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LUCIANA DE SOUSA CARBONI PROCESSO PENAL II – SEGUNDO BIMESTRE _______________________________________________________________ PRISÃO EM FLAGRANTE: 30/04/2020 Prisão em flagrante Não se afasta a presunção de inocência. Converter o flagrante em preventiva, o juiz é obrigado a observar todos os requisitos da preventiva, devendo olhar no caso concreto para encontrar os pressupostos. Ainda, devendo indicar o fato contemporâneo com fundamento. (Manter o sujeito preso). Artigo 315 parágrafo 2, evitando apenas a homologação do flagrante do juiz, necessitando da verdadeira verificação se há necessidade, uma vez que o sistema prisional está lotado. Medida pré cautelar que pequena duração. Não possui característica de jurisdicionalidade - Aury Lopes Jr. Legitimidade: Ativa - artigo 301 CPP - não é necessário de violência Quem tem dever legal de proteger exemplo mãe de criança, policial Olhar sempre a circustância do fato para saber o que o responsável por lei não agiu. Passiva - 302 CPP - crime doloso. - JUIZADO ESPECIAL - lavrar termo circunstanciado de ocorrência (na delegacia podem instruir a fazer o B.O primeiro apesar de não estar na lei). Flagrante é composto de 4 etapas. Pode dar liberdade provisória com fiança. 04/05/2020 Menores de idade podem ser apreendidos em flagrante, pois praticam condutas típicas apesar de não serem culpáveis (menoridade). Serão julgados pelo juiz da vara infantil e juventude. As pessoas com problemas mentais podem ser presas. Elas serão presas em flagrantes (lavrado flagrante pelo delegado), e o delegado será responsável pela integridade física daquela pessoa. Artigo 149 CPP (delegado pode representar para que o preso seja levado para exame de insanidade mental; juiz pode realizar inclusive de oficio ou por requerimento do MP/parente). O preso ficará retido de forma segregada. O flagrante pode ser convertido em preventiva quando o juiz determinar de oficio o exame de insanidade, inclusive pode usar como medida cautelar o internamento provisório do preso, mesmo quando o LUCIANA DE SOUSA CARBONI resultado do exame é de inimputabilidade ou semi-inimputabilidade ainda é esperado, pelo bem da integridade física do acusado. Artigo 301 CTB —> crimes culposos no trânsito brasileiro, serão resolvidos pelo CP. Sendo culposo o delito, o motorista que feriu deverá parar para prestar socorro, assim não podendo ser preso em flagrante. Entretanto, se ele fugir do acidente ele poderá ser preso em flagrante. A intenção do legislador é fazer com que o socorro seja prestado a vitima. Princípio da intervenção mínima: direito penal é a ultima ratio. Afasta a tipicidade, pois o tipo penal é criado dentro da proteção do bem jurídico. (Legitimidade passiva do flagrante). Hipóteses de flagrante previstas em lei: artigo 302 CPP. Inciso I e II do artigo são classificados como próprio ou real. Pois são as únicas hipóteses que se aproximam do significado semântico da palavra. O sujeito está praticando o verbo núcleo do tipo. Impróprio ou ficto, prende a pessoa em flagrante em ato de perseguição, sem precisar presenciar o fato. É uma ficção jurídica, pois é um flagrante porque a lei determina que assim o seja. A diferença entre os incisos III e IV é que no III ocorre a perseguição e no IV o sujeito foi encontrado (não estava sendo perseguida, mas foi encontrada com objetos que permitam entender que ela cometeu o crime). Nem a lei ou a doutrina determinam o que é ``logo depois do crime``, mas implica em uma relação de imediatabilidade entre o fato e o início da perseguição. Artigo 290 p. 1 CPP – dispositivo que é regra geral para mandado de prisão. A) contato visual B) não exige contato visual pela letra da lei, mas Aury Lopes Jr. Defende