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Analise economica do Processo Civil

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1 
 
Análise Econômica do Direito, Custos de Transação, Princípio da 
Eficiência 
 
1 NOÇÕES SOBRE ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO (AED) 
A Análise Econômica do Direito (AED) é um método; um procedimento que se 
utiliza dos critérios da Ciência Econômica para criar, modificar, estudar e interpretar o 
impacto tanto das normas, como das instituições jurídicas no ambiente social. 
Esta teoria utiliza-se de conceitos naturais da Economia, que é 
majoritariamente pautada na objetividade empírica, para o Direito, que é 
eminentemente hermenêutico. Sendo assim, há uma compreensão mais amplificada 
do Direito com base em outras esferas de conhecimento. 
 
 
 
 
 
Além disso, a AED tem como um de seus objetivos a compreensão das formas 
com que o Direito equilibra e disciplina a realidade complexa dos interesses 
conflituosos, tal como as consequências desses instrumentos de controle no âmbito 
econômico-social. 
Trata-se, em verdade, da análise do comportamento humano, objeto da 
ciência econômica, frente às normas jurídicas que regulamentam suas 
condutas. (BARBOSA, 2010) 
1.1 A ECONOMIA E O MOVIMENTO AED 
Surgido nos Estados Unidos, nas Universidades de Chicago e de Yale, o 
movimento conhecido como Análise Econômica do Direito se espalhou pelos Estados 
Unidos e posteriormente pela Europa. Desde a década de 1980, a disciplina ganha 
mais visibilidade nos países da tradição de Direito Continental, inclusive no Brasil. 
(MOREIRA e SANTOS, 2015). 
Quando falamos em economia nossa pré-compreensão nos leva 
automaticamente a pensar em dinheiro, mercados, emprego, inflação, juros, 
etc. Não obstante, desde seu nascedouro, a economia esteve relacionada a 
outros assuntos muito mais amplos como política, moral e direito. É sempre 
interessante lembrar que o próprio pai da economia, Adam Smith, era 
professor de direito e para ele, assim como para muitos de seus 
Em síntese, é um método que utiliza 
ferramentas da Ciência Econômica 
para explicar o Direito e solucionar 
problemas referentes ao contexto 
jurídico. 
2 
 
contemporâneos e sucessores, direito, política e economia eram facetas de 
uma mesma e indissociável realidade social. (GICO JUNIOR, 2009, p. 924) 
Os doutrinadores da disciplina de Economia entendem que a ciência 
econômica analisa o comportamento e as condutas humanas, tendo por base, 
sucintamente, os custos/benefícios das ações praticadas. Dessa forma, Fábio Nusdeo 
observa o papel da economia num ambiente de escassez, delimitando-lhe o papel de 
criar um padrão decisório coerente a ser utilizado quando recursos escassos 
devam ser destinados a um fim qualquer. A atividade econômica é, pois, 
aquela aplicada na escolha de recursos para o atendimento das 
necessidades humanas. Em uma palavra: é a administração da escassez 
(NUSDEO apud LEÃO, 2013, p. 5). 
A AED é dividida de acordo com dois métodos: o positivo e normativo. O 
primeiro consiste na realidade e descrição segundo determinado método científico, 
enquanto o segundo vai além das descrições empíricas e produz opiniões. As 
famosas Escolas de Chicago, de Yale e a Comportamental são exemplos de 
instituições que utilizam a análise normativa. 
1.2 O DIREITO E A AED 
Enquanto o Direito almeja justiça, seja distributiva ou retributiva-
compensatória, a Economia visa à eficiência na alocação dos escassos 
recursos (...) é indubitável perceber que a decisão eficiente pode, por vezes, 
ser injusta; porém, a decisão ineficiente certamente será injusta, até mesmo, 
pelo desperdício de energias (GONÇALVEZ; STELZER, 2012,pág. 78). 
A Análise Econômica do Direito é vista como um 
movimento interdisciplinar, já que as premissas da ciência 
econômica, principalmente os institutos atrelados ao valor, utilidade e eficiência 
podem ser aplicadas em todas as searas jurídicas. 
Valer-se da AED durante a prática jurídica é importante, pois o método em 
questão auxilia na busca por resultados eficientes e mais justos, além de proporcionar 
uma concepção mais amplificada do Direito e permitir a compreensão das condutas e 
das ações que são tomadas em razão de determinado estímulo ou desestímulo. Do 
mesmo modo, possibilita a noção de eficiência, que significa atingir, com o menor 
custo, o melhor resultado possível. 
Posner (1987, p.14), ao falar sobre a necessidade e vantagem dos juristas 
estudarem economia e os economistas estudarem direito, afirma ainda que: 
“a Economia nos ajuda a perceber o Direito de uma maneira nova, que é 
extremamente útil para os advogados e para qualquer pessoa interessada 
em questões de políticas públicas. Lado outro, o estudo das leis, fazem com 
 
