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Eng. Maria Fernanda S.S. Mattos GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE LABORATÓRIOS NORMAS ANVISA • Em junho de 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução RDC 222, que regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. • Entre outros segmentos, a diretriz afeta a rotina de farmácias, drogarias e até mesmo distribuidoras de medicamentos. 2 PGRSS • É preciso elaborar um Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Nele deve constar a descrição de todas as ações relativas à gestão de resíduos, tais como: – Tipo de resíduo – Características de conservação – Classificação de risco – Destinação – Responsáveis por cada etapa do processo. 3 RISCOS BIOLÓGICOS Amostras provenientes de seres vivos: plantas, animais, bactérias, leveduras, fungos, parasitas Amostras provenientes de animais e seres humanos: sangue, urina, escarro, secreções, derrames cavitários, peças cirúrgicas, peças cirúrgicas, biópsias, entre outras. Organismos Geneticamente modificados RISCOS BIOLÓGICOS NB-1 Nível de Biossegurança 1: microorganismo suscetíveis de causar enfermidades no homem e em animais. NB-2 Nível de Biossegurança 2: microorganismo capazes de provocar enfermidades no homem e em animais. NB-3 Nível de Biossegurança 3: microorganismo capazes de provocar enfermidades graves no homem e em animais. NB-4 Nível de Biossegurança 4: microorganismo capazes de provocar enfermidades graves no homem e em animais, representando grande risco para os trabalhadores de saúde, sendo alto o risco de transmissibilidade na comunidade. RISCOS QUÍMICOS Contaminantes do ar Substâncias tóxicas e altamente tóxicas Substâncias Explosivas Substâncias Irritantes e Nocivas Substâncias Oxidantes Substâncias Corrosivas Líquidos Voláteis Substâncias Inflamáveis Substâncias Sólidas Corrosivas Substâncias Cancerígenas Autorizado PrecauçõesProibido Tabela de Incompatibilidade das Classes dos Produtos Químicos PRÁTICAS SEGURAS NO LABORATÓRIO As práticas seguras no laboratório são um conjunto de procedimentos que visam reduzir à exposição dos laboratoristas a riscos no ambiente de trabalho. RESÍDUO DO SERVIÇO DE SAÚDE - RSS E PERFURO CORTANTES CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DO SERVIÇO DE SAÚDE, SEGUNDO A RESOLUÇÃO RDC 306/2004, ANVISA Tratamento e disposição final dos resíduos dos serviços de saúde. Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, 2005 CONAMA 358 PERFURO CORTANTES E Resíduo do Grupo A –Potencialmente Infectante Segundo norma NBR-7500 da ABNT Acondicionados em sacos de material resistente a ruptura e vazamento, de cor branca, com o símbolo de infectante. Capacidade 20 L à 100 L, sendo utilizado somente 2/3 da capacidade total do saco; Resíduo com a possível presença de agente biológico que por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção Resíduo do Grupo B –Químico Resíduo contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamibilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade Segundo norma NBR-7500 da ABNT Quimioterápicos: quimioterápicas e antineoplásticos; Farmacêuticos: medicamentos vencidos, contaminados, ou não utilizados; Perigosos: produtos perigosos, tóxicos corrosivos, inflamáveis e reativos, NBR 10.004 da ABNT. Resíduo do Grupo C –Radioativo Quaisquer materiais resultantes de atividades exercidas pelos laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção específicos na norma CNEN-NE 6.02- Licenciamento de instalações Radiativas, e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista, são considerados rejeitos radioativos e devem obedecer às exigências definidas pela CNEN. Devem ser segregados de acordo com a natureza física do material e do radionuclídeo presente e o tempo necessário para eliminação, segundo norma CNEN-NE- 6.05. Após decaimento são classificados como resíduos. Resíduo do Grupo