que o contato visual é necessário, apesar de não ser defendido pela jurisprudência. Exemplo: vizinho aciona a polícia, que imediatamente chega na casa indicada, onde uma mulher está morta. O vizinho diz que foi o vizinho, que se chama ...., aparência ... Artigo 293 —> se o fugitivo entrar na própria casa, a polícia pode entrar durante o dia/noite, se eles já estiverem em busca da pessoa, podendo decretar flagrantes. Entretanto, se ele entrar em casa de outrem, a polícia pedirá para que o dono o entregue, podendo assim a polícia entrar na casa. Entretanto, se o dono não consentir, a polícia deverá guardar a entrada da casa, enquanto um policial irá pedir o mandado de busca e apreensão para o delegado, que requisitará ao juiz (Artigo 240 CPP). Flagrante esperado e flagrante preparado: artigo 302 CPP. Súmula 145 STF (baseada no artigo 17 CP – crime impossível). A polícia pode incentivar com que o suspeito seja pego em flagrante. Pode provocar a situação em flagrante, para que quando o sujeito iniciar o ato, a polícia o impeça e o prenda em flagrante. (Flagrante preparado/provocado). O crime impossível é aquele que é impossível consumar a infração, pois o meio que ela está utilizando é absolutamente ineficaz. Se é impossível consumar a infração, não é crime. A absoluta impropriedade do objeto é quando ele não existe (Ex: atirar em um cadáver). Assim, o STF pegou a concepção de crime impossível para criar a súmula 145. O flagrante esperado não acontece com a interferência da polícia, mas sabe que o crime irá acontecer pois descobriu de algum meio (ex: grampo de LUCIANA DE SOUSA CARBONI telefone investigava crime A, mas acabou descobrindo que iria acontecer o crime B). A polícia irá se dirigir ao local e vai esperar que inicie a infração (princípio da lesividade – uma pessoa não pode ser presa por cogitar o crime). O ato imediatamente anterior a pratica do verbo (que irá ingressar ao núcleo do tipo) Exemplo: sacar a arma. Nessa situação a polícia poderá abordar o autor do crime, pois ela terá provas, que conforme as circunstâncias do fato, mostrarão a intenção do sujeito. OBS: Se a polícia, no flagrante preparado, não impedir o autor do crime de comete-lo, ela pode ser considerada parte do crime (colaboração), uma vez que incitou para que ele acontecesse. Induzir ou instigar moralmente, é uma forma de participação criminosa. Por isso deverão responder da mesma maneira que aquele que tentou. Opinião do doutrinador Pacelli, que inclusive considera o flagrante esperado também. A jurisprudência diz que o flagrante preparado aplica a súmula 145, e o flagrante esperado é crime se a polícia não intervir. Caso a polícia não impeça, a polícia responderá por participação criminosa no flagrante preparado (jurisprudência). Flagrante em crime permanente: artigo 303 CPP. 07/05/2020 Infração permanente é aquela cuja se perpetua no tempo. O homicídio é um crime instantâneo com efeito permanente. Já o crime de sequestro é um crime permanente, pois enquanto o sujeito permanecer a vítima em cativeiro, o crime estará se prolongando no tempo. Porte de arma também é uma infração permanente, pois enquanto você estiver andando com a arma sem ter a licença, a consumação do crime estará sendo prolongada. Estará em flagrante delito. Se a polícia ou qualquer pessoa invadir a residência, deverá comprovar a posteriori, quais as informações ela tinha e o que levava a comprovar a possibilidade de fragrante delito. OBS: até para conseguir um mandado, a polícia precisa ter elemento fático concreto para demonstrar ao juiz, para que esse lhe outorgue o mandado de busca e apreensão. OBS 2: o consentimento de um relativamente incapaz é INVÁLIDO. Ainda, o consentimento deve ser do MORADOR, não podendo ser de hóspede. O