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Aula 1 Patologia básica

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PATOLOGIA BÁSICA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PATOLOGIA
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Explicar saúde e doença;
2- Explicitar as divisões da patologia;
3- Descrever agressão, defesa, adaptação e lesão;
4- Analisar as classificações das lesões.
A palavra Patologia etimologicamente designa estudo das doenças, apresenta o prefixo grego pathos que
significa doença ou sofrimento e o sufixo logos que corresponde a estudo ou doutrina. Patologia pode ser
conceituada como a Ciência que estuda as causas das doenças, a fisiologia das enfermidades bem como a
etiologia das doenças, analisando e avaliando as sedes e as alterações morfológicas e funcionais que cada doença
exibe.
Conceito de saúde e doença
O significado de doença está relacionado com a ideia relativa ao conceito biológico de adaptação, que é uma
propriedade inerente aos seres vivos a qual respalda à capacidade de ser sensível às variações do meio
ambiente, ou seja, de exibir irritabilidade, bem como em ser responsável no tocante à produzir respostas, de
acordo com as variações bioquímicas e fisiológicas; essa capacidade é variável e depende de mecanismos
moleculares vinculados, direta ou indiretamente, ao genoma de cada espécime.
Saúde é o estado de adaptação do organismo ao ambiente físico, psíquico ou social no qual o mesmo interage,
sentindo-se bem, saúde subjetiva e sem apresentar sinais ou alterações orgânicas evidenciáveis saúde objetiva.
Ao contrário, a doença é um estado de carência de adaptação ao ambiente físico, psíquico ou social no qual o
indivíduo sente-se mal, exibindo sintomas, e apresentam, alterações orgânicas evidenciáveis denominadas de
sinais.
Em nível de Ciências da Saúde para o ser humano é importante ainda considerar que o conceito de saúde envolve
o ambiente em que o indivíduo vive, tanto no seu diz respeito ao aspecto físico como também ao psíquico e social.
Por esse fato a avaliação de um determinado parâmetro orgânico, como por exemplo, número elevado de
hemácias, pode ser um sinal denominado de policitemia caso o indivíduo viva ao nível do mar, mas representa
apenas um estado de adaptação para um individuo que resida em elevadas altitudes.
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Saúde e normalidade não apresentam o mesmo significado. A palavra saúde é empregada relacionada ao
indivíduo, enquanto o termo normalidade é aplicado à parâmetros de parte estrutural ou funcional, estabelecido
a partir da média de várias observações de um determinado parâmetro, utilizando-se para o seu cálculo métodos
estatísticos.
Elementos de uma doença - Divisões da patologia
Praticamente a maioria das doenças apresenta causa(s) as quais atuam a partir de determinados processos, os
quais induzem modificações estruturais e/ou em nível molecular em nível tissular, que acarretam em alterações
fisiológicas do organismo ou em regiões específicas do mesmo, gerando manifestações em nível subjetivo
denominadas de sintomas ou em nível objetivo designado de sinais.
A patologia congrega diversas áreas como a Etiologia (estudo das causas), a Patogênese (estudo dos
mecanismos), a Anatomia Patológica (estudo das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem
o nome de lesões) e a Fisiopatologia (estudo das alterações funcionais dos órgãos comprometidos).
Diversas doenças apresentam componentes em comum, como por exemplo a Pneumonite lobar, a meningite
purulenta e a tuberculose que são doenças distintas as quais exibem o fato de terem como agentes etiológicos as
bactérias e de ocasionarem lesões inflamatórias. Em relação a esse aspecto, a Patologia apresenta duas grandes
vertentes: Patologia geral e Patologia Especial. A primeira estuda os aspectos em comum às diversas doenças no
que diz respeito às suas etiologias, processos patogenéticos, lesões estruturais e alterações fisiológicas.
Em específico analisa as doenças relacionadas a um determinado órgão ou sistema (Patologia do Sistema
Respiratório, Patologia da Cavidade Bucal etc.) ou avalia as doenças agrupadas em função das etiologias
respectivas (Patologia das doenças acarretadas por fungos, Patologia das doenças ocasionadas por radiações
etc.). Em função das doenças representarem um estado de desvio da adaptação (desvios de fenômenos normais)
o entendimento da Patologia Geral requer conhecimentos de base relativos aos aspectos morfofisiológicos e
bioquímicos em nível celular e tecidual em condições homeostáticas.
