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Sífilis: Causas, Sintomas e Estágios

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 IST (infecção sexualmente transmissível) 
 Curável 
 Exclusiva do ser humano 
 Causada pela bactéria Treponema pallidum 
 Pode apresentar várias manifestações clínicas 
 Diferentes estágios (1ªária, 2ªária, latente e 3ªária) 
 
 
 
Transmissão: 
 Relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada 
 Compartilhamento de seringas contaminadas 
 Criança durante a gestação ou parto 
 
 
 
Classificação: 
Sífilis 1ªária: 
 Lesão ulcerada (protossifiloma: cancro duro) no local de 
entrada da bactéria (genitália, boca ou ânus) 
 Não coça nem dói 
 Aparece geralmente 3 semanas após a infecção 
 É despercebida na maioria das vezes 
Sífilis 2ªária: 
 Surge de 6 semanas a 6 meses depois da cicatrização 
da ferida inicial 
 Manifesta através de manchas na pele de todo o corpo 
 Não coçam nem ardem 
Sífilis Latente: 
 Quando o paciente passa das fases 1ªárias e 2ªárias 
sem perceber e cuidar dos sintomas 
 Estágio assintomático da doença 
Sífilis 3ªária: 
 Mais grave 
 Bactéria começa a afetar o cérebro, o coração e os 
ossos 
 Graves lesões no organismo 
 Demora até 40 anos para se manifestar dessa forma. 
Sífilis Congênita: 
 Transmitida da mãe para o bebê 
 Criança nasce com má formação, cegueira, surdez ou 
deficiência mental 
 É possível que a mulher sofra um aborto ou que o feto 
venha a óbito durante a gestação ou o parto. 
 
Fisiopatologia: 
 Interação direta da bactéria com os tecidos afetados, 
com indução de processo inflamatório inicialmente agudo 
que pode se tornar crônico com a evolução da doença. 
Fisiopatologia e Estágios da Sífilis: 
Sífilis 1ªária: 
 Aparecimento de lesão ulcerada e pequena no sítio da 
inoculação (local pelo qual os treponemas entram no 
organismo) 
 Lesão primária é denominada protossifiloma, 
popularmente conhecido como cancro duro 
 Lesão aparece geralmente 3 semanas após a infecção 
 A maioria das lesões primárias surgem nos órgãos 
genitais, mas em alguns casos há protossifiloma 
extragenitais em diversas localidades 
No Homem a lesão é mais comum no prepúcio, meato uretral ou 
mais raramente na região intra-uretral. 
Na Mulher é mais frequente nos pequenos lábios, parede vaginal 
e colo uterino 
As localidades extragenitais mais comuns são a região anal, boca, 
língua e região mamária. 
 A protossifiloma regride espontaneamente em um 
período que pode variar de 4 a 5 semanas sem deixar 
cicatriz 
 Inicialmente, essa lesão é uma pápula rósea, com 
aproximadamente de 1 a 2 cm de diâmetro 
 Geralmente única e indolor, com borda de consistência 
fibrosa, de fundo liso e brilhante. 
 
 
 
 
 Sífilis 
Nos estágios 1ªários e 2ªário da infecção, a possibilidade de 
transmissão é maior. 
O acompanhamento das gestantes e parceiras sexuais durante 
o pré-natal previne sífilis congênita. 
Sífilis 2ªária: 
 Inicia-se de 4 a 10 semanas após o aparecimento da 
lesão inicial 
 Ocorre grande parte das manifestações clínicas e os 
pacientes relatam mal-estar generalizado, mialgias (dor 
muscular), artralgias (dor na articulação), 
micropoliadenopatia (presença de múltiplos 
tumoreszinhos em determinada região do corpo), febre 
baixa, cefaleias, faringite, rouquidão, 
hepatoesplenomegalia (aumento do tamanho do fígado) 
e perda do apetite. 
 As lesões são chamadas de sifílides, geralmente na 
forma de pápulas escamosas com aspecto psoriforme, 
quando a descamação é intensa. 
Atualmente tem sido descrita uma forma distinta de Sífilis 2ªária 
chamada de sífilis maligna precoce, que acomete pacientes 
imunodeprimidos, com maior prevalência em pacientes com AIDS. 
 
Sífilis 3ªária: 
 Ocorre em cerca de 30-40% dos pacientes não 
tratados ou tratados de forma inadequada. 
 Normalmente, suas manifestações surgem cerca de 3 
anos após a infecção e são frequentemente localizadas 
na pele, mucosas, sistema cardiovascular e sistema 
nervoso. 
 As lesões são caracterizadas pelo aparecimento de 
granulomas e podem ser solitárias, assimétricas, 
endurecidas e policíclicas. 
Na região orofacial, os granulomas podem difundir-se e perfurar 
o septo duro ou septo nasal. 
A sífilis cardiovascular resulta severamente em enfraquecimento 
da aorta. 
A Neurossífilis, que ocorre em até 10% dos pacientes não 
tratados, pode variar em sinais e sintomas de acordo com o local 
do sistema nervoso que é afetado. O paciente pode apresentar 
alterações de personalidade, demência, convulsões, perda da 
coordenação dos movimentos voluntários, paralisia parcial, perda 
da capacidade de compreensão da fala, perda da visão ou adição 
ou perda do controle da bexiga e do intestino. 
 