flagrante possui formalidades que devem ser observadas no momento em que realiza o flagrante (prisão), no momento em que se entrega o sujeito a delegacia e a posteriori. O uso da força no momento do flagrante (artigo 284 CPP), pode ser aplicado em qualquer modalidade de prisão. Entretanto, será admitidoapenas quando há resistência ou o sujeito tentar fugir, observando a circustância do caso concreto para medir a força necessária. Inclusive, se o particular estiver realizando o flagrante e uma dessas duas hipóteses ocorrer, ele também poderá utilizar a força. Artigo 304 CPP. O Delegado de polícia é o competente para lavrar o auto de prisão em flagrante, assim como o juiz quando praticado em sua frente. A polícia judiciária é a polícia civil (artigo 144 CF). Portaria é o ato do delegado que apenas ele tem capacidade para assinar, instaurando o inquérito policial (o MP pode investigar, mas para instaurar o inquérito policial é apenas o delegado). Ainda, o delegado pode usar de juízo de valor a partir de uma queixa, para saber LUCIANA DE SOUSA CARBONI se irá ou não instaurar inquérito policial. Ainda, deve-se ouvir primeiro o condutor e depois o sujeito, entretanto algumas vezes o condutor ainda deve esperar pois o delegado não está presente etc... OBS: antes apenas o juiz poderia arquivar o inquérito policial, agora o MP que arquivará o inquérito policial. 11/05/2020 Formalidades do ato na delegacia: Na lavratura do auto em flagrante, após ouvir o condutor e testemunhas, se houver, e por ultimo interroga-se o preso. Artigo 6 CP ‘’ouvir o indiciado, aplicando o que se aplica no interrogatório judicial’’—> anunciar seus direitos, dividir o interrogatório em duas etapas (vida da pessoa e sobre o fato em si). No interrogatório policial ele não possui o direito de ser interrogada na presença do advogado, uma vez que não existe a ampla defesa e contraditório. Por isso que deve-se alertar do direito ao silêncio, sujeito a nulidade pelo juiz se o sujeito não for alertado. O delegado deve chamar duas pessoas, e ele realizará a leitura do interrogatório para o preso, a jurisprudência considera que as duas pessoas não devem ser subordinadas do delegado, para garantir a lisura do ato. OBS: se o sujeito já tiver um advogado, ele poderá presenciar. Entretanto, se ele não tiver, não é de direito do sujeito a espera de um advogado público. Se não houver prisão em flagrante, o interrogatório será no termo de indiciado. Quando o preso opta pelo direto ao silêncio, mas depois decide falar, servirá apenas como auxilio de formação do opinião para o MP, pois os autos (lavratura do flagrante + interrogatório) já terão ido para o juiz. Voz de flagrante em delitos de menor potencial ofensivo, o delegado faz o termo circunstanciado, que o sujeito ira assinar, se comprometendo a comparecer em juízo no dia e hora estipulado. No juizado ainda terão 3 medidas que poderão ser optadas para não responder judicialmente. Quando há pena cominada de até 4 anos, o delegado tem o dever de arbitrar fiança. O juiz pode caçar a fiança se entender que não cabia no caso concreto. Artigo 305, 322, 324 CPP (Nos demais casos será definido pelo juiz). Se o advogado for chamado, e chegar a tempo do interrogatório, ele possui a prerrogativa de ter uma reunião a sós com seu cliente e de acompanhar o interrogatório. O inquérito é a justa causa da ação penal. Por isso, se ele for nulo, não há como considerar que há justa causa para que ocorra tal ação. O direito fundamental do preso é comunicar a prisão, mas não esperar o advogado chegar para o interrogatório. Comunicação ao juiz, defensoria e família: Caracteriza-se como um direito fundamental, artigo 5, LXII, CF, pois alguém precisa buscar pelo direito do sujeito se defender, uma vez que