Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 4 ·Período Flávia Demartine 1 Professora: Rosana Ferreira Santana Correa da Silva Marcela Santos Oliveira Aula 1 – 03/02/21 CONTEÚDO: 1. MODALIDADES, COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES NO ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS Aspectos éticos e legais 2. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR Suporte básico de vida Treinamento Prático de ressuscitação em parada cardiorrespiratória 3. PRIMEIROS SOCORROS Desmaio/síncope Convulsão Transporte de Acidentado Hemorragia 4. QUEIMADURAS Tipos Primeiros socorros 5. ENGASGAMENTO E AFOGAMENTO Bibliográfica básica: Tratado de medicina de urgência e emergência: pronto-socorro e UTI I Knobel, Elias. Condutas no paciente grave. 4. ed. Góis, Aécio Flávio Teixeira de. Emergências médicas. Martins, Htrlon Saraiva Medicina de emergências: abordagem prática. 11. Ed. Aula 2 – 10/02/21 Introdução: moral, ética e lei Moral: Origem no latim – “mores” – costumes – sempre existiu É um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade Estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Ética: Origem no grego – “ethos”- modo de ser “Conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, o bem-estar social” 2 4 ·Período Flávia Demartine É a forma que o homem deve se comportar no seu meio social; Ética é uma espécie de legislação do comportamento moral das pessoas. Lei: Regra jurídica que permite, proíbe ou obriga uma conduta humana, isto é, uma ferramenta utilizada pela sociedade para normatizar atitudes e comportamentos. O notável desenvolvimento científico e tecnológico verificado na área da saúde fez com que inúmeras novas questões fossem apresentadas aos profissionais que atuam nesta área, de forma especial aos médicos O nascer e o morrer, a alocação de recursos e os limites das pesquisas em seres humanos são exemplos disto; Estas questões fizeram com que tivéssemos que abandonar, neste fim de século, a tranquila quietude de já ter decifrado o mundo. - Caso Karen Ann Quinley (1975) Bioética Definição: É um neologismo, construído a partir das palavras gregas bios ( vida) + ethos ( relativo à ética). Ética da vida; Ética aplicada às questões da saúde e da pesquisa em seres humanos. Abordando novos problemas de forma original, secular, interdisciplinar, contemporânea, global e sistemática; Trata-se de um ramo de estudo interdisciplinar que utiliza o conceito de vida da Biologia, o Direito e os campos da investigação ética para problematizar questões relacionadas à conduta dos seres humanos em relação a outros seres humanos e a outras formas de vida. Temas tratados pela bioética: Eutanásia Aborto Medico e paciente x cientista e cobaia Utilização de células tronco Princípios da bioética: - Autonomia: Confere ao paciente o direito de ouvir e ser ouvido; As pessoas têm o direito de decidir sobre as questões relacionadas ao seu corpo e à sua vida; Quaisquer atos médicos devem ser autorizados pelo paciente. - Beneficência: Promover o bem em relação ao paciente ou familiar O médico tem a obrigação ética de maximizar o beneficio e minimizar o prejuízo. O profissional deve ter a maior convicção e informação técnica possível, que assegurem ser o ato médico benéfico ao paciente. (Ação que faz o bem). - Não maleficência: Abster-se de prejudicar, procurando prevenir o mal; risco/beneficio; A ação do médico deve causar o menor prejuízo ou agravo à saúde do paciente Primum non nocere ( primeiro não prejudicar) - Justiça: Se refere a igualdade de tratamento e à justa distribuição das verbas do estado para saúde, pesquisa e etc. Dar a cada pessoa o que lhe é devido segundo as suas necessidades, ou seja, incorpora-se a ideia de que as pessoas são diferentes e que, portanto, também são diferentes as suas necessidades 3 4 ·Período Flávia Demartine O medico deve atuar com imparcialidade, evitando ao máximo que aspectos sociais, culturais, religiosos, financeiros ou outros interfiram na relação médico-paciente. Responsabilidade ética, profissional e jurídica do médico: No exercício de sua profissão, o médico está sujeito às normas estabelecidas pelo CRM – pelo código de ética médica, pelos códigos Civil e Penal e