 
Sífilis congênita: 
 Decorrente da transmissão vertical da gestante 
contaminada para o feto 
 Pode ocorrer em qualquer fase gestacional, porém é 
mais comum no 1º trimestre da gestação (quando o 
fluxo placentário está mais ativo). 
A probabilidade de contaminação do feto pela placenta é maior na 
Sífilis 1ªária e varia entre 70-100% dos casos (Há um maior nº 
de T. pallidum no sangue nesse estágio da doença). 
A possibilidade de contaminação do feto decresce com a evolução 
da doença na mãe, sendo cerca de 40% de probabilidade de 
transmissão na Sífilis 2ªária e 10% na 3ªária. 
 É clinicamente classificada em precoce, quando ocorre 
as manifestações até o 2º ano de vida. 
 É classificada como tardia quando surge após 2 anos de 
vida. 
A maior parte dos casos precoce é assintomática, porém o 
recém nascido pode apresentar prematuridade, baixo peso, 
hepatomegalia, esplenomegalia, lesões cutâneas como pênfigo 
sifilítico, condiloma plano, petéquias, púrpura e fissura peribucal... 
Diagnóstico laboratorial: 
Nos estágios iniciais indica-se a realização de exames diretos (as 
bactérias podem ser diretamente visualizadas) 
Nos estágios posteriores é mais adequado os testes sorológicos 
que verificam a presença de anticorpos produzidos pelo sist.. 
imune em resposta à infecção (começam a surgir na corrente -
sanguínea cerca de dias após o aparecimento da lesão 1ªária) 
Exames diretos: 
Métodos de diagnóstico por exame direto demonstram a 
presença das células bacterianas na amostra do paciente. 
A pesquisa direta do T. pallidum pode ser realizada por 
microscopia de campo escura (utilizando-se amostras de lesões 
1ªárias e 2ªárias, ou ainda por pesquisa direta da bactéria em 
material corado) 
 Na microscopia de campo escuro, a amostra usada é o 
exsudato seroso que se forma sobre a lesão. 
 Sugere-se que a coleta seja feita após 48 h sem uso 
de qualquer antisséptico ou medicamento tópico. 
 A analise deve ser feita imediatamente após a coleta 
do material p/ q seja possível observar a presença de 
espiroquetas móveis 
 Nesse procedimento é possível verificar sua morfologia, 
tamanho e movimentos. 
O exame direto também pode ser feito por microscopia de 
fluorescência (utilizando anticorpos específicos p/ T. pallidum que 
são marcados com isotiocianato – FITC –). 
Critério de Diagnóstico: 
Triagem sorológica (métodos sorológicos não treponêmicos): 
 Avaliam a presença de anticorpos não específicos na 
circulação do paciente. 
 Teste laboratorial mais utilizado 
 Pode ser utilizado na triagem quanto no 
acompanhamento do tratamento da infecção. 
 Analises podem ser quantitativas ou qualitativas 
Testes qualitativos: determina a presença ou ausência de 
anticorpos na amostra analisada p/ determinação do diagnóstico 
inicial. 
Testes quantitativos: observa o título dos anticorpos (importante 
para o monitoramento do tratamento) 
 Ensaios de imunodiagnóstico baseado na técnica de 
floculação. 
 Os testes não treponêmicos detectam anticorpos IgM 
e IgG chamados de reaginas, imunoglobulinas não 
específicas encontradas no material lipídico que é 
liberado pelas células danificadas, as quais são geradas 
pelo sist.. imune. 
 Pode resultar em testes falso-positivo 
Desse modo, sempre que um teste não treponêmico de 
floculação apresenta-se positivo torna-se necessária a realização 
deoutros testes imunológicos p/ confirmação do diagnóstico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pode ocorrer o fenômeno de prozona que se refere à ausência 
de reatividade em uma amostra positiva analisada da forma não 
diluída. Origina-se da relação desproporcional entre a quantidade 
de antígenos e anticorpos, o que resulta em falsos-negativos 
(muito comum em lesões secundários – grande produção de 
anticorpos) 
 
Métodos Treponêmicos p/ confirmação da 
Sífilis: 
 São baseados em antígenos recombinantes empregados 
p/ detecção de anticorpos IgG e IgM específicos 
contra componentes celulares do T. pallidum. 
 Usados p/ confirmação do diagnóstico após a realização 
de testes não treponêmicos (1º a dar positivo após a 
infecção). 
 Grande parte dos casos os testes treponêmicos 
permanecem reagentes durante um longo período da 
vida dos infectados mesmo tratados. 
Ensaios de aglutinação 
Ensaios de imunofluorescência indireta 
Testes imunoenzimáticos (ELISA) 
Estern blot 
Testes rápidos por imunocromatografia 
 O teste mais amplamente empregado é o de 
imunofluorescência indireta denominado FTA-Abs (1º a 
positivar a infecção). 
 