ele está preso. Formaliza-se no artigo 306 CPP (imediatamente = 24 horas). LUCIANA DE SOUSA CARBONI Quando se trata de prisão ILEGAL, o juiz não precisa ser competente para relaxa-la. Nota de culpa: artigo 5, LXIV, CF. Expedida em 24 horas após lavrar flagrante. É um documento que é metido pelo delegado, com base no autos da prisão em flagrante, informando em qual delegacia, autoridade, crime, horas... que o sujeito foi apreendido, e ele deve assinar. Se não souber assinar, chama-se duas testemunhas, que assinarão que o indivíduo recebeu a nota de culpa e que foi lida perante o preso. Sempre expedida antes de ser mandado para o juiz. Atos do poder judiciário: artigo 310 CPP (procedimentos adotados pelo juiz quando ele recebe os autos de prisão em flagrante). A prisão de torna ilegal quando passa as 48 horas e não ter ocorrido a audiência (310, p.3). A consequência será que, quando a autoridade não realiza a audiência em 24 horas, deverá fundamentar o por que de não ter realizado. Se a motivação for idônea ok, mas se não for, o juiz corresponderá pela corregedoria e poderá responder criminalmente, conforme a lei de abuso de poder — crime de prevaricação, podendo responder pessoalmente. A regulamentação administrativa de regra já prevista em lei, Carta de São José de Costa Rica e Declaração de Direitos Humanos, que prevê que o juiz deverá ver o preso (audiência) é considerada uma medida mais administrativa do que processual. 18/05/2020 Audiência de custodia: a finalidade é defender direitos do preso. Direito fundamental. Se não houver tal audiência e não tiver justificativa, a prisão vai se tornar ilegal provavelmente. Deve ser comunicado ao juiz em 24 horas (enviado auto de prisão em flagrante). Não cumprir os prazos da prisão em flagrante, pode caracterizar crime de abuso de autoridade. RELAXAR SIGNIFICA RECONHECER UMA ILEGALIDADE NO PROCESSO = DECLARAR NULIDADE DO ATO. Dentro do ato judiciário existe a audiência de custódia. Passando pelo juiz, a prisão em flagrante não se mantém. Ela converte- se em preventiva, ou é relaxada ou é concedida liberdade provisória. Prisão preventiva originária: não estava sendo submetido a nenhum procedimento cautelar, mas o juiz é provocado e decreta a prisão preventiva. Prisão preventiva de substituição: juiz tinha aplicado medida cautelar diversa da prisão, o sujeito irá descumpri-la, juiz aplicara a prisão LUCIANA DE SOUSA CARBONI Prisão preventiva em conversão: sujeito é preso em flagrante e converte- se em prisão. Artigo 311 CPP diz que o juiz deve ser provocado para gerar a prisão preventiva. Não pode gerar de ofício em nenhum momento. Juiz não pode converter em ofício também, visando que é o mesmo instituto jurídico do artigo 311, e tal instituto não pode ter prisão preventiva de ofício em nenhum momento, nem converter. Artigo 282 p.6 igual ao artigo 310 p. 4 (interpretação sistemática). CNJ é sempre subsidiário a punição, pois primeiro vem a corregedoria. Reincidente: já ter uma condenação transitada em julgado. A liberdade provisória presvisto no artigo 321 é a mesma que do artigo 310, II e III. Quando é a autoridade policial que da causa ao não comparecimento do preso em juízo, não possui tipo penal específico. O juízo pode entender como prevaricação. Artigo 315 p.2 garante a fundamentação da prisão preventiva, junto com o artigo 282. O artigo 312 p.2, incluído pela lei anticrime, motivada (caso concreto) fundamentada (lei) juntos, com a intenção de proteger ordem pública, econômica etc. A parte inconstitucional é ‘’ ser reincidente’’, artigo 310 p.2, devendo o juiz denegar a liberdade provisória, convertendo o flagrante em preventiva, não por ser necessária, mas sim porquê é o disposto na lei pelo pacote anticrime, violando a constituição