3 
 
que os mercados de capitais estejam organizados de maneira muito distinta 
do Japão, na Alemanha e nos Estados Unidos, e esses traços diferenciais, 
podem contribuir para a produzir diferenças no desempenho econômico 
desse país. Além da substância, os economistas podem aprender técnicas 
dos juristas”. (POSNER apud MOREIRA e SANTOS, 2015, p. 91-92) 
2 CUSTOS DE TRANSAÇÃO 
“Custos de transação são aqueles custos necessários para transacionar, ou 
seja, custos para estabelecer, manter e utilizar direitos de propriedade” (RIBEIRO e 
STRUECKER, 2018, p. 319). Em síntese, podem ser conceituados como todos 
aqueles valores (preços) incorporados nas relações de mercado que eventualmente 
são necessárias para que uma análise de todos os fatores que o compõem seja 
realizada. 
Alguns exemplos desses custos aplicados ao direito são os custos de 
informações, de transporte, de materiais, de monitoramento e de barganha, ou ainda 
custos decorrentes de uma relação de contrato, tal como o contrato com um 
advogado. Até mesmo o tempo é considerado custo de transação. Tudo o que envolve 
valores monetários e que são necessários para a solução da lide. 
3 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
 O princípio da eficiência se baseia na ideia de maximização de ganhos com a 
minimização de custos. Como afirmam Ribeiro e Struecker (2018, p. 318), “eficiência 
significa o atingimento do melhor resultado com o menor custo possível”. Sob essa 
ótica, Pugliese e Salama (2008, p. 17) defendem que “um processo será considerado 
eficiente se não for possível aumentar os benefícios sem também aumentar os 
custos.” Aplicado à seara do direito, entende-se que se um método de solução de 
conflito consegue alcançar uma resolução eficaz para as ambas as partes, ela é 
considerada eficiente. 
O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA E A AED APLICADOS ÀS FORMAS DE SOLUÇÃO 
DE CONFLITOS 
Em regra, a justiça tem por objetivo a garantia dos direitos e deveres presentes 
no ordenamento jurídico, de forma a propiciar o convívio harmônico dos que convivem 
em sociedade. Sendo assim, o Poder Judiciário desempenha a importante função de 
assegurar a efetiva aplicação da justiça. 
Na atualidade brasileira, os serviços prestados pelo Judiciário têm sido alvo de 
duras críticas, principalmente no que tange às deficiências técnicas e à morosidade 
4 
 