 
 
 
Etiologia da Sífilis: 
Agente causador: espiroqueta gram-negativa Treponema pallidum 
Bactéria fina, firmemente enovelada e flexível, caracterizada 
como não cultivável (apresenta crescimento lento in vitro). 
 Bactéria: tem cerca de 5-50 micro m de 
comprimento, com apenas 0,1-0,2 micro m de largura 
 Move-se ao longo do seu eixo longitudinal 
É um organismo anaeróbio facultativo que tem a mucosa 
urogenital humana como habitat. 
Os métodos sorológicos não treponêmicos são divididos em 4 
tipos de testes com a metodologia de floculação: 
 VDRL 
 RPR 
 USR 
 TRUST 
O VDRL é muito comum no dia a dia das rotinas laboratoriais 
(utilização de um reagente composto de lecitina, colesterol e 
cardiolipina purificada) – monitoramento do tratamento. 
A RPR, USR e TRUST são modificações do VDRL que servem p/ 
aumentar a estabilidade da suspensão antigênica com o intuito 
de possibilitar a utilização do plasma como amostra (RPR e 
TRUST) e facilitar a leitura dos resultados obtidos a olho nu (RPR 
e TRUST). 
Para realizar o FTA-ABS é necessário microscópio de fluorescência, 
além de reagentes de qualidade e diluição apropriada do conjugado, e 
também especialistas em microscopia de imunofluorescência. A 
reação ocorre se a amostra possuir anticorpo anti T. pallidum. 
 A célula do treponema cora-se fracamente por meio 
das colorações bacterianas usuais (como a coloração de 
Gram) 
 Não possui enzimas necessárias p/ produzir moléculas 
complexas, por isso utiliza das células do hospedeiro p/ 
sua manutenção. 
 O T. pallidum não tem fatores de virulência evidentes, 
porém produz diversas lipoproteínas que induze, uma 
resposta imune inflamatória. 
 Aparentemente, a intensa ativação do sistema imune é 
causada pela destruição tecidual da doença 
 Durante a patogênese, as espiroquetas penetram nas 
mucosas, principalmente após o contato sexual e podem 
invadir o sist.. linfático e se disseminar pelo organismo 
por via hematogênica. 
Diagnóstico Diferencial: 
Sífilis 1ªária: 
 Cancro mole; 
 Herpes genital; 
 Donovanose; 
 Linfogranuloma venéreo; 
 Câncer 
Sífilis 2ªária: 
 Doenças exantemáticas não vesículosas; 
 Farmacodermias; 
 Colagenoses 
 Hanseníase virchowiana 
 
Tratamento: 
 A escolha do tratamento é determinada pelos sinais e sintomas 
e pelo perfil sorológico do paciente. 
 A droga de 1ª escolha é a penicilina 
 Tratamentos com outros antibióticos podem ser 
realizados 
Ex: doxiciclina, tetraciclina ou estearato eritromicina. 
 
 
 
 
Quantia terapêutica de antibiótico recomendada 
pelo Ministério da Saúde: 
Estágio Dosagem 
Sífilis 1ªária Penicilina benzatina 2.400.00 
UI, intramuscular, em dose 
única 
Sífilis 2ªária e latente Penicilina benzatina em 2 
doses de 2.400.000 UI, 
intramuscular, com intervalo 
de uma semana entre cada 
dose (T: 4.800.000 UI) 
Sífilis 3ªária Penicilina benzatina 
2.400.000 UI, intramuscular 
semanal, por 3 semanas (T: 
7.200.000 UI) 
 
Manejo da Sífilis na Atenção Básica: 
Infecção de fácil prevenção. 
Diagnóstico pode ser feito na atenção básica (exames específicos 
e inespecíficos) 
Gestação: triagem da Sífilis (pré-natal, 3º trimestre, momento do 
parto e aborto). 
Tratamento da sífilis da gestante: penicilina benzatina (atravessa 
a barreira transplacentária). Na indisponibilidade da penicilina 
benzatina, recomenda-se o uso da doxiciclina p/ populações não 
gestantes e p/ pessoas que venham a ter alergia a penicilina. 
No caso da sífilis na gestante, é importante a investigação e o 
tratamento dos parceiros sexuais p/ evitar a perpetuação de 
transmissão da sífilis. 
A penicilina benzatina disponível nos estados e municípios, deve 
ser priorizada no tratamento das gestantes e das suas parcerias 
sexuais. 
 
Em gestantes, o tratamento da mãe com antibióticos durante os 2 
primeiros trimestres irá prevenir a transmissão congênita.

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