por não ser fundamentado. A liberdade provisória, pressupõem prisão em flagrante. Prisão temporária ou preventiva, entra com ação de HC pedindo revogação ou relaxamento para desfazer prisão realizada pelo juiz. O juiz decretou, ele que relaxa ou revoga. Quando prisão em flagrante, o juiz relaxa, concede liberdade provisória ou converte em prisão preventiva. Artigo 316 CPP. Até a década de 60, a fiança era atrelada a liberdade provisória. A fiança era vinculada a flagrante. Assim, quem não tinha como pagar, mantinham-se presospor serem pobres e não poderem pagar, enquanto quem tinha condições era solto, mesmo tendo cometido crimes mais graves. Ainda, crimes inafiançáveis já eram tidos como impossíveis de liberdade provisória. Apenas em 1977, a liberdade provisória passou a ser um instituto separado da fiança. Resgatada como uma medida cautelar diversa da prisão. 21/05/2020 Página 28, material prisão em flagrante. Liberdade provisória sem fiança: Existem três situações em que o juiz pode conceder a liberdade provisória sem a fiança. O caso concreto não deixou claro a necessidade de tal medida cautelar, pois os requisitos cautelares devem estar presentes; quando LUCIANA DE SOUSA CARBONI o delito for inafiançável, será determinada outra medida cautelar diferente da fiança; quando o preso for pobre, apesar dos requisitos cautelares serem cumpridos e o crime for passível de fiança, o preso não, ostenta condições de recolher a fiança mas coloca outra medida cautelar diversa da prisão. Artigo 380 CPP são obrigações de quem recolhe fiança ou daquele que não recolhe por ser pobre. A fiança é uma garantia real de que o preso irá comparecer perante autoridade. Se não comparecer e não justificar, a fiança é quebrada. A metade da fiança vai para o fundo penitenciário, e o sujeito, no final do processo, recebe apenas metade. Aquele que for pobre e não tiver pago a fiança, e acabar por não aparecer perante autoridade, o juiz pode decretar prisão provisória ou cumular medida cautelar alternativa. Para Pacielli, quando a pessoa é presa em flagrante, o sujeito tem o seu direito de não comparecer restrito. Se o sujeito for se ausentar da sua residência por 8 dias+ ou se mudar de casa, basta apenas comunicar o juiz. Obs: deve observar a medida aplicada pelo juiz. Artigo 328 CPP. A liberdade provisória vinculada, artigo 310 p.1, ex: mãe tranca o filho no quarto de castigo pois comprou maconha. Está no direito dela como mãe de educar e aplicar medidas educacionais. O processo vai continuar, mas é uma excludente pois ela é mãe. Delito inafiançável: legislador queria definir quais eram delitos eram insuscetíveis de liberdade provisória, uma vez que a liberdade provisória surgiu com a ideia de ser atrelado com fiança. Entretanto, em 1977 essa ideia se desvencilhou, mas o legislador ainda estava preso a tal ideia. Assim, os crimes que foram definidos como inafiançáveis, não estão relacionados a não terem liberdade provisória. Lei 11403/2011 espantou as contradições que existiam entre as turmas do STF, fazendo com que a fiança fosse vista como uma medida cautelar alternativa. A partir de 2011 não restringia-se apenas a prisão em flagrante. Então, um crime inafiançável passou a ser um crime que cabe outras medidas cautelares diversas da prisão ENTRETANTO não a fiança. Página 32 da aula. FIANÇA Tem natureza cautelar autônoma, não pressupondo flagrante, sendo uma garantia real das obrigações que são interpostas ao réu. Títulos da divida publica, joias preciosas, dinheiro ou hipoteca escrita em primeiro lugar são bens que podem servir como garantia na fiança, obra de arte. No caso da hipoteca, se a obrigação não for cumprida o bem irá a leilão para adquirir o valor necessário. Se o réu cumprir todos os compromissos, a