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urgência e emergência - imobilização e talas

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Lorena Bressanini Siqueira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de fratura 
1. Não exposta ou fechada: Quando existe 
uma fratura óssea, mas a pele está íntegra; 
 
2. Exposta: Quando há uma fratura óssea associada a uma 
lesão de pele. OBS.: O osso não precisar 
estar exposto, basta existir alguma lesão 
de pele acompanhando a fratura, ou seja, 
não é necessário visualizar o osso para 
reconhecer uma fratura exposta; 
 
3. Não cominutivas: são aquelas que apresentam dois 
fragmentos ósseos; 
 
 
4. Cominutivas: são aquelas que apresentam múltiplos 
fragmentos ósseos (≥ 3). 
 
 
Questão de prova de concurso da PM 
QUESTÃO: em relação a fraturas expostas é CORRETO afirmar: 
a. () A classificação de Gustilo e Anderson é mais utilizada em 
todo o mundo e tem como principais parâmetros o grau de 
lesão de partes moles, a avaliação em conjunto com o padrão 
radiográfico da fratura e o grau de lesão músculo com o 
padrão. 
 
b. (X) Existe o consenso quanto à necessidade de se realizar 
limpeza exaustiva e desbridamento das feridas nas fraturas 
expostas como parte inicial do tratamento dessas lesões. 
 
c. () No atendimento inicial ao paciente no local do acidente é 
fundamental o exame minucioso e repetido da fratura 
exposta com luvas de procedimento e realização de curativo 
comum. 
 
d. () Fratura exposta é definida como aquela em que ocorre 
ruptura na pele e nos tecidos moles adjacentes, permitindo 
invariavelmente a comunicação óssea direta com o ambiente. 
 
Classificação de Gustilo-Anderson 
É baseada no tamanho da laceração na pele, grau de lesão das 
partes moles e sua contaminação: 
1. Tipo I – laceração menor que 1cm e não há evidências de 
contaminação; 
 
2. Tipo II – laceração maior que 1cm com contaminação moderada; 
 
3. Tipo III 
 
• IIIA – lesão de partes moles grave, mas cobertura 
adequada do osso, altamente contaminada (5~10%); 
 
• IIIB – lesão de partes moles grave, contaminação massiva, 
osso está exposto e há remoção do periósteo (10~50%); 
 
• IIIC – igual a IIB, mas com uma lesão arterial necessitando 
reparo; 
 
Obs.: essa imagem, por exemplo, é uma fratura 
do tipo IIIB. 
 
Escore de MESS 
• Mangled Extremity Severity Score (Pontuação de 
extremidade mutilada): ajuda a determinar qual membro 
pode eventualmente evoluir para uma amputação. É baseado 
na lesão óssea, tecido mole, presença de choque, tempo de 
isquemia e idade; 
Urgência e Emergência – 
Imobilização e talas 
Lorena Bressanini Siqueira 
• Pacientes no qual a pontuação é maior ou igual a 7 evoluirão 
para a amputação do membro. 
 
Esse escore é importante porque as vezes pode ocorrer, por 
exemplo, uma síndrome de reperfusão. Essa síndrome ocorre ao 
reativar a circulação em um tecido que ficou muito tempo em 
isquemia, fazendo com que o paciente entre em choque e até morra. 
Isso acontece porque esse tecido em isquemia está com muito ácido 
lático, muita catecolamina, entre outras substâncias. 
 
Tratamento 
O manejo inicial de todos os pacientes precisa começar com os 
ABCDE. (A – airway; B – breathing; C – circulation; D – disability; E 
– exposure). 
A → airway ou vias aéreas e coluna cervical (mais de 3min sem 
respirar provavelmente evolui para óbito). Em traumas com alta 
energia cinética, como acidentes automobilísticos, quedas de 
grandes alturas, entre outros, há o risco de lesão de coluna, 
portanto, é importante estabilizar a coluna cervical do paciente 
nesses casos antes de começar a avaliação. Além disso, se for 
verificado a presença de edemas no rosto do paciente ou alguma 
outra anormalidade, também se faz necessário o uso do colar 
cervical. Após essa etapa, o profissional deve-se apresentar ao 
paciente e fazer alguma pergunta. Caso o paciente responda, 
considera-se que as vias aéreas estão pérvias. Entretanto, em 
ausência de resposta, deve-se realizar manobras Jaw-thrust 
(projeção da mandíbula) e Chin Lift (elevação do mento) com o 
objetivo de avaliar a presença de corpo estranho. 
 