D – Comum Resíduos que não apresentam risco biológico, químicos ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. • Azul para reciclagem de papéis; • Amarelo para reciclagem de metais; • Verde para reciclagem de vidros; • Vermelho para reciclagem plástico • Marrom Resíduos Orgânicos Segundo norma NBR-7500 da ABNT Resíduo do Grupo E –Perfurocortante Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas, todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório e outros similares. Descartados separadamente, em recipientes rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificado, norma NBR 13853/97 da ABNT, sendo expressamente o esvaziamento e reutilização. Não reencapar as agulhas. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE •Manejo •Segregação •Acondicionamento •Identificação •Transporte Interno •Armazenamento Temporário •Tratamento •Armazenamento Externo •Coleta e Transporte Externo •Disposição Final MANUSEIO DE VIDRARIAS • Todo material de vidro, que tenha sido usado, deve ser lavado imediatamente. • Nunca reaproveitar um recipiente sem antes lavá-lo, mesmo que ele venha a conter a mesma substância. • O laboratorista, sempre que usar uma substância química, deve fazer uma lavagem preliminar antes de realizar a limpeza final. Isto serve para ácidos, álcalis, solventes, substâncias e elementos químicos perigosos e nocivos à saúde; 16 MANUSEIO DE VIDRARIAS • A pessoa que estiver no encargo de lavagem de material de vidro deve usar luvas de borracha ou de plástico (neoprene ou pvc) com superfície externa antiderrapante, para dificultar o deslizamento de vidro entre as mãos. • O uso de luvas neste encargo também evita a dermatite pelo contato contínuo com vários produtos químicos. 17 PRIMEIROS SOCORROS PARA DANOS À PELE POR PRODUTOS QUÍMICOS • Lavar todas as áreas do corpo afetadas por 15 a 20 minutos com água corrente. • Não use sabão ou detergente até verificar as normas de risco e segurança do reagente em questão. • Encaminhar a pessoa ao hospital se a irritação persistir, se houver um dano aparente ou se as normas de segurança do produto assim exigirem. • Quando grandes áreas do corpo forem atingidas, a utilização dos chuveiros é mais eficiente se toda a roupa da região afetada for removida. 18 PRIMEIROS SOCORROS PARA DANOS OS OLHOS POR PRODUTOS QUÍMICOS • Lavar os olhos durante 15 a 20 minutos em água corrente. Manter os olhos abertos enquanto se efetua a lavagem. • Sempre procurar atendimento médico no hospital no caso de exposição dos olhos a materiais perigosos. 19 INCÊNCIO NO LABORATÓRIO • Antes de utilizar qualquer reagente químico, os funcionários do laboratório devem se familiarizar com os riscos potenciais de incêndio associados a esse reagente. Estas informações podem ser encontradas nas especificações do reagente. • Se um pequeno incêndio começar no laboratório e estiver restrito a um béquer, um frasco ou outro recipiente pequeno pode-se tentar dominá-lo com o extintor apropriado ou abafá-lo com um pano umedecido. 20 TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE LABORATÓRIOS • Produtos farmacêuticos vencidos, como formocresol, tricresol formalina, eugenol, vernizes, cimentos, materiais restauradores e medicamentos de uso sistêmico devem ser armazenados em recipientes separados. • As soluções reveladoras e fixadoras de radiografias devem ser envasadas separadamente por serem substâncias químicas citotóxicas, e não poderem ser desprezadas no esgoto, devendo ser encaminhadas para empresa especializada no reprocessamento destas substâncias. 21 QUEBRA DE FRASCOS COM MERCÚRIOOU DE TERMÔMETROS CLÍNICOS • Ventilar a sala abrindo as janelas. • Interditar a sala até que todo o mercúrio derramado seja removido. • Lavar o piso com água e sabão e em seguida encerá-lo. A cera impede a retenção do mercúrio no piso. 22 QUEBRA DE FRASCOS COM MERCÚRIO OU DE TERMÔMETROS CLÍNICOS • Todos os termômetros clínicos quebrados devem ser descartados em recipiente seguro, e devidamente identificados para facilitar o destino final. • Caso ainda fique mercúrio no piso, recobri-lo com pó de enxofre ou óxido de zinco e depois coletá-lo e providenciar envio do material para o descarte adequado. 