fiança volta integralmente para ele. Se o réu deixar de cumprir alguma obrigação, metade da fiança vai LUCIANA DE SOUSA CARBONI para o sistema penitenciário. Caso o réu seja condenado, ele receberá a fiança novamente, mas terá descontado a multa (se o crime prever tal) e as custas do processo. Caso a vitima for sentenciada a ser ressarcida, será descontado também. Artigos 327 e 328 CPP A fiança é perdida quando o réu é condenado em trânsito em julgado e não é encontrado. A fiança é quebrada quando alguma obrigação é quebrada pelo réu, fazendo ele perder metade da fiança. O valor arbitrado para fiança pode sofrer recurso pelos réu não concordar (página 34). Artigo 581 CPP. A condição de riqueza do réu deve ser considerada, visto que é algo que deve fazer com que o réu se obrigue a realizar as diligencias determinadas. Junto com análise do caso concreto, periculosidade etc. Artigo 341, 344, 345 e 346 CPP. 25/05/2020 Quem pode arbitrar a fiança? Delegado, novidade na lei, para adentre o principio a proporcionalidade, diminuindo a percentagem carcerária, quando a pena cominada for inferior a 4 anos. A lei não explica nenhuma responsabilidade do delegado caso ele não aplique tal medida. O juiz pode arbitrar fiança. O réu pode oferecer um x valor para o juiz, que pode aceitar ou recusar, a jurisprudência faz uma média de tal valor por crime. Reforço da fiança pode ocorrer quando o réu tem mais dinheiro do que diz ou quando o réu oferece bem e não dinheiro para a fiança, mas o bem acaba se desvalorizando. A fiança será caçada, artigo 338 CPP, quando o juiz identificar que o caso concreto era algum dos previstos do artigo 323 e 324 CPP, assim o juiz devolverá a fiança e aplicará outra medida cautelar. CAUTELARES PATRIMONIAIS NO PROCESSO PENAL Alguns doutrinadores referem-se como cautelares reais e a lei medidas assecuratória. Entretanto, como recai sobre todo patrimônio e não apenas sobre o real, não é considerado tão certo a denominação ‘’cautelares reais’’. Elas existem dentro do processo penal, pois ela tem a intenção de proteger a eficácia de um direito privado. Quando o direito civil sozinho não for suficiente para desmotivar a pratica de um ilícito, invoca o Direito Penal. A conduta típica é contrária à ordem jurídica (antijurídica), autor culpável. O juiz penal verificando esses 3 elementos de crime, o juiz civil também deverá realizar tal. No entanto, o juiz civil pode condenar na dúvida enquanto o juiz criminal não pode, pois a verdade do processo penal deve estar materializada. LUCIANA DE SOUSA CARBONI A condenação transitada em julgado no processo penal, preclui o assunto no direito civil pois a questão já foi discutida. Antebiado: parte material. Quantubiado: a quantificação do processo (Artigo 387 CPP). Quando do crime surgir um enriquecimento ilícito para o réu, à justiça não pode fazer com que isso valha a pena, pois a pena deve ser um incentivo negativo. Quando não for suficiente, surge a análise econômica do direito penal, considerando os potenciais benefícios do crime, devendo criar maneiras que não incentive a prática, como tomar o patrimônio do réu. Artigo 41 CP Toda riqueza que advir de crime será perdida. A expropriação é diferente da desapropriação, pois na primeira o dinheiro/bem é tomado pelo poder publico sem ressarcimento. Pode haver processos paralelos ocorrendo juntos (penal e civil). O processo civil ficará suspenso por 1 ano e se em 1 ano não tiver ocorrido a sentença penal, os dois voltam a correr. Se a sentença penal for tomada antes da civil, o juiz civil deverá seguir a condenação penal na sentença, enquanto se a sentença civil sair antes da sentença penal, o juiz criminalista não precisará seguir a mesma linha da sentença civil. Quando o efeito civil não estiver sendo o suficiente para evitar que o réu se torne insolvente, entra as medidas cautelares patrimoniais penal. 