Após analisar a via aérea com as manobras acima, devemos usar a 
cânula de Guedel (ou cânula orofaríngea) para manter a via aérea 
pérvia. 
OBS: em alguns casos também pode ser feito ventilação com bolsa-
vávula-máscara (AMBU) ou máscara de O2 não reinalante. Além 
disso, em vítimas conscientes, a equipe de socorro deve se 
aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça 
para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. 
Por fim, antes de passar o colar cervical, devemos avaliar o 
pescoço através da inspeção e palpação para afastar pneumotórax 
hipertensivo: 
• Traqueia centralizada; Lesões; Enfisema subcutâneo; Estase 
de jugular; Dor a palpação cervical. 
B → breathing ou respiração e ventilação (pneumotórax, entre 
outros problemas que prejudicam a troca gasosa). Deve-se analisar 
se a respiração está adequada, analisando, também, a frequência 
respiratória, os movimentos torácicos, cianose, desvio de traqueia 
e a musculatura acessória. É necessário, portanto, expor o tórax 
do paciente, realizar a inspeção, palpação, ausculta e percussão. 
C → circulation ou circulação com controle de hemorragias (choque, 
traumas abdominais, sangramento ortopédico, entre outros). Nessa 
etapa devemos identificar choque e manter a circulação avaliando 
4 parâmetros: pele, pulso, perfusão e hemorragias (sangramentos 
externos). Identificar principais locais de sangramento: tórax, 
pelve, abdome e ossos longos. Para avaliar sangramentos abdominais é 
utilizado o USG FAST observando a janela subxifóide, hepatorrenal, 
esplenorrenal e pélvica. 
Em caso de identificação de choque devemos realizar reposição 
volêmica por meio de dois acessos periféricos calibroso (de 500 em 
500 mL) com SF a 0,9%. 
Quando se chega à parte da circulação, se houver sangramento, 
deve-se buscar controlar a hemorragia: 
• Primeira escolha: Pressão direta sobre o ferimento com 
gaze ou pano. 
• Segunda escolha: Compressão da artéria acima do 
ferimento. 
• Terceira escolha: Torniquete manual ou pneumático 
diretamente sobre a pele. OBS.: esta deve ser a última 
opção porque, ao usar o torniquete, há um maior risco de 
perda do membro. 
D → disability ou incapacidade. É realizada a avaliação neurológica 
por meio da escala de coma de Glasgow e avaliação das pupilas. 
 
E→ exposição ou exposure, a qual devemos expor o paciente 
(retirar roupas e objetos) para avaliar possíveis fraturas e palpar 
pulsos. 
Considerações sobre o uso do torniquete na parte de circulação 
(C): 
• Deve ser apertado até cessar o sangramento (pressão pode 
chegar até 205mmHg em membros superiores e 400mmHG 
nos membros inferiores); 
 
• O tempo de uso do torniquete deve ser anotado. Se a 
intervenção cirúrgica for demorar mais do que uma hora, 
deve-se considerar aliviar a pressão do torniquete desde que 
o paciente esteja estável; 
 
• IMPORTANTE: o risco de perda do membro aumenta com o 
tempo de uso do torniquete, entretanto, entre salvar a vida 
e salvar o membro, faça a primeira escolha! 
Lorena Bressanini Siqueira 
Cuidados com o membro amputado 
• O reimplante é usualmente indicado para os pacientes com 
lesões isoladas de extremidade, principalmente dos 
membros superiores. Esses pacientes devem ser 
transportados com urgência para centros especializados, 
pois quanto mais tempo demorar, menor a chance de 
reimplante; 
• Pacientes instáveis não são candidatos ao reimplante, pois a 
prioridade é salvar a vida dele; 
• O membro amputado deve ser lavado com solução isotônica 
(não lavar com água, nem detergente, nem nada assim) e 
empacotado, inicialmente, com gaze estéril. Posteriormente, 
deve-se colocar esse membro empacotado com gaze estéril 
em um segundo pacote, sendo este com compressas estéreis. 
Depois, isso deve ser posto em uma bolsa plástica. Esta 
bolsa, por sua vez, deve ser colocada emuma arca térmica 
(isopor) juntamente com gelo moído. OBS.: Cuidado para não 
congelar a parte amputada. Além disso, o membro deve ser 
transportado junto com o paciente! 
 
