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Resposta de plantas C3 e C4 ao aumento de CO2 em 20 anos de experimento Plantas C3 • Plantas C3 fixam CO2 pelo Ciclo de Calvin formando como primeira molécula o 3-fosfoglicerato, uma molécula de 3 carbonos, por isso são chamadas plantas C3. Quem faz isso é a enzima Rubisco. Plantas C4 • Plantas C4 fixam CO2 formando como primeira molécula o oxaloacetato, uma molécula de 4 carbonos, por isso são chamadas de plantas C4. Quem faz isso é a enzima PEP-carboxilase. arroz milho Rubisco • É a enzima mais abundante das plantas e do planeta. • Consegue assimilar tanto CO2 quanto O2. • Apesar de ser mais específica para o CO2 ela catalisa mais O2 porque ele é mais abundante na atmosfera. Consequência: fotorrespiração. Plantas C3 e C4 e a fotorrespiração • Plantas C3 fixam CO2 com o auxílio da Rubisco, formando o 3-fosfoglicerato. 3- fosfogliceratoribulose-1,5- bifosfato CO2 Ciclo de Calvin mesófilo foliar Rubisco Plantas C3 e C4 e a fotorrespiração • Plantas C4 fixam CO2 formando oxaloacetato pela PEP Carboxilase oxaloacetatofoesfoenolpiruvato CO2 malato aspartato mesófilo foliar bainha do feixe CO2Ciclo de Calvin PEP carboxilase Rubisco 3- fosfoglicerato ribulose-1,5- bifosfato CO2 Ciclo de Calvin mesófilo foliar oxaloacetatofoesfoenolpiruvato CO2 malato aspartato mesófilo foliar bainha do feixe CO2Ciclo de Calvin C3 C4 Rubisco Rubisco PEP carboxilase ALTERNATIVA À FOTORRESPIRAÇÃO • A separação espacial visualizada nas C4 impede que essas plantas sofram com a fotorrespiração, pois onde a Rubisco trabalha sempre há uma razão CO2:O2 alta. Plantas C3 seriam mais beneficiadas pelo aumento de CO2 Só se conheciam dados de estudos a curto prazo. Mas isso se aplica ao que acontece de fato na natureza a longo prazo? Estudo de 20 anos! Reversão inesperada da resposta da gramínea C3 versus C4 ao CO2 elevado durante um experimento de campo de 20 anos Metodologia Tempo: 20 anos Avaliou ● níveis de CO2 ● níveis de Nitrogênio ● Riqueza de espécies (de 1 a 4) ● Grupo funcional (C3 ou C4) 8 especies de gramíneas perenes temperadas 4 plantas C3 4 plantas C4 ➔ Número igual de monoculturas replicadas de todas as espécies variáveis que influenciam no sucesso ecológico dessas plantas Metodologia Tempo: Avaliaram por 20 anos ● Para Biomassa: Coletou amostras das superfície e abaixo do solo (0 a 20cm) ● Para raiz: coletou amostras independentes ● Mineralização líquida de nitrogênio: coleta 1 mês antes da coleta da amostra de biomassa ● Fotossíntese líquida das folhas: medidas no meio da estação Inversão observada entre C3 e C4 ao longo de 20 anos de estudo Aumento de 20% na biomassa nos primeiros 12 anos Aumento de 1% na biomassa nos primeiros 12 anos Diminui em 2% a biomassa Aumenta em 24% a biomassa em eCO2 Mas por que ocorreu essa mudança? Mudança na resposta fotossintética? Temperatura e chuvas influenciaram na sensibilidade à CO2? Mudança na resposta do ciclo do nitrogênio? Hipóteses Tabela 1: Resumo da análise de medidas repetidas da variância do ano, CO2, N, riqueza de espécies (SR) e efeitos do grupo funcional C3 versus C4 (FuncGroup) na biomassa total e mineralização líquida de N do solo. Mas por que ocorreu essa mudança? Mudança na resposta fotossintética? Temperatura e chuvas influenciaram na sensibilidade à CO2? Mudança na resposta do ciclo do nitrogênio? Hipóteses Mudança na resposta fotossintética Foram feitos diversas medições de fotossíntese, com combinações de tratamento de CO2 e nitrogênio e não foi observado nenhuma evidência Mas por que ocorreu essa mudança? Mudança na resposta fotossintética? Temperatura e chuvas influenciaram na sensibilidade à CO2? Mudança na resposta do ciclo do nitrogênio? Hipóteses • As respostas de C3 e C4 não dependiam nas variações de temperatura de ano para ano (verão, outono, primavera, verão). • O único efeito significativo envolveu a chuva de verão de maio para julho, com p valor significativo (0,0264) para resposta da biomassa mais responsivas ao eCO2 com pouca quantidade de chuva mais responsivas ao eCO2 com maior quantidade de chuva Gramíneas C3 Gramíneas C4 Inconsistente com resultados de outros estudos Conclusão: a resposta reversa de C3 e C4 não pode ser explicada pela variação inter-anual na precipitação. Mas por que ocorreu essa mudança? Mudança na resposta fotossintética? Temperatura e chuvas influenciaram na sensibilidade à CO2? Mudança na resposta ao ciclo do nitrogênio? Hipóteses ● É predito que respostas a eCO2 são maiores quando níveis de suprimento de nitrogênio são maiores. ● Quiseram investigar qual papel a disponibilidade de nitrogênio no solo desempenharia aqui. Utilizaram mineralização do nitrogênio como índice. ● Observaram que as respostas à mineralização do nitrogênio pelo efeito do CO2 mudaram ao longo do tempo, refletindo as respostas da biomassa para C3 e C4 pelo efeito de CO2. Mudança na resposta ao ciclo do nitrogênio Fig 2. Esquerda: Média anual da diferença na biomassa (média da biomassa em eCO2 - média biomassa em ambCO2) para C3 e C4. Direita: Média da diferença na média da taxa de mineralização do nitrogênio no solo (eCO2 - ambCO2) para C3 e C4. Mudança na resposta ao ciclo do nitrogênio ● Ao longo dos anos, biomassa em ambos os grupos funcionais aumentou com mineralização líquida de N (P = 0,0031) ● Mais em eCO2 do que em CO2 amb (interação de CO2 × mineralização líquida de N, P = 0,024) ● Diferença também nos grupos funcionais C3 e C4. (P=0,038) Fig 3. Correspondência entre respostas na biomassa e na mineralização líquida de nitrogênio ao eCO2. (Biomassa em eCO2 - biomassa em ambCO2) x (Mineralização em eCO2 - mineralização em ambCO2) em C3 e C4. R² = 0,82, P= 0,0018 Correlação entre respostas de biomassa e mineralização do nitrogênio ao eCO2 ● Correlação linear positiva entre efeito do CO2 na biomassa e na mineralização líquida do nitrogênio. Sugere que as respostas da mineralização do nitrogênio ao eCO2 ao longo do tempo em C3 x C4 deve ter contribuído para a mudança nas respostas de biomassa. Conclusão ● Novo ponto de vista sobre a diferente sensibilidade de C3 e C4 ao CO2. ○ Modelos anteriores levavam em consideração que essas mudanças nas respostas de C3 e C4 tinham relação com a fisiologia fotossintética. Não bate com os resultados encontrados nesse estudo de longo prazo. ● Lembrar que mesmo os melhores estudos relacionados com a mudança global feitos em em curto prazo podem levar a surpresas quando feitos a longo prazo. Interações complexas podem ocorrer nesse maior intervalo de tempo. Experimento começou em 1998. Plantas C3 até 2010:
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