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Arbitragem como meio de solução de conflitos

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Arbitragem 
A arbitragem é um dos meios adequados de 
solução de conflitos, gozando de prestígio e ampla 
credibilidade para solucionar impasses no contexto 
de contratos comerciais. “Trata-se de mecanismo 
privado de solução de litígios, por meio do qual um 
terceiro, escolhido pelos litigantes, impõe sua 
decisão, que deverá ser cumprida pelas partes”1. 
Ainda, seu reconhecimento no cenário legal brasileiro é anterior ao dos 
métodos autocompositivos, vez que sua legislação foi editada em 1996 por meio 
da Lei n° 9,307 – conhecida como Lei de Arbitragem ou LArb. 
Interessante, ainda salientar, alguns apontamentos doutrinários: 
A arbitragem é um método de heterocomposição de conflitos em que 
o árbitro, exercendo a cognição nos limites da convenção de 
arbitragem livremente estabelecida pelas partes, decide a 
controvérsia com autonomia e definitividade2. 
 
A arbitragem pode ser definida, assim, como o meio privado, 
jurisdicional e alternativo de solução de conflitos decorrentes de 
direitos patrimoniais e disponíveis por sentença arbitral, definida como 
título executivo judicial e prolatada pelo árbitro, juiz de fato e de direito, 
normalmente especialista na matéria controvertida3. 
 
A arbitragem, portanto, é um modo extrajudiciário de solução de 
conflitos em que as partes, de comum acordo, submetem a questão 
litigiosa a uma terceira pessoa, ou 
várias pessoas, que constituirão um 
tribunal arbitral4. 
 
É uma técnica para a solução de 
controvérsias através da intervenção 
de uma ou mais pessoas que recebem 
seus poderes de uma convenção 
privada, decidindo com base nesta 
convenção sem intervenção do estado, 
sendo a decisão destinada a assumir 
eficácia de sentença judicial5 
 
1 CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei n° 9.307/96. 3 ed. 
São Paulo: Atlas, 2009, pág. 31 – grifo nosso. 
2 FICHTNER, José Antônio; MANNHEIMER, Sergio Nelson; MONTEIRO, André Luis. Teoria 
Geral da Arbitragem. Rio de Janeiro: Forense, 2019, n.p. – grifo nosso. 
3 SCAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Manual de Arbitragem, Mediação e Conciliação. 8 ed. Rio 
de Janeiro: 2018, n.p. – grifo nosso. 
4 LEMES, Selma Ferreira. Arbitragem na administração pública: fundamentos jurídicos e 
eficiência econômica. São Paulo: Quartier Latin, 2007. p. 59 – grifo nosso. 
5 CARMONA, Carlos Alberto. Op. cit., p. 15 – grifo nosso. 
Por fim, “é o processo voluntário em que as pessoas em conflito delegam 
poderes a uma terceira pessoa, de preferência especialista na matéria, imparcial 
e neutra, para decidir por elas o litígio”6. 
1 O FUNDAMENTO DA ARBITRAGEM 
Inicialmente, é interessante analisar o dispositivo 
legal com relação a origem da jurisdição arbitral, que se 
encontra no dispositivo contratual denominado 
Convenção de Arbitragem, o qual, por sua vez, é 
regulamentado pelo Capítulo II da LArb. Ainda: 
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus 
litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim 
entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. 
 
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as 
partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os 
litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. 
 
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, 
podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado 
que a ele se refira7. 
Ainda, a convenção de arbitragem – instrumento investidor de 
competência ao tribunal possui natureza contratual – possui natureza contratual 
por ser oriundo de um acordo expresso e autônomo da vontade das partes8. 
Nota-se que a arbitragem enquanto instituição, por sua vez, possui 
natureza jurisdicional, sendo necessária a manifestação autônoma e escrita da 
vontade das partes para investir o tribunal com a competência necessária à 
dirimição do conflito9. 
A forma escrita da cláusula compromissória materializa-se em um 
documento, cujo objetivo é fazer certo o consenso das partes de 
instaurar e participar de processo arbitral. Parece-nos evidente que, 
se a lei exige a forma escrita para a cláusula compromissória, 
está ipso facto requerendo que a concordância de cada parte seja 
documentada por escrito, o que se faz comumente pela assinatura 
 
