M. Edinor Avelino Discente 12 F Branca Entre 15 e 30 E. M. Edinor Avelino Discente 13 F Branca Entre 15 e 30 E. M. Edinor Avelino Discente 14 M Não identificado Entre 15 e 30 E. M. Edinor Avelino Discente 15 F Parda Entre 15 e 30 E. M. Edinor Avelino Discente 16 M Negra Entre 30 e 50 E. M. Edinor Avelino Fonte: Arquivo pessoal, 2019. APÊNDICE B. Questionário aplicado nas turmas de EJA. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE – CAMPUS MACAU A Inclusão Digital No Contexto Social Da Educação De Jovens E Adultos: Estudo Exploratorio Nas Escolas De Macau – Rn QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM SOBRE A PRÁTICA DE INCLUSÃO DIGITAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ESCOLA: TURNO: ( ) MATUTINO ( ) VESPERTINO ( ) NOTURNO ETAPA/SÉRIE: GÊNERO: ( ) FEMININO ( ) MASCULINO ( ) NÃO-BINÁRIO ETNIA ( ) NEGRA ( ) INDÍGENA ( ) BRANCA ( ) PARDA ( ) MULATA ( ) OUTRA FAIXA ETÁRIA: ( ) ENTRE 15 E 30 ( ) ENTRE 30 E 50 ( ) ENTRE 60 OU MAIS Cara (o) aluna (o), É importante que responda em concordância com sua prática discente, o questionário é proposto no sentido de identificar pontos significativos para a análise, interpretação e conclusão de dados, visando a melhoria dos resultados para esta pesquisa. Agradecemos sua contribuição. Inclusão digital “se refere à democratização das tecnologias da informação, com a intenção de garantir o acesso de todas as pessoas, independentemente da condição econômica” (CUNHA & GURGEL, 2016, p. 418). QUESTÕES 1. Por qual razão você decidiu retomar/inicializar os estudos? 2. Você tem familiaridade com equipamentos de tecnologia? Computador, internet, celular? 3. Como você se sente com relação a inclusão digital? 4. Você sente que consegue utilizar facilmente equipamentos tecnológicos? 5. Você acha que tem habilidades em informática que o atual mercado de trabalho exige? 6. A escola oferece algum mecanismo de inclusão digital para os alunos da EJA? 7. Com que frequência você costuma utilizar o laboratório de informática da sua escola (se existe)? a. ( ) Diariamente b. ( ) Semanalmente c. ( ) Mensalmente d. ( ) Semestralmente e. ( ) Nunca 8. Na sua opinião, que benefícios os alunos podem obter fazendo as tarefas escolares utilizando tecnologias de informação e comunicação, a exemplo do computador? 9. Marque qual é o seu grau de familiaridade com os seguintes equipamentos tecnológicos: Equipamento Não sei utilizar Utilizo pouco Utilizo bem Utilizo muito bem Caixa de som amplificada Data show Computador Celular Notebook TV Impressora Victória Gabrielle da Silva Alves , João Helis Bernardo , Maria Clara L. de Lemos 1 INTRODUÇÃO 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A importância da Informática 2.2 Inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos 3 METODOLOGIA 3.1 Levantamento de Dados 3.2 Análise de dados 3.2.1 Preparação das informações 3.2.2 Transformação do conteúdo em unidades de registro (UR) 3.2.3 Classificação das Unidades de Registro em Temas 3.2.4 Classificação das Unidades de Registro em Categorias 3.2.5 Descrição 3.2.6 Interpretação 4. RESULTADOS & DISCUSSÕES 4.1 Descrição dos Resultados 4.1.1 Situação atual da modalidade de ensino EJA 4.1.2 A importância da inclusão digital na Educação de Jovens e Adultos e os seus benefícios no processo de ensino-aprendizagem 4.1.3 Dificuldades para introduzir a inclusão digital na modalidade de Ensino EJA 4.1.4 Incentivo aos professores na utilização de tecnologias 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICES
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