Agressão - Defesa - Adaptação - Lesão
Lesão ou processo patológico corresponde ao conjunto de modificações morfológicas,
moleculares e/ou fisiológicas que aparecerem em nível tecidual após estresses. As modificações estruturais
representam as lesões as quais podem ser observadas em nível óptico ou ao microscópico, tanto em nível de
microscopia de luz ou eletrônica (alterações microscópicas ou submicroscópicas). As alterações moleculares,
que na maioria em curto intervalo de tempo evoluem em modificações morfológicas, podem ser evidenciadas a
partir de análises bioquímicas e de biologia molecular. As modificações fisiológicas caracterizam-se por
alterações da fisiologia celular, tissular, dos órgãos ou dos sistemas além de caracterizarem os processos
fisiopatológicos clinicamente definidos.
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As lesões dinâmicas iniciam, evoluem e tendem para a o estado de cura ou para a cronicidade, em função dessa
condição, podem ser designadas como processos patológicos, indiciando esta a palavra, um processo que
representa uma sucessão de eventos. E entendível que o perfil morfológico de uma determinada lesão seja
diferente quando ela esta é evidenciada em fases distintas de sua respectiva evolução.
O sítio de ação (alvo) dos agentes agressores são as moléculas, especialmente as macromoléculas de cuja ação
dependem as funções vitais, sendo assim, toda lesão se inicia em nível molecular.
As alterações morfológicas aparecem em função de alterações na estrutura membranar, citoesqueletal e de
outros componentes das células, adicionalmente ao acúmulo de substâncias nos interstícios.
A ação dos agentes agressores, independente da sua origem, ocorre a partir de dois mecanismos básicos:
a) ação direta, a partir de modificações moleculares que se traduzem em modificações estruturais;
b) ação indireta, a partir de processos de adaptação que quando ativados acarretam a neutralização ou a
eliminação da agressão, viabilizam modificações em nível molecular que ocasionam alterações estruturais.
Dessa forma, os mecanismos de defesa, quando ativados, podem, em adicional, produzir lesão em nível de
organismo. Esta situação é compreensível, sabendo-se que os processos defensivos, de modo geral, estão
relacionados com a exterminação invasores vivos, os quais são constituídos por células similares às dos tecidos;
esse mesmo mecanismo que lisa um invasor vivo, como um microorganismo, é potencialmente capacitado de
comprometer a integridade das células do organismo hospedeiro.
Mesmo havendo uma grande diversidade de agentes lesivos no meio ambiente, a variação de lesões encontradas
nas doenças não é muito diferente, isto ocorre porque os mecanismos de agressão às moléculas são comuns aos
diferentes agentes agressores; em adicional, frequentemente as defesas do organismo são inespecíficas, uma vez
que são as mesmas frente a diferentes estímulos. Duas situações ilustram a afirmação antecedente.
Eis as situações: Diferentes agentes lesivos atuam a parir da redução do fluxo sanguíneo, diminuindo o suporte
de oxigênio para as células e reduzindo a síntese energética; a redução na produção de ATP, pode ser ocasionada
por agentes que inibem as enzimas da cadeia respiratória; outros reduzem a síntese de ATP porque
interrompem o acoplamento da oxidação com o mecanismo de fosforilação do ADP; há no entanto, agressões que
acarretam o aumento do consumo de ATP sem induzir aumento proporcional no aporte de oxigênio.
Em todas essas situações, o déficit de ATP interfere com a atividade das bombas eletrolíticas, com as sínteses
celulares,com o ph intracelular e com outras funções que acarretam com o acúmulo de água no espaço
intracelular e com uma série de modificações ultraestruturais denominada em síntese de degeneração hidrópica.
Diferentes agentes agressores produzem uma mesma lesão a partir da diminuição absoluta ou relativa da
produção de ATP. A ação do calor (queimadura), de um agente químico corrosivo ou de uma bactéria que invade
o organismo é sucedida de respostas tissulares que se expressam alterações na microcirculação, bem como pelo
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extravasamento capilar de leucócitos para o meio intersticial, ocorrendo nessas situações uma reação
inflamatória inespecifica, que corresponde a uma resposta comum do organismo em função de diferentes
agressões.
Nas inflamações, os leucócitos, especializados na exterminação de micro-organismos e na fagocitose de tecidos
comprometidos a fim de otimizar a homeostase tissular a partir da reparação ou a da regeneração tecidual. Por
esse fato, é compreensível que, quando os leucócitos são estimulados por diferentes agressões possam a
produzir lesão nos tecidos invadidos. Desta forma torna-se elucidável que a própria resposta defensiva
(adaptativa) que o agente agressor estimula no organismo pode, adicionalmente, colaborar para o surgimento de
lesões.