pelo Código de defesa do consumidor. Código ética médica: Capítulo III É vedado ao médico: Art. 1º Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. Negligência INDOLÊNCIA, DESLEIXO, PASSIVIDADE: Abandono ao doente Omissão de tratamento Negligência de um médico pela omissão de outro Prática ilegal por estudantes de Medicina Letra do médico Esquecimento de corpo estranho em cirurgia Alta Médica prematura - O médico que dá alta ao paciente que ainda necessita de tratamento hospitalar também pode ser considerado negligente quando em razão de seu ato vem o paciente sofrer danos à saúde, sofrer sequelas ou falecer. Amputar uma perna quando a outra é que estava doente. É falta de atenção, cuidado, é ilícito penal e ilícito civil, cabe ação de indenização, independente da ação penal em razão da lesão corporal. Imprudência: Quando o médico age sem a cautela necessária, de forma intempestiva: Exemplo: 1. Cirurgião que opera com técnica distinta da habitual produzindo resultado danoso ao paciente. Falta de observação das normas por despreparo prático ou insuficiência de conhecimentos técnicos Realização inadequada de procedimentos médicos invasivos 4 4 ·Período Flávia Demartine Médico tem todos os sintomas que indicam claramente uma determinada doença e, por falta de prática, prescreve tratamento para outra doença. ( tep x pnm) Esfera civil e penal: O médico pode ser responsabilizado por: Danos morais: quando uma pessoa se acha afetada em seu animo psíquico, moral e intelectual Danos materiais: quando uma pessoa acha que sofreu um prejuízo patrimonial com relação aos seus bens e valores Danos físicos: a pessoa entende que aquela ação gerou lacerações, cortes, golpes que afetaram o corpo. Danos estéticos: é aquele que se configura como uma perda de um aspecto corporal tido como bonito. Código do consumidor: O médico é um prestador de serviço sujeito a obrigações que incluem o direito do paciente a informação, esclarecimento e fidelização. Este último aspecto, que veda ao médico abandonar seu paciente, pode ser anulado se, por problemas de relacionamento com ele, o profissional renunciar ao atendimento, mas sempre após transferir o paciente aos cuidados de outro médico informado e com a anuência deste. Dilemas éticos e legais no pronto-socorro: 1-Recusa do paciente crítico ao tratamento médico: Princípio da autonomia do paciente x beneficência ou não maleficência do médico Situações especiais: - Sob efeito de drogas, demenciados, psiquiátricos: prevalece o dever de atuação do médico em uma situação ameaçadora da vida - Criança ( < 18 anos): conselho tutelar, policia civil ( BO) - Idoso ( > 60 anos): conselho do idoso, autoridade sanitária local, policia civil (BO) Individuo mentalmente capacitado: assina um termo de responsabilidade. 2- Transferência de pacientes críticos: RESOLUÇÃO CFM nº. 1.672/2003: Dispõe sobre o transporte inter-hospitalar de pacientes - Antes de decidir a remoção do paciente, faz-se necessário realizar contato com o médico receptor ou diretor técnico no hospital de destino, e ter a concordância do(s) mesmo(s). - Todas as ocorrências inerentes à transferência devem ser registradas no prontuário de origem. - Todo paciente removido deve ser acompanhado por relatório completo, legível e assinado (com número do CRM), que passará a integrar o prontuário no destino. Quando do recebimento,o relatório deve ser também assinado pelo médico receptor. RESOLUÇÃO CFM nº. 1.672/2003: Dispõe sobre o transporte inter-hospitalar de pacientes - Para o transporte, faz-se necessária a obtenção de consentimento esclarecimento, por escrito, assinado pelo paciente ou seu responsável legal. Isto pode ser dispensado quando houver risco de morte e impossibilidade de localização do(s) responsável(is). Nesta circunstância, o médico solicitante pode autorizar o transporte, documentando devidamente tal fato no prontuário. - A responsabilidade inicial da remoção é do médico transferente, assistente ou substituto, até que o paciente seja efetivamente recebido pelo médico receptor. - A responsabilidade para o transporte, quando realizado por Ambulância tipo D, E ou F é do médico da ambulância, até sua chegada ao local de destino e efetiva recepção por outro médico. - As providências administrativas e operacionais para o transporte não são de responsabilidade médica. 