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aud simulada inicial de adoção NPJ IV Família

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA DE FAMÍLIA DE TERESÓPOLIS/RJ
Processo Nº 0001234-56.2021.8.19.0061
HELENA DOS ANJOS, brasileira, casada, identidade nº 32.155.198-7 expedida pelo Detran-RJ, inscrita no CPF sob o nº 128.343.196-08, e-mail: helenasdsantos@gmail.com, Fisioterapeuta, residente e domiciliada na Rua Jorge Lossio, nº 330, bairro Alto, na cidade de Teresópolis/RJ, CEP: 25961265 e;
GABRIEL SANTOS, brasileiro, casado, identidade nº 125.968.015 expedida pelo Detran-RJ, inscrito no CPF sob o nº 122.286.155-08, e-mail: santosgabrieldacosta@gmail.com, Engenheiro Civil, residente e domiciliado na Rua Jorge Lossio, nº 330, bairro Alto, na cidade de Teresópolis/RJ, CEP: 25961265, nos termos dos arts. 39 e sgts e 155 e sgts da Lei 8069/90, vem à Vossa Excelência requerer,
AÇÃO DE DESTITUIÇÃO DO PODER FAMILIAR c/c ADOÇÃO
		em face de MATILDA MALAFAIA, brasileira, solteira, doméstica, identidade nº 128.957.136-7 expedida pelo Detran-RJ, inscrita no CPF sob o nº 118.529.334-21 residente à Rua Ana Nery, nº 5 7, Bairro São Pedro, Teresópolis, CEP: 25956-055, pelas razões faticas e juridicas adiante evidenciadas. 
 I. DOS FATOS
	Os autores são casados desde 10/01/2010, sob o regime de comunhão parcial de bens conforme certidão de casamento anexa, e não tiveram nenhum filho biológico, vez que restaram frustradas por 3 vezes consecutivas as tentativas de inseminação artificial, sendo certo que sempre tiveram o sonho de ter filhos.
	Após laudos médicos em que descobriram ser estéreis, o casal se inscreveu no Cadastro Nacional de Adoção, e durante o procedimento de habilitação foram contatados pelo Abrigo Nova Vida desta cidade em 01/05/2020, onde onheceram os irmãos ora adotandos: Aparecida (10 anos), Caim (4 anos) e Moisés (2 anos).
	Os três menores são irmãos e viviam no abrigo desde que foram afastados de sua mãe biológica Matilda, dependente química (laudo anexo) que usava a remuneração do Bolsa família para sustentar seu vício, denotando risco e abandono quanto as necessidades dos infantes.
	Frisa-se que a mãe biológica não estava apta para criar e educar a infante estando atualmente internada na "Clinica cura tudo - Eu posso!" para dependentes químicos e que o genitor é desconhecido, que como família extensa os infantes só possuem a progenitora materna Yolanda, portadora de Alzheimer, que nem conhece os netos, estando debilitada no asilo "Meu pedaço de céu" no Meudon.
	Após conhecerem as crianças, os adotantes logo se interessaram em adotá-las, sendo deferido-lhes a guarda provisória em 20 de dezembro de 2020 pela MM. Juíza da Vara da Infância de Teresópolis (em anexo). 
	Helena encontra-se de licença adoção para melhor cuidar das crianças, enquanto Gabriel continuou a trabalhar e ajuda nas horas vagas, todavia, no que tange a rotina habitual quando se encerrar a licença de Helena. os menores não ficarão desamparados, pois a família possui uma governanta de confiança que foi baba da autora quando criança e ficará ajudando no cuidado com os menores, além de que a requerente é fisioterapeuta em sua própria clínica, o que reafirma condições plenas de fazer seu próprio horário de trabalho, podendo dar suporte aos menores sempre que necessàrio.
	Nestes 4 meses de convivência os requerentes e os adotandos convivem juntos em plena harmonia e já desenvolveram fortes laços afetivos, aos quais os requerentes tem total interesse de mante-los ao adotá-los e assim proporcionar as melhores condições para o desenvolvimento físico e psicológico dos infantes, em caráter moral, material, afetivo e intelectual.
	Para fins de esclarecimento, os requerentes não possuem qualquer vínculo sanguíneo com os adotando, sendo certo ainda que possuem o conhecimento de que os menores não possuem quaisquer bens móveis ou imóveis e nem direitos ou rendimentos a serem administrados, que não possuem nenhum interesse patrimonial.
	Diante do exposto, requer que seja apreciada a presente demanda observando o melhor interesse das crianças, para ao final conceder a adoção dos menores, tendo em vista que Helena e Gabriel são aptos para tal e já possuem vínculo com os mesmos.
II. DO DIREITO
A. Da destituição do poder familiar 
	A destituição do poder familiar é consagrada pelo Código Civil de 2002, em seu art: 1638:
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
[...]
		Neste mesmo sentido, o Estatuto da Criança e do Adolescente preve em seu art. 24 que a perda do pátrio poder poder familiar sera decretada judicialmente, nos casos de descumprimento do exposto no CC e dos deveres e obrigações a que alude o art. 22 do ECA: 
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. [...]
	