23 QUEBRA DE FRASCOS COM MERCÚRIO OU DE TERMÔMETROS CLÍNICOS • Caso o mercúrio caia no piso, recolhê-lo com uma folha de papel bem fina ou com uma seringa Luer-Look e depositá-los em recipiente apropriado e, em seguida, enviar o recipiente para descarte. • Use luvas para a operação. • Use máscara com filtro para vapores inorgânicos. 24 SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS QUÍMICOS • A separação dos resíduos químicos deve ser uma atividade diária dos laboratórios, sendo preferencialmente realizada imediatamente após o término de um experimento ou procedimento de rotina. • Separar os resíduos não perigosos daqueles considerados perigosos ou que devam ser encaminhados para destinação adequada. 25 SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Avaliar se os resíduos não perigosos poderão ser reutilizados, reciclados ou doados. • Para resíduos perigosos, verificar também a possibilidade de reutilização, reciclagem ou doação. • Se a única opção for o descarte verificar a possibilidade de submetê-lo a algum tratamento químico para minimização ou eliminação completa de sua periculosidade. 26 SEPARAÇÃO DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Evitar combinações químicas. Se o ato de misturar for inevitável, ser prudente e consultar a incompatibilidade química. • Resíduos incompatíveis podem gerar gases tóxicos, calor excessivo, explosões ou reações violentas. 27 EMBALAGENS DE AÇO INOXIDÁVEL É INCOMPATÍVEL COM: • Ácido Bromídrico, Ácido Clorídrico, Ácido Cloracético, • Ácido Fluorídrico, Ácido Hidrofluorsilício, • Ácido Sulfúrico 75% e soluções mais diluídas, • Bicloreto de Etileno, • Bromo, • Cloreto de Alumínio, Cloreto de Cobre, Cloreto Férrico, Cloreto de Estanho e soluções de sais ferrosos. 28 GRUPOS DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Solventes não halogenados: Todos os solventes que possam ser utilizados ou recuperados e também misturas desses solventes; • Alcoóis e cetonas (etanol, metanol, acetona, butanol, etc.), acetonitrila, hidrocarbonetos (pentano, hexano, tolueno e derivados, etc.), ésteres e éteres (acetato de etila, éter etílico, etc.); 29 GRUPOS DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Solventes halogenados: Todos os solventes e misturas contendo solventes halogenados (clorofórmio, diclorometano, tetracloreto de carbono, tricloroetano, bromofórmio, tetraiodocarbono etc.). • Se durante o processo de separação ocorrer qualquer contaminação dos solventes não halogenados com algum solvente halogenado, essa mistura deverá, então, ser considerada halogenada. 30 GRUPOS DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Fenol; • Resíduos de pesticidas e herbicidas; • Soluções aquosas sem metais pesados; • Soluções aquosas contaminadas com solventes orgânicos; • Soluções aquosas com metais pesados; • Soluções contendo mercúrio; 31 GRUPOS DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Soluções contendo prata; • Sólidos: com metais pesados (tálio e cádmio); • Sólidos: com os demais metais pesados; • Peróxidos orgânicos; • Outros sais; • Aminas; • Ácidos e bases; 32 GRUPOS DE RESÍDUOS QUÍMICOS • Oxidantes; • Redutores; • Óleos especiais: Todos os óleos utilizados em equipamentos elétricos que estejam contaminados com policloreto de bifenila. • O policloreto de bifenila não pode ser queimado, pois o seu processo de destruição gera gases muito tóxicos; 33 RESÍDUOS QUÍMICOS • São aqueles que em função de suas propriedades apresentam riscos à saúde pública e/ou ao meio ambiente ou uma das seguintes características: • Inflamabilidade ; • Corrosividade (2 < pH < 12,5); • Reatividade (instável, reações explosivas c/ água); • Toxicidade (metais nocivos, solventes); • Patogenicidade (microorganismos ou toxinas capazes de gerar doenças). 