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NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA – ESTÁCIO / FIB ESTÁGIO CÍVEL I 6ª aula – Data: 27 de Abril de 2021 Recurso Aluno(a): Paulo Alves Professor: Fabio Analisar a relação fato/valor e norma contida na questão: • Pesquisar doutrina e jurisprudência contextualizadas; • Desenvolver o raciocínio lógico jurídico; • Desenvolver visão crítica e analítica do fenômeno jurídico; • Adquirir habilidade de argumentação; • Adquirir o domínio do instrumento processual; • Desenvolver as competências necessárias para a redação técnica das peças processuais. Caso Margarete Margarete Pires, brasileira, nascida aos 23/10/1983, filha de Lucia Pires e Alberto Pires, natural de Salvador/Ba, portadora da carteira de identidade nº xxx, inscrita no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliada na Rua da Paz, nº 44, Rio Vermelho, Salvador/Ba, CEP:40.000.00, mesmo com a sua vida financeira difícil, comprou em 01/12/2020, um anel folheado a ouro, no valor de R$599,90, dividindo em 10 parcelas iguais de R$ 59,99, na loja Tratados Comércio de Acessórios Ltda, empresa inscrita na CNPJ sob o nº xxx, com sede comercial na Rua dos Aflitos, nº 77, Centro, Salvador/Ba, CEP:01.234-721, sendo que o anel fora fabricado também na Loja Tratados Comércio de Acessórios Ltda, conforme descrito na nota fiscal do produto. Informa Margarete que, com 06 dias de uso, o anel começou a perder sua cor, ficando escuro. Indignada com a situação em 11/12/2020, Margarete retornou à loja, ocasião em que o gerente recolheu o anel para enviá-lo a oficina autorizada, tendo recebido um comprovante que havia deixado o anel para manutenção. Por fim, o anel, até a presente data, ainda encontra-se na oficina, sem o devido reparo, tampouco devolveu, a mesma, o valor pago. OBS: Estudar a lei 9.099/1995 (Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis) e a Lei nº 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). Observação : Audiência de conciliação realizada no dia 20/04/2021. Presentes as partes. Conciliação rejeitada. Sentença prolatada em 23/04/2021, julgando procedente, somente, o dano material e julgando improcedentes os outros pedidos formulados na exordial (gratuidade de Justiça e Dano Moral), alegando não existir fundamentação. Diante da informação, apresente o recurso cabível perante a 16ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais Cíveis de Causas Comuns - Consumidor - Fórum do Imbui, Salvador/Bahia, tendo como base a petição inicial (do caso acima) confeccionada pelos alunos, desta turma, na semana do dia 06 de abril de 2021. Resposta: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 16ª VARA DO SISTEMAS DOS JUIZADOS ESPECIAIS CIVEIS DE CAUSAS COMUNS - DO CONSUMIDOR FORUM IMBUI SALVADOR BA. RAZÕES DE RECURSO INOMINADO Autos: XXX Recorrente: XXX Recorrida: XXX EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE XXX/UF Eméritos Julgadores, A r. sentença proferida nestes autos às fls. XX/XX deve ser reformada pelas razões de fato e de direito que este recurso passa a expor: I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL I.a – Do preparo RAZÕES RECURSO INOMINADO XXX, ambos devidamente qualificados nos autos do processo em epígrafe, vem perante Vossa Excelência, requerer a reconsideração dos benefícios da justiça gratuita pelos seguintes fundamentos: O MM Juiz indeferiu os benefícios da Justiça Gratuita com o fundamento que o requerente não juntou aos autos nenhum documento que possa servir de indício da sua hipossuficiência econômica. Cabe esclarecer, Excelência, que o requerente já ingressou com a referida Ação justamente por não possuir condições financeiras para suportar os prejuízos, por interferir no sustento de sua família, tanto é que a referida causa. Destaca-se, ainda, que foi juntado aos autos declaração de isenção de imposto de renda dos últimos XXX, bem como a lista de várias ações de cobrança, nas quais o Sr. XXX figura no polo passivo, todas sem obter êxito por falta de pagamento e ausência de bens para penhora. Ademais, hodiernamente, o requerente trabalha como XXX sem renda fixa e, jamais, conseguiria suportar as custas processuais sem que prejudique no sustento de sua família Consoante o disposto no artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição da República, o Estado promoverá a assistência jurídica integral aos interessados que comprovarem a insuficiência de recursos. O parágrafo único do art. 2º da Lei nº 1.060/1950 (diploma regulamentador da matéria, recepcionada pela novel ordem constitucional), estabelece o conceito de necessitado, reputando-se como tal “todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar às custas do processo e os honorários do advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família”. De igual maneira, estatui o art. 5º da mencionada lei que “o Juiz, se não tiver fundadas razões para indeferir o pedido, deverá julgá-lo de plano, motivando ou não o deferimento dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas.” No que tange ao critério objetivo para definir a insuficiência de recursos, o artigo 4º do Provimento de nº 10/2001 da Corregedoria do Tribunal de Justiça de Sergipe estabelece que o autor será beneficiário da Justiça Gratuita quando perceber até três vezes o salário-mínimo, ressalvando, em caso excepcional, a apreciação do magistrado. Assim: Art. 4º – Para fins de enquadramento do beneficiário à assistência judiciária, deve o Magistrado orientar-se pelo disposto na Lei Estadual nº 2.529/85, com a redação dada pela Lei Estadual nº 2.545/85. Por seus termos, faz jus ao benefício pessoa cuja situação financeira não permita pagar as despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu sustento e da família, esclarecendo que tal situação financeira se configura com a percepção de rendimento até três vezes o salário-mínimo, ressalvando caso excepcional, na apreciação do magistrado. Ocorre que o requerente juntou aos autos declaração de isenção do imposto de renda, a qual comprova que este não recebe três salários-mínimos. Infere-se, portanto, que, se o requerente INGRESSOU COM AÇÃO, é intuito que este realmente esteja passando por dificuldades, haja vista que há mais de XXX anos. Na exordial, foram anexados comprovantes de despesas. Diante do exposto, o requer que o pedido da concessão dos benefícios da gratuidade da justiça seja RECONSIDERADO, eis que não possui condições financeiras de arcar com despesas processuais, com fulcro no disposto no artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal, nos artigos 98 e ss, do CPC e na Lei nº 1.060/50. Termos em que, Pede deferimento. LOCAL/DATA OAB/BA
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