As lesões apresentam um componente resultante, em todas as agressões, da ação direta do agente agressor, e um
elemento decorrente, da ação dos mecanismos de defesa acionados.
Classificação das lesões - nomenclatura
É complicado o entendimento da classificação e da nomenclatura das lesões, não havendo consenso dos
patologistas em relação ao significado de muitas nominas aplicadas para a identificação dos vários processos.
Em função da Patologia Geral cujo objetivo é o estudo das lesões comuns às diferentes doenças, torna-se
essencial que tais lesões sejam classificadas e que exibam uma nomenclatura ideal.
As agressões geram um comprometimento tecidual ao atingirem o organismo, podendo comprometer um órgão,
no qual o constituem:
a) células, parenquimatosas e do estroma;
b) componentes intercelulares ou interstício;
c) circulação sanguínea e linfática;
d) inervação. Posteriormente às agressões, simultaneamente, um ou mais desses componentes podem ou não ser
atingido.
Dessa forma, podem aparecer lesões celulares, danos ao interstício, transtornos locais da circulação, distúrbios
locais da inervação ou alterações complexas que acometem muitos ou todos os componentes tissulares. Em
função dessa razão, as lesões são classificadas em cinco grupos, definidos de acordo com o alvo acometido,
considerando que, em relação da interdependência entre os componentes estruturais dos tecidos, as lesões não
aparecem de forma isolada nas doenças, sendo comum a sua associação.
Lesões celulares
As lesões celulares são consideradas em dois grupos: lesões letais e não-letais. As lesões não-letais são aquelas
relacionadas com a recuperação do estado de normalidade após finalizada a agressão; a letalidade ou não está
frequentemente associadas à qualidade, à intensidade e à duração da agressão, bem como ao estado funcional ou
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tipo de célula afetada. As agressões podem alterar o metabolismo celular, acarretando o acúmulo de substâncias
intracelulares, tendo-se as degenerações, ou podem modificar os processos os quais regulam o crescimento e a
diferenciação celular, ocasionando hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e
neoplasias. Em Outras situações há o acúmulo de pigmentos endógenos em nível celular ou exógenos,
caracterizando as pigmentações. As lesões letais são representadas pela necrose, morte celular seguida de
autólise e pela apoptose, morte celular não seguida de autólise.
Alterações intersticiais
As alterações intersticiais perfazem as alterações da substância fundamental amorfa e das fibras elásticas,
colágenas e reticulares, as quais podem sofrer modificações estruturais e depósitos de substâncias formadas in
situ ou originadas da circulação. O depósito de cálcio e a formação de concreções e cálculos no meio extracelular
podem ser exemplos dessas alterações.
Distúrbios circulatórios
Os distúrbios circulatórios agregam: aumento, decréscimo ou impedimento do fluxo sanguíneo para os tecidos
(hiperemia, oligoemia e isquemia), coagulação do sangue no leito vascular (trombose), aparecimento na
circulação de substâncias que não se misturam ao sangue e acarretam oclusão vascular (embolia), saída de
sangue do leito vascular (hemorragia) e modificações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício
(edema).
Alterações da inervação
As alterações da inervação não são muito abordadas nos livros textos de Patologia Geral, mas representam
importantes lesões, por representarem papel integrador de funções executado pelo tecido nervoso. As alterações
locais dessas estruturas são pouco conhecidas.
Inflamação
A inflamação é a lesão mais complexa que envolve todos os componentes, caracterizada por alterações locais da
microcirculação e pela saída de células do leito vascular, acompanhadas por lesões celulares e intersticiais
ocasionadas, principalmente, pela ação dos fagócitos e pelas lesões vasculares que acompanham o processo. As
lesões localizadas, praticamente, acompanham as respostas sistêmicas, induzidas não somente por estímulos
nervosos aferentes como também por diferentes substâncias (citocinas) liberadas nos tecidos lesados. Essas
respostas estão relacionadas com a adaptação do organismo à agressão, facilitando os mecanismos defensivos,
modulando seus efeitos. 
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O que vem na próxima aula
•Iremos abordar a Etiopatogênese geral das lesões.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• explicou saúde e doença;
• explicitou as divisões da patologia;
• descreveu agressão, defesa, adaptação e lesão;
• analisou as classificações das lesões.
Leia os artigos:
Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
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