6 MOORE, 1998 apud BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e Arbitragem. São Paulo: 
Saraiva, 2012, n.p. 
7 BRASIL, Lei n° 9.307 de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem. Diário Oficial 
da União, 24 set. 1996, p. 18.897. 
8 BACELLAR, Roberto Portugal Op. cit., n.p. 
9 LEMES, Selma Ferreira. Op. cit., p. 65. 
da parte no próprio instrumento contratual, que contém a cláusula 
compromissória, ou em documento apartado, que lhe faça referência10. 
2 AS PARTES E O OBJETO DA ARBITRAGEM 
Em primeiro plano, necessária a apresentação da disposição legal sobre 
o tema: “as pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para 
dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis”11. 
Na doutrina arbitral, esses tópicos são cobertos pelo tópico da 
arbitrabilidade, que é subdivido em objetiva e subjetiva, apontando, 
respectivamente, o que pode ser submetido à arbitragem e quem pode 
submeter12. 
2.1 DA ARBITRABILIDADE SUBJETIVA 
A arbitrabilidade subjetiva refere-se aos 
possíveis sujeitos da arbitragem. “Este conceito 
não está imune a críticas, pois há quem considere 
que a arbitrabilidade subjetiva (…) se resumiria à 
noção de capacidade civil”13. 
Necessária à compreensão da capacidade 
civil, deve-se remeter à regularização de tal instituto no diploma civilista: 
Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com 
vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro. 
 
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos 
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os 
exercer 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem 
exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
 
10 LOBO, Carlos Augusto da Silveira. Cláusula Compromissória E Grupo De Sociedades. Revista 
de Arbitragem e Mediação, vol. 48, p. 33-52, jan-mar/ 2016, p. 36 
11 BRASIL, 1996, op. cit., art. 1° 
12 FICHTNER, José Antônio; MANNHEIMER, Sergio Nelson; MONTEIRO, André Luis, op. cit., n. 
p. 
13 Ibidem. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por 
legislação especial14. 
Considerando que a convenção de arbitragem possui natureza contratual, 
é esperado que somente possam submeter seus conflitos ao tribunal arbitral 
aqueles que possuam capacidade de contratar. Ainda, “não podem contratar 
esse mecanismo aqueles que tenham apenas poderes de administração, bem 
como os incapazes, ainda que representados ou assistidos”15, sendo tal negativa 
flexibilizada em caso de autorização expressa. 
2.2 DA ARBITRABILIDADE OBJETIVA 
A arbitrabilidade objetiva, por sua vez, refere-se à matéria que pode ser 
arbitrada, ou seja, o conteúdo que pode ser objeto de discussão pelo tribunal 
arbitral. De acordo com o diploma legal, somente poderá ser submetida a matéria 
referente a direitos patrimoniais disponíveis. 
Preferindo resguardar a jurisdição estatal para casos que possam 
extrapolar a esfera meramente patrimonial das pessoas, o legislador 
entendeu por restringir o emprego da arbitragem às desavenças que 
digam respeito a direito patrimonial disponível16. 
Ao impor tal limitação restringiu-se a aplicação aos direitos que são 
passíveis de transação, renúncia ou submissão, sendo perceptível a tentativa de 
distinguir os conceitos de possibilidade de transação e indisponibilidade. Tais 
Direitos recebem a denominação de subjetivos, ainda, importante ressaltar que 
os direitos indisponíveis são as garantias e que nãopossuem cunho patrimonial 
(SILVA, 2006). 
No entanto, temos o posicionamento do Fórum Permanente de 
Processualistas Civis, permitindo claramente a celebração de negócios jurídicos 
processuais sobre direito material indisponível em seu Enunciado 13517. 
Simplesmente categorizar certos direitos como indisponíveis e, portanto, 
 
14 BRASIL, Lei n° 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, 11 jan. 2002, p. 1 
15 FERRAZ, Renato de Toledo Piza. Reflexões Sobre Arbitrabilidade Subjetiva E Objetiva. 
Revista De Direito Empresarial, vol. 87, p. 175-195, 2015, p. 176. 
16 Ibidem, p. 183. 
17 A indisponibilidade do direito material não impede, por si só, a celebração de negócio jurídico 
processual. (Grupo: Negócios Processuais) in FÓRUM Permanente de Processualistas Civis, 
Enunciados. Disponível em http://civileimobiliario.web971.uni5.net/wp-
content/uploads/2017/07/Carta-de-Florian%C3%B3polis.pdf. Acesso em 02. Out. 2020. 
não sujeitos a negociação, é como ignorar ou esquecer da liberdade individual 
de cada um, é como considerar qualquer ato rotineiro que prescinda da 
autonomia da vontade das partes não possui qualquer força legal (CANOTILHO, 
1983). 
Ainda, o direito que pode ser objeto da arbitragem é aquele oriundo e/ou 
baseado no poder de vontade individual dos litigantes e que é garantido pelo 
ordenamento jurídico com o escopo de atender os interesses individuais18. 
3 O ARBITRO 
Por fim, uma vez compreendidos o 
fundamento, as partes e o objeto da 
Arbitragem, há de se apresentar a figura do 
Árbitro, que é responsável pela tomada de 
decisão com poder vinculativo instruído pela 
manifestação autônoma da vontade das 
partes19. 
3.1 CAPACIDADE PARA ARBITRAR 
Legalmente, poderá ser arbitro qualquer pessoa capaz, investida na 
função pela confiança das partes em seu julgamento, sendo desnecessária 
qualquer instrução ou formação especifica ao exercício da função. 
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a 
confiança das partes. 
 
