Buscar

Proteção de Dados - FGV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Um dado é um registro, uma informação. Ele é pessoal quando permite uma conclusão a respeito de alguém. Um dado, sozinho, pode não dizer muito, mas quando interpretado em conjunto com outros dados, pode permitir que alguém que não o conhece deduza os seus hábitos, as suas predileções e as suas características pessoais. Por isso, é comum a diferença entre dado bruto, que é a informação registrada em qualquer base e que não passou por outros procedimentos de tratamento além deste registro, e o dado tratado, que foi submetido a procedimentos técnicos ou metodológicos para quaisquer fins (p. ex., coleta, produção e classificação).
O Brasil tem a sua própria disciplina de proteção aos dados pessoais, prevista na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), em vigor a partir de 2020. É uma lei que regulamenta a proteção de dados no Brasil, garantindo direitos e deveres a todos os usuários, empresas e entidades que atuam na internet. A LGPD protege o simples dado pessoal, que é relacionado à pessoa física identificada ou identificável, inclusive números identificativos (como o número do CPF), dados de localização ou identificadores eletrônicos, quando estes estiverem relacionados a uma pessoa. Ainda que uma informação não se refira claramente a uma pessoa específica (pessoa identificada), o simples fato de ele poder permitir a identificação dessa pessoa quando colocado em conjunto com outros dados (pessoa identificável) faz dele um dado pessoal. Por essa razão, são dados pessoais não apenas informações muito específicas sobre alguém (nome, RG, CPF, título de eleitor, nome dos pais, conta bancária, etc.), mas também quaisquer informações que façam referência indireta à pessoa (localização, registros de uso de cartão de crédito, trajeto que a pessoa faz de casa até o trabalho, etc.).
A lei protege com mais força uma categoria especial de informação: a dos dados pessoais sensíveis. É o tipo de dado pessoal capaz de ser usado de forma discriminatória, o que torna o seu uso indevido mais perigoso, por ser mais capaz de gerar dano à pessoa. São exemplos as informações sobre a origem racial ou étnica; as convicções religiosas; as opiniões políticas; a filiação a sindicatos ou a organizações de caráter religioso, filosófico ou político; dados referentes à saúde ou à vida sexual; e dados genéticos ou biométricos.
Uma ideia importante é a de que cada pessoa deve ser capaz de ter domínio sobre o que é feito com as suas informações. Assim, cada um de nós pode transferir dados, pedir a eliminação de dados, retirar autorização para que alguém use as nossas informações, pedir uma revisão tomada a partir de base de dados (p. ex., decisão de dar ou não empréstimo com base em score) e acessar os nossos dados usados por empresas e governos.
Nunca se esqueça de que dados estão sendo coletados a todo momento na internet. A coleta é um conjunto de processos pelos quais um agente (pessoa física ou jurídica) adquire acesso a dados pessoais de alguém. Geralmente, tem finalidade definida, mas nem sempre os seus objetivos (ou condições) são evidentes. Um exemplo: os famosos testes de celular. Não podemos ignorar o fato de que a internet nos ajuda a socializar e integrar nos grupos sociais, mas não sabemos o que a empresa por trás do teste fará com as nossas informações, por isso devemos analisar a política de privacidade do site e verificar se há problemas com a proteção dos nossos dados.
Pouco a pouco, a sociedade brasileira será mais educada sobre os seus próprios dados. Toda vez que você cria uma conta em redes sociais ou sites e baixa e instala aplicativos, você está consentindo em ceder e gerar dados seja pela sua interação, seja pelas informações que você preenche quando realiza o cadastro. Sabe-se que 70% dos adolescentes usam a internet e as redes sociais, mas apenas uma fração sabe alterar configurações de privacidade e geolocalização, o que indica que é necessário instruí-los e alertá-los dos perigos relacionados à proteção dos seus dados. É fundamental saber mais sobre como informações são coletadas na internet e de que forma podemos acompanhar esse processo

Continue navegando