28/05/2020 Efeitos civis da condenação penal: Automático. Não precisa entrar com uma ação civil, pois os pressupostos civis não são necessários para que a condenação penal tenha efeito civil. Direito a jurisdição é diferente do direito material. O direito de jurisdição é a garantia da eficácia da sentença do processo, não significando que ela será favorável. Então, a medida cautelar é aplicada para, caso a sentença seja favorável, exista patrimônio para que a tutela seja efetiva. Ex: Mariquinha percebe que João está transmitindo todo seu patrimônio para terceiros. Vai ao juízo - medida cautelar patrimonial - garantir o efeito civil da condenação penal. (Hipoteca debens, arresto de bens...). Diferença entre bens em civil e penal: todo bem que tenha surgido de crime pode ser sequestrado. Ex: se obtiver 230 mil reais decorrente de crime em que a vítima ficou em 100 mil de prejuízo-> 100 mil volta pra vítima. 100 mil é confiscado pelo governo. 30 mil reais foram gastos, então o judiciário sequestrará bem que equivale a tal valor mesmo que não tenha sido decorrido de crime. Sendo crime que não houve benefício financeiro, a hipoteca sofrerá sequestro que irá cair sobre bem imóvel lícito e ocorrerá arresto/confisco de bens LUCIANA DE SOUSA CARBONI móveis caso imóvel não seja localizado. No civil apenas incide sobre o objeto que está em litígio. O sequestro como medida cautelar no processo penal, tem a necessidade de recair sobre bem dos proventos do crime que está sendo investigado naquele processo. —> artigo 4 decreto-lei 3.240/1941. Na doutrina o sequestro é a retenção judicial de bens móveis/imóveis havido com os proventos da infração. Artigo 126. Sequestro tem legalidade estrita, podendo atingir apenas o que está restrito na lei. Pressupostos: A hipoteca do processo penal é a mesma do processo civil. Não serve para garantir confisco, apenas reparação do dano. Necessário demonstrar que a pessoa quer se desfazer de bens para praticar a insolvência. LEGITIMIDADE ATIVA**** A lei atual admite que o sequestro recai sobre bens que era do investigado mas foi passado para terceiros ou que foi proveito da infração mas foi passado para terceiro. A lei garante que terceiro de boa fé seja ressarcido. 01/06/2020 Recurso cabível (dentro das cautelares patrimoniais): O recurso cabível contra medida de sequestro não é algo esclarecido completamente no código. Artigo 593 CPP. Qualquer decisão definitiva que não seja sentença, cabe a apelação. As decisões com forca definitiva são as que discutem mérito em caso incidental. O problema é que a lei não regula a intimação do sujeito para saber onde inicia-se o prazo. Artigo 798 CPP define a contagem de prazo do processo penal. A letra c) desse artigo define que pode iniciar a contagem quando a parte manifestar-se nos autos. Existem duas espécies de embargos. Ele não tramita dentro dos autos principal. Os embargos do artigo 129, refere-se a terceiro que diz que NÃO tem relação com o réu, enquanto os embargos do artigo 130, é o terceiro que tem relação com o réu mas é de boa-fé, embargando para demonstrar que é realmente de boa-fé. Se sobrar alguma parte do valor financeiro do bem, após ressarcir a vítima, vai para o terceiro de boa-fé. LUCIANA DE SOUSA CARBONI Levantamento (revogação) É exatamente a mesma coisa que revogação. Artigo 131 CPP. Quando aplica em inquérito, significa que a materialidade do crime já foi comprovada. O artigo 91 do CP, após a reforma do código penal, é o antigo artigo 74 CP. Se o terceiro de boa-fé quiser muito o bem, ele pode caucionar o bem para a vitima ser ressarcida (já que ela tem prioridade sobre o bem