O fator central da escolha do árbitro pela parte é a confiança. Segundo 
o critério legal, 47 as partes podem escolher, para exercer as funções 
de árbitro, qualquer pessoa capaz, que tenha sua confiança. Essa 
confiança pode estar baseada em variados fatores, como o 
conhecimento pessoal, a fama, indicação de pessoas próprias etc. A 
possibilidade de ampla seleção, mesmo que pautada em pesquisa 
minuciosa, evidentemente, não isenta as partes de escolhas, por 
vezes, equivocadas. Tem o mérito, porém, de colocar sob a 
responsabilidade dos interessados diretos a definição de um fator 
fundamental para a qualidade da decisão do processo arbitral: a 
 
18 FERRAZ, Renato de Toledo Piza. Op. cit., p. 183 
19 LEMES, Selma Ferreira. Op. cit., p. 65. 
definição do julgador, de quem, afinal, decidirá a controvérsia entre as 
partes20 
3.2 PODERES E DEVERES DO ÁRBITRO 
Novamente, inicia-se a exposição com a colação do mandamento 
legislativo: 
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a 
confiança das partes. 
[…] 
§ 6º No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com 
imparcialidade, independência, competência, diligência e discrição. 
[…] 
Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que 
tenham, com as partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas 
das relações que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição 
de juízes, aplicando-se-
lhes, no que couber, os 
mesmos deveres e 
responsabilidades, 
conforme previsto no 
Código de Processo Civil. 
[…] 
Art. 18. O árbitro é juiz de 
fato e de direito, e a 
sentença que proferir não 
fica sujeita a recurso ou a 
homologação pelo Poder 
Judiciário. 
Em suma, ao se afirmar que o árbitro é juiz de fato e de direito, significa 
apenas que o árbitro, no desempenho de sua função – e apenas enquanto está 
desempenhando a função de árbitro –, é equiparado ao magistrado e pode 
decidir de forma impositiva o caso que se lhe é submetido nos termos dos arts. 
18 e 31 da Lei de Arbitragem. Não significa, como é óbvio, que o árbitro tenha 
as mesmas prerrogativas funcionais de um magistrado. 
Ainda, nos termos do art. 13, § 6º, da Lei 9.307/1996, são deveres dos 
árbitros no desempenho de suas funções21: 
a) Imparcialidade, ou seja, o árbitro não deve estar envolvido com os 
contendores, o que não se confunde com neutralidade, vez que 
 
20 SALLES, Carlos Alberto. Introdução à Arbitragem, n.p. in: SALLES, Carlos Alberto (coord.), 
LORENCINI, Marco Antônio Garcia Lopes (coord.), SILVA, Paulo Eduardo Alves da (coord.). 
Negociação, mediação, conciliação e arbitragem: curso de métodos adequados de solução de 
controvérsias. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, n.p. 
21 SCAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Op. cit., n.p. 
neutro é aquele que não toma partido de qualquer dos litigantes 
numa discussão. É evidente que o árbitro tomará partido na 
sentença arbitral, mas, mesmo assim, tomará partido sem estar 
envolvido com as partes, vez que, se isso ocorrer, será ele 
impedido, como veremos. 
b) Independência. Os árbitros devem estar distantes das partes, 
ainda que gozem, como de fato gozam, de sua confiança e por elas 
tenham sido indicados. 
c) Competência. Os árbitros devem conhecer a matéria que lhes é 
submetida, além de ostentarem experiência, de acordo com os 
critérios estabelecidos pelas partes para indicação do árbitro. 
Assim, por exemplo, devem dominar o idioma em que a arbitragem 
se desenvolverá nos termos da convenção de arbitragem. De outro 
lado, devem contar com as características exigidas pelas partes na 
convenção de arbitragem, como, por exemplo, ser engenheiro 
mecânico com dez anos de experiência. 
d) Diligência, o que significa que o árbitro deve agir com cuidado, 
zelo e aplicação na busca da solução arbitral do conflito. 
e) Discrição, o árbitro deve manter sigilo daquilo que tem 
conhecimento em razão da arbitragem, de tal sorte que as partes 
podem incluir na cláusula ou no compromisso arbitral – sem 
descartar as regras da entidade especializada – a obrigação de não 
fazer, ou seja, de não divulgar aquilo 
3.3 ARBITRAGEM AD HOC X INSTITUCIONAL 
O art. 5.º da Lei de Arbitragem brasileira estabelece que, 
[…] reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de 
algum órgão arbitral institucional ou entidade especializada, a 
arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras, 
podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, ou em 
outro documento, a forma convencionada para a instituição da 
arbitragem. 
A partir deste dispositivo, classifica-se, tradicionalmente, a arbitragem em 
institucional ou ad hoc 
Sobre a ad hoc: 
No que diz respeito à escolha dos árbitros, as partes podem 
estabelecer, desde logo, na convenção de arbitragem, os nomes dos 
árbitros que julgarão, possivelmente, a controvérsia ou criar um 
mecanismo de escolha de árbitros que será disparada no momento de 
surgimento do conflito22. 
Sobre a institucional: 
Ao contrário da arbitragem ad hoc, a arbitragem institucional é aquela 
em que as partes elegem uma instituição de arbitragem – também 
denominada câmara de arbitragem – para administrar o procedimento 
arbitral de acordo com seu regulamento de arbitragem. 
[…] 
É muito importante compreender que a instituição arbitral, em regra, 
possui apenas atribuições administrativas e não jurisdicionais. A 
instituição arbitral pratica diversos atos preparatórios à instituição da 
arbitragem – na forma do art. 19 da Lei de Arbitragem –, relacionando-
se com as partes, seus patronos e potenciais árbitros, apurando a 
eventual existência de conflitos, tudo a permitir que a arbitragem possa 
ser, ao final, devidamente instituída. Tais atividades administrativas 
prosseguem durante o processo arbitral em apoio às partes e ao 
tribunal arbitral constituído. Em outras palavras, mesmo nas 
arbitragens institucionais, a causa é decidida pelos árbitros e não pela 
instituiçãode arbitragem23. 
Por fim, a comparação24: 
 