com que são prestados, dificultando a entrega da solução jurisdicional pleiteada pelas 
partes nos prazos considerados razoáveis. 
Como entendem Moreira e Santos (2015), 
O Poder Judiciário, em geral, é visto como uma alternativa pouco eficiente 
dotada de uma relação custo-benefício desequilibrada, para ser acionada 
apenas em último caso. Não sobejam dúvidas de que a justiça é morosa, 
extremamente ritualizada, imprevisível e cara. Sem contar que muitas vezes 
quem ganha não leva. (MOREIRA e SANTOS, 2015, p. 98) 
De acordo com Cândido R. Dinamarco (apud MOREIRA e SANTOS, 2015) a 
problemática da efetividade do processo revela quatro facetas, todas fundamentais: 
a) admissão em juízo; b) modo de ser do processo; c) critérios de julgamento 
(ou justiça nas decisões); d) a efetivação dos direitos (ou utilidade das decisões). 
Dessa forma, 
Ao analisar o litígio e seus aspectos econômicos, Patrício (2005, p. 9-11), 
examinando o que denomina de “teoria econômica da litigância”, aponta os 
aspectosque reputa relevantes a tal construção teórica, quais sejam: (a) a 
avaliação dos motivos econômicos que podem fazer surgir casos de 
litigância; (b) a ponderação das vantagens e desvantagens econômicas no 
recurso à litigância judicial ou a certas formas alternativas de resolução de 
litígios e (c) quais as possíveis vias para a tentativa de resolução da tensão 
no binômio justiça garantística/justiça célere. Desse modo, a fim de se obter 
um resultado justo, célere e equilibrado, a Análise Econômica do Direito, 
objetiva a aplicação de regras da Economia, com as normas e os 
fundamentos do Direito, inclusive o princípio da dignidade humana. 
(MOREIRA e SANTOS, 2015, p. 95) 
Por outro lado, as soluções autocompositivas, tais como a mediação e 
conciliação, apresentam-se como alternativas que privilegiam o princípio da eficiência. 
Essas técnicas apresentam ter maximização de ganhos, uma vez que são as próprias 
partes que estabelecem os pontos a serem discutidos e a conclusão mais adequada 
ao conflito e, da mesma forma, minimização dos custos em razão da lide não estar 
vinculada ao sistema Judiciário, ou estando, acabar mais rápido. 
A arbitragem apresenta diversas vantagens econômicas em relação ao Poder 
Judiciário, considerando-se os custos de transação. 
Essa é apenas uma síntese geral sobre o assunto. As vantagens econômicas 
os meios alternativos de solução de conflitos serão vistas em vários outros aspectos 
a serem tratados nos próximos pontos! 
Leitura: SALAMA E PUGLIESE, Bruno Meyerhof e Antonio Celso Fonseca. A 
economia da Arbitragem: Escolha racional e geração de valor. Revista GV. São Paulo. p.15-
28.jan-jun 2008. 
5 
 
REFERÊNCIAS: 
GICO JUNIOR, Ivo Teixeira. Notas Sobre a Análise Econômica Do Direito e 
Epistemologia Do Direito. São Paulo, SP: 2009. Anais do XVIII Congresso 
Nacional do CONPEDI, p. 916-943. 
GONÇALVES, Everton das Neves; STELZER, Joana. Eficiência e direito: pecado ou 
virtude; uma incursão pela análise econômica do direito.. Revista Juridica, [S.l.], v. 
1, n. 28, p. 77-122, nov. 2012. ISSN 2316-753X. Disponível em: 
<http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/article/view/412/317>. Acesso em: 
04 set. 2020. 
LEÃO, Gustavo Ramos Carneiro. A análise econômica do direito como 
instrumento analítico na prática jurídica: a forma e o conteúdo do direito: uma 
visão interdisciplinar. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 119, dez 2013. 
Disponível em: < 
http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1395 
MOREIRA, Samantha Caroline Ferreira; SANTOS, Paulo Marcio Reis. Direito e 
economia [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI/UFS; Coordenadores: 
Gina Vidal Marcilio Pompeu, Marco Antônio César Villatore, Yuri Schneider– 
Florianópolis: CONPEDI, 2015. 
RIBEIRO, Marcia Carla Pereira; STRUECKER, Fernando Almeida. Arbitragem e 
custos de transação. In Arbitragem em evolução: aspectos relevantes após a 
reforma da Lei Arbitral. Coodernadores: Tarcisio Teixeira, Patrícia Ayub da Costa 
Ligmanovski. Barueri-SP:Malone, 2018. p.315-332. 
SALAMA E PUGLIESE, Bruno Meyerhof e Antonio Celso Fonseca. A economia da 
Arbitragem: Escolha racional e geração de valor. Revista GV. São Paulo. p.15-
28.jan-jun 2008. 
TIMM, Luciano Benetti. Análise econômica da arbitragem. In. Arbitragem em 
evolução: aspectos relevantes após a reforma da Lei Arbitral. Coodernadores: 
Tarcisio Teixeira, Patrícia Ayub da Costa Ligmanovski. Barueri-SP: Manole, 2018. p. 
300-313. 
 
http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RevJur/article/view/412/317

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