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Seminário 1 ECT - Jéssica Valença

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IBET NATAL
JÉSSICA MANUELLA DUARTE VALENÇA
SEMINÁRIO I - PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL
RECIFE
2021
SEMINÁRIO I – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL
1. Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua decisão observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/72: “Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção.”
Ao Processo Administrativo Tributário, como espécie do gênero Processo Administrativo, é assegurado constitucionalmente o princípio do devido processo legal, por força do inciso LV do art. 5º da Lei Maior.
Como consequência da observância desse princípio, vários outros incidem na relação que tem por objetivo o controle da legalidade do ato administrativo do lançamento tributário, dentre eles o do contraditório, da ampla defesa, e da legalidade.
Ocorre que a observância do devido processo legal implica igualmente no cumprimento das leis e regulamentos que estabelecem e disciplinam os procedimentos pelos quais se obterá uma decisão na esfera administrativa acerca da validade do lançamento. 
Portanto, estando o prazo para interposição de recurso determinado em norma válida, o mesmo terá que ser respeitado.
Respondendo objetivamente a questão temos que se a lei atribuiu ao órgão de segunda instância a competência para julgamento em definitivo da perempção, entendo que, em homenagem ao princípio do duplo grau de jurisdição e do efeito suspensivo do recurso nos termos do art. 73 do Decreto Federal nº 7574/11, enquanto não publicada a decisão do órgão de segunda instância sobre a perempção deverá ser mantida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força do inciso III do art. 151 do CTN. Após o reconhecimento da perempção e publicação da decisão pelo órgão julgador de segunda instância, não.
2. Considerando a presunção de legitimidade dos atos administrativos, a quem compete o ônus da prova nos recursos e impugnações? Até que momento o contribuinte (recorrente) pode juntar aos autos do processo administrativo provas documentais? Diante do que dispõem os arts. 9º e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo contribuinte o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para se manifestar a respeito antes de afetar o processo para julgamento? (Vide anexo I, II e III).
Acreditando que a pergunta refere-se ao processo administrativo tributário regulado pelo Decreto Federal nº 70.235/1972 temos que a presunção de legitimidade dos atos administrativos não tem o condão de tornar absoluta a pretensão tributária do fisco, eximindo-a do controle da sua legalidade.Pelo contrário, a norma individual e concreta produzida pelo agente fiscal deverá estar vertida em linguagem competente lastreada em provas que explicitem a ocorrência do evento ensejador do fato jurídico tributário. De outro modo caberá ao contribuinte o ônus de comprovar as suas alegações que infirmem o ato administrativo objeto da impugnação. Como a própria administração tributária tem interesse no controle da legalidade de seus atos, diferentemente do processo judicial, os órgão julgadores igualmente possuem a iniciativa para a produção de provas de ofício.
Novamente, o princípio da legalidade impõe a observância de normas referentes ao momento da produção de provas pelo contribuinte, que pelo § 4º do art. 16 do Decreto Federal nº 70.235/72 deverá ocorrer até a data da impugnação, com as exceções previstas nas suas alíneas “a” a “c”.
Se esse dispositivo colide com outros princípios aplicados ao processo administrativo, como o da verdade material, é outra questão que deverá ter a sua solução baseada nas alternativas que o próprio sistema jurídico prevê. Não existindo ainda tal solução a norma continua válida devendo ser cumprida.
3. Os tribunais administrativos exercem “jurisdição”? Justifique sua resposta, definindo “jurisdição”. Podem, no ato de julgar, afastar a aplicação de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei. Pode a decisão administrativa inovar o feito, agravando o lançamento por ocasião do julgamento da defesa do contribuinte?
Diferentemente de outros países, por exemplo a França, o Brasil adota o sistema de jurisdição única, ou seja, caberá ao judiciário dizer o direito. É o que se depreende do inciso XXXV do art, 5º da CF/88. (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito). Poderíamos falar em jurisdição administrativa, porém sem a força da jurisdição exercida pelo Poder Judiciário, principalmente no que se refere aos direitos do contribuinte.
Entendo que a atividade judicante deve se limitar ao exame da validade dos atos administrativos em face das normas gerais e abstratas que o embasaram. Examinar a compatibilidade das leis em relação à constituição é atividade que extrapola a competência de um órgão administrativo. 
Depois, se tal pudesse ser feito, causaria uma grande dificuldade para a própria administração tributária, qual seja: A autoridade fiscal estaria vinculada ao cumprimento de uma lei vigente sendo que a própria administração a qual pertence a autoridade invalidaria seu ato em face dessa mesma lei.