 
22 FICHTNER, José Antônio; MANNHEIMER, Sergio Nelson; MONTEIRO, André Luis, op. cit., n. 
p. 
23 Ibidem. 
24 CARRETEIRO, Mateus Aimoré, Chapter 3: Ad Hoc and Institutional Arbitration in Brazil: A 
Practical Approach in Till. Disponível em 
http://www.kluwerarbitration.com/CommonUI/document.aspx?id=kli-ka-backsmann-2016-ch03. 
Acesso em 02 out. 2020. 
REFERÊNCIAS 
BACELLAR, Roberto Portugal. Mediação e Arbitragem. São Paulo: Saraiva, 
2012. 
BRASIL, Lei n° 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário 
Oficial da União, 11 jan. 2002, p. 1. 
BRASIL, Lei n° 9.307 de 23 de setembro de 1996. Dispõe sobre a arbitragem. 
Diário Oficial da União, 24 set. 1996, p. 18.897. 
CANOTILHO, J. J. Gomes. Constituição da República Portuguesa Anotada. 
3° ed. Coimbra; 1993. 
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo: um comentário à Lei n° 
9.307/96. 3 ed. São Paulo: Atlas. 
CARRETEIRO, Mateus Aimoré, Chapter 3: Ad Hoc and Institutional 
Arbitration in Brazil: A Practical Approach in Till. Disponível em 
http://www.kluwerarbitration.com/CommonUI/document.aspx?id=kli-ka-
backsmann-2016-ch03. Acesso em 02 out. 2020. 
FERRAZ, Renato de Toledo Piza. Reflexões Sobre Arbitrabilidade Subjetiva E 
Objetiva. Revista De Direito Empresarial, vol. 87, p. 175-195, 2015 
FICHTNER, José Antônio; MANNHEIMER, Sergio Nelson; MONTEIRO, André 
Luís .Teoria Geral da Arbitragem. Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
FÓRUM Permanente de Processualistas Civis, Enunciados. Disponível em 
http://civileimobiliario.web971.uni5.net/wp-content/uploads/2017/07/Carta-de-
Florian%C3%B3polis.pdf. Acesso em 02. Out. 2020. 
LEMES, Selma Ferreira. Arbitragem na administração pública: fundamentos 
jurídicos e eficiência econômica. São Paulo: Quartier Latin, 2007. 
LOBO, Carlos Augusto da Silveira. Cláusula Compromissória E Grupo De 
Sociedades. Revista de Arbitragem e Mediação, vol. 48, p. 33-52, jan-mar/ 
2016. 
SALLES, Carlos Alberto. Introdução à Arbitragem, n.p. in: SALLES, Carlos 
Alberto (coord.), LORENCINI, Marco Antônio Garcia Lopes (coord.), SILVA, 
Paulo Eduardo Alves da (coord.). Negociação, mediação, conciliação e 
arbitragem: curso de métodos adequados de solução de controvérsias. 3 ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2020. 
SCAVONE JUNIOR, Luiz Antônio. Manual de Arbitragem, Mediação e 
Conciliação. 8 ed. Rio de Janeiro: 2018. 
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 26. ed., São 
Paulo: Malheiros, 2006.

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