Imobilização da fratura 
• A meta principal é realinhar a extremidade de 
forma mais anatômica possível e prevenir a 
mobilização excessiva do sítio se fratura, evitando 
que a fratura se movimente e cause maiores danos; 
 
• Deve ser acompanhada de uma tração linear e contínua com o 
objetivo de realinhar o membro; 
 
• Quando feita corretamente, auxilia na redução da dor, 
previne novas lesões neurovasculares e novos 
comprometimentos musculares; 
 
• Em casos de fratura exposta, empurre o osso de volta para 
dentro do ferimento, remova toda a contaminação grosseira 
e administre altas doses de antibióticos assim que possível. 
 
• Outro fator importante é que se for necessário comprimir a 
artéria para parar hemorragia, deve-se comprimir: 
 
➢ A artéria femoral caso a fratura seja no fêmur 
 
➢ A artéria poplítea caso a fratura seja na perna 
(lembrar que ela só dá para comprimir pela parte 
posterior) 
 
➢ a artéria braquial na região mais medial, logo abaixo 
do bíceps caso a fratura seja no úmero 
 
➢ a artéria radial ou ulnar para fraturas no rádio, na 
ulna ou na mão. 
 
 
 
Antibióticos 
 
Cefazolina → é uma cefalosporina de primeira geração e age em 
bactérias gram-positivas. Não é recomendada para pessoas 
alérgicas à penicilina (nestas pessoas, usar a clindamicina); 
Clindamicina → também age em bactérias gram-positivas e é 
recomendada para pessoas com alergia à penicilina; 
Gentamicin → usado em lesões mais severas, pois pode haver 
contaminação por gram-negativo (não é muito usado porque pode 
causar danos à audição se ingerido em longo prazo). OBS.: idosos 
podem apresentar certo grau de insuficiência renal durante o 
tratamento com Gentamicin. 
Tazocin = piperaciclina + tazobactam → são utilizados em 
contaminações muito mais grosseiras, pois fazem cobertura 
completa tanto de gram-positiva quanto de gram-negativa. 
 
Imobilização da fratura 
• O ideal é imobilizar na posição anatômica, colocando 
ataduras e fazendo a tração de acordo com a necessidade. 
Caso não seja possível, imobilize o membro na posição que foi 
encontrado; 
 
• Avaliação neurovascular do 
membro deve ser feita sempre 
antes e após a manipulação e 
imobilização. Às vezes, durante a 
imobilização, pode acontecer de comprimir algum nervo ou 
artéria. Por isso é necessário verificar a atividade 
neurovascular antes e depois de fazer a imobilização. 
 
Fratura do fêmur 
• Devem ser imobilizadas 
temporariamente com tala e 
tração; 
 
• A tração deve ser aplicada 
distalmente no tornozelo; 
 
• Evitar tração caso haja fratura da 
tíbia; 
 
• Uma forma simples de tala é 
amarrar a perna quebrada com a 
perna íntegra. 
 
Lorena Bressanini Siqueira 
Fratura de joelho 
• Colocar uma tala posterior longa; 
 
• Evitar imobilizar em extensão completa, 
deixar uma flexão de aproximadamente 
10° para reduzir a tensão nas estruturas neurovasculares 
 
Fratura da tíbia 
• Deve-se imobilizar a parte inferior da coxa, 
joelho e tornozelo. Tem que imobilizar a 
articulação acima e abaixo da lesão para evitar 
o movimento da musculatura da perna, já que 
isso iria fazer com que o osso se movimentasse, 
estendendo o grau da lesão. 
 
Fratura do tornozelo 
• Utilizar uma tala 
acolchoada mantendo o 
tornozelo em posição 
anatômica. O tornozelo 
deve ficar dobrado em 
90°. Não existe a necessidade de imobilizar o joelho. 
 
Fratura do membro superior e da mão 
• Para imobilizar a mão, deve-se colocar uma tala de forma a 
manter o pulso levemente dorso fletido e os dedos com uma 
flexão de 45° na junção metacarpo-falangeana; 
 
• O antebraço e pulso devem ser alinhados em uma tala plana e 
acolchoada; 
 
• O cotovelo deve ser imobilizado de forma fletida com auxílio 
de uma tipoia; 
 
• O braço deve ser imobilizado junto ao corpo com uma 
bandagem torácica + tipoia 
 
• O ombro deve ser imobilizado com tipoia.

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