5 4 ·Período Flávia Demartine 3- Cuidados de fim de vida “Paciente terminal é aquele que vai morrer em um período relativamente curto de tempo, de três a seis meses, independentemente das ações médicas que são colocadas em prática” Cuidados de fim de vida Eutanásia: Eutanásia é o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente a eutanásia é realizada por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente. Legislação: “homicídio privilegiado, ilícito e imputável, mesmo que a pedido do paciente”. (Código Penal Brasileiro, art;121;1940) Homicídio privilegiado (nobre); - “crime por compaixão”; Reclusão: 3-6 anos; Se a morte não consumar: 2-5 anos; Dobrada - motivo egoístico ou o paciente for passivo ou incapaz de resistir; Inafiançável. TERMOS CORRELATOS Á EUTANÁSIA: Distanásia: é a morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento. Ortotanásia: é a atuação correta frente a morte. “Morte a seu tempo” Duplo efeito: a morte é acelerada como uma consequência indireta das ações médicas que são executadas usando o alívio do sofrimento de um paciente em final de vida; (Esta possibilidade é aceita pela Igreja desde 1950) Mistanásia: (eutanásia social) – Morte miserável, fora ou antes do tempo - Doentes que por motivos políticos, sociais e econômicos não conseguem ser pacientes; - Pacientes vítimas de iatrogenia (efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico); -Paciente vítima de má prática por motivos econômicos, científicos e sociopolíticos. Cuidados paliativos: Cuidados visam o respeito a integridade da pessoa e buscam garantir que o paciente: Seja mantido livre de dor tanto quanto possível; Receba continuidade de cuidados e não seja abandonado ou sofra perda de sua identidade pessoal; Que tenha autonomia, quando possível, frente á tomada de decisões a respeito do seu cuidado, dando-lhe a possibilidade de recusar intervenção tecnológica prolongadora da vida; Seja escutado, em seus medos, sentimentos, valores e esperanças; Possa escolher onde deseja morrer. Ordem de não reanimação: colocada no prontuário do paciente pelo médico, informando a equipe médica que não deve ser feita reanimação cardiopulmonar (RCP). Diretivas antecipadas de vontade: instruções que uma pessoa dá, antecipadamente, relativas aos tratamentos que deseja ou não receber no fim da vida, para o caso de se tornar incapaz de exprimir sua vontade ou tomar decisões por e para si próprio. Elegendo um ou mais procurador (es) de saúde. Testamento vital: instrumento que assegura manter o cumprimento da vontade. (registrado em cartório). 4- Declaração de comparecimento e atestado médico Atestado médico: ato médico e direito inalienável do paciente Registrar apropriadamente sua emissão no prontuário Deve conter de forma legível o tempo da dispensa O diagnostico só poderá ser colocado no atestado codificado ou não, se expressamente autorizado pelo paciente ou no exercício do dever legal. Declaração de comparecimento: deve constar sempre os horários de chegada e saída. 6 4 ·Período Flávia Demartine 5- Consentimento informado É imprescindível diante de qualquer procedimento médico, ato de elucidação diagnostica ou terapêutica. Dispensado em situações de risco iminente de morte ou de sofrimento intenso. Deve-se dar ciência quanto ao estado do enfermo, das opções terapêuticas, das probabilidades de agravo e sucesso, dos riscos iminentes e do estado de compreensão dos familiares “Arma contra o médico” 6- Declaração de óbito Causa natural e não violenta: o médica deve sempre conferir todas as informações de identificação do paciente, preencher de forma legível, sem rasuras ou emendas, o bloco de condições e causas do óbito. O médico, atuando no serviço de emergência, não deve atestar a morte de paciente que chegam a óbito ou se houver suspeita de morte violenta. Se o paciente estiver em acompanhamento médico na instituição, pode-se, a partir das informações médicas do prontuário, avaliar a possibilidade de emissão do atestado. Se sinais de violência externa: SVO / IML Nunca fazer o atestado de óbito sem um exame detalhado do corpo
Compartilhar