e precisa ser indenizada prioritariamente). Artigo 131, II CPP. Não autoriza o levamento enquanto não transitar em julgado, artigo 131, III. Aplica-se em hipoteca e arresto de bens também. A sentença absolutória não faz desaparecer o fumus, já que existe a possibilidade de apelação. Então, é evidente que a absolvição não elimina o fumus comicti deliti. Enquanto existir a possibilidade de condenação, o bem continua sequestrado. Se vincula a demonstração de urgência. Se não for intentada ação em 60 dias e não houver intervenção estatal, não importa a revogação do sequestro pela simples decorrência do prazo (jurisprudência). —> Artigo 131, I CPP. Não havendo condenação penal, não existe título executivo cível. A vitima deverá entrar com processo cível (artigo 65 e 67 CPP). Hipoteca e arresto de bens Serve para garantir a reparação do dano. Pode ser requerido pelo ofendido em qualquer fase do processo. Artigo 134 CPP. O arresto de bens móveis é subsidiário a hipoteca. O bem de família não está protegido quando relacionado a crime, pois a reparação do dano da vítima é mais importante que o bem de moradia. A hipoteca é uma garantia real enquanto o arresto de bens não é uma garantia real (se houver concorrência de credores, não é garantido o direito de preferência). O juiz cível irá transformar o arresto em penhora, tornando-a garantia real. O artigo 142 define que o MP poderia pedir medidas de arresto mas o STF esclareceu que não pode mais. Caso a vitima seja pobre, cabe a ela procurar a defensoria pública e caso a vitima seja erário publico, deve ir até a procuradoria. Execução Quando há confiscação de bem pelo juízo penal, o valor será disponibilizado para o juízo cível também, uma vez que a vitima irá pedir o ressarcimento no segundo. Artigos 143, 144 e 144-A. 08/06/2020 Teoria da Nulidade LUCIANA DE SOUSA CARBONI Artigo 394 CPP – estabelece que os ritos podem ser rito comum (ordinário, sumário ou sumarissimo) ou especial. O rito comum é definido pelo limite máximo cominado ao crime. Maior a pena cominada, maior o rito processual. O rito especial é quando as fases processuais são modificadas, adicionando/retirando algum ato, conforme a sequência dos atos. O ato também tem rito. As formalidades do ato possuem a pretensão de proteger valores e até interesses do processo. Assim, as nulidades são criadas para proteger tais formalidades, protegendo princípios fundamentais de processo. O ato também possui rito. Descumprir a formalidade pode levar a nulidade, já que a última foi criada para proteger a primeira. Assim, o processo penal tem o papel de defender o direito constitucional perante o réu. Enquanto o juiz não declarar a nulidade de um ato, ele poderá gerar efeito jurídico. A natureza jurídica é dúplice, já que é tanto nulidade quanto defeito. O descumprimento que gera nulidade terá feito um defeito na forma do ato. O ato irregular se refere ao descumprimento de ato não essencial que será arrumado. O ato inexistente não se repete pois ele nunca aconteceu, assim, se ele fosse repetido estaria acontecendo pela primeira vez. Assim, não se declara a nulidade, pois o juiz estaria dando existência ao ato. As nulidades são divididas em ordem absoluta e relativa. O primeiro envolve o interesse primordial da ordem pública enquanto na segunda o interesse primordial é das partes. A parte deve demonstrar o prejuízo no momento em que acontece para que o ato não seja convalidado na relativa, dependendo da declaração da parte e possui prazo. 15/06/2020 Atos decisórios Nunca cabe recurso em despacho. Foi um erro do legislador. Juiz pode pedir 4 coisas no Júri, como a pronuncia e impronuncia ambas sendo ato decisório misto. LUCIANA DE SOUSA CARBONI
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