Quanto a última questão entendo que a função dos órgãos julgadores administrativos é bem clara e limitada, qual seja, a verificação da legalidade dos atos administrativos de lançamento, imposição de multa e notificação. Não lhe cabe promover outro lançamento ou agravar um já existente por absoluta falta de competência legal. 
4. Qual a aplicabilidade do CPC/15 ao processo administrativo tributário? Os enunciados das súmulas vinculantes devem ser observados pela Administração Pública? E os demais enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional? E os acórdãos em incidente de resolução de demandas repetitivas (vide art. 928, II, do CPC/15)?
Possui aplicabilidade conforme o artigo 15, CPC/15, podendo ser supletiva ou subsidiaria, onde o artigo 927, deste mesmo código, fala sobre a necessidade do respeito aos precedentes, os enunciados das súmulas vinculantes, súmulas do STF sobre matéria constitucionais e em matéria infraconstitucionais do STJ e por fim os acórdãos em incidentes de resolução de ações repetitivas que devem ser observadas pela administração no processo administrativo tributário.
5. A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro é aplicada ao procedimento/processo administrativo fiscal? Quais as implicações da aplicação da LINDB no PAF? Analisar especificamente os artigos 24 e 28 da referida lei (vide ACÓRDÃOS DO CARF Nª 9202-006.996, 1301-003.284, 9101-003.839). A desconsideração de negócios jurídicos para requalificação dos efeitos tributários por consideração de inexistência de propósito negocial pode ensejar a aplicação do artigo 28 da LINDB?
	A LINDB não pode ser aplicada no PAF, no entanto não há uniformização no tocante a rejeição de sua aplicação, o que dificulta a consolidação da jurisprudência acerca da matéria. Uma vez que sua aplicação garante maior segurança jurídica ao contribuinte.
	O art. 24 traz que a revisão dos atos na esfera administrativa precisa seguir a orientação jurisprudencial majoritária a época de sua aplicação, cabendo a modulação dos efeitos em caso de alteração jurisprudencial. De modo a garantir a segurança jurídica e proteção do contribuinte em relação à interpretação e aplicação de determinada lei ou norma. Por outro lado, o art. 28 aduz sobre a responsabilidade pessoal do agente em caso de dolo ou erro grosseiro, responsabilização que pode ser considerada um pouco “fraca”, uma vez que não engloba a totalidade de erros que possam vir a surgir. 
	Tendo em vista o art. 28, acredito que esta situação não enseje sua aplicação, já que ele é limitado.
6. A existência de processo judicial e administrativo concomitantes implica renúncia às instâncias administrativas? (Vide anexos IV, V e VI).
A resposta é afirmativa. Novamente, no âmbito do Processo AdministrativoTributário Federal, a questão está sumulada pela CARF portanto sendo de observância obrigatória por seus membros. A Súmula 01 tem o seguinte teor: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
No nosso sentir é uma decorrência do princípio Constitucional da eficiência administrativa uma vez que, pelo nosso sistema de jurisdição única, caberá ao judiciário a palavra final acerca do conflito existente entre o fisco e o contribuinte sendo que de nada adiantaria a decisão exarada na esfera administrativa. Se essa foi a escolha do contribuinte deverá ele arcar com o ônus e o bônus da sua decisão.
7. A Lei n° 13.988/2020 incluiu o art. 19-E na Lei nº 10.522/2002, cujo enunciado prescreve que “em caso de empate no julgamento do processo administrativo de determinação e exigência do crédito tributário, não se aplica o voto de qualidade a que se refere o § 9º do art. 25 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, resolvendo-se favoravelmente ao contribuinte.”. Tomando como base o dispositivo legal ora transcrito, responda:
i) A existência do chamado “voto de qualidade”, tal qual originalmente previsto no art. 25, § 9º, do Decreto nº 70.235/72, afrontava preceitos legais de hierarquia superior e/ou constitucionais? E a extinção desse expediente, imposto pela Lei nº 13.988/2020, pressupõe alguma violação a princípios constitucionais e/ou legais? Responder as questões cotejando os cânones constitucionais da igualdade, do devido processo legal, da presunção de inocência e da supremacia do interesse público, bem como o disposto no art. 112 do CTN.