34 RESÍDUOS QUE PODEM SER DESCARTADOS NO LIXO ORGÂNICOS: • Açúcares, amido, aminoácidos e sais de ocorrência natural, • Ácido cítrico e seus sais (Na, K, Mg, Ca, NH4), • Ácido lático e seus sais (Na, K, Mg, Ca, NH4). 35 RESÍDUOS QUE PODEM SER DESCARTADOS NO LIXO INORGÂNICOS: • Sulfatos, carbonatos: Na, K, Mg, Ca, Sr, NH4 • Óxidos: B, Mg, Ca, Sr, Al, Si, Ti, Mn, Fe, Co, Cu, Zn • Cloretos: Na, K, Mg • Boratos: Na, K, Mg, Ca 36 RESÍDUOS QUE NÃO PODEM SER DESCARTADOS NO LIXO • Hidrocarboneto halogenado; • Composto inflamável em água; • Explosivos como azidas e peróxidos; • Polímeros que se solubilizam em água formando gel; • Materiais que possuem reatividade com a água; • Produtos químicos malcheirosos; 37 RESÍDUOS QUE NÃO PODEM SER DESCARTADOS NO LIXO • Nitrocompostos; • Brometo de etídio; • Formol; Materiais contaminados com produtos químicos perigosos: • Sílica, alumina, sephadex, etc. • Materiais de vidro; • Papel de filtro; • Luvas e outros materiais descartáveis. 38 RÓTULO PARA DESCARTE DE RESÍDUOS 39 RÓTULO PARA DESCARTE DE RESÍDUOS 40 • A classificação do resíduo deverá priorizar o produto mais perigoso do frasco, mesmo que este esteja em menor quantidade; • Ao utilizar frascos de reagentes para os resíduos, tomar o cuidado de retirar completamente o rótulo antigo, para evitar confusões na identificação precisa do seu conteúdo. RÓTULO PARA DESCARTE DE RESÍDUOS 41 • Frascos destinados a resíduos orgânicos e inorgânicos deverão ser armazenados em locais diferentes, para evitar acidentes no momento do descarte. • Os recipientes de armazenamento deverão ter alta vedação e ser confeccionados de material estável. RÓTULO PARA DESCARTE DE RESÍDUOS 42 • As embalagens plásticas resistentes ao rompimento (polietileno de alta densidade - PEAD) são preferíveis, exceto quando houver incompatibilidade com o resíduo. • Na falta de embalagem de PEAD, os frascos vazios, de reagentes ou solventes, também poderão ser utilizados após a tríplice lavagem com água ou solvente apropriado (atenção às incompatibilidades com o resíduo que se pretende armazenar no frasco). RÓTULO PARA DESCARTE DE RESÍDUOS 43 • O volume de resíduo NUNCA deverá ultrapassar ¾ da capacidade do recipiente. • NÃO armazenar frascos de resíduos próximos a fontes de calor ou água. COMO TRATAR RESÍDUOS ÁCIDOS 44 • Soluções concentradas: diluir até obtenção de solução com 50% de H2O e ajustar o pH entre 6 e 8. • Soluções diluídas: Ajustar o pH. • Sólidos ou pastas: Misturar com o mesmo volume de água. Ajustar o pH entre 6 e 8. COMO TRATAR RESÍDUOS BÁSICOS 45 • Soluções concentradas - Diluir até obtenção de solução com 50% de H2O. Ajustar o pH entre 6 e 8. • Soluções diluídas - Ajustar o pH. • Sólidas ou pastas - Misturar com o mesmo volume de água e ajustar o pH. COMO TRATAR RESÍDUOS DE METAIS NOCIVOS 46 SAIS DE CHUMBO • Solução 0,1% de metasilicato de sódio (Adiciona-se sob agitação em solução contendo sais de chumbo). • Ajustar pH em torno de 7,0 com H2SO4 2mol.L -1 solução em repouso por uma noite. Filtra-se (ou evapora-se em capela) e coleta-se o material sólido. COMO TRATAR RESÍDUOS DE HIPOCLORITOS 47 • Adicionar 5mL ou 5 g de hipoclorito para 100mL de 10% (m/v) de Na2S2O3 e agitar a mistura. • Quando todo hipoclorito dissolver na solução, teste a completa destruição do oxidante (KI/HCl/amido). INCINERAÇÃO DOS RESÍDUOS QUÍMICOS • A queima deve ser controlada para evitar a formação de poluentes secundários com maior toxidez. As cinzas podem ser depositadas em aterros sanitários, ou empregadas na elaboração de tijolos. • Os fornos devem estar equipados com filtros específicos, destinados a minimização de poluentes atmosféricos.48
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