	No presente caso, observa-se o não cumprimento dos deveres da genitora no que tange ao sutento, a moral e aos bons costumes com os infantes, destarte o desvio do auxilio do bolsa familia que deveria ser usado para alimentos dos filhos para o uso de entorpecentes. 
	Sabe-se que existe a primasia de manter os menores na família biológica, apelando para a família extensa quando os genitores não honrarem com os devidos cuidados destes, sendo a retirada ultimo ratio, conforme explana o art. 39 § 1 o do ECA: 
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
[...]
	
	No caso em tela, é patente a impossibilidade de manutenção dos menores na família natural, bem como, não há outros parentes conhecidos dispostos a cuidar e educar as crianças, sendo a mãe biológica dependente química que se encontra internada em face de seus vícios, o pai desonhecido e a avó materna portadora de Alzheimer debilitada em asilo. 
	 
B. Da adoção
	A adoção é um instituto jurídico humanitário, destinado ao melhor interesse da criança que deve se sobrepor aos interesses dos demais, nesta esteira aduz o § 3 do art. 39 do ECA: 
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
[...]
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
	A real finalidade da moderna adoção é oferecer um ambiente familiar favorável ao desenvolvimento dos menores, ante a situação desamparo familiar, devendo ser postas em famílias adotivas que apresentem condições em dar-lhes um ambiente familiar decente e uma vida digna, com carinho, amor, atenção e respeito., desta forma destaca a renomada doutrinadora Maria Berenice Dias:
(...) O Estado tem esquecido do seu dever de cumprir o preceito constitucional da proteção especial com absoluta priodade a crianças, adolecentes e jovens (...) É urgente encotnrar um meio de reduzir o tempo de espera por um filho e o tempo de crianças e adolescentes que anseiam por um lar (...) A adoção consagra a paternidade socioafetiva, baseando-se não em fator biológico, mas em fator sociológico. A verdadeira paternidade funda-se no desejo de amar e ser amado.
(Manual de Direito das Famílias, Maria Berenice Dias, 3ª edição, Editora dos Tribunais, 2006, página 385).
	Insta ressaltar que outra condição imposta pelo ECA em seu art. 43 é que para a adoção ser deferida deve apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos, este artigo consagra oprincípio da proteção integral da criança, que é inclusive um direito constitucional disposto no art. 227 da Carta Magna.
	Obsta citar que os requerentes são conhecidos por serem pessoas de boa índole e caráter reconhecidamente libado, bem como possuem todos os requisitos para prover o bem estar dos infantes em todos os criterios que o ECA, o CC e a CRFB preceituam como direitos e deveres, gozam de estabilidade financeira, tempo a dispor e o afeto que envolve o significado da paternidade socioafetiva.
	Destarte, tendo em vista que a família natural não possui estrutura nem expectativa de tê-la a tempo de não comprometer o desenvolvimento sadio dos infantes que ja sofreram as dores do desamparo, se faz pertinente a destituição do poder familiar, restando claro que apesar do carater excepcional da adoção, no caso em tela é a decisão apropriada a ser tomada para assegurar a dignidade, segurança, bem estar e os interesses das crianças em sua totalidade.
	Desta forma, que sejam feitos os tramites para a adoção nos termos do art. 47 do ECA.
	
III. PEDIDOS
Diante de todo o exposto, e em atenção ao princípio constitucional previsto no artigo 227 da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente, visando o melhor interesse e a proteção integral dos infantes, requer à V. Exa. o que segue:
	a) a continuidade da guarda provisória dos menores até o trânsito em julgado da sentença que deferir a adoção postulada.
	b) a citação da Requerida, Srª Matilda Malafaia, por oficial de justiça, para querendo, constestar, sob pena de revelia e confissão.
	
	c) a manifestação do ilustre representante do Ministério Público.
	d) a produção de provas consistentes nos documentos ora juntados, depoimento pessoal dos Requerentes, oitiva das testemunhas abaixo arroladas, caso necessário, as quais comparecerão a esse Juízo independentemente de intimação, e se necessário, perícia e inspeção judicial.
	
	e) a procedência da presente ação, para conceder ao casal Requerente a ADOÇÃO dos menores, com a consequente destituição do poder familiar de sua mãe biológica, ora Requerida, de modo a regularizar a guarda dos infantes através de sentença declaratória constitutiva de filiação, após a expedição de mandado judicial com todas as prerrogativas legais previstas pela Lei 8.069/90.
	
Dá-se a presente causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Nestes termos, 
 pede deferimento.
Teresópolis, 06 de abril de 2021.
	ADVOGADO
	OAB

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