O voto de qualidade tal qual era previsto no no art. 25, § 9º, do Decreto nº 70.235/72, foi pacificado por muitos anos. No entanto, nos último anos surgiu uma problemática, na maioria das controvérsias solucionadas com o voto de qualidade, as decisões não foram totalmente favoráveis ao contribuinte. O que fez, inclusive, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI 5.731), alegando que voto de qualidade em sentido desfavorável ao contribuinte, era uma afronta aos princípios da isonomia, da razoabilidade e da proporcionalidade. Além de configurar uma inobservância ao princípio in dubio pro contribuinte, previsto no art.112, do CTN. 
A extinção desse expediente trazida pela pela Lei nº 13.988/2020, determina que em processos administrativos de determinação e exigência do crédito tributário, a divergência será automaticamente decidida a favor do contribuinte, que trouxe mais segurança e isonomia, já que com o uso do voto de qualidade, o presidente votava duas vezes, em caso de empate, e conforme já demonstrado acima, acarretava em danos ao contribuinte. Desta feita, prevaleceu o entendimento do art. 112, do CTN, onde não vislumbro violação a princípios constitucionais.
ii) A expressão “processo administrativo de determinação de crédito” abarca os processos que tenham sido originados da não homologação de declarações de compensação e do indeferimento de pedidos de ressarcimento/restituição de créditos? E os processos administrativos originados e autuações aduaneiras (pena de perdimento, por exemplo)?
Tendo em vista que estes processos atendem aos procedimentos do Decreto nº 70.235/72, deste modo qualquer alteração nesse rito gera uma repercussão direta sobre os demais, mesmo que não envolvam determinação e exigência do crédito tributário. Desta feita, será aplicável a Lei nº 13.988/2020.
8. A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de infração imputando duas condutas que resultaram em ausência de recolhimento de imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra apenas uma das imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. Pode o Fisco segregar o auto de infração para cobrança da parte não expressamente impugnada?
Tendo em vista a falta de interposição de recurso em relação a uma imputação, esta transitando em julgado, poderá haver a cobrança desta parte não impugnada, como assim também consignou o STJ, em voto do relator, ministro Herman Benjamin, no julgamento do RESP 1597129/PR, onde firmou entendimento que o tribunal aplicou adequadamente o artigo 42 do Decreto 70.235/72, que dispõe sobre o procedimento administrativo fiscal. De acordo com o dispositivo, “serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício.” E complementou: “Sendo assim, a parte da decisão que transitou em julgado administrativamente não poderá suspender a exigibilidade do crédito tributário, podendo, dessa forma, ser objeto de imediata inscrição e cobrança, pela singela razão de que tais valores não estão mais sujeitos à modificação, ao menos na esfera administrativa.”
9. Analise os acórdãos lavrados no RE nº 601.314 e na ADIN 2859 e responda, em relação à quebra de sigilo bancário: 
	a) Há diferença entre envio de Declaração de Movimentação Financeira (DIMOF), atual e-FINANCEIRA, pelos bancos à RFB, e a obtenção de extratos bancários pela RFB junto aos bancos, sem autorização judicial. (Vide anexos VII e VIII).
O STF entende que não há violação de sigilo bancário, mesmo a constituição dizendo que é garantido o sigilo, esse entendimento diz respeito às leis tributarias, pois, a igualdade em relação aos cidadãos por meio do principio da capacidade contributiva, bem como dar diretrizes objetivos e translado do dever de sigilo bancário para o fiscal. O artigo 1° da lei complementar n° 105/2001 diz que é um compromisso do Brasil dar informações bancarias não sendo violado assim o direito do sigilo. Sendo assim uma mera transferência de dados sigilosos não ofendendo a constituição. Neste caso não o que falar de diferença entre envio de declaração de movimentação financeira e atual e-financeira os dois são declarações só que o e-financeira é mais moderno e via internet.
b) A declaração efetuada para fins de aproveitamento do Programa que recebeu o nome de “Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária” – RERCT, criado pela Lei n. 13.254/16 está protegida pelo sigilo fiscal?
Em relação a lei n. 13.254/16 os dados declarados pelo contribuinte com a intenção de aderir o programa, são protegidas pelo sigilo fiscal. Contudo a divulgação ou a publicidade das informações presentes no RERCT significa a violação da quebra do sigilo fiscal, acarretando assim responsabilidade e cabendo às penalidades, postas no artigo 10 da LC 105/2001 que diz que é crime quebra de sigilo fora das hipóteses legais e pôr fim do delito do art. 325 do CP que diz: que ocorre violação de sigilo funcional.

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